segunda-feira, 27 de novembro de 2017

JESUS – DOS DOZE AOS TRINTA ANOS

Num primeiro momento, a pergunta “O que fez Jesus dos doze aos trinta anos?” não
oferece nenhum problema. A curiosidade sobre esse fato é normal. O problema começou
quando certos grupos religiosos, ligados ao movimento Nova Era, pretenderam respondê-la
utilizando fontes duvidosas.
Como sabemos, esses movimentos rejeitam toda cultura judaico-cristã do Ocidente,
logo, rejeitam também as Sagradas Escrituras como padrão de verdades religiosa e
histórica. Em seu lugar, ou seja, no lugar da Bíblia, abraçam toda sorte de idéias, filosofias
e doutrinas orientais, principalmente as hindus. Conseqüentemente, a figura que emergiu
daí é completamente estranha ao Jesus (o filho de Maria) apresentado nas páginas dos
evangelhos.
Ao invés do carpinteiro de Nazaré, seguidor do judaísmo de sua época, foi pintado o
quadro de um asceta hindu, viajante oriental, aluno de gurus e praticante de todo um
misticismo que os cristãos jamais imaginaram fazer parte do comportamento de Jesus.
Segundo afirmam, Jesus teria viajado ao Extremo Oriente, após o incidente no templo de
Jerusalém (Lc 2.46), e se iniciado nas doutrinas e práticas da Índia e do Tibete. Na verdade,
os adeptos da Nova Era criaram um Jesus à sua própria imagem e semelhança, para que,
assim, pudessem justificar todas as suas práticas ocultistas.
Como fez outrora o kardescismo, os novaerenses não poderiam também deixar de
incluir Jesus (a quem chamam de Issa ou Isa, seu nome no Alcorão) em seu círculo.
Qualquer movimento religioso que queira alcançar destaque no Ocidente terá de incluir
Jesus de alguma forma em seu credo, nem que para isso seja preciso “criar seu próprio
Jesus”. Mas apenas usar o nome ou a figura de Jesus não é suficiente. Por isso, Paulo
advertiu os cristãos em Corinto: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a
sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se
apartem da simplicidade que há em Cristo. Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus
que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro
evangelho que não abraçastes, com razão o sofrereis” (2Co 11.3,4).
Inconformados com o Jesus Bíblico
O Jesus bíblico não agrada as pessoas, sejam elas do tipo intelectuais acadêmicos ou
místicos religiosos. Assim, acabam apresentando um Jesus totalmente às avessas do que é
declarado na Bíblia.
Para tanto, esses movimentos, encabeçado por adeptos da Nova Era, lançaram mão de
um período de silêncio biográfico sobre Jesus para que pudessem tecer um amontoado de
informações que, longe de acrescentarem algo ao conhecimento do Filho de Deus,
distorceram-no completamente.
Dessa forma, sem quaisquer evidências, baseiam-se em mistificações e boatos
estranhos e duvidosos. O resultado só poderia ser alguém completamente estranho às
características de Jesus, conforme nos é mostrado, de forma tão clara, nas páginas do Novo
Testamento.
Documentos Versus Divagações
Entre as fontes que se propõem a contar o que ocorreu com Jesus entre os doze e
trinta anos, está o que os adeptos da Nova Era chamam de “arquivos ou registros
akáshicos”, que, segundo eles, trata-se de um espaço invisível, simbolizado pelo éter,
também conhecido como “reservatório cósmico de memórias individuais”, o que seria uma
espécie de “memória do Universo” para os esotéricos.
Nesses registros, segundo supõem, estão escritas todas as palavras, ações e
pensamentos de todos os seres e de todos os indivíduos que já existiram ou existem no
Universo. Afirmam, ainda, que somente as pessoas iniciadas no esoterismo conseguem
consultar essas informações.
Foi baseado nesses registros que Levi H. Dowling, ex-capelão do Exército americano,
escreveu o livro O evangelho de Jesus, o Cristo, para a Era de Aquário. Tal obra contém
muitos relatos da peregrinação de Jesus (ou Issa) pelo Extremo Oriente. O capítulo 23
ressalta que Jesus esteve na Índia e “procurou aprender a arte hindu de curar, de modo que
se tornou discípulo de Udraka, o maior dos curadores hindus”. Após aprender alguns
conceitos sobre cura, Jesus teria baixado “a cabeça em reconhecimento pela sabedoria
daquela alma superior e seguiu seu caminho”.
O livro também diz que Jesus esteve em um templo em Lhasa, capital do Tibete, onde
conheceu o grande sábio oriental Meng-Tse, que o ajudou a ler os manuscritos antigos: “E
Meng-Tse abriu as portas do templo de par em par e todos os sacerdotes e mestres deram as
boas-vindas ao sábio hebreu”.
O grande problema com essas e outras passagens é que elas são estranhas ao que
lemos sobre Jesus no Novo Testamento. Jesus jamais curvou a cabeça ou teve qualquer
atitude que lembrasse o misticismo hindu. Nem mesmo a história registra algum grande
sábio oriental por nome Meng-Tse. Então, fica a pergunta: “Que credibilidade podemos dar
às informações retiradas de um arquivo que ninguém pode ver? Alguém pode dizer que são
confiáveis?”.
Tudo isso se torna mais discrepante quando comparamos as duas fontes de
informações — as do Jesus bíblico e as dos registros atávicos. Lucas comenta, na
introdução de seu evangelho: “Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração
dos fatos que entre nós se cumpriram, segundo nos transmitiram os mesmos que os
presenciaram desde o princípio, e foram ministros da palavra, pareceu-me também a mim
conveniente descrevê-los a ti, ó excelente Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado
minuciosamente de tudo desde o princípio; para que conheças a certeza das coisas de que já
estás informado” (1.1-4).
O texto bíblico em referência mostra que, ao lidarmos com o Novo Testamento,
estamos lidando com documentos históricos escritos por testemunhas oculares ou por
investigadores que tiveram contato com essas testemunhas oculares. Isso está em aberto
contraste com aqueles que dizem ter retirado suas informações de um suposto arquivo
invisível, acessível apenas a um restrito grupo de pessoas exóticas.
Documentos Fidedignos Versus Documentos Duvidosos
Outra fonte que procura informar as atividades de Jesus entre os doze e trinta anos é
descrita pelo jornalista russo Nicolai Notovitch, que teria, em 1887, quando então com 29
anos, conhecido o mosteiro budista de Hemis, em Ladakh, no Norte da Índia. Foi lá que
soube da existência de escritos tibetanos sobre um misterioso profeta chamado “Santo Issa”
e cujos dados sobre sua vida eram muito semelhantes aos dados da vida de Jesus de
Nazaré. Segundo o jornalista, o reverendo abade do mosteiro budista traduzia e lia os
escritos, às vezes incompletos, e o jornalista, por sua vez, tomava nota de tudo.
Esses supostos escritos afirmavam que um adolescente de Israel chamado Issa tinha
fugido de casa e chegado àquela região trazido por mercadores com o objetivo de se preparar
espiritualmente. Os textos diziam ainda que esse suposto Issa foi discipulado nos mosteiros
budistas e hindus.
Antes de darmos crédito a tais relatos, seria bom compararmos documentalmente
nossos evangelhos com as narrações do jornalista russo. Segundo o escritor Josh McDowell,
existem hoje, aproximadamente, 24 mil cópias antigas do Novo Testamento, mais do que
qualquer outro livro da antiguidade, as quais são suficientes para confirmar a historicidade
de Jesus.
Em nenhum lugar, esses textos fazem qualquer referência à visita de Jesus ao
Extremo Oriente ou apresenta qualquer ensino ou prática que lembre os hindus e os
budistas ou suas escrituras. Portanto, fundamentar-se em um manuscrito obscuro, do qual
até hoje ninguém, além de Nicolai Notovitch, tem conhecimento, para saber quem é Jesus é
algo fora de lógica. Seria o equivalente a abraçar boatos e a rejeitar documentos históricos.
Jesus, o Judeu de Nazaré da Galiléia
Quando lemos os relatos bíblicos da vida de Jesus, ficamos convencidos de que sua
viagem à Índia, entre os doze e trinta anos, é uma divagação de homens que querem
transtornar o cristianismo, “deformando” a pessoa de Jesus para embasar seus ensinos.
Quando Jesus começou seu ministério, todos o identificaram como alguém de seu
meio:
 Filho do carpinteiro, irmão de Tiago, José, Simão e Judas (Mt 13.55).
 Carpinteiro, filho de Maria (Mc 6.3).
 Filho de José (Lc 4.22).
O epíteto “Jesus de Nazaré” ou “Jesus Nazareno” era o identificador de uma de suas
principais características. Os apelidos, que funcionavam como sobrenome, geralmente eram
dados de acordo com um fator importante que servia para distinguir uma pessoa de outra
pessoa com o mesmo nome. Esse acréscimo ao nome poderia ser a filiação, como, por
exemplo, “Simão Barjonas”, isto é, filho de Jonas (Mt 16.17). Poderia ser de função, como
João, o Batista (Mt 3.1), ou Simão, o curtidor (At 10.6). Poderia ser de qualidade, como
“Boanerges”, que significa “filhos do trovão”, como no caso de Tiago e João (Mc 3.17). Ou,
ainda, poderia ser de lugares, como José de Arimatéia (Jo 19.38).
No caso de Jesus, todos o identificavam como sendo de Nazaré, pequena cidade da
Galiléia. Em nenhuma parte dos evangelhos há qualquer menção, por menor que seja, que
relacione Jesus a outra localidade geográfica. Se Jesus tivesse passado esses dezoito anos
em outro lugar, não o teriam identificado como sendo de Nazaré, mas, sim, de outro lugar.
Ainda que se tratando de outro contexto, podemos usar aqui a ilustração sugerida por
Hank Hanegraaf para refutar as especulações do “Seminário de Jesus” sobre o local do
nascimento de Cristo: “Irineu de Lião (c.175—195) provavelmente nasceu em Smirna, onde
possivelmente estudou enquanto menino, e ensinou em Roma antes de se mudar para Lião”.
Hank continua citando Luciano de Antioquia, Paulo de Constantinopla e outros para,
finalmente, concluir: “Estes homens nasceram em um lugar e depois se mudaram para
outro, com o qual seus nomes ficaram associados. Foi justamente o que aconteceu com
Jesus, que nasceu em Belém, mas viveu a maior parte de sua vida em Nazaré” (Lc 4.16).
(...)
Mas, infelizmente, os homens que rejeitam o verdadeiro Cristo querem fazer o silêncio falar
demais. Não se conformam com Jesus tal como Ele é e se apegam a um Jesus que não pode
salvar.
Apologética do Novo Testamento - Universidade da Bíblia ®  www.universidadedabiblia.com.br   www.universidadedabiblia.net

