sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Geração Perdida e Jovens Paranaenses - Olavo de Carvalho

 Jornal da Tarde, São Paulo, 3 de agosto de 2000


Hyppolite Taine conta que, aos 21 anos, vendo-se eleitor, percebeu que nada sabia do que era bom ou mau para a França, nem das ideologias em disputa na eleição. Absteve-se de votar e começou a estudar o país. Décadas depois, vieram à luz os cinco volumes das Origines de la France Contemporaine (1875), um monumento da ciência histórica e um dos livros mais esclarecedores de todos os tempos. O jovem Taine não votou, mas o Taine maduro ajudou muitas gerações, na França e fora dela, a votar com mais seriedade e conhecimento de causa, sem deixar-se iludir pelas falsas alternativas da propaganda imediata. Saber primeiro para julgar depois é o dever número um do homem responsável — dever que o voto obrigatório, sob a escusa de ensinar, força a desaprender.

Taine foi muito lido no Brasil, e seu exemplo deu alguns frutos. Entre os que tiveram seu caminho de vida decidido pela influência dele contou-se o jovem Affonso Henriques de Lima Barreto. Ele aprendeu com Taine que as coisas podem não ser o que parecem. Como romancista, ele fixou a imagem da ambiguidade constitutiva das atitudes humanas no duelo de personalidades do major Quaresma com Floriano Peixoto, onde o passadista se revela um profeta e o progressista um ditador tacanho e cego. Mas a mensagem dessa história, ainda que consagrada pelo cinema, não se impregnou na mente das novas gerações.

Talvez não venha a fazê-lo nunca, precisamente porque, amputada da ética taineana da prioridade do saber, que lhe serve de moldura, ela se reduz a uma observação casual que pode ser dissolvida numa enxurrada de lugares-comuns.

Hoje, de fato, raramente se encontra um jovem que não queira, antes de tudo, “transformar o mundo”, e que, em função desse parti pris, não adie para as calendas gregas o dever de perguntar o que é o mundo.

Sim, no Brasil, cultura e inteligência são coisas para depois da aposentadoria.

Quando todas as decisões estiverem tomadas, quando a massa de seus efeitos tiver se adensado numa torrente irreversível e a existência entrar decisivamente na sua etapa final de declínio, aí o cidadão pensará em adquirir conhecimento — um conhecimento que, a essa altura, só poderá servir para lhe informar o que deveria ter feito e não fez. Antevendo as dores inúteis do arrependimento tardio, ele então fugirá instintivamente do confronto, abstendo-se de julgar sua vida à luz do que agora sabe.

Embalsamado num nicho de diletantismo estético, o conhecimento perderá toda a sua força iluminante e transfiguradora, reduzindo-se a um penduricalho inócuo, adorno inofensivo de uma velhice calhorda. Eis onde termina a vida daquele que, na juventude, em vez de esperar até compreender, cedeu à tentação lisonjeira do primeiro convite e se tornou um “participante”, um “transformador do mundo”.

Eu também caí nessa, mas tive a sorte de minha carreira de transformador do mundo ser detida, logo no início, por uma chuva de perplexidades paralisantes que me forçaram a largar tudo e a ir para casa pensar. Acossado de perguntas que ultrapassavam minha capacidade de resposta, fui privado, pelo bom Deus, da oportunidade de tentar moldar o mundo à imagem da minha própria idiotice.

Mas essa sorte é rara. O Brasil é o país do gênio prematuro, degradado em bobalhão senil logo na primeira curva da maturidade. Quando contemplo esse circo decrépito da revista Bundas,1 onde cômicos enferrujados se esforçam para repetir as performances de trinta anos atrás, que na sua imaginação esclerosada se petrificaram em emblemas estereotipados de “vida” e “juventude”; quando, le ndo Caros Amigos, vejo homens de cabelos brancos se esfalfando para recuperar sua imagem idealizada de patota juvenil dos “Anos Dourados”, não posso deixar de notar que em todas essas pessoas que falam em nome do futuro o sentimento dominante é a saudade de si mesmas. Não falta a esses indivíduos a consciência de que suas vidas falharam. Mas atribuem a culpa aos outros, ao governo militar que impediu sua geração de “chegar ao poder”. No entanto, a desculpa é falsa, porque, mal ou bem, eles estão no poder. Eram jovens militantes, hoje são deputados, são catedráticos, são escritores de sucesso, são formadores de opinião. Por que, então, lambem com tanta nostalgia e ressentimento as feridas da sua juventude perdida? É porque foi perdida num sentido muito mais profundo e irremediável que o da mera derrota política. E agora é tarde para voltar atrás.


Jovens paranaenses

Folha de Londrina, 26 de abril de 2003

Num livro já antigo, Wilson Martins escreveu que o Paraná era “um Brasil diferente”. Tenho comprovado isso, repetidamente, desde que comecei a dar aulas neste estado, dois ou três anos atrás. Os brasileiros de hoje são tagarelas e preguiçosos: não estudam nada e opinam sobre tudo. Os estudantes paranaenses são notavelmente mais humildes e interessados em aprender.

A importância da humildade no aprendizado já era enfatizada, na Idade Média, por Hugo de São Vítor, um dos maiores educadores de todos os tempos.

Humildade significa, no fundo, apenas senso do real. O culto universal da juventude obscureceu essa verdade óbvia a ponto de que todo mundo já acha natural esperar que, aos 15 ou 18 anos, um sujeito tenha opiniões sobre todas as coisas e, miraculosamente, elas estejam mais certas que as de seus pais e avós.

O resultado dessa crença generalizada é desastroso: todos os movimentos totalitários e genocidas dos últimos séculos — comunismo, nazismo, fascismo, radicalismo islâmico etc. — foram criações de jovens, e sua militância foi colhida maciçamente nas universidades.

O culto da juventude traz, como um de seus componentes essenciais, o desprezo pelo conhecimento: se ao sair da adolescência o sujeito já traz na cabeça todas as ideias certas, para que continuar estudando?

No Brasil, esse preconceito arraigou-se tão fundo, que já parece impossível extirpá-lo. O efeito disso é que milhões de jovens, incapacitados para perceber as mais óbvias realidades, se creem investidos do direito divino de julgar todas as coisas, homens e fatos. Além do conhecimento, falta-lhes às vezes até aquele mínimo de integração da consciência, sem o qual um sujeito não pode sequer argumentar de maneira razoável. Sua pretensão arrogante contrasta tão deploravelmente com a sua falta de recursos intelectuais que nenhum educador dotado de bom senso se aventuraria a lhes ensinar o que quer que fosse.

Raríssimos estudantes, hoje em dia, sabem distinguir princípios gerais de tomadas de posição sobre acontecimentos específicos. Adotam uma opinião sobre isto ou aquilo, sobre o homossexualismo, sobre a guerra no Iraque, e fazem dela imediatamente um princípio universal, extraindo-lhe conclusões que desmentem os próprios princípios da lógica ou do direito nos quais, não obstante, continuam se baseando para raciocinar sobre tudo o mais. A “autodeterminação dos povos”, por exemplo, é usada para justificar a soberania de Saddam Hussein, ao mesmo tempo que se deixa de aplicá-la à minoria curda, sendo quase impossível mostrar ao falante que há aí uma contradição. Em casos como esse, uma opinião política singular se sobrepõe de tal modo aos princípios fundantes do próprio raciocínio que uma pessoa neurologicamente normal acaba tendo o desempenho cerebral de um mongoloide. Outro dia encontrei na internet um site de jovens homossexuais que demonizavam os EUA, terra de promissão do movimento gay, e defendiam entusiasticamente as ditaduras islâmicas, nas quais o homossexualismo é crime punido com a morte. Na antiga retórica greco-latina, isso chamava-se “argumento suicida”, como no caso de um judeu que fizesse propaganda nazista. O argumento suicida era tão raro que os manuais de retórica mal o citavam. Hoje em dia, tornou-se a coisa mais comum do mundo e, nas falas de estudantes brasileiros, quase um paradigma. Os exemplos que citei são só dois entre milhares. Quanto mais lisonjeada por pais e educadores, mais a juventude se torna estúpida e incapaz, anunciando uma maturidade de ressentidos, fracassados e invejosos.

Tenho me defrontado com esses tipos no Brasil inteiro, mas garanto: entre os estudantes paranaenses o número deles é bem menor.

Não sei como explicar esse fenômeno. Não conheço a história cultural do estado a ponto de arriscar alguma hipótese. Apenas assinalo o fato e reconheço ver nele um raro sinal de que, para a cultura deste país, nem tudo está perdido.



Do livro O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota de Olavo de Carvalho, 1947- organização Felipe Moura Brasil. - 1. ed. - Rio de Janeiro: Record, 2013.

Louis Claude de Saint-Martin - Ecce Homo - Capítulo II

 

Os principais testemunhos do homem consistem no fato que, sendo ele evidentemente um santo e sublime pensamento de Deus, se bem que não seja "O Pensamento de Deus", a sua essência é necessariamente indestrutível; por que como poderia um pensamento de Deus perecer?

Em segundo lugar, através da via do pensamento que lhe é própria, Deus ama profundamente o homem; como Ele poderia não amar-nos, como poderia não amar o seu pensamento? Nós mesmos nos deleitamos com os nossos pensamentos!

E ainda (e este é o mais importante testemunho que nos oferece o homem), se o homem é um pensamento do Deus dos seres, nós podemos espelhar-nos só em Deus e compreendermos Deus e nós mesmos, só no seu esplendor, pois uma representação nos é desconhecida até quando não conseguimos atingir o pensamento da qual esta é testemunha e manifestação. Alem disso, mantendo-nos afastados desta luz divina e criadora da qual devemos ser a expressão em nossas faculdades, como o somos na nossa essência, seremos apenas testemunhas insignificantes, sem valor e sem caráter.

