sábado, 22 de dezembro de 2018

Do Livro O NOVO HOMEM de Louis Claude de Saint Martin

Capítulo 1

A verdade não exige mais do que fazer aliança com o homem; mas ela quer que seja com o
homem puro, sem nenhuma mistura com qualquer coisa que não seja fixo e eterno como ela.
Quer que esse homem se purifique e se regenere continuamente e por inteiro, na fonte do
fogo e na sede da unidade; quer que a terra absorva os pecados dele todos os dias, isto é, que
absorva toda a sua matéria, porque este é o seu verdadeiro pecado; quer que tenha o corpo
sempre pronto para a morte e os sacrifícios, a alma pronta para o exercício de todas as virtudes, o
espírito pronto para entender todas as luzes e fazê-las frutificar para a glória da fonte de onde
provêm; quer que se considere em todo o seu ser como um exército sempre em prontidão, prestes
a marchar ao primeiro sinal; quer que tenha uma resolução e uma constância que nada possa
alterar, e estando avisado de que continuando encontrará apenas sofrimento, porque o mal vai se
oferecer a cada passo, que essa perspectiva não o detenha em sua marcha, e que dirija sua visão
exclusivamente, para o marco que o espera ao fim do percurso.

Se ela o encontra nessa disposição, aí estarão as promessas que lhe faz e os favores que lhe
destina. Porque tão logo o interior do homem se lhe abre, ela é inundada por uma carga de
alegria, não somente como a mãe mais terna por um Filho que não vê há muito tempo, mas como
o mais augusto gênio à vista da mais sublime produção que, inicialmente, lhe parecia bisonha,
estranha a seu espírito e, por assim dizer, apagada de sua memória, mas que, em seguida, lhe faz
unir o amor mais vivo a essa profunda admiração, quando esse excelso gênio chega a reconhecer
que essa sublime produção é um trabalho seu.

Mal a verdade vê nascer o desejo e a vontade no coração do homem, precipita-se com
todos os ardores da sua Vida Divina e do seu amor. As vezes, não pede a ele mais que a privação
de tudo o que é insignificante, e para esse sacrifício negativo, ela o suprirá de realidades. A
primeira realidade é dar-lhe sinais de advertência e de preservação, a fim de que não tenha como
Caim, razão para temer e dizer: quem me achar, me matará. Em seguida, põe sobre ele os sinais
do terror, para que sua presença provoque medo e faça seus inimigos fugirem; finalmente ela o
ornamenta com os sinais da glória, a fim de que possa fazer brilhar a majestade do seu mestre e
receber por todos os lados as honoráveis recompensas que são devidas a um servidor fiel.

É assim que ela tratará aqueles que tiverem confiança na natureza de seu ser; que não
deixarem escapar a mínima centelha; que forem considerados como uma idéia fundamental ou
um texto do qual a nossa vida inteira deveria ser apenas o desenvolvimento e o comentário de
maneira que todos os nossos momentos serviram para explicá-lo e torná-lo mais claro, e não para
obscurecê-lo, apagá-lo e lançá-lo no esquecimento, como ocorre quase sempre para a nossa
infeliz posteridade.

Para nos curar, a verdade possui um medicamento real, que sentimos fisicamente quando
ela julga oportuno administrá-lo a nós. Esse medicamento é composto de dois ingredientes, de
acordo com nossa enfermidade, que é uma mistura do bem com o mal e que apanhamos de quem
não sabe se preservar do desejo de conhecer essa ciência fatal. É um medicamento amargo, mas é
o seu amargor que nos cura, porque essa parte amarga, a justiça une-se ao que há de viciado em
nosso ser para lhe trazer a retificação; então, o que há de sadio e vivo em nós, se une, por sua
vez, ao que há de doce no medicamento, e obtemos saúde.

Enquanto essa operação medicinal não se realiza em nós, é inútil considerar-nos sadios e
bem; não estamos sequer em condições de usar alimentos salutares e puros, porque nossas
faculdades ainda não estão abertas para recebê-los. Dessa forma, não é suficiente para nosso
restabelecimento, abster-nos de alimentos malsãos e corrompidos; é necessário que consumamos
esse medicamento amargo que os ministros espirituais da sabedoria introduziu em nós,
produzindo aí uma sensação dolorosa que poderíamos chamar de febre da penitência, mas que
termina com a doce sensação da vida e da regeneração.

As pessoas que se encontram na via da regeneração, recebem e sentem esse medicamento
todas as vezes que o inimigo as tocam, para viciar qualquer coisa em seu ser. Os outros nem o
recebem, nem o sentem, porque se encontram num contínuo estado de transtorno e enfermidade
que não permite ao medicamento aproximar-se deles.

Mas esse medicamento é tão necessário ao nosso restabelecimento, que aqueles que não o
receberam não podem comer de forma proveitosa o "pão da vida" e não se tornam "ouro puro".
Enfim, ele deve moldar e trabalhar nossa alma sem descanso, sem interrupção, como o tempo
trabalha constantemente todos os corpos da natureza para reconduzi-los à pureza, à simplicidade
e à atividade viva dos seus princípios constitutivos. É desse modo que se abre em nós uma fonte
ativa, que é alimentada e mantida pela própria vida; e é por esse meio que atingimos uma
natureza de alegrias que não cessam e que estabelecem em nós antecipadamente e para sempre, o
reino eterno daquele que é.