JESUS E SUA HISTORICIDADE

Em meados do século 19, alguns críticos chegaram à incrível conclusão de que Jesus
nunca existiu. Hoje, talvez, nem mesmo os críticos mais ferozes, como os do “Seminário de
Jesus”, ousam negar a existência histórica de Jesus Cristo, e isso devido aos muitos
documentos a respeito de sua pessoa. Negar, hoje, a passagem de Jesus pela terra seria
como assinar um atestado de obtusidade histórica ou se declarar descontextualizado com as
novas descobertas.
Apesar da abundância de provas que temos sobre Jesus, muitos estudiosos amadores,
levados pelo preconceito e pouca seriedade científica, especulam dizendo que não existem
comprovações concretas da existência de Jesus fora dos evangelhos. Quando não, saem com
o disparate de que só existem duas menções ao nome de Jesus fora dos livros religiosos
(Novo Testamento e os escritos cristãos dos pais da Igreja), as quais se limitariam tãosomente a Flávio Josefo e Plínio. Isso mostra o tom preconceituoso e parcial com que tais
estudiosos tratam os documentos cristãos históricos. Só porque a maioria dos testemunhos
históricos sobre a existência de Jesus é de cunho religioso, esses testemunhos são postos
sob suspeita.
É claro que, para quem conhece um pouco de história, isso não passa de falácia.
Fora os próprios evangelhos e os escritos dos pais da Igreja, temos, ainda, outros
textos dos séculos 1o e 2o que mencionam Jesus Cristo. Podemos dividi-los em dois grupos:
os documentos provindos de fontes judaicas e os documentos provindos de fontes pagãs. Ei-los, em ordem:

Fontes Judaicas 

Flávio Josefo
Josefo foi contemporâneo de Cristo e viveu até 98 d.C. É considerado um dos melhores
historiadores antigos. Suas obras sobre o povo judeu são uma preciosidade histórica da vida
helênica no século 1o. Em seu livro Antiguidades judaicas, faz algumas referências a Jesus.
E, em uma delas, escreve: “Por esse tempo apareceu Jesus, um homem sábio que praticou
boas obras e cujas virtudes eram reconhecidas. Muitos judeus e pessoas de outras nações
se tornaram seus discípulos. Pilatos o condenou a ser crucificado e morto. Mas aqueles que
se tornaram seus discípulos pregaram sua doutrina. E afirmam que Jesus lhes apareceu 
três dias após a sua crucificação e que está vivo. Talvez, Ele fosse o Messias previsto pelos
maravilhosos prognósticos dos profetas” (XVIII,3,2).
O texto citado é uma versão árabe e, talvez, seja a que mais perto se aproxima do
original. Muitos o colocam em dúvida dizendo ser uma interpolação de um escritor cristão.
E alegam, ainda, que Josefo, na qualidade de judeu, nunca iria se reportar a Jesus dessa
maneira. Mas parece que não há motivos fortes para isso. A verdade é que cada vez mais
eruditos hoje em dia estão inclinados a aceitar essa versão do texto como fidedigna, embora
admitam pequenas interpolações em algumas partes, como, por exemplo, a referência sobre
a ressurreição e a declaração do messianismo.
Em outros lugares, Josefo registra a execução de João Batista (XVIII,7 ,2) e o martírio
de Tiago, irmão de Jesus, que era “chamado Cristo” (XX,9,1): “Assim reuniu um conselho
de juízes, perante o qual trouxe Tiago, irmão de Jesus, que era chamado Cristo, junto com
alguns outros, e, tendo-os acusado de infração à lei, entregou-os para ser apedrejados”.
Mesmo na versão russa, considerada polêmica, é lamentável ver como o preconceito de
alguns críticos os impede de aplicar o bom senso na interpretação dessa passagem. Um
cristão jamais usaria o verbo “ser” no passado, e isso é uma prova favorável contra uma
suposta interpolação de algum escriba cristão, pois, com certeza, usaria a expressão “que é
chamado o Cristo” e não a expressão “que era chamado o Cristo”, como está no texto.
Talmude
A Encyclopaedia Britannica, ao mencionar os talmudes judaicos como fontes
históricas sobre Jesus, finaliza o assunto da seguinte maneira: “A tradição judaica recolhe
também notícias acerca de Jesus. Assim, no Talmude de Jerusalém e no da Babilônia
incluem-se dados que, evidentemente, contradizem a visão cristã, mas que confirmam a
existência histórica de Jesus de Nazaré”.
A “contradição” mencionada pela referida enciclopédia é a acusação dos judeus de que
Jesus realizava magia: “Na véspera da páscoa, eles penduraram Yeshua [...] ia ser
apedrejado por prática de magia e por enganar Israel e fazê-lo se desviar [...] e eles o
penduraram na véspera da páscoa” (Talmude Babilônico, Sanhedrim 43a).
Esses relatos da crucificação estão de pleno acordo com os evangelhos (Lc 22.1; Jo
19.31).