Verdade preciosa, é a que demonstra porque o homem, ao contrário aparece como um ser obscuro e é um problema tão complicado aos olhos da filosofia humana.
Mas ainda se conseguirmos espelhar-nos em nossa sublime fonte, como poderíamos delinear a dignidade da nossa origem, a entidade dos nossos direitos, e a santidade de nosso destino?

Homens passados, presentes e futuros, todos e cada um que representais, um pensamento do Eterno, sabeis quais seriam as vossas esperanças e as vossas felicidades, se todos os germens divinos que vos constituem estivessem em atividade e em desenvolvimento? Mas, se alem destes grandes privilégios a vossa sorte ainda vos procura com desgostos e gemidos e vos impede de exultar, procureis ao menos, fazendo refletir sobre vós os raios do vosso sol gerador, encontrar aquilo que o homem foi em uma época, que para vós transcorreu, mas cujos testemunhos presentes atestam que não vos foi sempre estranha.

O homem pode não ser mais aquele que foi a um tempo, mas pode sempre aperceber-se daquilo que deveria ser no futuro. Pode sempre sentir a inferioridade da própria substância perecível e material, que tem sobre ele somente o poder passivo de absorver as faculdades na confusão e na opacidade de que é suscetível, enquanto o ser humano tem o poder ativo de até criar múltiplas faculdades que não haveria nunca tido por natureza e sem a vontade do homem.

Aqui justamente apresentamos tal diferença em relação ao homem empírico; esta é muito importante para não reconhecer em vós os sinais da antiga dignidade e da supremacia do pensamento. Tal diferença, quero dizer, poderia conduzir o homem mais ao alto e demonstrar-lhe que as verdades interiores são muito mais instrutivas do que as verdades geométricas; de fato estas últimas se fundamentam somente sobre a superfície, enquanto as outras nascem do centro interior e permitem entrever a profundidade.

Portanto, disto persuadidos, remontamos à nossa origem. Penetramos, com a nossa atividade interior, até o estado no qual poderíamos descobrir se a influência criadora de nossa fonte suprema age no âmbito de nossa atual existência, e se esta transmitiu em nossa natureza todos aqueles princípios de ordem, de perfeição e de felicidade, que nós sentimos dever residir eternamente no Ser soberano do qual descendemos. Todos estes germens divinos, uma vez formados em nós, não trariam consigo o dom de uma vida potente e eficaz? A nossa inteligência não seria por ventura continuamente gerada do sopro destas inumeráveis e eternas fontes de vida que lhe dariam existência e luz? A nossa capacidade de amar seria preenchida da viva e doce universalidade de nosso Princípio originário e não deixaria nenhuma lacuna em nosso afeto sublime e em nosso impulso de santa gratidão para com ele.

Alguns consideram fazer a nossa origem remontar a duas épocas anteriores ao estado no qual se encontra o homem hoje; evidentemente, para alegrar-se com a idéia sábia e consoladora que o mal primitivo não foi eterno, e para deixar à Deus a glória de haver exercitado o sublime privilégio que ele possui, de gerar todas as suas criaturas na plenitude da alegria e de uma felicidade selada por cada penosa função e por cada luta perigosa. Os que sustentam tal hipótese afirmam que na primeira de tais épocas, dado que o mal ainda não existia ou em outros termos, nenhum ser havia ainda se separado do plano divino, as nossas alegrias não teriam então necessidade de realizar-se alem de nossa existência. De fato, se estas tivessem realizado-se, isto teria significado o engrandecimento sem fim do eu no infinito, a única coisa real para nós. Teríamos assim conseguido exprimir a nossa felicidade e o nosso amor, em continua ascensão em direção a nossa Fonte, que nunca haveria cessado de inclinar-se amavelmente em nossa direção. Não teríamos necessidade de manifestar-nos diretamente, pois ao nosso redor, tudo estava completo e a Verdade preenchendo tudo por si, nos olhava como adoradores eternos, sem usar-nos como os seus símbolos e os seus testemunhos. Todos os seres por fim, teriam a alegria da visão e da presença da Verdade absoluta, e nada faltaria para a plenitude de seus afetos e de suas esperanças, tendo a visão da imensidão e da infinita atividade divina.

Sem dirigirmos o nosso olhar a uma ordem de coisas tão elevadas, contentemo-nos aqui em contemplar o momento da nossa missão no universo. Nos deteremos portanto sobre a segunda época de nossa origem, a mais próxima da nossa atual condição. De fato, estando a primeira época tão afastada de nós não teríamos nem menos idéia de sua existência se a segunda não funcionasse como sua intermediária.

Em tal segunda época, que continuaremos a considerar neste caso como a nossa existência primitiva, recebemos os caracteres dos símbolos e dos testemunhos da Divindade no Universo, e nos foi dada toda a potência e todo o esplendor divino conforme o escopo sublime da nossa qualidade espiritual e a nobilidade dos direitos divinamente concedidos para cumprir tal escopo. Por qual motivo de fato, fomos afastados do âmbito da imensidade divina, na qualidade de sinais e de testemunhos, se não para repetir no lugar onde a suprema Sabedoria nos enviou, aquilo que acontecia no círculo divino do ser? E como poderia existir uma zona separada e particular, se alguns seres, turbando o próprio equilíbrio, não tivessem interditado o acesso ao espaço universal, dado que o princípio da Unidade procura inundar tudo por sua natureza, e visto que o mal não pode ser outro se não a concentração parcial de um ser livre e a sua abstração voluntária do reino da universalidade?

Assim como na ordem eterna da imensidade divina, Deus basta à plenitude da contemplação de todos os seres, nós, no momento em que recebemos uma missão individual e uma existência separada dele, poderíamos representa-lo e ser os seus sinais e testemunhos, somente mostrando, com a nossa dimensão, a imagem mais tênue de Deus, para os seres que, concentrados na própria existência, teriam perdido de vista a presença divina, e estariam encerrados na atmosfera particular de seu erro.

Neste âmbito devia manifestar-se de nós mesmos, no momento da nossa origem, todo o plano válido para o andamento da nossa obra. Era necessário que nós explicássemos os pensamentos vivos e luminosos, as virtudes vivificantes e as ações eficazes, para poder ser os representantes do supremo Autor de nosso ser. Quanto mais aprofundarmos a analogia que reconhecemos entre a alma humana e o seu eterno Principio, tanto mais sentiremos que, sendo Deus a fonte radical e primitiva de tudo o que é perfeito, não poderíamos ser derivados dele, se não dotados daqueles sublimes caracteres que temos apenas delineado, e do qual nossos fracos pensamentos, quando sãos e regulares, nos representam ainda hoje algumas imagens.

A divindade de fato, não haveria escolhido o próprio pensamento, se não tivesse como objetivo refletir-se em nós, com toda a sua majestade.

Os traços deste selo sagrado, que caracterizam o "animo" do homem, resistem eternamente a todos os poderes destrutivos. Malgrado a vastidão do tempo, malgrado a espessura das trevas, todas as vezes que o homem contempla as suas relações com Deus, encontrará em si os elementos indissolúveis da sua essência original e os indícios naturais de seu destino glorioso. Ele sentirá que segundo este destino glorioso, uma força potente e temível nos foi conferida para submeter a autoridade divina àqueles que poderiam desconhecê-la. Se continuássemos unidos ao nosso ser, nada teria nos subtraído tal potência, se não a houvéssemos liberada por nós mesmos. Ele sentirá ainda que teríamos domínio sobre o nosso império, depois de tê-lo subjugado, e estaríamos ornados de todos os crismas necessários para anunciar em todos os lugares a nossa legítima soberania. Sentirá alem disso, que estávamos sobriamente vestidos para tornar ainda mais majestosa a nossa presença e para que todas as zonas no nosso domínio sujeitas ao esplendor que nos circundava, pudessem oferecer-nos o testemunho de respeito e submissão, devido a missão divina confiada a nós pela mão suprema. Hoje, o único meio para o homem representar-se no seu antigo estado, é aquele de considerar os frágeis sinais que a sua mente pueril substituiu sobre a terra: o gladio dos conquistadores, os cetros, as coroas, a pompa que circunda os soberanos e a respeitosa dedicação de seus súditos. Poderiam encontrar-se ainda alguns traços desformes dos nossos títulos originais, mas jamais recuperar-lhes a virtual função.

Mas se é ainda possível para o homem encontrar em si mesmo e nas imagens passageiras da potência convencional e terrestre, os vestígios daquilo que ele poderia ter sido, lhe é mais fácil provar a dolorosa distância daquele destino glorioso; e se ele tem ainda indícios de seus direitos primitivos, tem também provas bem mais numerosas que estes indícios não estão mais em seu poder.

É inútil aqui corroborar com outras demonstrações a degradação da espécie humana; é preciso ser desorganizado para negar esta degradação que é evidentemente constatada dos suspiros com os quais o gênero humano preenche continuamente a terra, e a idéia radical que o Autor dos seres coloque todas as suas produções nos seus elementos naturais. Então porque nós estamos tão afastados do nosso? Por que mesmo sendo ativos por natureza estamos como que submersos e acorrentados pelas coisas passivas? Os homens tem o direito de buscar onde desejarem as causas desta real e aflitiva desarmonia exceto no capricho e no rigor do nosso Princípio soberano, cujo amor, cuja sabedoria e justiça constituem o baluarte perene contra os nossos murmúrios.

