sexta-feira, 9 de junho de 2023

CHICO XAVIER: A FARSA - parte 1

 

A Farsa de Chico Xavier - Por Pe. Quevedo



Francisco Cândido Xavier (1910-2002), mais conhecido como “Chico Xavier”, começou a exercer sistematicamente como “médium” espiritista psicógrafo à idade de 17 anos no Centro Espírita de Pedro Leopoldo, sua cidade natal.

(...)

 A realidade 



# Direitos autorais

Não foram empregados só em atendimento aos pobres, senão também e preferentemente para divulgação dessas psicografias e para propaganda do Espiritismo. Concretamente já aludimos ao “Christian Spirit Center”, que pessoalmente Chico ajudou a fundar. Precisamente junto ao centro onde atendia Chico havia uma livraria de Espiritismo. Etc.

# Academia?

Há falsários perfeitíssimos que enganaram aos melhores museus e especialistas. Mas descoberta a falsificação, nenhum falsário foi elevado à cadeira de nenhuma academia: imitação não é originalidade. O pastiche não é a genialidade.

# Iletrado?

“Fez o curso primário e estudou mais um ano com uma professora particular, que testemunha: ‘Distinguia-se por sua inteligência, sua memória prodigiosa e sua aplicação ao estudo. Só queria ler, não participava dos brinquedos nem das rodas dos outros meninos, e quando deles queria participar era tão sem jeito e sem graça, que preferia desistir’” (“O Diário” de Belo Horizonte, 1954, série de artigos).

E outro pesquisador no “Diário de Minas” (10-VIII-1958)“Que Chico Xavier não é um iletrado, como espalharam seus admiradores. Já há cerca de quinze anos acentuei como fez estudos secundários, e ainda muito jovem publicava sonetos seus, com sua assinatura, como um que transcrevi naquele artigo, sonetos melhores do que muitos psicografados que ele atribui à Bilac, por exemplo”.

Em todo caso Chico tinha, de nascença, uma grande queda à literatura, pelo gosto irreprimível de leitura, pela riqueza da sua imaginação e pela facilidade para escrever, tanto que já no quarto ano primário recebe menção honrosa num concurso sobre o Centenário da Independência do Brasil. (Repórter Ramón García y García na revista “Fatos e Fotos”, 1972, página 25).

# Chico disse depois que fora psicografado por um literato do além!

A quem pretende enganar, que não seja já fanático? Se tivesse sido psicografia de algum literato do além,(...): Os juizes perceberam clarissimamente o estilo de um menino do primário e isso é que quiseram homenagear...

Cada qual naquilo para que tem tendência e para o que treina. Chico tinha tendência literária, Gasparetto para a pintura, Rosemary Brown para música, Frank Cox para pianista, etc., etc. Por que os “espíritos” não escrevem música com Chico nem literatura com Cox...?

# O mesmo estilo de quando vivos?

Na realidade o que aquele grande crítico literário, Agripino Grieco, escreveu é muito diferente: “Os livros póstumos, ou pretensamente póstumos, nada acrescentam à gloria de Umberto de Campos, sendo mesmo bastante inferiores aos escritos em vida. Interessante: De todos os livros que conheço como sendo psicografados, escritos por intermédio de um médium, nenhum se equipara aos produzidos pelo escritor em vida” (“Diário da Noite”, São Paulo, 28-VI-1944).

Outro crítico literário, João Dornas Filho, a respeito, por exemplo, de Olavo Bilac: “Esse homem que em vida nunca assinou um verso imperfeito, depois de morto teria ditado ao Sr. Xavier sonetos interinos abaixo de medíocres, cheios de versos mal medidos, mal rimados e, sobretudo, numa língua que Bilac absolutamente não escrevia!” (“Folha da Manhã”, São Paulo, 19-IV-1945).

