O que é sionismo
Sionismo é um movimento político nacionalista que defende a criação de um Estado judeu soberano e o retorno dos judeus para a “Terra de Israel”, localizada na Palestina.
Ao longo de milhares de anos, o povo judeu sofreu com invasões e diásporas. O movimento sionista busca a construção de um Estado para que os judeus vivam em segurança e paz.
Apesar de ser uma ideia antiga, o movimento político sionista se fortaleceu a partir de 1896 com Theodor Herzl, que publicou um folheto defendendo a criação de um Estado judeu e em seguida organizou o primeiro Congresso Sionista Mundial.
O sionismo ganhou força a partir do século XX com a crescente perseguição dos judeus na Europa e, especialmente, após o genocídio de cerca de 6 milhões de pessoas no Holocausto.
Hoje existem diversas críticas sobre o movimento sionista devido às violências praticadas por Israel contra o povo palestino, que vivia na região no momento da criação do Estado judeu.
Movimento sionista
As origens do movimento sionista
Segundo relatos bíblicos, haveria uma terra prometida por Deus ao povo judeu. Essa terra corresponde ao território da Palestina, onde está localizada a cidade sagrada de Jerusalém.
O termo “sionismo” tem origem na palavra Zionem hebraico, que faz referência à Jerusalém. O “retorno a Sião” é a expressão utilizada para tratar a volta do povo judeu ao seu território natal.
Conforme a Bíblia, os judeus viveram nessa região durante séculos antes de Cristo, onde construíram uma civilização rica e próspera. Mas por volta de 70 d. C, foram invadidos pelos romanos e exilados de seu território.
Ao longo dos séculos seguintes, os judeus sofreram perseguições e expulsões e foram se espalhando pelo mundo. Apesar de estarem dispersos, conseguiram construir comunidades e manter suas tradições étnicas e religião.
O sentimento de identidade do povo judeu se manteve fortalecido e a ideia do retorno à terra para a construção de um Estado soberano teve forte adesão.
Theodor Herzl e o sionismo político moderno
A ideia da criação do Estado de Israel já existia há muito tempo, mas foi no final do século XIX que se formaram as bases para o movimento sionista político moderno.
O responsável pelo fortalecimento dessa ideia foi o jornalista húngaro Theodor Herzl. Herzl presenciou muitos casos de antissemitismo, isto é, de preconceito e hostilidade contra os judeus.
Ele defendia que o fim do antissemitismo só aconteceria com a criação de um Estado, no qual os judeus pudessem ter uma vida normal, em um território próprio.
Sua ideia se difundiu a partir da publicação, de 1896, chamada “The Jewish State” ("Estado de Israel", em português). No ano seguinte, Herzl organizou o primeiro Congresso Sionista Mundial.
Esse congresso aconteceu na Suíça e nele foram criadas as bases para o movimento sionista, que tinha como objetivo o estabelecimento de um lar seguro para os judeus. O local escolhido para a construção do Estado de Israel foi a Palestina.
Apesar de alguns grupos de judeus terem iniciado a migração para a região a partir desse momento, o estabelecimento do Estado de Israel só aconteceria 50 anos depois.
O apoio britânico a criação do Estado de Israel
Quando o movimento sionista se fortaleceu, a região da Palestina era ocupada pelo Império Otomano. Em 1918 esse Império caiu e a Grã-Bretanha assumiu o controle da região.
Um ano antes, os britânicos haviam assinado a Declaração de Balfour, em que manifestavam apoio para a criação do Estado judeu na Palestina caso tomassem o controle da região.
Após a ascensão britânica, os judeus foram incentivados a migrar para a Palestina. Entretanto, a região da Palestina já estava ocupada, ali viviam muçulmanos (árabes) e alguns cristãos e judeus.
Esses povos viviam em paz, mas com o aumento do número de judeus, surgiu o conflito entre árabes e judeus pelo território.
Declaração de independência do Estado de Israel
Em 1947, a ONU propôs um plano de partilha do território entre judeus e árabes. Israel aceitou a partilha, mas a Palestina recusou por considerá-la injusta.
Em 1948, Israel declarou a sua independência e a partir de então, os conflitos entre árabes e judeus se intensificaram ainda mais.
Israel, ao longo dos anos, foi ocupando terras palestinas e desabrigando a população local. Muitos assentamentos ilegais em terras palestinas foram denunciados pela comunidade internacional.
O sionismo, para os palestinos, acabou sendo um movimento colonialista e racista, que submete a população palestina à violência e os impede de permanecer no território.
(...)
Características do sionismo
O sionismo não é um movimento único e centrado. Existem várias correntes e pensamentos divergentes dento do movimento, mas algumas características comuns são:
- Defesa da criação do Estado de Israel;
- Crença de que a criação de um estado judeu garantiria a segurança de seu povo;
- Crença de que a criação de um estado judeu proporcionaria a continuidade e preservação das tradições e religião judaica;
- Defesa da manutenção do Estado de Israel.
Diferentes correntes sionistas
Existem diferentes correntes dentro do movimento sionista. Além do sionismo político, que foi fundado Theodor Herzl e defende a criação e a manutenção de um Estado judeu na Palestina, ainda é possível encontrar outras variantes do pensamento, como:
- Sionismo socialista: o sionismo socialista defendia que a criação de um Estado judeu não aconteceria com a ajuda da comunidade internacional, mas a partir dos esforços e união da classe trabalhadora.
- Sionismo religioso: sionismo religioso é a corrente mais genérica, e abarca as demais vertentes sionistas. Os sionistas religiosos defendem que a terra de Israel deve ser ocupada pelo povo de Israel.
Antissemitismo, Holocausto e imigração de judeus para Palestina
Até a eclosão da Segunda Guerra Mundial, a migração de judeus para a Palestina acontecia lentamente. Mas a intensificação do sentimento antissemita na Europa e o Holocausto, intensificaram a deslocação para a região.
Durante o Holocausto, cerca de 6 milhões de judeus foram exterminados pelo governo nazista. Os judeus eram acusados de serem responsáveis pelas mazelas sociais e econômicas que a Alemanha enfrentava.
O contexto, além de aumentar a migração para a Palestina, fez crescer o apoio da comunidade internacional para a criação do Estado de Israel.
(...)
A diferença entre judeus e sionistas
Judaísmo e sionismo não podem ser entendidos como sinônimos. Os judeus são aqueles que pertencem à etnia e/ou religião judaica, já os sionistas são as pessoas que defendem a manutenção do Estado de Israel.
Para alguns judeus, a existência de um Estado não é essencial para a manutenção das tradições e das religiosidades do judaísmo. Muitos não defendem as ações do Estado de Israel sobre os palestinos.
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