De resto, ocupando-nos aqui somente das conseqüências e não das causas desta degradação, pretendemos dirigir-nos somente àqueles que não lhe negam a existência, e que malgrado as dificuldades que afrontam para explicar o mal e a sua origem, julgam, não truncando negativamente a questão como faz a filosofia imprudente, estarem mais satisfeitos com uma verdade difícil e obscura de quanto estariam com um absurdo evidente.

Para delinear as conseqüências desastrosas da nossa degradação, é necessário restaurar-se no estado glorioso do qual gozávamos, como também ao tesouro do qual tivemos em comum a custódia e a divisão. É necessário reconhecer que compartilharíamos solidamente a gloria e a recompensa desta magnífica manifestação, pois compartilharíamos solidamente também os trabalhos da grande obra de purificação a nós designado por Deus. Mas dado que não podemos imputar à Sabedoria suprema de haver conspirado conosco no abuso daqueles sublimes privilégios, somos obrigados a atribuir todos os erros à potência livre do nosso ser. Sendo frágil por natureza - (se assim não fosse teriam existido dois Deuses) - tal potência abandonou-se as miragens da ilusão e precipitou-se no abismo por própria culpa. Julgo inútil analisar novamente tal verdade, havendo-a já amplamente ilustrada em meus escritos anteriores.

Os princípios da sã justiça, imortais como a nossa essência e que igualmente a tal essência, sempre restarão em nós, se bem que muito freqüentemente não os aplicamos justamente, nos ensinam em que coisa nos transformamos por nossa culpa, e nos mostram quais satisfações tal justiça exige de nós.
Começa aqui a aclarar-se o título desta obra e o sentido destas duas palavras "Ecce Homo".

QUANTAS METAS DE DOMINAÇÃO COMUNISTA JÁ NOS ALCANÇARAM?

Existem muitas cartilhas escritas que foram circuladas nos meios esquerdistas ao longo da sua história. Podemos falarde famosas listas de metas marxistas (a maioria escrita pelo próprio Marx), leninistas, grammcistas, etc.. Aqui temos talvez a mais completa delas, catalogada no livro The Naked Communist (O Comunista Nu, na edição brasileira O Comunista Exposto) escrito em 1960 pelo ex-agente do FBI, Cleon Skousen. 

Rodrigo Constantino comenta: "A partir dos anos 60, ficou óbvio para os comunistas que eles não conseguiriam dominar o mundo por meio da guerra. Então, bolaram um plano de infiltração social, uma guerra psicológica a fim de destruir a família e os valores tradicionais."

Analise bem essas metas e perceba se elas não estão sendo implantadas e alcançadas no laboratório mais fecundo dos comunistas, a América Latina. O quanto essa forma de dominação e controle social tem avançado e obtido sucesso, vai muito além do que esta simples lista, que apesar disso provavelmente ainda terá muitos itens negados pelos esquerdistas. Especialmente à medida em que hoje temos jovens não apenas ignorantes, mas adeptos de uma linguagem viciada propositalmente construída; crentes de uma doutrina materialista baseada na inveja e no ressentimento, mas pensando que esta é justamente seu oposto, a mais humana, justa e generosa; e convencidos de um passado fabricado por uma história distorcida, quando não inventada... E por í vai. Vamos à lista. A cada 10 a coisa vai ficando mais "interessante"...

As 45 metas para a implantação do comunismo no mundo segundo o livro 'O comunista nu'

(...)
Leia e reflita sobre quais metas foram alcançadas (...).

1. Aceitação dos EUA de coexistência como a única alternativa para a guerra atômica.
2. Disposição dos EUA em render-se ao invés de engajar-se em uma guerra atômica.
3. Desenvolver a ilusão de que o desarmamento total pelos Estados Unidos seria uma demonstração de força moral.
4. Permitir o livre comércio entre todas as nações, independentemente da filiação comunista e independentemente de haver ou não itens que poderiam ser usados ​​para a guerra.
5. Extensão de empréstimos de longo prazo para a Rússia e países satélites soviéticos.
6. Fornecer ajuda americana para todas as nações independentemente da dominação comunista.
7. Concessão do reconhecimento da China Comunista. Admissão da China Comunista na ONU.
8. Configurar a Alemanha Oriental e a Ocidental como Estados separados, apesar da promessa de Kruschev, em 1955, para resolver a questão da Alemanha por eleições livres sob supervisão da ONU. 
9. Prolongar as conferências para proibirem os testes atômicos porque os EUA tem concordado em suspender os testes, desde que as negociações estejam em andamento. 
10. Permitir que todos os países satélites soviéticos tenham uma única representação na ONU. 
11. Promover a ONU como a única esperança para a humanidade. Se a sua carta régia for reescrita, exigir que lhe seja instituída como governo mundial com suas próprias forças armadas independentes. (Alguns líderes comunistas acreditam que o mundo pode ser assumido pela ONU tão facilmente quanto por Moscou. Às vezes, estes dois competem uns com os outros como eles estão agora fazendo no Congo).
12. Resistir a qualquer tentativa de proibir/ilegalizar o Partido Comunista
13. Acabar com todos os juramentos de fidelidade. 
14. Continuar dando acesso à Rússia ao escritório de patentes dos Estados Unidos. 
15. Dominar um ou ambos os partidos políticos nos Estados Unidos.
16. Usar as decisões técnicas dos tribunais para enfraquecer instituições básicas dos EUA alegando que suas atividades violam os direitos civis.
17. Obter o controle das escolas. Usá-las como canais de transmissão para o socialismo e propaganda comunista atual. Suavizar o currículo. Obter o controle de associações de professores. Colocar a ideologia do partido nos livros didáticos.
18. Ganhar o controle de todos os jornais estudantis.
19. Usar as manifestações de estudantes para fomentar protestos públicos contra programas ou organizações que estão sob ataque comunista.
20. Infiltrar-se na imprensa. Obter o controle na tarefa de revisão dos livros, nos editoriais e as posições de tomada de decisões.
21. Ganhar o controle de posições-chave no rádio, TV e cinema.
22. Continuar desacreditando a cultura americana através da degradação de todas as formas de expressão artística. Para uma célula Americana Comunista foi dito para “eliminar todas as boas esculturas de parques e edifícios, substituindo-as por outras disformes, inábeis e com formas sem sentido”.
23. Controlar os críticos de arte e diretores de museus de arte. “Nosso plano é promover a feiúra, a arte repulsiva sem sentido”.
24. Eliminar todas as leis de obscenidade, chamando-as de “governo da censura” e uma violação da liberdade de expressão e liberdade de imprensa.
25. Quebrar os padrões culturais da moralidade através da Promoção da pornografia e obscenidade em livros, revistas, filmes, rádio e TV.
26. Apresentar a homossexualidade, a degeneração e a promiscuidade como algo “normal, natural e saudável”.
27. Infiltrar-se nas igrejas e substituir a religião revelada com a religião “social”. Desacreditar a Bíblia e enfatizar a necessidade de maturidade intelectual que não precisa de uma “muleta religiosa”.
28. Eliminar a oração ou qualquer fase da expressão religiosa nas escolas sobre o fundamento de que viola o princípio da “separação entre Igreja e Estado”.
29. Desacreditar a Constituição norte-americana, chamando-o de inadequada, antiquada, fora de sintonia com as necessidades modernas, um obstáculo para a cooperação entre as nações em uma base mundial.
30. Desacreditar os pais-fundadores americanos. Apresentá-los como aristocratas egoístas que não tinham nenhuma preocupação com o “homem comum”.
31. Menosprezar todas as formas de cultura americana e desencorajar o ensino da história americana com o fundamento de que era apenas uma pequena parte da “grande figura”. Dar mais ênfase à história russa desde que os comunistas tomaram o poder. {Reescrever a história é uma das abordagens feitas hoje, tanto nos EUA quanto no Brasil}
32. Apoiar qualquer movimento socialista para dar o controle centralizado sobre qualquer parte da cultura – educação, serviços sociais, programas de bem-estar, clínicas de saúde mental, etc.
33. Eliminar todas as leis e procedimentos que interferem com o funcionamento do aparelho comunista.
34. Eliminar o Comitê de Atividades Anti-Americanas.
35. Eventualmente desacreditar e desmantelar o FBI. {ficou mais fácil aparelhar o FBI, como aparelharam outros inúmeros orgãos o que também ocorre no Brasil}
36. Infiltrar e ganhar o controle de mais sindicatos.
37. Infiltrar e ganhar o controle de um grande negócio. {não só um, hoje dominam vários e de todos os tipos}
38. Transferência de alguns dos poderes de prisão da polícia para entidades sociais. Tratar todos os problemas de comportamento como distúrbios psiquiátricos dos quais ninguém, exceto Psiquiatras, conseguem entender ou tratar.
39. Dominar a profissão psiquiátrica e usar as leis de saúde mental como um meio de ganhar controle coercivo sobre aqueles que se opõem aos objetivos comunistas.
40. Desacreditar a família como uma instituição. Incentivar a promiscuidade e o divórcio fácil.
41. Ressaltar a necessidade de educar os filhos longe da influência negativa dos pais. Atribuir preconceitos, bloqueios mentais e retardo de crianças à supressão da influência dos pais.
42. Criar a impressão de que a violência e a insurreição são aspectos legítimos da tradição norte-americana; que os estudantes e grupos de interesses especiais devem se levantar e usar “força unida” para resolver os problemas econômicos, políticos ou sociais.
43. Derrubar todos os governos coloniais antes das populações nativas que estão prontos para o auto-governo.
44. internacionalizar o Canal do Panamá.
45. Revogação da Reserva Connally para que os EUA não possam impedir o Tribunal Mundial de se apossar da jurisdição sobre problemas domésticos. Dar ao Tribunal Mundial jurisdição sobre as nações e os indivíduos.
https://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/artigos/45-metas-comunistas-escritas-em-1960-que-estao-se-cumprindo-hoje/
https://www.jenifercastilho.com/2017/10/as-45-metas-para-implantacao-do.html

sábado, 24 de outubro de 2020

Três tipos de liberdade - a liberdade inata

 Liberdade, para quem já sabe os significados dessa palavra, pode ser descrita em aspectos, em níveis, em graus de entendimento, em condições e limites, enfim, de muitas formas, pois podemos categorizar o conceito de diversas maneiras. Posso usar três níveis para descrever o que pretendo. 