Fontes Pagãs  

Plínio
No século 2o, quando o cristianismo atravessou as fronteiras do Império, os cristãos
começaram a chamar a atenção dos pagãos. A difusão do cristianismo foi tão profusa que
chegou a ser tema de uma correspondência política entre Plínio, o Jovem, procônsul na Ásia
Menor, em 111 d.C., e Trajano. A carta dirigida ao imperador Trajano trata das torturas
infligidas aos cristãos por seus pretensos crimes. Entre tais crimes, está o seguinte: “[Os
cristãos] têm como hábito se reunir em um dia fixo, antes do nascer do sol, e dirigir palavras
a Cristo como se este fosse um deus; eles mesmos fazem um juramento, de não cometerem
qualquer crime, nem roubo ou saque, ou adultério, nem quebrarem sua palavra, nem
negarem um depósito quando exigido. Após fazerem isso, despedem-se e se encontram
novamente para a refeição...” (Plínio, Epístola 97).
É interessante ressaltar alguns detalhes nessa carta: Plínio relata fatos históricos
importantíssimos, tais como: a Igreja em expansão e a adoração ao seu fundador — Cristo
— “como se fosse um deus” (Christo quase deo).
Veja, Plínio não procura negar a existência histórica de Jesus.
Tácito
Cornélio Tácito (55-117), um dos mais famosos historiadores romanos, governador da
Ásia em 112 a.D., genro de Júlio Agrícola, que foi governador da Grã-Bretanha, escreveu o 
seguinte sobre Cristo: “O fundador da seita foi Crestus, executado no tempo de Tibério pelo
procurador Pôncio Pilatos. Essa superstição perniciosa, controlada por certo tempo, brotou
novamente, não apenas em toda a Judéia [...], mas também em toda a cidade de Roma”
(Anais, XV,44).
O contexto dessa carta trata sobre o incêndio criminoso de Roma. Nero mandara
incendiar Roma e usou os cristãos como bode expiatório. Tácito, apesar de não ser
simpatizante do cristianismo, confirma, entretanto, fatos históricos importantíssimos, tais
como: um personagem histórico chamado “Crestus” (Cristo), sua Igreja, sua morte e a
expansão do cristianismo no século 1o.
Tácito tão-somente confirma o que já sabíamos pelos relatos evangélicos.
Luciano de Samosata
Escritor satírico do século 2o, conta, em sua obra O peregrino, a história de um
cristão convertido e sua apostasia. O livro é recheado de zombarias. E, entre elas, uma
referência ao fundador do cristianismo: “Depois daquele, para dizer a verdade, a quem eles
ainda adoram, o homem que foi crucificado na Palestina porque introduziu este novo culto
no mundo”. Em outra parte, acrescenta que os cristãos continuam “adorando aquele mesmo
sofista crucificado e vivendo segundo suas leis”.
Há uma prova implícita nesse texto sobre o paradoxo “Jesus da história versus o
Cristo da fé”. Em suas linhas zombeteiras, encontra-se uma exposição precisa da fé da
Igreja primitiva. O homem que os cristãos adoravam era o mesmo que fora crucificado e não
um deus qualquer inventado pela imaginação da Igreja.
Suetônio
Historiador romano e oficial da corte de Adriano, Suetônio (70–160), escritor dos anais
da casa imperial (obra intitulada Vida de Cláudio, 25.4), conta que o imperador “expulsou
de Roma os judeus em constante agitação por causa de Chrestus”. E também que “Nero
infligiu castigo aos cristãos, um grupo de pessoas dadas a uma superstição nova e
maléfica”.
Em Atos 18.1,2, Lucas faz referência à mesma expulsão.
Outros testemunhos seculares ao Jesus histórico incluem
Talo
Historiador samaritano, Talo (53 d.C.) é um dos primeiros escritores gentios a
mencionar Cristo indiretamente. Tentando dar uma explicação natural para as trevas que
ocorreram na crucificação de Jesus, afirmou: “O mundo inteiro foi atingido por uma
profunda treva; as pedras foram rasgadas por um terremoto, muitos lugares na Judéia e em
outros distritos foram afetados”. Quanto a essa escuridão, Talos, no terceiro livro de sua
história, diz o seguinte: “Como me parece sem razão, um eclipse do Sol”.
Mara Bar-Serapião - 73 d.C. (?)
Homem sírio que, escrevendo ao seu filho Serapião sobre a busca da sabedoria,
menciona Cristo como sábio, embora não o chame pelo nome, apenas como “rei dos judeus”.
Diz Mara Bar-Serapião — 73 d.C. (?): “Que vantagem têm os judeus executando seu sábio
rei? [...] O rei sábio não morreu; Ele vive nos ensinos que deu”. 
Justino, o Mártir
Filósofo cristão que, ao escrever ao imperador Antonino Pio, desafia o regente a
consultar os arquivos imperiais deixados por Pilatos sobre a morte de Jesus Cristo (Apologia
1.48).
No entanto, gostaríamos deixar claro que essas citações não têm a pretensão de provar
a identidade de Cristo, ou seja, se Ele era ou não o Filho de Deus. Apenas mostram que os
anais da história preservaram, por meio de documentos de pessoas não-cristãs, a história
de um homem que viveu no século 1o, identificado com o Jesus bíblico. À primeira vista,
talvez, pareça pouca a quantidade de informações que temos sobre Jesus, mas se
confrontarmos Jesus Cristo com as inúmeras figuras indefinidas da história antiga, é
surpreendente a quantidade de informações que ainda temos sobre Ele.
Se porventura fôssemos reconstituir a vida de Jesus a partir desses pequenos relatos,
teríamos o suficiente para saber quem foi Jesus. Ora, tais relatos nos dão a informação
básica sobre Jesus: um homem que viveu no século 1o, chamado Cristo, Filho de uma
judia, operador de milagres, que reuniu em torno de si vários seguidores que o adoravam
como Deus. Este homem foi crucificado sob o governo de Pôncio Pilatos. É claro que muitas
partes dentro dessas passagens, como, por exemplo, em Josefo e Tibério, são até
admissíveis de interpolações. Mas o caráter anticristão de seus autores é uma prova
incontestável de sua veracidade. Plínio, Tibério e muito menos Luciano de Samosata não
poderiam jamais ser acusados de falsidade. Logo, negar a confiabilidade de todas essas
fontes que falam de Jesus com base em algumas insignificantes interpolações seria
menosprezar toda a história antiga.

Por Que há Poucos Registros Sobre Jesus na História Secular?

Creio que podemos dar algumas razões que levaram as pessoas da época a não dar
muita atenção ao cristianismo, registrando-o nos anais da história. Como aconteceu com os
evangelhos, poucos foram os registros históricos que sobreviveram através dos séculos. E
olha que são 21! Somado a isso, existe a pouca importância que os romanos davam aos
judeus. Seria quase impossível um biógrafo gentio dar atenção a um carpinteiro pobre da
Galiléia. O cristianismo nasceu em uma área remota, pouco relevante, do Império. Nas
palavras de Méier, Jesus era, sem dúvida, um “judeu marginal”.
Mas o que dizer das fontes judaicas? A repercussão não seria mais vultuosa dentro de
Israel, já que Jesus vivia em constante confronto com as autoridades judaicas? Sim, seria!
Todavia, devemos também levar em consideração o fato de que os judeus não quiseram dar
importância a um “herege” e impostor, preferindo esquecê-lo no silêncio do anonimato. As
primeiras menções que temos sobre os cristãos começam a partir do século 2o, quando,
então, o cristianismo passou a ganhar força até mesmo nas camadas mais altas da
sociedade.

Jesus, Um Mito?

