quinta-feira, 13 de maio de 2021

Ecce Homo, Louis Claude de Saint Martin, 1792 - Capítulo 4

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Do livro Ecce Homo por Louis Claude de Saint Martin, publicado pela Sociedade das Ciências Antigas







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Capítulo IV

Independente dos meios comuns e gerais de que se servem o erro e a mentira para obscurecer, quotidianamente, nosso olhar sobre nosso próprio estado de miséria, assim como para nos iludir com esperanças inúteis, o espírito das trevas descobriu instrumentos ainda maiss desviantes e funestos.

De fato, os erros de que já falamos parecem recair mais sobre o aspecto exterior do homem e suas características visíveis, do que sobre seu universo interior e espiritual. A simples moral seria, portanto, suficiente para mantê-lo afastado de tais erros; e esses, mesmo sendo a causa de tanta dor, no máximo tornariam o caminho da vida mais difícil. Mas os instrumentos de fraqueza dos quais iremos falar, têm pelo contrário, o tremendo poder de transtornar o homem a ponto de não permitir-lhe reencontrar a via justa. Aqui o sentido da frase Ecce Homo se revela num trágico pranto.

O nosso estado primitivo permitia que nos aproximássemos de conhecimentos superiores e nos alegrássemos visivelmente com a vida do espírito, revestido do esplendor da sua própria luz. Nos conferia também autoridade sobre os diversos habitantes do mundo, que hoje se encontram ocultos para nós pelo denso véu dos elementos.

Depois da nossa queda, num instante providencial a Sabedoria escolheu um mortal qualquer, mesmo envolto em trevas, para torná-lo participante de tão grande privilégio.

Mas as mesmas trevas reanimaram-se, em contraste com a presença de tão grande luz, e procuraram tomar-lhe o lugar. Fizeram isso repetindo os eventos dos quais foram testemunhas e atingiram o espírito do homem com os meios certos para enganá-lo.

As potências obscuras podem, de fato, ler contemporaneamente nos férteis meandros do pensamento humano. Numa maneira ainda mais válida e capaz de dirigir contra o eu o mesmo pensamento que deveria constituir seu guia, seu apoio e sua certeza em um destino universal.

As graças superiores enviadas diretamente da Sabedoria para alguns mortais tinham esta dupla prerrogativa: ensinavam igualmente a doçura e a magnificência dos dons oferecidos à nossa alegria, para fazer-nos compreender o quanto absurda tem sido a negação na qual tivemos a imprudência de imergir. Em tal espírito, esses homens privilegiados divulgam as suas instruções para os outros seres.

As corruptas obras geradas pelas trevas têm, pelo contrário, o objetivo de convencer o homem de que ele goza ainda de todos o seus direitos. Ocultam-lhe seu real estado de privação espiritual, que é o verdadeiro sinal ao qual está ligada a definição Ecce Homo. Mas é no conhecimento de tal privação que está a condição indispensável da nossa reconciliação com a Sabedoria. Ao homem, não basta apenas se afastar de seu interior para que os frutos das trevas o envolvam e se misturem a sua atividade espiritual, analogamente a uma respiração que, se contaminada pelo ar poluído, torna-se sufocante e infectada pelo miasma podre da corrupção. A Sabedoria suprema sabe exatamente o estado dos nossos abismos e procura socorrer-nos o mais que possível; freqüentemente, porém, é obrigada a recolher-se em si mesma, devido a horrível desfiguração dada às suas próprias mensagens. A sorte para provar a aproximação de tal Sabedoria, o poder do homem para divisar com sua luz a decadente matéria da qual é composto e a amargura com que se aflige a Sabedoria, tornarão possível a qualquer mortal conhecer, por experiência ou analogia, os riscos que corre quando se afasta do seu centro interior e se dirige à exterioridade.