1

O primeiro, o mais básico, mais fácil, mais plano, mais mundano, posso dizer, é aquele que é negado por todos os coletivistas, que dizem defender a liberdade e para isso têm várias intervenções geniais a fazer, pelo bem de todos, é claro, nas liberdades individuais. Trata-se do direito. E para não ser filosófico demais nem extrapaolar para o metafísico vamos ficar por aqui, apenas no direito, e mais restrito ainda, no direito natural.

Direito a existir. Esse direito não é dado a todos os inexistentes, é claro, já começa aqui a desigualdade natural que os coletivistas querem tanto combater. Mas se você já existe, nada mais óbvio do que dizer que você tem o direito a existência (ou não? Talvez não seja tão óbvio...). Mas em que implica o direito a existir? É claro que não vou falar sobre isso, pois muitos livros teriam que serem escritos só sobre. Fica a ser refletido pelo leitor. No direito, única zona onde podemos como seres humanos podemos fazer uma interferência na natureza no sentido de tender muito a uma igualdade já não podemos encontrar muito apoio natural como gostaríamos para garantir uma vera igualdade. Mas podemos tentar. 

Se eu disser que o mínimo que posso fazer nessa tentativa é novamente frustrar os defensores da igualdade, não estarei errado, pois o que eles menos querem é que tenhamos sucesso na tentativa de uma igualdade aqui, a igualdade plena de direitos, direitos iguais, não direitos especiais, mas exatamente o que pregam sobre o resto, direitos iguais para todos. Humanamente falando (ou mundanamente como gosto de dizer) podemos chegar a isso. Então a liberdade, que não pode ser forçada já que assim não seria liberdade, de ser, pensar, agir, se expressar, viver, etc., que os coletivistas dizem defender, mas não defendem, estaria contemplada nesse direito. Que todos tenham direitos iguais legalmente falando. Mas tudo começa a ficar mais desafiador quando falamos de direitos naturais ou direitos inalienáveis.

Agora, pior ainda, se formos discutir como efetivar esse direito, tudo já seria bem diferente e poderiamos caminhar em várias direções, principalmente se eu usar a palavra "garantir" em vez de "efetivar" ou, como gostam no jurídico, "regulamentar" ou "regularizar". Depois quem teria a obrigação de "garantir" esse direito? Veja que a questão vaificando mais e mais complexa. Uma liberdade implica em uma obrigação antes que em um direito? Parece que sim! Vejamos. Para que cada pessoa (e estou restringindo aqui a pessoas a propósito do questionamento, pois poderia ir bem mais longe abrangendo bem mais seres) tenha os direitos acima, podemos dizer que isso implica em obrigações? Por exemplo vamos tomar o direito de agir. E se eu agir num sentido que retire a liberdade de ação de outro? E mais ainda, quem pode determinar (quem tem o direito ou poder natural de decidir) até onde pode ir minha ação no que se refere a interferência na liberdade de ação de outro (veja que nem sequer estou julgamdo se a interferência poderia ser chamada de boa ou ruim)? Se eu decidir interferir para ajudar alguém que precise, mas queira ser ajudado? Se eu atravessar a rua apressada e descuidadamente tendo que correr dos carros e tocar sem querer em alguém que além de apressado tentava lembrar algo e terminou esquecendo disso por causa de minha interferência proposital (já decidi atravessar quando teria que correr sem me importar com o direito daquela pessoa de não ser interpela  de continuar em seu pensamentos), que grau de interferência na liberdade alheia pode ser considerado importante? Quem vai decidir isso? 

Veja que nós libertários e conservadores, já temos questões bem mais difíceis e sérias para resolver do que as que propõem aos gritos os coletivistas e intervencionistas em suas idéias de direito, igualdade e liberdade (quem está se importando com quantos ou com que gênero se casam e em que gênero ou subgênero alguém se considera no momento alguém? Só para citar uma das questões infantis que eles vêem como de crucial importância!). Para eles é tudo muito fácil, duas pessoas valem mais que uma, muitas vidas valem mais que uma, a maioria tem direito de decidir pela minoria e por aí vai (como assim, o valor humano pode ser quantificado em números de indivíduos? Que tese interessante da qual eles partem!), logo, é preciso um poder coercitivo para garantir o direito escolhido pela maioria (mesmo que seja 50% mais 1, que mudem de idéia depois!). E está tudo resolvido, eis a "democracia"! Espero que se algum deles ler esse texto tenha pelo menos a capacidade de perceber quando estou ironizando. 

Mas veja ainda que os alegados direitos terminam quase sempre sendo obrigações, posso citar um que mais exprime esse meu raciocínio e é um dos que me oponho ferrenhamente, o tal "direito à educação", o qual eu nunca fui consultado se queria receber, nem qual tipo de educação eu queria ou poderia ter, nem muito menos se o conteúdo daquele pacote oferecido se parecia educação para mim, ou ao menos se me agradava! (E a escolar nunca pareceu para mim nem um milímetro com educação). Em suma, quando falamos em liberdade, para um libertário se trata de um dos mais caros temas, mais profundos e mais difíceis, mas para um coletivista tudo parece muito "obviamente" se resumir a um conjunto de intervenções estatais ou de algum gênio que escreveu algum livro ou que está ou deveria estar no comando segundo ele. 

Não quero me estender sobre esse assunto visto que não é o objetivo aqui dar respostas a esses questionamentos, senão demonstrar que quando começamos a tratar do assunto liberdade, mesmo num nível mais básico e grosseiro de discussão, já é suficientemente complexo e complicado. Mas o que mais me interessa como alguém que pensa a liberdade vai bem mais além do básico! Na questão básica eu questiono até os libertários, e mesmo o mais lógico jusnaturalista, como eu também me considero. Por exemplo, onde está a liberdade (ou direito à propriedade privada) se eu nascer numa família sem propriedade? E se essa familia não possuir nem comida quando eu precisar, onde está a minha liberdade de possuir, de ser, de existir? Ou ao recém nascido não se pode confiar essas liberdades? Ou ela só me será dada se eu sobreviver e conquistar por mérito próprio? Então a liberdade precisa ser conquistada (ou vamos ser logo claros, comprada)? (E nisso vou até parecer um coletivista, mas observe que estou sendo bem individualista, aliás ao máximo). 

Portanto humildemente eu percebo que não tenho solução (nem outro ser humano até agora foi capaz de solucionar), não existe uma solução mágica (como propõem os coletivistas) nem jamais vi em nenhuma das idéias salvadoras da humanidade nenhuma lógica e bom senso suficiente que possa, se posto em prática, solucionar esse primeiro problema básico. Eu sei que muitos libertários podem até dizer que esse problema não existe ou que só existe numa sociedade dominada por algum poder bastante intervencionista. Eu não sei, para mim é um problema e nunca li uma teoria ou alguma proposta inteligente sobre ele, nem entre autores esquerdistas, que foram vários mesmo, nem em autores libertários, que apesar de eu ter lido enormemente em menor quantidade creio que já tenho uma substancial amostra. Então ou não existe liberdade ou direito natural já que ela não é inata ou nós estamos partindo de um ponto errado (embora não tenha sido colocado dessa forma que questiono) ou se quisermos falar de liberdade teremos que admitir um conceito universal e um direito natural, ou seja (e uso o termo para incomodar mesmo) uma liberdade inata visto que o ser humano humano é dependente até pelo menos certa idade. E quem ou o que nos asseguraria essa liberdade? Ou somos como os abortistas (e até pior que eles que estendemos o direiro ao aborto até mais alguns anos depois do nascimento)? Nasci, não sei plantar e colher, nem tenho terra, nem tenho vaca, minha mãe em sua liberdade me deixou no mesmo lugar, e agora? É esse tipo de questões que quero propor a nós libertários, pois gostamos muito de aplicar princípios, mas observe que existem alguns princípios da liberdade que precisamos ainda descobrir (e isto é assunto fas proximas partes), mesmo quando se trata dos pontos de vista mais básicos. 

O caso é que há muitos problemas sobre a liberdade, e sobre como podemos "garantir" tal para, pelo menos, o máximo de pessoas que a queira, problemas que nem sequer foram tratados! Eu sei como estas e outras questões diversas são tratadas por autores libertários. Acontece que eu sou libertário, não sou ideólogo, tenho que ser cético (e se não fosse não estaria cumprindo minha obrigação de libertário, se é que me entende) se vejo que novas idéias são cridas e se deposita demasiada esperança nelas, se elas não foram ainda, pelo menos de todo, aplicadas, e há aquelas que nunca o foram em todos os tais princípios propostos... Por isso me enquadro muito mais como um conservador do que como um libertário ultra minarquista ou anti-estadista, vamos devagar! Sumarizando novamente (e fazendo nossa própria autocrítica), nenhum de nós pode se dizer capaz ou possuidor de um plano que vai sair exatamente como imaginamos quando colocado em prática, nem libertários, nem muito menos os coletivistas em sua estreiteza e superficialidade, assim temos que ser mais humildes e lembrar da imperfeição humana, e assim pararmos de sonhar com a sociedade perfeita, isso é coisa de esquerdista...