O Jesus apresentado pelos evangelhos é fiel à realidade teológica ao que é dito a seu
respeito ou Ele não passa apenas de um mito? Estamos diante de outra objeção levantada
pelos críticos. A moderna crítica procura se basear na metodologia das ciências
antropológica e sociológica para se chegar ao cerne da pessoa de Jesus. Todos sabemos que,
de modo geral, floresceram, em torno dos grandes personagens da história antiga, mitos e
lendas. Quanto mais antigo o personagem, mais suscetível de ser mitificado ele é. Ora, já
que muitas lendas e mitos povoam a história de personagens como Buda, Maomé e
Alexandre, o Grande, por que não admitirmos que o mesmo possa ter ocorrido com Jesus?
O personagem que os evangelhos nos apresentam não seria um arquétipo que, com o passar
dos anos, foi sendo construído pela mentalidade cristã? O verdadeiro Jesus não teria se
perdido em meio às lendas e mitos criados em torno de sua pessoa pela Igreja primitiva? 
Não negaremos o fato de que a literatura religiosa cristã do século 2o foi prodigiosa em
inventar um retrato por vezes fantasioso de Jesus. Mas devemos ressaltar que tais obras
eram oriundas de pseudocristãos e, de maneira nenhuma, refletiam a ortodoxia cristã da
época.
Geisler e Nix observam que tais livros revelam “desmedida fantasia religiosa.
Evidenciavam uma curiosidade incurável para descobrir mistérios não revelados nos livros
canônicos [...] e exibem uma tendência doentia, mórbida, de dar apoio a idiossincrasias
doutrinárias mediante fraudes aparentemente piedosas” (Introdução bíblica, p. 112).
Por exemplo, o evangelho de Tomé, no qual se escudam os críticos do “Seminário de
Jesus”, é uma visão gnóstica dos supostos milagres da infância de Jesus que, em tais
relatos, aparece como um pirralho com superpoderes, matando crianças e dando vida a
bonecos de barro.
Méier, comentando sobre o conteúdo desse evangelho, tece a seguinte crítica: “...
Muito material apócrifo provém dos meios cristãos ‘plebeus’ e não cultos, que não
representam nem primitivas tradições confiáveis, nem teologia elevada, mas apenas
curiosidade, a fascinação pelo bizarro e pelo milagroso (para não dizer mágico) e um mero
desejo de entretenimento ‘religioso’”.
Consideremos, por um instante, outro evangelho, o “evangelho de Pedro” ou
“evangelho da cruz”, no qual Jesus sai do túmulo com uma estatura gigantesca, que vai
além do céu, enquanto a cruz sai da sepultura e começa a falar.
Tais relatos fantasiosos sobre Cristo, de per si, são uma prova incontestável de farsa.
São lendas e mitos vestidos em um personagem real. Devemos levar em conta, porém, que
mitos inventados em torno de Jesus não são uma prova definitiva de que o próprio Jesus
seja um mito.
Outra objeção entrelaçada a essa se encontra alicerçada na falsa pressuposição de
que a comunidade cristã copiou os relatos sobre o nascimento virginal de Jesus, seus
milagres e sua ressurreição das antigas religiões pagãs de mistério. É sabido que em muitas
culturas primitivas existem relatos de deuses que nasceram de modo miraculoso de virgens;
de deuses que operaram milagres e ressuscitaram.
Todavia, a objeção de mitologia no cristianismo não procede, porque “para estas
histórias serem legendárias, seria necessário muito tempo para a evolução e
desenvolvimento das tradições”, conclui Craig.
Um mito demora tempo para se formar, mas vimos que os evangelhos tiveram, entre
sua forma oral e sua forma escrita, um hiato de apenas duas décadas. Vejamos o que diz
Will Durant, em seu livro A história da civilização: “Seria um milagre ainda mais incrível que
apenas em uma geração uns tantos homens simples e rudes (pescadores muitos deles)
inventassem uma personalidade tão poderosa e atraente como a de Jesus, uma moral tão
elevada e uma tão inspiradora idéia da fraternidade humana” (Vol. 3 – César e Cristo).
E prossegue Durant, na mesma obra: “Não será a história do fundador do cristianismo
um produto da aflição, da imaginação e da esperança humana — um mito comparável às
lendas de Krishna, Osíris, Átis, Adônis [Dionísio] e Mitra? No século 1o, negar a existência
de Jesus não parece ter ocorrido nem mesmo aos mais severos oponentes do novo credo,
judeus ou pagãos”.
Daí a razão da censura de F. F. Bruce: “Alguns escritores podem brincar com a
imaginação de um ‘cristo-mito’, mas eles não o fazem no campo da evidência histórica. A
historicidade de Cristo é tão axiomática para um historiador imparcial como a de Júlio
César. Não são os historiadores que propagam as teorias de um ‘cristo-mito’” (The New
Testament documents: are they reliable?, Inter-Varsity Press, 1972, p.119).
Os apóstolos, certamente, sabiam a diferença entre lendas e fatos reais. Pedro
assevera a confiabilidade histórica a respeito dos relatos evangélicos sobre Jesus: “Porque
não seguimos fábulas engenhosas quando vos fizemos conhecer o poder e a vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo, pois nós fôramos testemunhas oculares da sua majestade” (2Pe 1.16). 
Sim, ser testemunha ocular é um fato que pesa muito na questão. E os apóstolos
foram testemunhas oculares que receberam as informações de primeira mão e não
escritores posteriores que costuraram tais relatos com lendas supersticiosas.
João, o apóstolo considerado um dos discípulos mais chegados do Senhor, dá seu
testemunho pessoal a respeito da historicidade de Cristo: “O que era desde o princípio, o
que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos
apalparam, a respeito do Verbo da vida [...] sim, o que vimos e ouvimos, isso vos
anunciamos, para que vós também tenhais comunhão conosco” (1Jo 1.1-3).
Pedro, ao pregar à multidão de judeus, informa que todos conheciam os eventos da
vida de Cristo agora proclamado por eles, ou seja, pelos apóstolos: “Varões israelitas,
escutai estas palavras: a Jesus, o nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com
milagres, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem
sabeis; a este, que foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, vós
matastes, crucificando-o pelas mãos de iníquos” (At 2.22,23).
Paulo é ainda mais enfático. Ao dialogar com o rei Festo, relata que os fatos em que se
baseia o cristianismo não foram inventados em algum lugar oculto: “Porque o rei, diante de
quem falo com liberdade, sabe destas coisas, pois não creio que nada disto lhe é oculto;
porque isto não se fez em qualquer canto” (At 26.26).
Lucas nos deixou a par desses eventos, porque, como ele próprio afirma, havia feito
uma acurada pesquisa com as testemunhas oculares: “Visto que muitos têm empreendido
fazer uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, segundo no-los
transmitiram os que desde o princípio foram testemunhas oculares e ministros da palavra,
também a mim, depois de haver investido tudo cuidadosamente desde o começo, pareceume
bem, ó excelentíssimo Teófilo, escrever-te uma narração em ordem” (Lc 1.1-3).
 Todos eles foram testemunhas oculares de fatos históricos. Todo o Novo Testamento
estava completo já no século 1o. Caso os apóstolos estivessem inventando um personagem
mitológico, seria fácil para aquelas testemunhas oculares desmentirem essa teodicéia
evangélica, principalmente os opositores do cristianismo. Mas já vimos que, apesar dos
documentos históricos desses adversários do cristianismo distorcerem a essência da
mensagem cristã, nunca chegaram a rejeitá-la à classe dos mitos e lendas.
“Os discípulos não podiam se dar ao luxo de correr o risco de apresentar fatos
inexatos (para não mencionar uma manipulação internacional dos fatos), os quais seriam
imediatamente denunciados por aqueles que teriam imenso prazer em fazê-lo” (Evidência
que exige um veredicto I, Josh MacDowell, Ed. Candeia, p. 79).
A bem da verdade, os relatos sobre Jesus e seus feitos diferem grandemente dos mitos
pagãos. Um fato notável nesses mitos é sua tendência ao fantástico. Mas será que os
evangelhos canônicos apresentam sinais mitológicos?
Comparemos, por exemplo, o relato do nascimento de Buda com o relato do
nascimento de Jesus. A diferença entre os dois é abismal!
Dizem os registros sobre o nascimento de Buda que ele foi concebido no ventre da
rainha Maya, durante o sono, por um elefante branco. Quanto a Jesus, lemos o seguinte:
“Enquanto estavam ali, chegou o tempo em que ela havia de dar à luz, e teve a seu filho
primogênito; envolveu-o em faixas e o deitou em uma manjedoura, porque não havia lugar
para eles na estalagem” (Lc 2.6,7).
Por fim, Norman Geisler, citando C. S. Lewis, diz, a respeito dos relatos evangélicos,
que “os registros são diretos e simples, escritos de forma histórica, não artística, por judeus
rigorosos e sem atrativos, que não conheciam a riqueza mitológica do mundo pagão à sua
volta” (Apologética, Ed. Vida, p. 605).
Um dos exemplos citados pelos críticos desses supostos plágios é justamente o caso
do nascimento virginal, o qual iremos analisar no próximo capítulo. 
Apologética do Novo Testamento - Universidade da Bíblia ®
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LIBERTARISMO E PAZ parte 3 (CRISTIANISMO LIBERTÁRIO - O ANARQUISMO CRISTÃO parte 2)