Os sábios procuram divulgar seus ensinamentos com a máxima prudência, precavendo-se para que os tesouros da verdade não sejam enlameados pela corrupção que opera nos abismos do mundo. 

Sabem muito bem que a fonte da luz reside no Centro interior e invisível, e que a razão pela qual o mundo progride tão lentamente em direção aos caminhos consagrados do esplendor, é que só se serve exteriormente e superficialmente do instrumento de comunicação. Assim, deixa de fundamentar-se sobre as raízes vivas da Potência interior a única chama que pode reavivar todas as autênticas perspectivas do ato da comunicação. De fato, somente no interior reside a Palavra viva e criadora.

Além disso, freqüentemente o mundo parece esquecer que as verdades mais preciosas das quais tomou conhecimento, segundo a sua natureza, só podem vir expressas na dor e no silêncio, e que a boca física do homem não é digna de enunciar, assim como o ouvido físico não é digno de escutar.

A imprudência se transformou em hábito e devido a ela o homem permanece eternamente imerso nos abismos da confusão. Abismos destinados a tornarem-se sempre mais funestos e obscuros e a gerarem contínuos estados de oposição. Assim colocado no centro de potências múltiplas e terrificantes, a puxá-lo e arrastá-lo em todos os sentidos, seria um prodígio se o homem conseguisse conservar no coração um sopro do céu e na espiritualidade uma centelha de luz.

Com nossa leviandade, que vantagens não oferecemos ao Príncipe das trevas, sempre em busca de estabelecer seu reino na imitação da verdade? Certamente, procuramos nos abandonar o menos possível à fraqueza secreta que nos induz a procurar fora de nós o apoio que podemos encontrar somente em nós mesmos. Tentemos, portanto, conservar-nos, restabelecendo nossa qualidade de Seres naturais, verdadeiros e simples, que como crianças ainda permanecem suscetíveis para acolher os dons enviados do alto. Mas como se não bastassem as várias missões espirituais e divinas de que estamos investidos, o Príncipe das trevas nos leva a adentrar sempre mais na espacialidade exterior.

Uma vez imersos nela, ele nos retém com o fascínio e com as alegrias que lá começamos a experimentar e que nos fazem esquecer rapidamente das alegrias da vida interior - tão calmas e pacíficas quanto são agitadas e turbulentas as primeiras. Depois de nos reter na exterioridade física, ele nos induz a habitá-la com o veneno da nossa contemplação e o instrumento funesto dos olhos de nossos semelhantes. Esses, estando afastados como nós do próprio mundo interior, exercitam sua influência desviante sobre nossas manifestações imprudentes; arrastam-nos na obscuridade e na mentira, despertando finalmente em todos nós os instintos opostos à simplicidade, à tranqüilidade e à humildade - inalteráveis e duráveis e que nos teriam animado em direção ao nosso interior.

Certamente o homem não violaria a liberdade do próprio semelhante, conscientizando-o sobre o quanto a verdadeira obra humana encontra-se longe de todos os impulsos exteriores. Como já foi dito, o nosso lugar no mundo exprime o aspecto típico da Divindade. Todos repousamos sobre uma raiz viva que deve operar em nós atividades regulares para uma harmonia germinativa. Em torno a nós e por nosso intermédio, verificam-se fatos exteriores no que diz respeito ao curso ordinário da natureza. Mas quer exista uma natureza e um mundo, quer não exista, nossa obra deve ter sempre seu próprio curso. Nós representamos uma insignificante nulidade, enquanto Deus resume a razão de tudo. Devemos, portanto, venerar à Deus e não nos ancorarmos em fatos impuros ou mesmo nos fatos legítimos, sejam quais forem.

Entre os caminhos secretos e perigosos dos quais o Príncipe das trevas se assenhora para desviar-nos, devemos ressaltar todas as extraordinárias manifestações que têm caracterizado os séculos. 