Louis Claude de Saint-Martin - Ecce Homo - Capítulo I

 

Quando no campo das ciências exatas e naturais, nos defrontamos com os axiomas, não nos perguntamos porque estes são verdadeiros; estamos convencidos que encontram a sua resposta em si mesmos.

Tal sensação encontra a sua razão de ser na relação que existe entre a exatidão daqueles axiomas e a centelha de verdade que brilha em nossa mente. É como se nos encontrássemos de fronte a dois raios de uma mesma fonte de luz que mesmo parecendo distantes um do outro, unem-se pela sua analogia e penetrando-se transmitem o calor e a luz reciprocamente.

Servir-nos pelo menos da verdade que os axiomas nos ensinam mesmo parcialmente, pode ser importante para nós, mas a existência desses dois elementos essenciais que acabamos de conhecer não pode determinar nem a exatidão do axioma nem a intensidade da centelha de verdade em nossa mente. Ambos apresentam-se dotados de uma vida natural própria sem perigos de impedimento e os dois raios poderiam separar-se sem produzir nenhum efeito e não perderiam a sua essência e o seu caráter constitutivo. Um matemático poderia encontrar-se imerso no sono; isto certamente não impediria a verdade geométrica de existir e nem o engenheiro de possui-la ou servir-se dela no momento oportuno.

Existe porem, uma filosofia que nega tudo isto, porque não distingue nos seres a essência como algo distinto das suas várias propriedades, porque detém-se nas simples modificações das coisas e nega, ou antes, condena abertamente a existência autônoma dos seres alem das impressões. Queremos simplesmente advertir sobre isto, sem deter-nos em uma discussão, a todos aqueles que não conhecem esta filosofia e asseguramos, que encontrarão em si mesmos a defesa de tais dúvidas. Passemos adiante.

A alma humana, seja por um impulso próprio, seja por uma dádiva, eleva-se ao sentimento íntimo do ser universal que abraça tudo e produz cada coisa, ao sentimento daquele ser desconhecido que chamamos Deus. A alma não mais procura na descoberta de axiomas particulares como dar-se conta da verdade total da qual se sente conquistada, nem da viva alegria que a verdade lhe dirige; esta sente que este grande ser ou este grande axioma existe por si e que é impossível que não exista. Sente igualmente em si, através do contato divino, a realidade da própria vida pensante e imortal. Não tem mais necessidade de indagar sobre Deus nem sobre si mesma; e no afeto santo e profundo que experimenta e diz para si em um verdadeiro e particular êxtase de segurança:
- Deus e o homem são seres verdadeiros que podem conhecer-se na mesma luz e amar-se no mesmo amor.

Como pode a alma ter a sensação exata de tais verdades imutáveis? Em virtude da mesma lei que manifestou à sua mente a certeza dos axiomas parciais; esta sente a existência inatacável do princípio superior de seu ser e dela própria através da relação e das ligações que existem entre estes. Pois sem isto, a convicção da existência destes dois seres não poderia atingir-nos nem fixar-se em nós, e se este fogo divino não encontrasse em nós uma analogia poderosa, nos atravessaria sem deixar nenhum vestígio e nenhum sentimento de si.

Baseado na mesma lei - que aproveitamos ou não os tesouros de verdade revelados do contato divino - o fato possui indiscutivelmente uma grande influência sobre as nossas verdadeiras satisfações, mas não há nenhuma influência sobre a existência em si dos tesouros, nem sobre a existência da parte do nosso ser que constitui o seu receptáculo. Assim, a privação deste sublime sentimento nas almas alteradas, e todos os pensamentos ilógicos que dai derivam, não podem aniquilar nem o principio necessário e eterno dos seres nem a analogia divina que todos nós temos com este. Aquilo que é pode ser confirmado e valorizado pêlos sinais ou testemunhos exteriores, mas não pode derivar destes a própria realidade, enquanto esta é anterior, independente e o existir de fato a traz em si.

Este aspecto de lógica natural, classificando os testemunhos, não exclui os seus privilégios. Aquilo que é, não pode derivar a própria realidade dos sinais e dos testemunhos exteriores, pois tal realidade é anterior a estes. Não é portanto verdade, que na esfera temporal na qual nós estamos, sem eles e sem a sua ação, a realidade do fato não poderia manifestar-se fora de si própria; e nem aqueles sinais e testemunhos exteriores podem considerar-se como indicadores seguros da fiel expressão do tipo de realidade ou do tipo de idéia que se delineia nestes, para fazer-se conhecer. Esta lei, mal aprofundada, deu lugar ao erro dos filósofos induzindo-os a confundir o meio com o principio, o órgão da manifestação com a fonte desta manifestação.

Ora, visto que percebemos que não existe uma realidade que procura preencher a própria medida, devemos presumir que a imensa quantidade de objetos que nos rodeiam tenham um amplo e importante objetivo, isto é: promover as realidades, cada uma segundo o próprio gênero e a própria classe, ou se quiser, testemunhar em favor daquilo que é e de qualquer sua manifestação. De fato, é útil para o nosso pensamento conhecer os fatos e as realidades, e para a nossa alma assenhorar-se onde cresce o patrimônio da existência.

Mesmo havendo pouca familiaridade coma as obras já publicadas sobre temas do gênero, é necessário reconhecer que o nosso ser espiritual e o nosso ser físico, possuem algumas faculdades relativas ao importante escopo do conhecimento. Com efeito, os nossos órgãos materiais transmitem à nossa animação sensível, a impressão das formas e das imagens de todos os objetos que a eles se apresentam, assim como transmitem o sentido das diversas propriedades das quais tais objetos estão revestidos.

A nossa alma pensante em seguida, tem a tarefa e o poder de analisar todas aquelas propriedades, de considerar qual seja o escopo da existência de todos aqueles diversos objetos, quando o fim lhe é desconhecido. A alma pensante tem o direito de procurar nos objetos, a idéia da qual estes são a expressão, quais fatos estes atestam, ou quais realidades manifestam; e todos nós devemos admitir que não estamos real e completamente satisfeitos, se não quando, o nosso pensamento alegra-se no conhecer o fim ultimo dos objetos; assim como o nosso ser sensível alegra-se com as impressões que recebe das diversas propriedades dos próprios objetos: novo motivo para convencer-nos que todos os objetos são a expressão de uma idéia. De fato, como poderiam estes, conduzir nossa inteligência à este escopo luminoso e de satisfação, se não fossem eles próprios por assim dizer, descidos do mundo da luz ou do mundo das idéias?

Por outro lado, os hábitos mais comuns entre os homens não nos iluminam sobre a grande verdade, que todos os objetos que nos circundam são a expressão de uma idéia? Todas as invenções das quais se servem os homens hoje em dia para as próprias necessidades, para os próprios prazeres, para a própria comodidade, não portam em si o caráter da idéia a qual devem a própria origem? Um livro não é talvez o sinal do projeto de um homem que decidiu representar os próprios pensamentos em um único órgão? Uma carruagem não é o sinal da intenção de um homem fazer-se transportar rapidamente e sem fadiga? E também a casa não representa a exigência de obter uma vida cômoda protegidos das intempéries?

Acreditamos portanto, que a Sabedoria suprema tenha também idéias e planos nas suas obras, como nós temos nas nossas. Esta, alem disso é com certeza mais fecunda e mais inteligente do que nós. Portanto as suas obras, se conhecêssemos o espírito, teriam a sublime vantagem de dirigir ao nosso pensamento e a nossa alma satisfações mais vivas do que aquelas que dirigem à nossa vista ostentando-nos a pompa de sua magnificência exterior e da rica mas regular variedade de suas formas. Acreditamos ao mesmo tempo, que o objetivo da Sabedoria suprema seja aquele de aplicar o nosso ser na busca dos próprios planos, multiplicando sob os nossos olhos, a imensidade de objetos diversos. De fato, se é verdade que cada realidade procura fazer-se compreender e manifestar-se e que não pode faze-lo se não com os seus sinais e com o seus testemunhos, nós facilitaremos e ajudaremos esta manifestação interrogando cuidadosamente os testemunhos e os sinais, recolhendo com cuidado ainda maior as suas indicações.

Mas entre todos estes sinais e estes testemunhos, quem mais se não o homem poderia ser mais digno da nossa atenção, e revelar-nos as maiores verdades? Quem mais nos ofereceria indícios mais significativos? Quem mais deixaria correr perante nós os numerosos rios de fogo que parecem brotar vivamente de seu pensamento e de seu coração e que nos mostram, por assim dizer, como sentado sobre o trono de todos os mundos para julgá-los e governá-los sob os olhos do Soberano invisível, o único ser que o homem encontra acima de si?

Todos os outros sinais que compõem o universo não nos são oferecidos, dada a fragilidade que os caracteriza e a suas surpreendentes disparidades, se não como tantos outros reflexos passivos e parciais de potências espirituais e secundárias da divindade.