É fácil constatar que esse medicamento não deve ser confundido com as atribulações
terrenas, com as doenças do corpo, com as injustiças que podemos receber de nossos
semelhantes e que mantêm nossa alma na angústia. Todas essas coisas são para punir a alma ou
submetê-la à provação, mas não lhe dão mais que uma sabedoria temporária; ou por outra, só
podemos receber a Vida Divina por preparações de mesma ordem; e o medicamento do qual
falamos é essa preparação exclusiva. Feliz é aquele que perseverar até o fim, desejando-o e
aproveitando-o todas as vezes que tiver a felicidade de experimentá-lo! Constatará desse modo
que o homem pode ter grandes coisas a dizer, não necessariamente ditas por ele, e que ele deve
esperar que o façam dizer ou escrever.

Pois o orvalho que Deus faz descer no homem é todo composto de ações totalmente vivas,
totalmente formadas, totalmente completas, como guerreiros armados dos pés à cabeça, ou como
médicos poderosos, portando nas mãos a ambrosia, ou como anjos celestes todos brilhantes tanto
no interior como no exterior, luzes puras e santas da vida; e o homem destinado as ser o objeto e
o receptáculo de tantos benefícios percebe pela inteligência, no meio desse orvalho sagrado, a
mão suprema de Deus resplandecente de glória, que quer tomá-lo como o termo dessa
incomparável magnanimidade. Tanto isso é verdadeiro que a palavra divina não pode vir a nós
sem criar, ao mesmo tempo, todo um mundo.

Meu Deus, bem sei que sois a vida, e que não sou digno de que vos aproximeis de mim,
que não sou senão desonra, miséria e iniqüidade. Sei bem que tendes uma palavra viva, mas que
as trevas espessas da minha matéria impedem que os ouvidos de minha alma a ouça. Contudo,

fazei entrar em mim em abundância essa palavra, para que seu peso possa contrabalançar a
quantidade de vazio no qual está absorvido todo o meu ser, e que no dia do seu julgamento
universal, o peso e a abundância de vossa palavra, possam me resgatar do abismo e me elevar até
vossa santa morada; colocai nas diversas regiões e faculdades que me compõem, numerosos
trabalhadores hábeis e vigilantes que desobstruam os canais de todas as suas imundícies e
quebrem até mesmo as rochas que se opõem à circulação das águas; então a vida de vossas
fontes puras e ativas em mim encherá meus rios até a borda; então criareis um mundo de
espíritos em meu pensamento, um mundo de virtudes em meu coração e um mundo de poderes
em minha ação, e será o todo - poderoso, o santificador universal, que sustentará, ele mesmo,
todos os mundos em mim, nutrindo-os continuamente com suas próprias bênçãos.

Qual é o verdadeiro significado do Natal?

Por Victor
(...)
Vamos deixar com que o Evangelho de Mateus nos conte a história: “Foi assim o nascimento de Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, mas, antes que se unissem, achou-se grávida pelo Espírito Santo. Por ser José, seu marido, um homem justo, e não querendo expô-la à desonra pública, pretendia anular o casamento secretamente. Mas, depois de ter pensado nisso, apareceu-lhe um anjo do Senhor em sonho e disse: José, filho de Davi, não tema em receber Maria como sua esposa, pois o que nela foi gerado procede do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mateus 1.18-21).
O que te surpreende nesta história? Uma mulher ficar grávida do Espírito Santo? Um homem, que para não difamar sua mulher, busca anular secretamente o seu casamento para que Maria não fosse envergonhada e punida pelo povo? Um anjo contando a José a verdade sobre a gravidez de Maria através de um sonho?
Todas essas coisas são uma introdução para o que vai acontecer de mais importante: a nossa salvação através de Jesus Cristo. Está escrito em Romanos 3.23-24: “Não há distinção, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus”.
Todos nós somos pecadores e por isso, precisamos de Cristo. Nossos pecados roubam tudo o que Deus criou para nós. Somos cegos caminhando sem rumo e orientação. Desespero, angústia, medo, tristeza, maldade, vaidade, orgulho; estes são apenas alguns dos sintomas que mostram o quanto estamos distantes de Deus.
A palavra Natal vem do latim natale que significa: nascimento. No Natal celebramos o nascimento do redentor da humanidade, o Filho de Deus. No Natal celebramos também o nosso nascimento. Isso mesmo, o nosso nascimento! Nascimento para uma nova vida que recebemos através de Jesus. “Portanto, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram, tudo se fez novo” (2 Coríntios 5.17)
Você precisa de uma vida nova? Uma nova chance? Um novo recomeço? Você precisa nascer de novo. Não nascer numa outra vida depois desta, pois a Bíblia não ensina a doutrina da reencarnação. “Ao homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo” (Hebreus 9.27 ). Nascer de novo é nascer para a nova vida que Cristo nos oferece, com Ele no controle. Uma vida repleta da verdadeira esperança, sentido e paz com Deus.
Você precisa disto? Jesus é o fim da sua busca.
Por Victor
Texto completo em http://www.pibpenha.org.br/natal