Elas não teriam nos prejudicado tanto, se não houvéssemos perdido de vista o verdadeiro caráter do nosso ser, sobretudo se conhecêssemos melhor a perspectiva espiritual da nossa história desde a origem de todas as coisas.

A maior parte desses caminhos secretos foram abertos de boa fé por aqueles que os conheciam, sem nenhum objetivo perverso. Mas não podendo encontrar em tais homens favorecidos pela sorte a “prudência da serpente” em união com a “inocência da pomba”, esses mesmos homens incorporaram em si o entusiasmo da inexperiência, ao invés do sentimento sublime e profundo da santa magnificência de Deus.

Assim, o Príncipe do mal teve a possibilidade de intrometer-se nesses caminhos e de gerar neles uma infinidade de diferentes combinações que tendem a obscurecer a simplicidade ditada pela Luz. 

Em alguns, o Príncipe das trevas provoca somente sombras leves, quase imperceptíveis em relação à abundância de luzes que as contrabalançam; em outros, a contaminação é suficiente para dominar o elemento puro. Noutros casos, o Príncipe das trevas estabelece o próprio domínio com o objetivo de tornar-se o único chefe e o único regulador das situações.

Alguns escritores inspirados e de boa vontade nos mostraram que na constituição do universo está uma das vias das quais o Príncipe das trevas se serve para propagar suas ilusões. Esses escritores prestaram às nações desviadas o maior serviço que se poderia esperar. Essas nações deverão meditar atentamente sobre este raio de luz. Raio que revelará claramente a fonte da abominação e dos erros religiosos, que por outro lado já atraíram sobre povos famosos as vinganças da cólera divina. As nações poderão obter os conhecimentos mais vastos e úteis de que necessitam os tempos modernos - tempos mais semelhantes aos antigos do que se possa imaginar. A inteligência do homem tem à disposição esta chave. 

Podemos portanto, limitar-nos a considerar os frutos da obra das forças tenebrosas que desviaram tantos mortais e percorrer os diferentes sinais onde tais frutos podem ser reconhecidos, assim como as desilusões reservadas àqueles que se nutrem deles.

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Uma Armadilha Relativista dos Acadêmicos

Do livro

O Imbecil Coletivo - ATUALIDADES INCULTURAIS BRASILEIRAS

De Olavo de Carvalho


ARMADILHA RELATIVISTA

O CICLO DE DISCUSSÕES sobre Relativismo como Visão do Mundo, promovido pelo Banco Nacional de Ideias, em São Paulo, oferece ao público três alternativas, dando-as como as únicas possíveis no presente estágio da evolução do pensamento: (a) o relativismo; (b) o ceticismo; (c) o convencionalismo, que é um arranjo entre os dois anteriores.

Numa luta de boxe, quem ganha mesmo não é nenhum dos lutadores, mas o empresário que promove o espetáculo. De uma discussão filosófica, não sai vencedor um dos contendores, mas aquele que, por trás da cena, define os termos do problema e molda de antemão as possibilidades de resposta. Não importando quem seja o vencedor aparente dos debates sobre o Relativismo como Visão de Mundo, o ouvinte sairá dali cético, relativista ou convencionalista, e qualquer destes três resultados é igualmente útil à finalidade precípua do certame: dar as demais alternativas como mortas e enterradas, sem ter precisado discuti-las.

Concentrar obsessivamente a discussão em certas correntes de ideias, para bloquear ao público o acesso às outras, tem sido a norma dominante nos debates culturais e filosóficos neste país há pelo menos uma década. É um método elegante de censura prévia, que dá ao mais tirânico dirigismo mental as aparências de uma discussão democrática.