O homem, pelo contrário, aparecendo colocado sob o aspecto da própria divindade, apresenta-se destinado a refleti-la diretamente e de conseqüência fazê-la conhecer completamente. Portanto devemos procurar mais extensamente de qual fato, de qual realidade ele é chamado a ser o depositário e o testemunho perante todos os seres, pois reconhecemos nele a expressão falante do princípio eterno, e a irrecusável analogia que liga os seres uns aos outros. De fato, entre todas as criaturas ele representa o sinal ativo do axioma total, ou a mais ampla manifestação que o pensamento interior divino tenha emanado.

Se o homem é o único ser enviado como testemunha universal da universal verdade, recolhamos portanto os seus testemunhos, não o abandonemos se não depois de havê-lo cuidadosamente interrogado, e confrontado com si mesmo, com o objetivo de estabelecer os diversos esclarecimentos que podemos receber de seus diversos testemunhos.

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Samaelismo é gnosticismo?

A questão das características do movimento samaélico tem sido abordadas aqui, em outras publicações. Entre as várias alegadas autenticidades pelos samaelianos e muitas vezes pelo próprio Samael está a questão da sucessão apostólica da Igreja Gnóstica que, segundo Samael, foi passada a ele pelo próprio Krumm Heller, então bispo da referida. Voltaremos a essa questão algumas vezes, mas vejamos aqui nesse artgo o que diz o pesquisador Peter Koenig, especializado na história do que ele chama O.T.O. Phenomenon, as ordens que se formaram a partir desta, que inclui a F.R.A. de Heller e em sucessão desta a Igreja Gnóstica de Samael, segundo ele mesmo alega...

Victor Manuel Gomez Rodriguez 

Gomez Rodriguez (nascido em 17.2.17) também conhecido por 'Samael Aun Weor' também conhecido por 'Buddha Maitreya Kalki' já foi membro do grupo de Rojas [loja da F.R.A. coordenada por Israel Rojas Romero]; em 1952 ele fundou seu 'Movimento Gnóstico', que foi firmemente baseado no material F.R.A.- e Gurdjieff. Sua afirmação de que Krumm-Heller o consagrou como bispo é veementemente rejeitada por todos os F.R.A. grupo. [74] Gabriel Sanchez Gaviria acreditava que 'Weor' era muito jovem para ter conhecido Krumm, ou então estava morando em outra parte da América do Sul durante as visitas ocasionais de Krumm. [75] 'Weor' deveria ter mantido ligações com Ana Delia Gonzales, representante de Metzger na Venezuela. [76] 

(...) 'Weor' morreu em 1977, e seu movimento se dividiu em vários ramos: o ramo mexicano liderado por sua viúva Arnolda Garro de Gomez "Maestra Litelantes"; e a sucursal colombiana de Joaquim Amortegui Balvuena "Maestro Rabolu" - a tendência Rabolu também fundou uma sucursal em Baden-Rütihof na Suíça. De conversas com o representante suíço de Rabolu, Thomas Pellicioli, parece que a maior concentração de seus membros - cerca de dez mil - se encontrava no Canadá em 27 de outubro de 1986. 

(...) Em outro lugar, o partido de Litelantes tem uma ramificação na Inglaterra, onde recebe o título de 'Instituto Gnóstico de Antropologia'; eles até afirmaram em uma carta datada de 5 de maio de 1992 "que Samael era o Patriarca da Igreja Gnóstica e A [rnoldo] K [rumm] H [eller] era o Arcebispo". Na Espanha, o órgão correspondente se autodenomina "Movimento Gnóstico Cristão Universal". [79] 

M.R. Motta pensava que Oskar Schlag era o poder secreto por trás de 'Weor', [80] enquanto F.W. Haack demoliu a ideologia de Weor em seu livro "Europas neue Religion" (Zurique 1991, p. 42); no entanto, a 'Christliche Universelle Gnostische Bewegung' é legalmente constituída como uma associação na Alemanha. [81]


segunda-feira, 19 de outubro de 2020

A SUPER ILUMINAÇÃO NA QUAL OS OCIDENTAIS ACREDITAM

 Um dia fui ao retiro, três dias apenas. Meu professor máximo, o principal, assim o considerava, veio ao Brasil especialmente só para ensinar nosso grupo e outro do mesmo em outro estado. Ele tinha me dado ensinamentos maravilhorosos em suas aulas, aberto portas da prática que eu precisava, tanto nas aulas como nas entrevistas particulares. Ele é monge budista desde criança, sua experiência e sabedoria são enormes. 

Tinha uma pessoa no grupo ainda nessa ideologia ocidental sobre a onisciência dos mestres, dos despertos, e acreditava que ele era um iluminado, um buda, portanto onisciente (no budismo a onisciência se refere ao que já aconteceu e está acontecendo, não ao futuro, mas desde que a pessoa queira buscar, não entra automaticamente toda informação na consciência). Era minha oportunidade. Eu tinha que testar. 

Tentava conversas em particular com ele como outras vezes. Meu inglês era péssimo e eu era bem atrapalhado com as palavras, ele também tinha um inglês muito dificil (e com seu forte sotaque asiático), mas já morava na Europa a muitos anos. Já tinhamos conversado assim nos anos ateriores. Dessa vez ele fuigia, escorregava como um quiabo, minhas perguntas e afirmações mechiam muito com suas emoções, ninguém viu a cara do monge em tantas expressões de tensão, medo, aversão, raiva, como eu vi, mas continuei. Até que ele praticamente correu e se trancou no quarto.

Meu iluminado de quase 70 anos de idade e 65 anos de monge e de experiência de meditação não tinha a mesma paz e sorriso de sempre, e nem tinha consciência do que se passava no meu interior (como muitos acreditavam que ele tinha). Não dava pra sustentar mais as expressões, além das micro expressões que, dizem, nunca mentem. 

Anos mais tarde esse amigo que acreditava na onisciência do mestre também pegou um monge em um ato inesperado, ele e mais alguém que estava no grupo a quase tantos anos quanto eu. O que eles viram os deixou escandalizados, mas combinaram de não contar o que viram, nunca. 

E assim ele descobriu que não existe a tal iluminação que os ocidentais acreditam, mas preferiu mentir para si mesmo e pensar apenas que aquele monge, praticante desde criancinha, não era iluminado. Me parece que ele esteja num delírio de que ele mesmo é alguém muito especial, mais que o monge pelo jeito, pois acredita que meditando meia ou uma hora por dia ele vai alcaçar a iluminação, mesmo sem deixar a vida mundana, como fez o monge e mesmo assim não alcançou. 

Essa história pessoal exponho aqui só para mostrar que nós vemos aquilo que queremos ver, porque a verdade, a realidade, é muito mais assombrosamente terrível, diante de nossas projeções e expectativas, do que esperamos encontrar. 

Por isso as pessoas não querem saber a história daquilo em que acreditam. E por isso preferem autoridades que deem respostas baseadas em suposta iluminação, experiência, nível de consciência que suposta a pessoa alcançou, etc., do que admitir que muitas das respostas que procura não existem, que vai morrer sem tê-las, ou admitir a humanidade insuperável do ser humano, seus limites, erros, paixões, enganos... Então procura um paliativo, como a uma droga entorpecente, para suportar viver diante da realidade da dúvida humana ou mesmo do não poder saber nunca...

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Do Homem e Sua Verdadeira Natureza - A Natureza Humana


Do Livro  Homem: Sua Verdadeira Natureza e Ministerio

Por

Louis Claude de Saint-Martin


O Homem se agarra no mundo exterior

No estado de apatia em que o homem se encontra mergulhado, através de suas ilusões diárias, e estudando somente a ordem externa da natureza, ele não vê nem a fonte de sua ordem aparente e nem aquela de sua desordem; o homem se identifica com este Universo externo; ele não pode deixar de considerar tal universo como um mundo exclusivo e de existência própria. E neste estado de coisas, a idéia que tem maior dificuldade de acesso ao homem, é aquela da degeneração de nossa espécie e a de queda da própria natureza; O homem, perdeu os direitos que deveria ter sobre a natureza ao deixar de usá-los e acabou confundindo esta natureza obscura e cega com ele mesmo e com a sua própria essência. 

Se o homem pudesse, por um momento, ter uma visão mais correta e mais benéfica da ordem externa, uma simples observação seria o suficiente para mostrar-lhe, de uma vez, a real degradação de sua espécie, a dignidade de seu ser e sua superioridade sobre esta ordem externa.

Como pode o homem negar a degeneração de sua espécie, enquanto vê que não pode viver, pensar, agir, existir senão combatendo uma resistência? Nosso sangue tem que se defender da resistência dos elementos; nossa mente, das dúvidas e da obscuridade da ignorância; nosso coração, das falsas inclinações; o nosso corpo como um todo, da inércia; nosso estado social, da desordem, etc.

Uma resistência é um obstáculo; um obstáculo, na ordem do espírito, é uma antipatia e uma inimizade; uma inimizade em ação é um hostil poder combatente; este poder, estendendo suas forças continuamente à nossa volta, nos coloca numa situação violenta e dolorosa, na qual não devemos estar e sem a qual tal poder nos seria desconhecido, como se não existisse, uma vez que interiormente sentiríamos que fomos feitos para a paz e tranqüilidade.

Não! O Homem não está em sua harmonia adequada; ele, evidentemente, sofreu uma mudança para pior, não digo isto por encontrar nos livros, e nem por ser uma idéia geralmente admitida pelas pessoas.

Falo porque durante sua passageira existência na terra, parece estar no meio de seus semelhantes, assim como um leão voraz entre as ovelhas, ou como uma ovelha entre vorazes leões; isto porque entre este vasto número de homens, há dificilmente um que desperte para alguma coisa que não seja vítima ou executor de seu irmão.