O crítico literário Osório Borba, a pedido do “Diário de Minas” (10-VIII-1958), resume assim sua perícia crítica, apoiado também no II Congresso Brasileiro de Escritores (1947): “Levo anos e anos pesquisando. Catei inúmeros defeitos de várias espécies, essenciais ou de forma. A conclusão de minha perícia é totalmente negativa. Aqueles escritos ‘mediúnicos’, por quem quer que conheça alguma coisa de poesia ou literatura, não podem ser tidos como de autoria dos grandes poetas e escritores a quem são atribuídos. Autores de linguagem impecável em vida aparecem ‘assinando’ coisas imperfeitíssimas como linguagem e técnica poética. Os poetas ‘desencarnados’ se repetem e se parodiam, a todo o momento, nos trabalhos que lhes atribuem ‘mediunicamente’. Por exemplo, Antero de Quental plagiando (!) em idéia e até em detalhes, literalmente um soneto de Augusto dos Anjos. Tudo isso está exaustivamente documentado, através de um sem número de citações e confrontos”.

“As pessoas que se impressionam pela ‘semelhança’ dos escritos ‘mediúnicos’ de Chico Xavier com os deixados pelos seus indigitados autores, ou são inteiramente leigas sem maior discernimento em matéria de literatura, ou deixaram-se levar ligeiramente por uma primeira impressão. Se examinarem corretamente a literatura psicográfica verão que tal semelhança é de pastiche, mais precisamente, de caricatura. O pensamento das psicografias (de Chico Xavier) é absolutamente indigno do pensamento dos autores a quem são imputados, e a forma em geral e a técnica poética, ainda piores. E há inúmeros casos de paródia e repetição de temas, frases inteiras, versos, além dos plágios”.

“Por exemplo, Bilac aparece com sonetos verdadeiramente reles, e incorretos, pensamento primário, péssima linguagem, péssima técnica poética, que qualquer ‘Caixa de Malho’ recusaria. De Augusto dos Anjos, os poemas ‘mediúnicos’ repetem assuntos, pensamentos, versos e frases. Etc.”.

Como diz o crítico literário Leo Gilson Ribeiro, “Uma coisa é clara: Quando o ‘espírito’ sobe, sua qualidade desce. É inconcebível que grandes criadores de nossa língua, depois da morte fiquem por aí gargarejando o tatibitate espírita” (revista “Realidade”, Novembro 1971, página 62).

O jornalista João de Scantimburgo objetava a Chico Xavier: “Eu insisto que a escrita automática é o produto do inconsciente do senhor, não de mediunidade. Na França foi publicada uma coleção de livros com o título genérico ‘A maneira de...’ em que algumas pessoas fazem a imitação de vários autores. Se o senhor ler, não distinguirá ainda que tenha profundo conhecimento do estilo do autor imitado. E trata-se de uma imitação consciente. O senhor imita autores dirigidos pelo inconsciente (?). Em nada supera as faculdades naturais” (“Diário de S. Paulo”, 8-Agosto-1971, 3.º caderno, página 7).

Ora, quando se trata de conteúdo... Insiste o jornalista citado: “Além de jornalismo, eu também tenho a carreira de Filosofia. E não foram psicografados conteúdos profundos e complexos como a obra (à maneira de) Platão, a de Aristóteles, a de Santo Agostinho, a de Santo Tomás de Aquino, a de Descartes, a de Kant, e a de outros filósofos e pensadores. Não será porque o senhor, Chico Xavier, não tem esses conhecimentos?”.

Em todas as psicografias de Chico Xavier o fundo é sempre o mesmo por mais diferentes que tenham sido os “espíritos” aos que se atribuem: Uma ‘religiosidade’ moralista, piegas, melíflua, repetitiva, absolutamente infantil... Quase três adjetivos por linha. Os mais usados: cariciosas, dulcíssima, inexcedível, amados...

Deveria bastar ler qualquer livro psicografado por Chico Xavier para compreender que tudo está muito longe de ser o que seus propagandistas proclamam. Tomemos a melhor publicação, a mais elogiada: “O Nosso Lar”. Tudo está plagiado de absurdos e contradições.

Como conclusão deste aspecto, a acertada qualificação divulgada por Dom Benedito Ulhoa, arcebispo de Uberaba, que conhecia muito bem o caso: “Chico Xavier não passa de um hábil pasticheiro”.

É mesmo psicografia?

# Em duas oportunidades, havendo eu instruído a um repórter da TV Gazeta e ao padre Herbert Günter, da TV “Pro Vobis” da Alemanha, comprovamos que Chico Xavier sabia o que acabava de “psicografar”...