Uns anos atrás, um ciclo de Ética promovido pela Prefeitura de São Paulo pautou-se pelo critério — implícito e não declarado, mas nem por isto menos visível ao observador atento — de excluir dos debates éticos toda perspectiva espiritual e religiosa, como se as religiões e os pensadores religiosos nada tivessem a dizer sobre o assunto, e dar ao público a impressão de que os temas básicos da discussão ética se encontram em Maquiavel, Rousseau, Karl Marx e outros pensadores políticos, que nunca escreveram uma só linha a respeito e que mostraram mesmo, em certos casos, um indiferentismo moral próximo da patologia. O ciclo não teve enfim outro propósito nem outro resultado senão politizar a palavra “ética”, esvaziando-a de todo significado interior e transformando-a num instrumento para uso imediato nos palanques.

Agora, a discussão sobre o relativismo impinge ao público inculto ou semiculto uma visão ainda mais seletiva e deformante das alternativas em jogo, dando a impressão de que o relativismo é a conclusão quase inevitável do desenvolvimento científico, e de que contra ele a humanidade só tem duas opções cabíveis: apegar-se aos universais formais do positivismo científico ou “criar universais” pela padronização das crenças coletivas. Em suma, só há três filosofias: o relativismo cético, o relativismo científico e o relativismo “politicamente correto”. O primeiro destrói todo conhecimento, ao negar os universais. O segundo procura os universais, informando, para alívio do relativista cético (e não sem íntima satisfação) que ainda não encontrou nenhum. O terceiro diz que é preciso “criar” universais pela persuasão e pela atividade política, o que é o mesmo que reduzi-los a mentiras socialmente úteis. Todas as outras alternativas são reunidas sob o rótulo de “dogmatismo” e rejeitadas para um passado longínquo, fora do raio de visão da plateia.

No entanto é absolutamente falso que o estado presente das investigações tenha fechado a questão em torno dessas alternativas.

O prodigioso desenvolvimento da Religião Comparada, por exemplo, coloca ante a humanidade de hoje uma evidência que não admite ser escamoteada por nenhum relativismo, militante ou diletante: a perfeita homogeneidade das estruturas e conteúdos da experiência mística entre os grandes espirituais de todas as religiões, em épocas e civilizações as mais distantes e diversas. Os “universais” aí revelados não podem ser reduzidos a meras formalidades nem ser explicados como efeitos de condicionamentos históricos, dada a diversidade das culturas em que se observa a recorrência dos mesmos fenômenos interiores.

Não é necessário supor que a universalidade da experiência mística “prove” o que quer que seja. Apenas, ela coloca um obstáculo invencível às pretensões de universalidade do relativismo, em qualquer de suas três versões. Porém, ainda mais significativo é o resultado de um século de estudo comparado no campo do símbolos e mitos, seja nas artes plásticas, seja na literatura profana, seja na exegese dos textos sacros. Aí, a universalidade das estruturas e dos temas já se torna um argumento direto contra qualquer forma de nominalismo, assumido ou dissimulado.

Dar por pressuposto que não é possível estar à altura dos nossos tempos exceto tomando posição entre variadas formas de relativismo e ceticismo é esconder dos olhos do público pelo menos um século inteiro de pesquisa científica e os milênios de história espiritual que ela trouxe ao conhecimento do homem moderno.

No fundo dessa seletividade, há, porém, algo mais do que a mera omissão preguiçosa. Há o rancor de uma certa intelectualidade contra tudo o que esteja para além do seu estreito horizonte espiritual: “O homem se fechou tão bem em si mesmo, que já não vê senão as minúsculas fendas de sua caverna.”



segunda-feira, 3 de maio de 2021

As Grandes Manifestações Escondidas ...






Os controles 


Eles fazem isso pelos ganhos e pela ideologia, não sentem o que o povo sente, não sabem o que é a falência, a pobreza, ter que ir pra rua vender algo por não ter mais dinheiro, precisar de ajuda. São amigos da  mentira, porque inimigos do povo e inimigos de Deus. São inimigos, trabalham para o inimigo.


Usam as palavras com significados diferentes dos que estão no dicionário e na gramática e não é de hoje, mas todos nós sabemos que quando falam "liberadade" se referem à deles, não ànossa, não a de quem pensa diferente deles, nem de quem pensa o contrário. 