Anarquistas-cristãos modernos
Leo Tolstoy (1828-1910) escreveu extensivamente sobre princípios anarquistas. De acordo com o autor, ele chegou a esses princípios por meio da fé cristã. Sua trajetória é narrada nas obras "O reino de Deus esta em vós", "A lei da violência e a lei do amor" e "Cristianismo e Patriotismo" onde Tolsói critica o governo e a Igreja em geral. "O reino de Deus esta em vós" é considerado o texto-chave na formulação do anarquismo cristão. Tolstoi procurou separar o cristianismo ortodoxo russo - que foi fundido com o Estado - do que ele acreditava ser a verdadeira mensagem de Jesus contida nos Evangelhos, baseando-se fundamentalmente no Sermão da montanha. Tolstoi considera que todos os governos bélicos apoiados pela igreja são uma afronta aos princípios cristãos da não-violência e da não-resistência. Embora Tolstoi nunca tenha usado o termo "anarquismo cristã, Tolstói defendia uma sociedade baseada na compaixão, pacifismo e liberdade. Tolstoi era um pacifista e vegetariano. Sua visão para uma sociedade ideal era uma espécie de versão anarquista do georgismo, que ele menciona especificamente em sua novela Ressurreição.[25]
Nikolai Berdyaev (1874 - 1948), filósofo cristão ortodoxo, conhecido pelo pseudônimo de filósofo da liberdade, foi um existencialista cristão. Conhecido pela obra "O Reino de Deus é anarquia", ele acreditava que a liberdade final vem de Deus, em oposição direta aos anarquistas ateístas, como Mikhail Bakunin, que viam Deus como representante simbólico da escravidão (simbólica) da humanidade.[26]
Mário Ferreira dos Santos (1907 - 1968), filósofo brasileiro, enxergava no cristianismo uma filosofia superior de viés prática libertário. Para ele o sentimento cristão poderia ser definido como vontade de superação, sendo assim, seria impossível pensar em socialismo sem liberdade e uma ética fundamentalmente cristã. Mário via o cristianismo como algo aplicável em qualquer circunstância possível, independentemente da nação ou da época.[27]
Jacques Ellul (1912 - 1994) foi um filósofo, sociólogo, teólogo francês. Escritor prolífico, ele escreveu 58 livros e mais de mil artigos ao longo de sua vida, abordando, sobretudo a propaganda, o impacto da tecnologia sobre a sociedade e a interação entre religião e política. O tema dominante de seu trabalho foi a ameaça à liberdade humana e à religião diante da ameaça tecnológica.[28]
Philip Berrigan (1923 - 2002) foi um pacifista, anarquista e ex-padre católico norte americano. Berrigan foi conhecido por seu ativismo contra qualquer tipo de guerra.[29]
Dorothy Day (1897 - 1980) foi uma jornalista, ativista social, anarquista norte-americana. Durante a década de 1930 Day trabalhou para estabelecer um Movimento Operário Católico não-violento e pacifista com o objetivo de ajudar os pobres e desabrigados com ações diretas e não-violentas.
Ammon Ashford Hennacy (1893 - 1970) foi um pacifista americano, anarquista cristão, ativista social e membro do Movimento dos Trabalhadores Católicos e do Industrial Workers of the World. Ele criou o "Joe Hill House of Hospitality", em Salt Lake City, Utah. Crítico das tributações estatais, Hennacy defendia e praticava a resistência fiscal.[30]
Outros anarquistas cristãos modernos
Ivan Illich
Adin Ballou
Charles Erskine Scott Wood
Léonce Crenier
Peter Maurin
Thomas J. Hagerty
Vernard Eller
William B. Greene
Comunidades Online
Numerosos sites anarquistas surgiram na internet nos últimos anos.[31][32] Os principais são: O Instituto Cristão Libertário, fundado por Norman Horn, A Pinch of Salt, uma revista anarquista cristã dos anos 1980, revivida em 2006 por Keith Hebden em formato eletrônico, Vine & Fig Tree revista fundada por Kevin Craig em 1982; Radicais de Jesus fundado pelos menonitas Nekeisha e Andy Alexis-Baker em 2000 e atualmente organizados por Nekeisha Alexis-Baker, Joanna Shenk e Mark Van Steenwyk Lost Religion of Jesus criado por Adam Clark em 2005; Anarquistas cristãos criados por Jason Barr em 2006; O Trabalhador Mórmon, um blog fundado em 2007 por William Van Wagenen e a associação ASIRA fundado por Alexandre Christoyannopoulos em 2008.[31]
Conceitos
Pacifismo
Os cristãos anarquistas, baseados no Sermão do Monte, tendem a ser pacifistas e contrários a guerras e violência. Essa ideia é baseada na recomendação de Jesus para "dar-lhe a outra face" presente em Mateus 5:38-42, ou seja, resistir ao mal sem ser violento, não ser violento nem em legítima defesa. Essa ideia é a principal do anarquismo cristão, e a razão pela qual os anarquistas cristãos rejeitam a autoridade estatal. Para os anarquistas cristãos, matar outras pessoas não é uma demonstração de amor, mas de medo ou raiva, e os meios justificam os fins.[33]
Rejeição à lei
Anarquistas cristãos como Tolstói defendem que a lei é falha e sujeita a erros, por ser elaborada pelo ser humano, que carece de perfeição. Os anarquistas cristãos defendem que o homem é "cego" e hipócrita, já que julga os outros mesmo que seja imperfeito. Esta é outra tese defendida pelo anarquismo cristão que leva à rejeição da autoridade estatal.[34]
Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Wikiquote Citações no Wikiquote
Commons Categoria no Commons
Trabalhos sobre o anarquismo cristão no Internet Archive
Livros sobre o anarquismo cristão no Open Library:
"Union Square Speech", Dorothy Day, 6 de novembro de 1965
Commentary: John 18:33-38, Ollie Harrison, Third Way Magazine, fevereiro de 1996
Christian Anarchism: A Revolutionary Reading of the Bible, Alexandre Christoyannopoulos
Jesus Is an Anarchist, James Redford, Social Science Research Network (SSRN), 17 de outubro de 2009
Was Jesus an anarchist? - Entrevista com Alexandre Christoyannopoulos, BBC, maio de 2011
Jesus Radicals - webzine
Christianarchism - Uma interpretação do anarquismo cristão
Christocrate.ch (em francês)
Referências
Christoyannopoulos, Alexandre (2010). Christian Anarchism: A Political Commentary on the Gospel. Exeter: Imprint Academic. pp. 2–4. Locating Christian anarchism…In political theology…In political thought
Christoyannopoulos, Alexandre (2010). Nathan J. Jun; Shane Wahl, eds. New Perspectives on Anarchism. [S.l.]: Lexington Books. p. 149. ISBN 978-0739132401. Christian anarchism 'is not an attempt to synthesise two systems of thought' that are hopelessly incompatible; rather, it is 'a realisation that the premise of anarchism is inherent in Christianity and the message of the Gospels'.
Christoyannopoulos, Alexandre (2010). Christian Anarchism: A Political Commentary on the Gospel. Exeter: Imprint Academic. p. 254. The state as idolatry
a b Christoyannopoulos, Alexandre. «A Christian Anarchist Critique of Violence: From Turning the Other Cheek to a Rejection of the State» (PDF). Political Studies Association. Cópia arquivada (PDF) em |arquivourl= requer |arquivodata= (ajuda) 🔗
Christoyannopoulos, Alexandre (2010). Christian Anarchism: A Political Commentary on the Gospel. Exeter: Imprint Academic. pp. 19 and 208. Leo Tolstoy
Christoyannopoulos, Alexandre (2010). Christian Anarchism: A Political Commentary on the Gospel. Exeter: Imprint Academic. pp. 84–88. Old Testament
Ellul, Jacques (1988). Anarchy and Christianity. Michigan: William B. Eerdmans Publishing Co. pp. 47–48. Consultado em 11 de maio de 2014. Deborah, Gideon, Tola, Jair, and Samson were more prophets than kings. They had no permanent power. A significant phrase at the end of the book of Judges (21:25) is that at that time there was no king in Israel; people did what was right in their own eyes.
BibleGateway.com - Passage Lookup: Judges 21:25: "In those days there was no king in Israel: every man did that which was right in his own eyes."
Ellul, Jacques (1988). Anarchy and Christianity. Michigan: Wm. B. Eerdmans. p. 48. ISBN 9780802804952. Consultado em 11 de maio de 2014. Samuel was now judge. But the assembled people told him that they had now had enough of this political system. They wanted a king so as to be like other nations.
«1 Samuel 8 (New International Version)». Bible Gateway. HarperCollins Christian Publishing. Consultado em 12 de maio de 2014. So all the elders of Israel gathered together and came to Samuel at Ramah. They said to him, 'You are old, and your sons do not follow your ways; now appoint a king to lead us, such as all the other nations have.'
«1 Samuel 9 (New International Version)». Bible Gateway. HarperCollins Christian Publishing. Consultado em 11 de maio de 2014. Now the day before Saul came, the Lord had revealed this to Samuel: 'About this time tomorrow I will send you a man from the land of Benjamin. Anoint him ruler over my people Israel; he will deliver them from the hand of the Philistines. I have looked on my people, for their cry has reached me.'
Alexandre Christoyannopoulos explains that the Sermon perfectly illustrates Jesus's central teaching of love and forgiveness. Christian anarchists claim that the state, founded on violence, contravenes the Sermon and Jesus' call to love our enemies.
Christoyannopoulos, Alexandre (2010). Christian Anarchism: A Political Commentary on the Gospel. Exeter: Imprint Academic. p. 94. Jesus' third temptation in the wilderness
Christoyannopoulos, Alexandre (2010). Christian Anarchism: A Political Commentary on the Gospel. Exeter: Imprint Academic. pp. 123–126. Revelation
Bíblia Sagrada, edição luxo, traduzida em portuguêsa da vulgata latina pelo padre Antonio Pereira de Figueredo. São Paulo; DCL, 2010. Página. 912. ISNB 978-85-368-1571-8
Christoyannopoulos, Alexandre (2010). Christian Anarchism: A Political Commentary on the Gospel. Exeter: Imprint Academic. pp. 243–246. Early Christians
Hinson, E. Glenn. The Early Church: Origins to the Dawn of the Middle Ages, (1996) pp 42–3
Smith, Clyde Curry. «Speratus». Dictionary of African Christian Biography
Merton, Thomas. "Wisdom of the Desert." Abbey of Gethsemani Inc. 1960. p.5
a b Christoyannopoulos, Alexandre (2010). New Perspectives on Anarchism. Lanham, MD: Lexington Books. pp. 149–168. Christian Anarchism: A Revolutionary Reading of the Bible
Christoyannopoulos, Alexandre (2010). Christian Anarchism: A Political Commentary on the Gospel. Exeter: Imprint Academic. p. 38. Peter Chelčický
"It was in these conditions of class struggle that, among a whole cluster of radical groups such as the Fifth Monarchy Men, the Levellers and the Ranters, there emerged perhaps the first real proto-anarchists, the Diggers, who like the classical 19th century anarchists identified political and economic power and who believed that a social, rather than political revolution was necessary for the establishment of justice. Gerrard Winstanley, the Diggers' leader, made an identification with the word of God and the principle of reason, an equivalent philosophy to that found in Tolstoy's The Kingdom of God is Within You. In fact, it seems likely Tolstoy took much of his own inspiration from Winstanley "Marlow. "Anarchism and Christianity"
George Woodcock "Anarchism". The Encyclopedia of Philosophy
Lewis Herber. (Murray Bookchin) "Ecology and Revolutionary Thought". Theanarchistlibrary.org (2009-04-27). Retrieved on 2011-12-28.
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Ferreira dos Santos, Mário. Cristianismo : a religião do homem. [S.l.: s.n.] ISBN 85-7460- 190-X
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Keith Hebden (2006). «A Pinch of Salt». blogger.com
Christoyannopoulos, Alexandre (2010). Christian Anarchism: A Political Commentary on the Gospel. Exeter: Imprint Academic. pp. 2–4. Locating Christian anarchism…In political theology…In political thought
Christoyannopoulos, Alexandre (2010). Christian Anarchism: A Political Commentary on the Gospel. Exeter: Imprint Academic. pp. 2–4. Locating Christian anarchism…In political theology…In political thought