# A técnica científica poderia refutar aos líderes do Espiritismo, mas Chico Xavier bem instruído por esses mesmos líderes, não permitia que se tirasse o eletroencefalograma e se fizesse outras análises clínicas quando dizia que estava psicografando, em público. Saberíamos se estava escrevendo inconscientemente, psicografia, ou se estava fingindo por escrever conscientemente.

Reconhecido pelo próprio Chico

Aliás, o próprio Chico Xavier, apesar de pretender disfarçá-lo, na realidade repetidas vezes, estava reconhecendo seu longo treino, por exemplo, quando confessou que “por quatro anos em trabalho muito cansativo e com muito esforço”, “até 1931 recebeu centenas de mensagens”, “mas Chico as destruiu, já que ‘não passavam, segundo ele, de exercícios de psicografia’” (Em entrevista à repórter Teresa Goulart na revista “Manchete”, 5 de Junho de 1982).

O testemunho do sobrinho

Amauri Xavier Pena, filho da irmã mais velha de Chico Xavier, Dona Maria Xavier, foi escolhido pelo tio para ser seu sucessor. Vinha treinando desde os treze anos. Aos 17 anos cedeu às insistências do tio. Treinado com grande constância na “psicografia”, mostrou maior facilidade do que o famoso tio para imitar os autores que lia. E assim publicou mais de cinqüenta livros “psicografados” imitando mais de cinqüenta autores, “cada qual no seu próprio e inconfundível estilo. Recebeu também uma epopéia de Camões em estilo quinhentista”, Cruz e Sousa, Gonçalves Dias, Castro Alves, Augusto dos Anjos, Olavo Bilac, Luís Guimarães Jr., Casemiro Cunha, Inácio Bittencourt, Cícero Pereira, Hermes Fontes, Fabiano de Cristo (?!), Anália Franco..., e até Bocage e Rabindranath Tagore. O boletim espiritista “Síntese”, de Belo Horizonte, fazia a divulgação.

“Um grande médium” era proclamado, mesmo depois da auto-retratação em Julho de 1958 no “Diário de Minas”. E lá mesmo, perante os jornalistas, imitou diversos estilos de autores famosos. “Tudo o que tenho ‘psicografado’ até hoje, apesar das diferenças de estilo, foi criado pela minha própria habilidade, usando apenas conhecimentos literários”, declarou.

E proclamou que seu tio Chico Xavier “não passa de um grande farsante”. E à revista “Manchete”“Revoltava-me contra as afirmações dos espiritistas (que diziam que era médium). Levado à presença do meu tio, ele me assegurou, depois de ler o que eu escrevera, que um dia eu seria seu sucessor. Passei a viver pressionado pelos adeptos da ‘terceira revelação’”... Como absurdamente chamam ao Espiritismo, com ele pretendendo suplantar, após as revelações do Pai e do Filho, a Terceira Revelação pelo Divino Espírito Santo o dia de Pentecostes.

“A situação torturava-me, e várias vezes, procurando fugir àquele inferno interior, entreguei-me a perigosas aventuras, diversas vezes saí de casa, fugindo à convivência de espíritas. Cansado, enfim, cedi dando os primeiros passos no caminho da farsa constante. Tinha então 17 anos”.

“Perseguido pelo remorso e atormentado pelo desespero, cometi vários desatinos (...). Vi-me então diante da alternativa: mergulhar de vez na mentira e arruinar-me para sempre diante de mim mesmo, ou levantar-me corajosamente para penitenciar-me diante do mundo, libertando-me definitivamente. Foi o que decidi fazer procurando um jornal mineiro e revelando toda a farsa” (...).

“Meu tio é também um revoltado, não conseguindo mais recuar diante da farsa que há longos anos vem representando”.

“Eu, depois de ter-me submetido a esse papel mistificador, durante anos (...), resolvi, por uma questão de consciência, contar toda a verdade” (Ver também “Estado de Minas”, 20-Janeiro-1971; revista “Realidade”, Novembro 1971, página 65; etc.).




Reportagem completa em:
https://complexogalaad.blogspot.com/2016/01/a-farsa-de-chico-xavier-pe-quevedo.html

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