Quando eles dizem "democracia" significa "minorias" no comando, uma minoria no controle em detrimento da maioria, significa as personagens escolhodas e criadas por eles ditando como a maioria deve pensar, querer, falar e agir (independente disso democracia é sempre ditadura, seja da maioria ou de alguma minoria que tem o controle sobre a narrativa um despotismo ou ideologia posto em moda).  


Quando eles dizem "bem comum", eles estão falando daquela "igualdade" que o socialismo trás: nivelar todos por baixo, com mínimo possível para a sobrevivência, pois assim são completamente dependentes do estado e de uma "classe" de gênios esclarecidos ditando tudo o que é o seu "necessário", o que você precisa ter, ser e saber. E é claro que eles fazem parte dessa outra "classe" também, pois eles são os principais disseminadores da informação, do que você precisa saber, pensar e ver. Se você pensa diferente deles é você que é o alienado, o "gado", o que "nega a realidade", o "negacionista". Eles são (e sempre foram, e sempre será assim) os princiapis propagadores da propaganda estatal, da ideologia estatal (ficando só atrás da "educação" estatal no processo de alienação da consciência (mostrando o que você é obrigado a saber e escondendo com isso um universo bem maior da realidade que você não sabe).


Uma pessoa madura não titubiaria agora em afirmar com toda certeza "ele está falando da mídia", ou seja, dos "meios de comunicação em massa". Não espere guerra como as do passado, já estamos em guerra há muitos anos, agora apenas se tornou evidente para a maioria. Elas matam pela doença, fome, perda de oportunidades e liberdade... Parece que não pode piorar, mas pode, tem piorado. 


Uma auto crítica


Permitir que o mal aja conosco ou com nosso vizinho é permitir o mal, é ser conivente. Estamos aprendendo os meios de combater ainda. Que o Senhor nos ilumine e nos dê forças. Mas cada dia estamos diante de um novo combate. Eles vão nos ocupar, pois a principal preocupação passa a ser cada dia mais a própria sobrevivência. Digam o que disserem, pensem o que pensarem, deve-se fazer o que precisa ser feito. 


Tudo foi também meio disperso, por nós mesmos, com muitas pautas, muitas temáticas. Precisamos reconhecer esse defeito na nossa "estratégia" (e outros mais), pois se por um lado ter muitas pautas atrai mais gente, o entendimento, a mensagem e o resultado também ficam prejudicados. Mostra-se número, sim, ótimo (claro), mas para que? Damos margem à livre interpretação da imprensa vermelha. Mas isso pode ser corrigido.


Pautas dos movimentos e os meios efetivos


O "eu autorizo" precisa ser melhor entendido, para ter mais adesão. 


Se, por exemplo, tivessemos apenas 3 pautas, e uma fosse "escandalosa", "derrubar o STF", daríamos à imprensa vermelha a notícia que eles queriam. Eles distorceriam e nos acusariam de antidemocráticos, mas espalhariam para o mundo que estamos sim contra a ditadura do STF. Só um exemplo. Este sem mexer diretamente com a imprensa vermelha, mas imagine só se fosse a direita que estivesse fazendo o que eles fazem com as notícias e tivesse apoio do povo, como temos! Só imagine, e agora olhe para nós. Não estamos fazendo absolutamente nada nesse sentido! Pelo contrário damos a liberdade que eles dizem que não damos e nem incomodamos com um processo aqui outro ali, quanto mais incomodarmos como poderíamos e deveriamos estar fazendo.