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

ESCLARECIMENTO LIBERTÁRIO (nível 1)

Este blog tem como objetivo reunir numa só página algumas minhas atividades publicações, na net ou impressas, ainda que não todas, mas poucas. Também pode servir de elo de comunicação entre os temas, blogs, páginas e os grupos das quais faço parte bem como das entidades às quais tenho ligação.
O nome se refere ao simples significado das palavras esclarecimento e libertário, no sentido de que o conhecimento pode libertar e como aqui vamos partilhar certos conhecimentos para mim esse é um bom nome, devido ao tipo de conhecimento que vamos partilhar...
Mas é claro que também é uma ironia à conotação que essas palavras ‘tomaram’ ou ‘estão tomando’ em nossa contemporaneidade, que, para mim, às vezes, embora digam isso mesmo, na prática tem significado exatamente o oposto, algo como, ‘alienação aprisionadora’, ou ‘aprisionamento ideológico’...
Esclarecimento segundo os dicionários refere-se a iluminar, elucidar, tornar inteligível ou ainda distinto, nobre; podem haver ainda outros significados; é tudo que se escreve ou diz para outro ou para si mesmo em outro momento a fim de informar, organizar ou sistematizar ideias e ou fatos. Ou seja, esclarecer é expressar fenômenos através da linguagem. Esclarecer é informar, é lembrar, é noticiar, é estimular, é educar, é mostrar, é levar a refletir, é levar a ver, é levar a lançar o olhar ou um certo olhar, sugerir a compreender.
Libertário é o que liberta ou quer libertar. É o esclarecimento libertador. A grande maioria dos dicionários brasileiros está atrasada em suas definições da palavra libertário, como tudo no Brasil, especialmente no que se refere à política. Neles encontramos libertário apenas como sinônimo de anarquista ou no máximo partidário da liberdade absoluta. Se a primeira é atrasada, retrógrada, anacrônica, a segunda é uma péssima definição, afinal o que seria liberdade absoluta? Isto é possível? E se fosse, será que haveriam partidários de tal ideia? O que eles ignoram, como quase todo brasileiro, é que libertário é um termo que se refere às novas ideias surgidas no século vinte chamadas no geral de libertarismo ou libertarianismo. O que é isso é algo que se quer também esclarecer com este blog.
Liberdade é poder. Este poder se refere a decidir, escolher, expressar, conhecer, compreender, agir, etc. dentro de nossas possibilidades naturais e conscienciais ou espirituais. E esse poder pode muitas vezes ser traduzido em direitos, capacidades e possibilidades. Quando digo "posso", posso estar significando "tenho direito" ou "sou capaz" ou "existe a possibilidade de que eu...". 
Então o objetivo é compartilhar esclarecimentos que conduzem a uma liberdade maior, física, mental, espiritual, ou de ação, fala e pensamento; e libertação das imposições e limitações psíquicas e sociais e de condicionamentos mecânicos que aprisionam nossa consciência dos fenômenos.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

A ciência descobriu Deus?

Einstein não acredita que isso seria possível. Stephen Hawking declarou que essa poderia ser a maior descoberta científica de todos os tempos. Que descoberta confundiu as maiores mentes científicas do século passado, e por que fez com que elas repensassem a origem do nosso universo? Telescópios modernos e mais poderosos revalaram mistérios sobre nosso universo que trouxeram novas perguntas sobre a origem da vida. A ciência descobriu Deus? Espere aí! A ciência não havia provado que não precisamos de Deus para explicar o universo? Raios, terremotos e até mesmo bebês costumam ser explicados como atos de Deus. Mas agora sabemos mais do que isso. O que torna essa descoberta tão fundamentalmente diferente e por que ela chocou o mundo científico? Essa descoberta e o que biólogos moleculares aprenderam sobre a sofisticada codificação que compõe o DNA fez com que muitos cientistas atualmente admitam que o universo parece fazer parte de um grande plano. Um cosmologista coloca da seguinte forma: “Muitos cientistas, ao admitirem seus pontos de vista, inclinam-se para o argumento teleológico, ou da finalidade.”[1] 

Surpreendentemente, muitos cientistas que estão falando sobre Deus não têm qualquer crença religiosa.[2] Então, quais são essas chocantes descobertas que fazem com que de repente os cientistas comecem a falar de Deus? Três descobertas revolucionárias dos campos da astronomia e da biologia molecular se destacam: 1. O universo teve um início 2. O universo tem condições ideais para a vida 3. A codificação do DNA revela inteligência As declarações que destacados cientistas têm feito sobre essas descobertas podem chocá-lo. Vamos dar uma olhada. Princípio exato Desde o surgimento da civilização, o Homem contempla as estrelas assombrado, perguntando-se o que elas são e como foram parar lá. Embora em uma noite clara seja possível ver aproximadamente 6.000 estrelas a olho nu, o Hubble e outros telescópios poderosos indicam que há trilhões delas, agrupadas em mais de 100 bilhões de galáxias. Nosso sol é como um grão de areia em meio às praias do mundo.

 Contudo, antes do século XX, muitos cientistas acreditavam que nossa galáxia Via Láctea fosse o universo completo, e que existiam apenas certa de 100 milhões de estrelas. Muitos cientistas acreditavam que nosso universo nunca teve um início. Eles acreditavam que massa, espaço e energia existiram desde sempre. Mas no início do século XX, o astrônomo Edwin Hubble descobriu que o universo está se expandindo. Rebobinando o processo matematicamente, ele calculou que tudo no universo, incluindo matéria, energia, espaço e até mesmo o próprio tempo, de fato tiveram um princípio. Ouviram-se altas ondas de choque em toda a comunidade científica. Muitos cientistas, incluindo Einstein, reagiram negativamente. No que Einstein mais tarde chamou de “o erro mais estúpido da minha vida“, ele manipulou as equações para evitar a implicação de um início. [3] Talvez o mais pronunciado adversário da teoria de um princípio do universo tenha sido o astrônomo britânico Sir Fred Hoyle, que sarcasticamente apelidou o evento de “big bang”. 

 Ele obstinadamente agarrou-se à sua teoria do estado estacionário, de que o universo sempre havia existido. Assim fizeram também Einstein e outros cientistas, até que a evidência de um início tornou-se esmagadora. A implicação óbvia da existência de um início é que algo ou Alguém além da investigação científica começou tudo. Por fim, em 1992, experiências do satélite COBE provam que o universo realmente teve um início exato em um inacreditável lampejo de luz e energia. [4] Embora alguns cientistas tenham chamado isso de momento da criação, muitos preferiram chamar de “big bang”. O astrônomo Robert Jastrow tenta nos ajudar a imaginar como tudo começou. “A imagem sugere a explosão de uma bomba cósmica de hidrogênio. 

 O instante em que a bomba cósmica explodiu marcou o nascimento do Universo.” [5] Tudo a partir do nada A ciência não é capaz de nos dizer o que ou quem causou o início do universo. No entanto, alguns acreditam que esse mistério claramente aponta para um Criador. “O teórico britânico Edward Milne escreveu um tratado matemático sobre relatividade que é concluído afirmando, ‘no que se refere à primeira causa do Universo, no contexto de expansão, fica por conta do leitor imaginar, mas nossa imagem fica incompleta sem Ele’“. [6] Outro cientista britânico, Edmund Whittaker, atribuiu o início do nosso universo à “Vontade divina de criar a Natureza a partir do nada”. [7] Muitos cientistas ficaram impressionados com o paralelo entre um evento de criação exato a partir do nada e o relato da criação bíblica no Genesis 1:1. [8] Antes da descoberta, vários cientistas consideravam o relato bíblico da criação a partir do nada como sendo não científico. Embora considerasse a si mesmo um agnóstico, Jastrow foi obrigado, pelas evidências, a admitir que “agora, vemos como a evidência astronômica leva à visão bíblica da origem do mundo“. [9] Outro agnóstico, George Smoot, o cientista vencedor do Prêmio Nobel responsável pelo experimento COBE, também admite esse paralelo. “Não existem dúvidas de que há um paralelo entre o big bang como evento e a noção cristã de criação a partir do nada.” [10] Cientistas que costumavam ridicularizar a Bíblia como um livro de contos de fadas, agora estão admitindo que o conceito bíblico de criação a partir do nada estava certo o tempo todo.

