sexta-feira, 5 de abril de 2024

DOSTOIÉVSKI: O FIM DA VIDA E A RELAÇÃO COM A IGREJA

 



Dostoievski foi educado no seio de uma família muito religiosa, assumindo-se, até ao fim da sua vida, como Cristão Ortodoxo. 


Enquanto esteve preso, a sua obsessão com a figura de Cristo cresceu ainda mais, uma vez que o único livro que lhe era permitido ler na prisão era a Bíblia. 


Durante esse período, escreveu uma carta, onde confessa que  “mesmo que alguém me provasse que a verdade não mora em Cristo, ainda assim eu escolheria permanecer ao seu lado, em vez do lado da verdade” . 


No leito da sua morte (a 9 de fevereiro de 1881), provocada por três hemorragias pulmonares, pediu que a Parábola do Filho Pródigo (do Evangelho de São Lucas) fosse lida aos seus filhos – tendo sido o seu último desejo deixar esta mensagem de redenção como a sua derradeira herança.


Com apenas 59 anos, tinha atingido o auge da sua carreira literária (algo que se pode denotar no fato de terem comparecido cerca de 50.000 pessoas ao seu funeral, de acordo com alguns relatos), e foi sepultado  no cemitério  Tikhvin, em São Petersburgo,  junto aos seus poetas preferidos,  Nikolay Karamzin e Vasily Zhukovsky.  


Na sua lápide pode ler-se a seguinte frase do Novo Testamento:  “*Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dá muito fruto.*” 


https://www.bertrand.pt/evento/5-curiosidades-sobre-fiodor-dostoievski/159790




"Mesmo que alguém me provasse que a verdade não mora em Cristo, ainda assim eu escolheria permanecer ao seu lado, em vez do lado da verdade”.


— Fiódor Dostoiévski 


Mediante essa frase supracitada de Dostoiévski, percebo que ele capturou a essência da mensagem cristã, em contraposição ao objetivismo radical que hipotastisa a Verdade em detrimento de seu Autor.


Amar o Autor da Verdade e à Sua Verdade enquanto expressão d'Ele Próprio. 


Eis o grande tesouro.


Yuri Fagundes



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