Ja militei tanto na esquerda vermelha e liberal, quanto agora na direita, que estou há mais de 10 anos, e posso garantir, que apesar deles se mostrarem burros hoje, eles tem muito mais experiência e estratégia. Tanto que eles são minoria, mas as pautas deles é que alcançam resultado. Observe esse simples fato. Há muito a ser feito e a aprender. Precisamos agora aprender e por em prática tudo o que leva a resultados, definir o que queremos não basta, é preciso entender e saber os meios que levam aos resultados. E mesmo condizentes com nossos princípios e nossas posturas  (ao contrário do vale tudo da esquerda) ainda são muitos os meios, mas é preciso saber, saber fazer e fazer.

domingo, 2 de maio de 2021

Introdução à Psicologia da Iluminação Possível - 2 Philokalia e a "Oração de Jesus"



Oração de Jesus

Oração de Jesus , [a] também conhecida como A Oração , [b] é uma pequena oração formulada estimada e defendida especialmente nas igrejas orientais : "Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tem misericórdia de mim, pecador." [3] A oração foi amplamente ensinada e discutida ao longo da história da Igreja Ortodoxa . A forma antiga e original não incluía as palavras "um pecador", que foram adicionadas posteriormente. [4] [5] É frequentemente repetido continuamente como parte da prática ascética pessoal , sendo seu uso parte integrante da tradição eremítica de oraçãoconhecido como hesicasmo . [c] A oração é particularmente apreciada pelos pais espirituais desta tradição (ver Filokalia ) como um método de limpar e abrir a mente e depois disso o coração ( kardia ) e realizar primeiro a Oração da Mente ou mais corretamente a Oração Noética (Νοερά Προσευχή) e depois a Oração do Coração ( Καρδιακή Προσευχή ). Oração do Coração é considerada a Oração Incessante que o Apóstolo Paulo defende no Novo Testamento. [d] Teófano, o Recluso, considerava a Oração de Jesus mais forte do que todas as outras orações em virtude do poder do Santo Nome de Jesus . [4]






Cristograma com a Oração de Jesus em romeno : Doamne Iisuse Hristoase, Fiul lui Dumnezeu, miluieşte-mă pe mine păcătosul ("Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tem piedade de mim, o pecador")


Embora mais identificada com o Cristianismo Oriental , a oração é encontrada no Cristianismo Ocidental no catecismo da Igreja Católica . [6] Também é usado em conjunto com a recente inovação das Contas de Oração Anglicana . [7]

A teologia Ortodoxa Oriental da Oração de Jesus enunciada no século 14 por Gregory Palamas foi geralmente rejeitada pelos teólogos da Igreja latina até o século 20. O Papa João Paulo II chamou Gregório Palamas de santo, [8] um grande escritor e uma autoridade em teologia . [9] [10] [11] Ele também falou com apreciação de hesicasmo como "aquela profunda união da graça que a teologia oriental gosta de descrever com o termo particularmente poderoso de 'theosis', 'divinização'", [12] e comparou o qualidade meditativa da Oração de Jesus àquela do Rosário Católico [13]

Origens

A origem da oração é provavelmente o deserto egípcio , que foi colonizado pelos monásticos Padres e Madres do Deserto no século 5. [14]

Uma fórmula semelhante à forma padrão da Oração de Jesus é encontrada em uma carta atribuída a João Crisóstomo , que morreu em 407 DC. Esta "Carta a um Abade" fala de " Senhor Jesus Cristo , filho de Deus, tem misericórdia" e " Senhor Jesus Cristo, filho de Deus, tem misericórdia de nós "sendo usados ​​como oração incessante. [15] No entanto, alguns consideram esta carta duvidosa ou espúria e atribuem-na a um escritor desconhecido de data desconhecida. [16]

O que pode ser a referência explícita mais antiga para a Oração de Jesus de uma forma que é semelhante ao utilizado hoje é no Discurso sobre Abba Philimon do Philokalia . Philimon viveu por volta de 600 DC. [17] A versão citada por Philimon é, "Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tem misericórdia de mim", que aparentemente é a fonte mais antiga a citar esta versão padrão. [18] Enquanto a própria oração estava em uso naquela época, John S. Romanides escreve que "Ainda estamos procurando nos Padres o termo 'oração de Jesus'." [1]