 Cosmologistas, que são especializados no estudo do universo e de suas origens, logo perceberam que a possibilidade de uma explosão cósmica ao acaso gerar vida é a mesma de uma bomba nuclear criar vida, a menos que a explosão cósmica tivesse sido precisamente projetada para isso. E isso significa que seria necessário um criador planejar isso. Eles começaram a usar termos como “Superintelecto”, “Criador” e até mesmo “Ser Supremo” para descrever esse autor. Vejamos por quê. Ajustado para a vida Físicos calcularam que, para a vida existir, a gravidade e outras forças da natureza precisaram estar em níveis precisamente corretos, ou nosso universo não poderia existir. Se a taxa de expansão tivesse sido ligeiramente menor, a gravidade teria sugado toda a matéria de volta para um “grande triturador”. Não estamos falando meramente de uma redução de 1 ou 2% na taxa de expansão do universo. Stephen Hawking escreve que “se a taxa de expansão um segundo após o big bang tivesse sido menor em até mesmo uma parte em cem mil trilhões, o universo teria sofrido um novo colapso antes de atingir o tamanho atual“. [11] 

 Por outro lado, se a taxa de expansão tivesse sido uma mera fração maior do que foi, as galáxias, as estrelas e os planetas nunca poderiam ter se formado, e não estariam aqui. Além disso, para a vida existir, as condições do nosso sistema solar e planeta também precisam ser ideais. Por exemplo, todos entendemos que sem uma atmosfera de oxigênio, nenhum de nós poderia respirar. E sem oxigênio, a água não existiria. Sem a água não haveria chuva e colheitas. Outros elementos como hidrogênio, nitrogênio, sódio, carbono, cálcio e fósforo também são essenciais para a vida. No entanto, esses elementos sozinhos não são suficientes para a existência de vida. O tamanho, a temperatura, a proximidade relativa e a composição química do nosso planeta, do sol e da lua também precisam ser simplesmente perfeitos. E há também dezenas de outras condições que precisaram ser perfeitamente ajustadas, ou não estaríamos aqui falando sobre isso. [12] Talvez os cientistas que acreditam em Deus tenham previsto esse ajuste, mas os ateus e agnósticos não foram capazes de explicar as incríveis “coincidências”. O físico teórico Stephen Hawking, um agnóstico, escreve: “O fato incrível é que os valores desses números parecem ter sido ajustados com muita exatidão para tornar possível o desenvolvimento da vida”.[13] Acidente ou milagre? Mas esse ajuste não poderia ser atribuído ao acaso? Afinal, analistas de apostas sabem que até mesmo os azarões podem vencer uma corrida. 

E, contra todas as pessimistas possibilidades, alguém acaba ganhando as loterias. Então, quais as adversidades que impediriam o surgimento da vida humana a partir de uma explosão aleatória na histórica cósmica? A possibilidade de a vida humana surgir a partir de um big bang desafia as leis da probabilidade. Um astrônomo calcula as chances em menos de 1 em 1 trilhão trilhão trilhão trilhão trilhão trilhão trilhão trilhão trilhão trilhão trilhão trilhão. [14] Seria mais fácil uma pessoa cega descobrir um grão de areia com uma marcação especial em todas as praias do mundo, se ela tentasse fazer isso. Outro exemplo do quão improvável seria um big bang aleatório produzir vida é uma pessoa ganhar loterias de milhares de milhões de dólares mais de mil vezes consecutivas, após comprar um único bilhete para cada uma delas. Qual seria sua reação a essas notícias? Impossível. 

 A menos que fosse arranjado por alguém nos bastidores, é o que todos pensariam. E é isso que muitos cientistas estão concluindo: alguém nos bastidores planejou e criou o universo. Essa nova compreensão do universo levou cientistas como George Greenstein a perguntar: “É possível que repentinamente, sem intenção, tenhamos nos deparado com a prova científica da existência de um ser supremo?“. [15] No entanto, como agnóstico, a Greenstein mantém sua fé na ciência, e não em um Criador, para dar a explicação definitiva das nossas origens. [16] Jastrow explica por que alguns cientistas relutam em aceitar um Criador superior. Existe um tipo de religião na ciência: é a religião de uma pessoa que crê na ordem e na harmonia do Universo…

 Essa fé religiosa dos cientistas é violada pela descoberta de que o mundo teve um início em condições nas quais as leis físicas conhecidas não são válidas, e como um produto de forças ou circunstâncias que não podemos desvendar. Quando isso acontece, significa que o cientista perdeu o controle. Se ele realmente examinasse as implicações dessa descoberta, ficaria traumatizado. [17] É compreensível o motivo pelo qual cientistas como Greenstein e Hawking buscaram outras explicações em vez de atribuir nosso universo perfeitamente ajustado a um Criador. Hawking especula que outros universos não vistos (e que não podem ser comprovados) possam existir, o que aumenta as chances de que um deles (o nosso) ser perfeitamente ajustado para a existência de vida. No entanto, uma vez que sua proposta é especulativa, e sem possibilidade de confirmação, dificilmente poderia ser chamada de “científica”. 

 Embora também seja agnóstico, o astrofísico britânico Paul Davies descarta a ideia de Hawking por considerá-la excessivamente especulativa. Ele afirma que “Tal crença baseia-se mais na fé do que na observação“. [18] Apesar de Hawking continuar liderando a exploração de explicações puramente científicas de nossas origens, outros cientistas, incluindo muitos agnósticos, reconhecem o que parece ser uma evidência avassaladora da existência de um Criador. 

 Hoyle escreveu que “Uma interpretação de bom senso dos fatos sugere que um superintelecto brincou com a física, bem como com a química e biologia, e que não existem forças ocultas dignas de nota na natureza.” [19] Apesar de não ter sido religioso e não acreditar em um Deus pessoal, Einstein ponderou sobre o gênio por trás do universo, chamando-o de “uma inteligência tão superior que, comparada com ela, todo o pensamento sistemático e atitudes dos seres humanos é uma reflexão infinitamente insignificante“.[20] O ateu Christopher Hitchens, que passou grande parte da vida escrevendo e defendendo a inexistência de Deus, ficou mais perplexo pelo fato de que a vida não poderia existir se as coisas diferissem em “um grau ou por um fio de cabelo”[21] Davies reconhece que Para mim, há uma evidência poderosa de que há alguma coisa por trás disso tudo. Parece que alguém ajustou os números da natureza para criar o Universo… A impressão causada por esse projeto é impressionante. [22] DNA: a linguagem da vida A astronomia não é única área em que a ciência viu evidências de um projeto. Biólogos moleculares descobriram um complexo desenho do microscópico mundo do DNA.

 No século passado, os cientistas descobriram que uma pequena molécula chamada DNA é o “cérebro” por trás de cada célula do nosso corpo e de todos os outros seres vivos. Quando mais descobriam sobre o DNA, mais abismados ficavam com o esplendor por trás dele. Cientistas que acreditam que o mundo material é tudo o que existe (materialistas), como Richard Dawkins, argumentam que o DNA evoluiu por meio da seleção natural, sem um Criador. Ainda assim, mesmo os evolucionistas mais fervorosos admitem que a complexidade do DNA é inexplicável.  

 A complexidade do DNA fez co que seu codescobridor, Francis Crick, acreditasse que ele nunca pudesse ter sido originado de forma natural na Terra. Crick, um evolucionista que acredita que a vida é complexa demais para ter sido originada na Terra e deve ter vindo de um espaço distante, escreveu que: Um homem honesto armado de todo o conhecimento disponível a nós até agora, só poderia dizer que de certa maneira a origem da vida parece, no momento, ser quase um milagre, de tantas serem as condições necessárias para sua existência.[23] O código por trás do DNA revela tal inteligência que atordoa a imaginação.

 Uma mera ponta de alfinete de DNA contém informação equivalente a uma pilha de livros suficiente para circundar a Terra 5 mil vezes. E o DNA opera como uma linguagem com seu próprio código de software extremamente complexo. O fundador da Microsoft Bill Gates diz que o software do DNA é “muito mais complexo do que qualquer software já desenvolvido”.[24] Dawkins e outros materialistas acreditam que toda essa complexidade originou-se através da seleção natural. Contudo, conforme declarado por Crick, a seleção natural não poderia ter produzido a primeira molécula. 

 Muitos cientistas creem que a codificação da molécula de DNA indica a presença de uma inteligência superior à que poderia haver por causas naturais. No início do século XXI, o ateísmo de Antony Flew, um ateu de destaque, teve um abrupto fim quando ele estudou a inteligência existente por trás do DNA. Flew explica o que mudou sua opinião. Penso que o DNA veio para mostrar que uma inteligência deve estar envolvida na união extraordinária desses elementos distintos. A enorme complexidade pela qual os resultados foram obtidos me parece o trabalho de uma inteligência superior… Agora parece-me que as descobertas de mais de cinquenta anos de pesquisa de DNA forneceram material suficiente para a criação de um novo e incrivelmente poderoso argumento.[25] Apesar de Flew não ser um cristão, ele admite agora que o “software” por trás do DNA é complexo demais para originar-se sem um “desenvolvedor”.