O Homem tem posição mais elevada que a Natureza 

Apesar de tudo, o Homem é um grande ser; se não o fosse, como poderia ter sido degenerado? Mas, independentemente desta prova da anterior dignidade de nosso ser, a reflexão seguinte, deve nos convencer de nossa superioridade em relação a Natureza, até mesmo agora.

A Natureza Astral terrestre executa as leis da criação e só chegou a existir pela virtude destas leis.

O reino mineral e vegetal tem em si o efeito destas leis, pois contêm todas as propriedades elementares, astrais e outras propriedades essenciais; e isto acontece com mais eficácia e num maior desenvolvimento do que nas próprias estrelas, que contêm apenas a metade destas propriedades, ou do que na terra que contém a outra metade.

O reino animal tem o uso destas leis da criação, uma vez que os animais tem que alimentar, manter e reproduzir a si mesmos; eles contém todos os princípios necessários para isto. Mas o Homem Espírito tem, de uma só vez, o efeito, o uso, e a livre direção ou manipulação destas leis. Irei fornecer apenas um exemplo bastante familiar sobre isto, mas através de seu significado, a mente pode elevar-se.

O exemplo é: Primeiro; um campo de milho, que contém em si o efeito destas leis da Natureza; Segundo, um animal carnívoro, fazendo uso deste milho, podendo comê-lo; Terceiro um padeiro que tem o controle e a manipulação do milho, podendo fazer pão com ele; isto mostra, ainda que de uma forma bastante material, que os poderes da Natureza são possuídos de forma partilhada pelas criaturas que a constituem; mas, que somente o Homem Espírito, em si mesmo, pode abarcar todas elas. 

Quanto aqueles direitos materiais que o homem possui, que mencionamos acima, nas manipulações do padeiro, se elevarmos nosso pensamento a verdadeira região do Homem, encontraremos, sem dúvida alguma, estes direitos provados de forma mais virtual e em grande escala, através da investigação das maravilhosas propriedades que constituem o Homem Espírito, e explorando a alta ordem de manipulações a que levam estas propriedades. 

Se o Homem tem o poder de ser o artífice e o artesão das produções terrestres, por que não poderia ser o mesmo em uma ordem superior? Ele deve ser capaz de comparar todas as produções divinas com suas Fontes, já que tem o poder de comparar os efeitos da natureza com as causas que a forma e guia, só o homem tem este privilégio.

Somente a experiência pode dar uma idéia deste sublime direito ou privilégio; mesmo assim, esta idéia sempre parecerá nova, mesmo para aquele acostumado a ela.

Meu Deus! O Homem conhece seus direitos espirituais, mas não desfruta deles! Que necessidade há de alguma outra prova de sua privação, além de sua degeneração?

O Homem pode recuperar suas posições

OH! Homem! Abra, então, seus olhos por um instante; pois com seu julgamento apressado, não só, nunca recuperará seus direitos, como também corre o risco de aniquilá-los. É preciso aprender uma lição de ordem física: os animais tem alma coletiva; e fica claro que, embora não sejam máquinas, eles não possuem espírito. Por esta razão, os animais não tem nenhuma aliança a ser estabelecida entre eles e seu princípio, como nós temos; mas, observando a regularidade de seu ritmo, não se pode negar, para a vergonha do homem, que de uma forma geral; devemos reconhecer, de que estas criaturas não dotadas de liberdade, manifestam uma aliança mais completa e constante com o seu princípio, do que podemos formar em nós mesmos. Podemos até mesmo ir mais longe, dizendo que todas as criaturas, exceto o homem, se manifestam como almas coletivas, das quais Deus é a mente ou o espírito.

De fato, o mundo, ou o homem perdido, poderia ser só espírito, mas ele pensa que pode agir sem a sua verdadeira alma, sua sagrada e divina alma, na verdade, não pode mais do que ressaltar sua alma animal e sua vaidade. Em Deus, há também uma alma e um espírito sagrado, já que somos sua imagem; contudo eles são um, assim como todos os poderes e faculdades do ser supremo.

Por um lado, temos o privilégio de formar, tal qual aquele que é o Todo-Sábio, uma indissolúvel e eterna aliança entre nossas espíritos e nossas almas sagradas, unindo-as no princípio que as formam; somente a partir desta condição indispensável, é que podemos ter esperança de sermos novamente a imagem de Deus; ao nos empenharmos nisso, temos a confirmação do doloroso fato de nossa degeneração e, ao mesmo tempo, de nossa superioridade em relação à ordem externa.


Continua...


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segunda-feira, 12 de outubro de 2020

É possível ser um libertário liberal?

Lendo hoje uma série de artigos sobre libertarianismo e libertarianismo no Brasil pude constatar a razão da confusão existente neste país em relação ao uso do termo. A razão é a apropriação do termo libertarianismo por cada vertente sem avisar que ela é UMA vertente e não O libertarianismo. Nos EUA é bem mais simples saber o que são os libertários do que no Brasil, onde muitos que até se dizem libertários não entendem porque estes estão lá majoritariamente ligados ao partido republicano, pois lá o termo surgiu justamente para diferenciar os libertários dos liberais. No Brasil não é assim. Aqui os liberais gritam aos quatro ventos que são libertários. E há mesmo na área econômica pessoas que deixaram as idéias da scola austríaca pelas idéias keynesianas e continuam de auto-proclamando libertário. 


Tudo isso é muito aceito e a mídia esquerdista que finge desconhecer a idéia, o movimento e até o sentido da palavra libertário, é claro, quando a utiliza, é sempre no sentido mais errado, que convenha a sua narrativa do momento. O fato (digo fato por as idéias estão escritas e comparar as diferenças e constatar que elas existem é um fato) é que existem muitas vertentes do pensamento libertário, mas não pode haver uma que coincida exatamente com o pensamento liberal (política-econômico-ideológico) porque se houvesse tal obviamente não seria pensamento libertário, mas pensamento liberal! Entenda que o termo liberal não é usado por nenhuma vertente do libertarianismo justamente para não ser confundido com estes. As ideologias e políticas do pensamento liberal são uma coisa e as do pensamento libertário são outras. Chega de infiltração liberal em todos os setores. Por mais que muitos pontos possam coincidir no plano econômico das idéias, a maioria das idéias no conjunto todo é praticamete a oposta. É possível ser um liberal conservador, um libertário conservador, mas ser um libertário liberal é impossível.


Outra coisa que pode acontecer é a indefinição dos sites, blogs, plataformas e demais fontes de publicação das idéias libertárias que são referência para quem busca sobre o tema. Cada um tem direito de se dizer o que quiser, os socialistas também se auto-proclamam libertário, mas qualquer pessoa bem informada ou com um razoável bom sendo vai rir e saber que isso é uma mentira, porque não tem nenhuma lógica. Isso é um pouco mais difícil em relação à diferença e impossibilidade de haver um liberal libertário, por isso é preciso que haja clareza, que os expositores dessas idéias dediquem uma parte de seu tempo a mostrar as semelhanças e diferenças, as diferentes mesclas e os diferentes desenvolvimentos das idéias libertárias. Aqui, embora eu tenha começando com uma visão geral, mais ampla e aberta, logo me desvencilhei das idéias dos chamados libertários radicais, pois eles são liberais, anarcocapitalistas, sócio-liberais, etc., e isso não encaixa com os pontos fundamentais do libertarianismo, seja jusnaturalista ou utilitarista (ou até mesmo as invencionices pós-modernas que estão em voga como sendo pensamento libertário). Por isso deixo claro aqui minha posição de libertário conservador tradicionalista, libertário na economia conservador na politica e tradicionalista nos costumes se preferem definir assim. Por isso exponho aqui conteúdos que se encaixam nesses três pontos de vista. O libertário igual ao consevador e diferente do liberal não tem ideologia sobre cultura, costumes, tradições, pelo contrário é averso a elas, pois isso é de forum particular e individual, só pertence à consciência de cada um, de cada grupo, família, religião, e enfim, de cada pessoa, decidir sobre isso. O libertário como o liberal tem claro e diferenciado um conjunto de ideias econômicas que deram certo e que podem ser melhoradas, mas esse conjunto pode possuir também algumas diferenças peculiares. Já o liberal tem metas de sociedade ideologicas, culturais, educacionais, ideais, que ele acredita religiosamente serem mais nobres e mais benéficas a sociedade e à liberdade, por isso ele não está tão preocupado com as liberdades individuais como ele discursa, pois ele precisa estabelecer alguma forma de controle social para que seus ideais sejam alcançados. Um liberal é fatalmente um esquerdista, por ser coletivista, intervencionista e por ter aderido contemporaneamente ao politicamente correto e direitos específicos, pois ele abdicou da liberdade individual de destoar dos ideais que amarrou contraditoriamente ao termo liberdade; ele precisa de uma poderosa intervenção estatal de modo coletivo em muitos setores para implantar seu ideal do que chamou liberdade, justamente o que o libertário combate, qualquer intervenção nessas áreas, exigindo do estado outro papel, a defesa do seu direito individual de liberdade de ser e de pensar.

sábado, 10 de outubro de 2020

Espiritismo, vampirismo, satanismo? - O que as ciências metafísicas, alquímicas e tradicionais dizem - parte 2


Do livro Filosofia elementar da Robacruz modema de J. van 

Rijckenborgh.

EsPIRITISMO (II) 

O que é um médium? Respostas têm sido dadas a esta 

pergunta em todas as épocas. Todas as grandes filosofias 

religiosas reprovam a mediunidade e advertem enfatica-

mente contra ela: sempre foi proibido invocar os espíritos. 