Uma ideia semelhante é recomendada na Escada da Ascensão Divina de John Climacus (cerca de 523–606), que recomenda a prática regular de um monologistos , ou "Oração de Jesus" de uma palavra [5] O uso da Oração de Jesus de acordo com a tradição da Filokalia é o tema do clássico espiritual russo anônimo do século 19, O Caminho de um Peregrino , também na forma original, sem a adição das palavras "um pecador". [19]

Embora a Oração de Jesus tenha sido praticada ao longo dos séculos como parte da tradição oriental, no século 20, ela também começou a ser usada em algumas igrejas ocidentais, incluindo algumas igrejas católicas latinas e anglicanas . [e]

Teologia

prática hesicasta da Oração de Jesus é fundada na visão bíblica pela qual o nome de Deus é concebido como o lugar de sua presença. [21] O misticismo ortodoxo não tem imagens ou representações. A prática mística (a oração e a meditação) não leva à percepção de representações de Deus (...). Assim, o meio mais importante de uma vida consagrada à oração é o nome invocado de Deus , como é enfatizado desde o século V pelos anacoretas de Tebaida ou pelos posteriores hesicastas atonitas . Para os ortodoxos, o poder da Oração de Jesus não vem apenas de seu conteúdo, mas da própria invocação do nome de Jesus. [22]

Raízes escriturísticas

A Oração de Jesus combina três versículos da Bíblia : o hino cristológico da epístola paulina Filipenses 2: 6-11 (versículo 11: "Jesus Cristo é o Senhor"), a Anunciação de Lucas 1: 31-35 (versículo 35: "Filho de Deus "), e a parábola do fariseu e do publicano de Lucas 18: 9-14 , na qual o fariseu demonstra a maneira imprópria de orar (versículo 11:" Deus, obrigado, porque não sou como os outros homens, extorsionários, injustos, adúlteros, ou mesmo como este publicano "), enquanto o publicano ora corretamente em humildade (versículo 13:" Deus tenha misericórdia de mim pecador "). [f]


distinção essência-energias , um princípio central na teologia ortodoxa, foi formulada pela primeira vez por Gregório de Nissa e desenvolvida por Gregório Palamas no século 14 em apoio às práticas místicas de hesicasmo e contra Barlaam de Seminara . Afirma que a essência de Deus grego antigo : Οὐσία , ousia ) é distinta das energias de Deus , suas manifestações no mundo, pelas quais os homens podem experimentar o Divino. As energias são "não geradas" ou "não criadas". Elas foram revelados em vários episódios da Bíblia : a sarça ardente vista por Moisés , a Luz no Monte Tabor na Transfiguração . "Palamas [...] ensinou que o esforço ascético do jejum e da oração, particularmente a prática da Oração de Jesus de acordo com os ensinamentos dos Padres hesicastas, prepara a pessoa para receber a luz cheia da graça do Senhor, que é como aquela que brilhou no Monte Tabor na Transfiguração do Senhor. Em outras palavras, se Deus quiser, de acordo com os esforços de alguém, pode-se compartilhar da bem-aventurança divina ainda nesta terra pecaminosa. " [24]

O apofatismo [25] (teologia negativa) é a principal característica da tradição teológica oriental. A incognoscibilidade não é concebida como agnosticismo ou recusa em conhecer a Deus, porque a teologia oriental não se preocupa com conceitos abstratos; é contemplativo, com um discurso sobre coisas acima da compreensão racional. Portanto, os dogmas são freqüentemente expressos antinomicamente. [26] Esta forma de contemplação é a experiência de Deus, iluminação , chamada de visão de Deus ou, em grego, theoria . [27]

Para os ortodoxos orientais, o conhecimento ou noesis das energias não criadas geralmente está ligado ao apofatismo. [28] [29]

Continua...