 A descoberta da inteligência inacreditável por trás do DNA, nas palavras desse ex-ateu, “forneceu materiais para um argumento novo e imensamente poderoso em prol da criação”. Impressões digitais de um Criador Agora os cientistas estão convencidos de que um Criador deixou suas “impressões digitais” no universo? Embora muitos cientistas ainda tendam a “expulsar” Deus para fora no universo, muitos reconhecem as implicações religiosas dessas novas descobertas. Em seu livro O Grande Projeto, Stephen Hawking, que não acredita em um Deus pessoal, tenta explicar por que o universo não precisa de um Deus. 

 Contudo, quando confrontado com a evidência, até mesmo o próprio Hawking admitiu que “Deve haver alguma conotação religiosa. Mas penso que a maioria dos cientistas prefere ignorar esse lado religioso”. [26] Como agnóstico, Jastrow não possui nenhum objetivo cristão nessas conclusões. No entanto, ele reconhece espontaneamente que os argumentos que defendem a existência de um Criador são convincentes. Jastrow escreve sobre o choque e o desalento enfrentado por cientistas que acreditavam ter excluído Deus de seu mundo. Para o cientista que sempre viveu pela fé no poder da razão, o fim dessa história parece um pesadelo. Ele escalou as montanhas da ignorância; ele está prestes a conquistar o pico mais alto; quando ele ergue-se sobre a última rocha, é saudado por um bando de teólogos que estavam sentados lá por séculos. [27]

 Um Criador pessoal? Se existe um Criador superinteligente, surge a seguinte pergunta: como Ele é? Ele e apenas alguma Força, como em Star Wars, ou é um Ser pessoal, como nós? Uma vez que somos seres pessoais e relacionais, não seria Aquele que nos criou também um ser pessoal e relacional? Muitos cientistas como Arthur L. Schawlow, Professor de Física na Stanford University e vencedor do Prêmio Nobel de Física, acreditam que essas novas descobertas oferecem evidências convincentes de um Deus pessoal. Ele escreve que “para mim, quando alguém se depara com as maravilhas da vida e do universo, precisa perguntar por quê, e não apenas como. As únicas respostas possíveis são religiosas… No universo em minha própria vida, eu encontro a necessidade de Deus“. [28]

 Se Deus é pessoal e, uma vez que nos deu a capacidade de nos comunicarmos, não esperaríamos que Ele se comunicasse conosco e nos permitisse saber por que estamos aqui? Com vimos, a ciência não é capaz de responder a perguntas sobre Deus e o propósito da vida. No entanto, como a Bíblia estava certa sobre a criação a partir do nada, seria ela também confiável no que diz sobre Deus, a vida e seu propósito? Há dois mil anos, pisou em nosso planeta um homem que alegava ter a resposta para a vida.

 Embora sua passagem pela Terra tenha sido breve, seu impacto mudou o mundo, e é sentido ainda hoje. Seu nome é Jesus Cristo. As testemunhas oculares de Jesus Cristo contam que ele demonstrava continuamente poder criativo sobre as leis da natureza. Dizem que ele era sábio, humilde e misericordioso. Ele curou os aleijados, os surdos e os cegos. Cessou turbulentas tempestades e criou alimentos para os famintos instantaneamente, transformou água em vinho em um casamento e até mesmo trouxe vida aos mortos. Essas testemunhas alegam que, após sua brutal execução, ele ressuscitou dos mortos. Também afirmam que foi Jesus Cristo quem lançou as estrelas no espaço, ajustou o universo e criou o DNA. Poderia ser Ele a quem Einstein inconscientemente se referiu como a “superinteligência” por trás do universo? Poderia ser Jesus Cristo quem Hoyle afirmou que havia “brincado com a Física, a Química e a Biologia?”. Teria o mistério de quem está por trás do big bang e da inteligência do DNA sido revelado na seguinte passagem do Novo Testamento? Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação. Pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis,sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste. [29] 

 Jesus falou com autoridade sobre o amor de Deus por nós e sobre a razão por que Ele nos criou. Jesus afirmou que Deus tinha um plano para nossas vidas, e esse plano gira em torno da relação com Ele. No entanto, para que essa relação fosse possível, Jesus teve de morrer na cruz pelos nossos pecados. E foi necessário que ele se levantasse dos mortos para que nós também pudéssemos ter vida após a morte. [30] Se Jesus fosse o Criador, ele certamente teria poder sobre a vida e a morte. E aqueles mais próximos a ele alegam que o viram vivo após Ele morrer e permanecer enterrado por três dias. Jesus voltou mesmo dos mortos?

 O apóstolo Paulo nos conta que a vida após a morte começou com Jesus Cristo. As testemunhas de Jesus Cristo realmente falaram e agiram como se acreditassem que ele fisicamente se ergueu dentre os mortos após sua crucificação. Se eles estivessem errados, o cristianismo teria se baseado em uma mentira. Mas se estivessem certos, tal milagre confirmaria tudo o que Jesus disse sobre Deus, sobre si mesmo e sobre nós. Devemos aceitar a ressurreição de Jesus Cristo somente pela fé ou existe evidência histórica sólida? Muitos céticos começaram investigações sobre os registros históricos para provar que os registros da ressurreição são falsos. O que eles descobriram? Clique aqui para ver as evidências da declaração mais fantástica feita — a ressurreição de Jesus Cristo!

 [http://y-jesus.org/portuguese/wwrj/6-ressuscitou-dos-mortos/] Leituras adicionais sobre a origem Accident or Intelligent Design? [http://y-origins.com/index.php?p=home_more] Did the Universe Have a Beginning? [http://y-origins.com/index.php?p=beginning1] Why is Only Earth Suitable for Life? [http://y-origins.com/index.php?p=life1"] Is the Universe a Product of Design or Chance? [http://y-origins.com/index.php?p=chance1] Was Darwin Right about the Eye? [http://y-origins.com/index.php?p=eye1] Does DNA Point to a Designer? [http://y-origins.com/index.php?p=DNA1] Where are Darwin’s Predicted Fossils? [http://y-origins.com/index.php?p=fossils1] Are Humans the Result of Evolution? [http://y-origins.com/index.php?p=human_evolution1] Is a Designer Revealed in Creation? [http://y-origins.com/index.php?p=designer_revealed1] Notas Finis 1. Harrison, E. 1985. Masks of the Universe. New York, Collier Books, Macmillan, pp. 252, 263. 2. An atheist believes God doesn’t exist. An agnostic believes we can’t know. 3. Brian Greene, The Elegant Universe (New York: Vintage, 2000), 81-82. 4. George Smoot and Keay Davidson, Wrinkles in Time (New York: Avon, 1993), 241. 5. Robert Jastrow, God and the Astronomers, (London: W. W. Norton, 1992), 13. 6. Ibid., 104. 7. Ibid., 103. 8. Genesis 1:1, “In the beginning God created the heaven and the earth.” 9. Jastrow, 14. 10. Smoot and Davidson, 17. 11. Stephen Hawking, The Illustrated A Brief History of Time (New York: Bantam, 1996), 156 12. Hugh Ross, The Creator and the Cosmos (3rd ed.) (Colorado Springs, CO: NavPress, 2001), 224. 13. Stephen Hawking, A Brief History of Time (New York: Bantam, 1990), 125. 14. Hugh Ross, The Creator and the Cosmos (Colorado Springs, CO: NavPress, 2001), 198. 15. George Greenstein, The Symbiotic Universe (New York: William Morrow, 1988), 27. 16. Ibid., 189. 17. Jastrow, 105. 18. Paul Davies, God and the New Physics (New York: Simon & Schuster, 1983), 174. 19. Fred Hoyle, “Let there be Light,” Engineering and Science (November 1981). 20. Albert Einstein, Ideas and Opinions—The World As I See It (New York: Bonanza, 1931), 40. 21. http://www.youtube.com/watch?v=GDJ9BL38PrI 22. Paul Davies, The Cosmic Blueprint (New York: Simon & Schuster, 1988), 203. 23. 23. Francis Crick, Life Itself (New York: Simon & Schuster, 1981), 88. 24. 24. Quoted in William A. Dembski and James M. Kushiner, eds., Signs of Intelligence (Grand Rapids, MI: 25. Brazos, 2001), 108. 26. 25. Quoted in Gary Habermas, “My Pilgrimage from Atheism to Theism”: Interview with Antony 27. Flew, Philosophia Christi, (Winter, 2005). 28. 26. John Boslough, Stephen Hawking’s Universe (New York: Avon, 1989), 109. 29. 27. Jastrow, 107. 30. 28. Margenau, H. and R. A. Varghese, eds. Cosmos, Bios, Theos: Scientists Reflect on Science, God, 31. and the Origins of the Universe, Life, and Homo Sapiens(Open Court Pub. Co., La Salle, IL, 1992). 32. 29. Colossians 1:15-17, J. B. Phillips. 33. 30. John 3:16; John 14:19.

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