Seja como for, todos os movimentos religiosos degene-

rados originaram-se na mecliunidade e por ela são manti-

dos. (...) A mediunidade é baseada na sensitividade. 

E, do mesmo modo 

que existem diferentes espécies de sensitividade, também 

existem diferentes espécies de mediunidade. 

Como essa sensitividade é provocada' Examinemos a 

esfera aura!, também chamada corpo de desejo ou 

campo de respiração. Essa esfera aura! está em perfeita 

concordância com o nosso estado ele ser: ela é um campo 

de vibração inteiramente harmonioso com a pessoa a 

quem pertence. Essa esfera só está aberta para o que é de 

natureza semelhante, uma vez que tudo o que difere dela 

permanece como que diante de intransponível muralha.

Esse campo vibratório está em concordância com o 

nosso ser sangüíneo que recebemos de nossos pais e 

ancestrab e no qual também nosso próprio passado 

microcósmico desempenha seu papel. Esse campo é 

mantido em equihbrio com o estado de nosso sangue, 

de nossos sentidos e de ;1ossa consciência, por meio 

da respiração. 

Esse equilíbrio é mantido da seguinte maneira: pen-

sar, querer e sentir formam uma triunidade de atividade 

da consciência. como vimos em um dos capítulos ini-

ciais. Conduzido por essa triunidade, o ser emocional 

irradia sete raios através do esterno. Essa radiação tanto 

repele quanto atrai e o que não está em concordância 

com nosso ser é afastado de nossa esfera aura! enquan-

to que a porta é amplamente aberta para tudo o que 

está em harmonia com ele. 

Quando o campo de respiração foi preparado, a res-

piração o liga ao sangue através do qual as for~·as e ati-

vidades do campo de respiração são transmitidas a 

todos os órgãos vitais. Além disw. os centros cerebrais, 

como focos do pensamento e da vontade, são também 

diretamente preparados, via osso etmóide, sem interfe-

rência do sangue. 

Então. em certo sentido, todo ser humano é um 

médium de acordo com seu estado de ser, pois a cons-

ciência está aberta a influências. Assim, podemos dizer 

que. em grande parte, os homens não são eles mesmos. 

mas são vividos por forças exteriores. Isso é válido para 

todos os homens em geral, mas muito particularmente 

para aqueles que alcançaram certa cultura, portanto, 

para os servidores da ciência. da arte e da religião. 

Podemos chamar as forças obumbrantes e as forças 

invocadas com nomes agradavelmente sonoros, tais 

como: Cristo, Espírito Santo, Luz ou Rosacruz, mas, nem

por isso deixamos de demonstrar perfeito estado de 

mediunidade e, sobre essa base, jamais poderemos al-

cançar a libertação concreta e verdadeira da humanida-

de. São incalculáveis as influências exercidas por uma 

multidão de entidades tenebrosas, tanto sobre a religião 

como sobre o ocultismo. 

Os líderes da Rosacruz estão sempre conscientes da 

necessidade de serem vigilantes e de estarem prontos 

para lutar, não contra seus amigos, mas contra as forças 

satânicas que os atacam por intermédio deles. É um fato 

irrefutável que quando entidades ligadas à terra não 

podem tirar o melhor de alguém do modo habitual, elas 

tentarão atacá-lo através de seus amigos. 

Devemos afirmar enfaticamente que as forças de 

Cristo que emanam do Espírito Santo c outras influências 

genuinamente sublimes jamais penetrarão o sistema de 

vida do homem desse modo. Elas jamais nos controlam 

e nem se apresentam a nós sob esta ou aquela forma. 

Existem diferentes espécies de mediunidade que 

podem ser explicadas pelo passado do individuo: 

1. a mediunidade na qual os processos do pensar, 

querer e sentir são afetados e controlados; 

2. aquela na qual os sentidos são afetados; 

3. aquela na qual as glândulas endócrinas são 

controladas; 

4. aquela que leva à possessão; 

5. a que leva à loucura. 

Esses aspectos principais são suficientes. O resto 

pode ser deduzido a partir daí. 

A primeira forma de mediunidade é a mais comum e 

afeta toda a humanidade. Ela é praticada de modo orga-

nizado, para alimentar e manter o satanismo.

A segunda forma de mediunidade refere-se à super-

sensitividade de um ou de vários sentidos. Ela é indevi-

damente denominada clarividência (sendo a visão etérica 

uma de suas formas). Em seguida, vêm a clauriaudiência, 

a psicometria. etc. 

A terceira forma de mediunidade incita o homem a 

excessos orgânicos e funcionais e a toda espécie de 

anomalias. 

A quarta forma de mediunidade é aquela na qual se 

força alguém a abrigar em seu corpo ou em sua esfera 

aura! entidades parasitas que já não podem ser expulsas 

do sistema. 

A quinta forma de mediunidade é aquela na qual a 

própria consciência do indivíduo é totalmente suplanta-

da. Todas as cinco formas de mediunidade com seus 

vários sub-aspectos reduzem a vida humana a uma exis-

tência sub-humana, mesmo do ponto de vista deste 

nível terreno e dialético. Dessa forma são desenvolvidas 

as mais espantosas atividades, aparecem doenças de 

toda espécie e o homem degenera e vive num mundo 

abominável de sofrimento e miséria incompreensíveis. 

Aqueles que se vangloriam de sua mediunidade são 

pobres e infelizes iludidos: sào doentes que merecem 

uma atenção toda especial. A mediunidade acentuada é 

sinal de uma condição extremamente crítica - é prova 

de um estado de especial receptividade aos espíritos 

ligados à terra. Porém, essa abertura não significa que o 

indivíduo é particularmente mau, mas que ele demons-

tra uma predisposição sangüínea. 

(...)

As entidades que. por qualquer razão, procuram 

agarrar-se à esfera intermediária e, conseqüentemente, 

à esfera terrestre. tencionam pilhar éteres e provêm de 

todas as classes sociais: da massa popular. das classes

dirigentes, artísticas. científicas e religiosas. Da mesma 

forma que deste lado do véu grande número de grupos 

parasitam o trabalho e o potencial de outros. de onde 

se originam os abusos sociais. políticos e econômicos, 

também existem, do outro lado do véu, inúmeras opor-

tunidades de continuar o trabalho de parasitismo. 

Como lá não existem dinheiro. bens e gozos materiais. 

resta um único interesse: conseguir prolongar a vida na 

esfera intermediária. 

Deste lado do véu um parasita não pode comprar 

um prolongamento de sua vida. (...) Ele 

também não pode receber este prolongamento de vida 

de seus colegas do além. Então, ele só pode obter o 

objeto de seu intenso desejo vampirizando o sangue 

vital dos homens deste lado do véu, subtraindo suas for-

ças vitais, crime que ele executa por meio do obumbra-

mento. Para esse fim, ele se vale de inúmeros métodos. 

Já falamos a respeito deles: na maioria das vezes, são 

baseados em impostura, em encenação. 

Cada grupo de controladores sintoniza-se com a 

natureza do grupo que dirige. Se este for religioso. ocul-

tista, humanitarista, o gmpo controlador também estará 

de acordo. Cada grupo de controladores procura desen-

volver, ao máximo, práticas que estejam em concordân-

cia com a natureza do seu grupo. Assim, aparecem gru- 

pos com aspirações e tendências médicas, proféticas, 

humanísticas, religiosas ou ocultistas. 

Tomemos como exemplo um grupo de aspirações 

médicas. O controlador será. na maioria dos casos. pos-

suidor de conhecimentos médicos. Como ele pode estu-

dar o doente a partir de um campo mais sutil, este con-

trolador tem maiores recursos à sua disposição para 

fazer seu diagnóstico. Sem dificuldades. ele pode acom-

panhar as atividadcs de certas forças e venenos no 

corpo e, assim. tem muito mais possibilidades de encon-

trar os remédios apropriados. (...) 

Enganar? Explorar?" exclamarão os participantes de 

tais grupos. "O que dizer, então, do meu braço torto, 

que foi endireitado? E do nó de meus intestinos, que foi 

curado? E do desvio de coluna, que foi corrigido? E da 

minha dor de cabeça, que desapareceu?" etc ... 

Será que compreendeis a fraude em tudo isso? Os 

efeitos foram suprimidos. mas as causas profundas, 

estas permanecem inalteradas. 

(...)

 Antes que alguém possa falar 

em cura, uma arte de curar deverá ser desenvolvida 

para combater as causas e, principalmente, as causas 

espirituais; uma terapêutica que combata as causas espi-

rituais com o supremo remédio divino. 

A naturopatia é um pálido prenúncio dessa terapêu-

tica que sempre foi empregada pelas genuínas Escolas 

Espirituais. Atualmente, a medicina natural ainda é 

muito materialista e dialética. Um verdadeiro curador 

deve ser, ao mesmo tempo. um verdadeiro sacerdote. 

Aquele que cura de modo espiritual pode simplesmen-

te recusar auxiliar uma pessoa se sua cura causar uma 

maior ligação a uma vida má. 

O aluno sério deveria compreender que a "cura 

segundo a natureza" pode ser um meio poderoso de ilu-

dir o homem da massa. Por mais sensacional que seja, a 

cura não revela nada do estado espiritual do enfermo. E 

também não revela nada do que se refere à sua verda-

deim cura. nem a respeito do direito espiritual que o 

doente e o médico têm, tanto de receber como de pro-

ceder à cura. A massa pode ser iludida pela aparência 

exterior ela cura. mas o aluno que está na senda perce-

berá tudo com clareza.