segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Espiritismo, vampirismo, satanismo? - O que as ciências metafísicas, alquímicas e tradicionais dizem - parte 1

 ESPIRITISMO (I) 

Do livro Filosofia elementar da Robacruz modema de J. van 

Rijckenborgh. -· 5. Ed. - Jarinu, SP.


Conforme já vos expusemos no capítulo VII, o corpo 

material e a maior parte de seu duplo etérico permane-

cem, após a morte, deste lado do véu, onde são subme-

tidos ao processo de decomposição. A consciênda, com 

o restante da forma corpórea, passa para o além, a esfe-

ra retletora. Queremos agora nos aprofundar no assun-

to, tratando de um dos tlagelos mais terríveis que opri-

mem a humanidade: o espiritismo. 

O corpo etérico compôe-sc de quatro tipos diferen-

tes de éteres: o éter químico, o éter vital. o éter lumino-

so e o éter retletor. O corpo material é mantido por 

esses quatro éteres. Todas as funções orgânicas e senso-

riais, todas as atividades do cérebro e do sentimento são 

realizadas por meio desses éteres. 

Devemos, no entanto, fazer distinção entre os dois 

éteres superiores e os dois inferiores, visto que eles 

diferem em vibração: os dois éteres inferiores são de 

vibração mais grosseira; os outros dois, de vibração 

mais sutil. A substância etérica com cujo auxílio nós 

pensamos é de vibração muito rápida, ao passo que, 

comparativamente, os éteres utilizados na construção

das células do nosso corpo possuem vibração mais 

lenta. 

Muitos dos pesqubadores que estudaram a questão 

chegaram à errônea conclusão de que a presew,;a dos 

dois éteres chamados superiores·em grande quantidade 

seria indicação de espiritualidade do homem, enquanto 

que a presença dos éteres inferiores em grande quanti-

dade seria atributo dos homens mais grosseiros. Entre-

tanto, isso é evidentemente falso. 

Do ponto de vista espiritual, os étcres luminoso e 

retletor podem ser infinitamente mais grosseiros. bem 

mais funestos e bestiais, e pelo menos mais perigosos 

que os éteres inferiores, do mesmo modo que o ser 

superior, o homem, é mil vezes mais perigoso que o ser 

inferior, o animal. 

Fala-se freqüentemcntt> dt" paixões animais. Ora, as 

paixões do animal são puramente funcionais; elas se 

manifestam dentro das normas do instinto e do espírito 

de grupo. 

As paixões humanas, sim, são claramente más. 

Muitas pessoas dotadas de visão etérica se sentem toma-

das de admiração quando descobrem numa pessoa 

determinada atividade dos éteres superiores ou vêem 

uma entidade operando com auxílio de grande quanti-

dade de éter luminoso e éter refletor. Ora, não nos 

esqueçamos de que o demónio pode também nos apa-

recer como um anjo de luz. 

O éter refletor é mais especialmente um éter de pen-

samento. Geralmente, os homens mais malvados dis-

põem de formidável capacidade mental e de grande 

quantidade de éter-pensamento. 

O éter luminoso é principalmente um éter-sentimen-

to. Todas as atividades emocionais, desde as mais baixas 

às mais elevadas, necessitam de éter luminoso.

De modo geral, pode-se dizer que os dois éteres 

inferiores são necessários às funções corporais básicas e 

que sempre que o homem se manifesta ou desempenha 

um papel Óa vida como ser pensante e emocional, são 

necessários os dois éteres superiores. 

Portanto, a posse de éteres superiores não revela, de 

modo algum, a espiritualidade de um homem. Esta 

posse demonstra simplesmente que o homem cm ques-

tão leva uma vida muito ativa, seja no bem, seja no mal. 

Os éteres não servem como indicação das qualidades 

espirituais ou adiantamento espiritual do homem. Aliás. 

os métodos para comprovar se os espíritos são ou não 

de Deus nada têm a ver com a ação dos éteres. Sua çor 

também não nos serve de base, visto que é possível, 

pela vontade. colori-los de forma diferente. 

São tantas as mistificações possíveis nesse terreno 

que se recomenda com insistência que se desconfie de 

todas as sugestões e se rejeite inexoravelmente todos os 

tipos de aparições. Ao aluno verdadeiro são dados 

outros métodos para alcançar o discernimento. 

Assim que o ser humano morre. uma separação tem-

porária acontece no corpo etérico. Normalmente os dois 

éteres inferiores ficam para traz com o corpo material, 

enquanto que os dois éteres superiores acompanham 

temporariamente o falecido, embora um pouco dos dois 

éteres inferiores seja levado junto. Quanto maior for o 

apego do falecido à terra durante sua vida material e 

quanto mais estiver voltado para as coisas deste mundo 

(o que não significa de natureza má, mas apenas biolo-

gicamente normal), tanto maior será a concentração de 

éteres inferiores ao seu redor. 

Nesse estado, ele se dirige ao domínio de transição, 

que é a esfera intermediária também denominada esfe-

ra de purificação ou purgatório. Esse domínio com- 

preende as três esferas inferiores do mundo do desejo, 

que é o Kamaloka da filosofia oriental. Deveis notar que 

o remanescente da veste etérica que o falecido ainda 

possui liga-o à esfera terrestre, já que o corpo etérico 

também é construído e mantido pelas substâncias e for-

ças desta esfera material. 

Deve ficar claro que, após o falecido ter deixado o 

domínio etérico, os restos da roupagem etérica não 

podem ser mantidos: eles se decompõem, volatilizam-se 

e depois o falecido não pode conservá-los. Isso é da 

máxima importância pois assim que os remanescentes 

da veste etérica desaparecem. chega o momento em 

que o homem deve assimilar o conhecimento do seu 

verdadeiro estado de ser. Somente então ele adquire a 

verdadeira noção do que ele é, para depois partir para 

a esfera celeste ou a infernal, em concordância com o 

seu estado de ser. Portanto, compreende-se facilmente 

que a posse de éteres após a morte determina forte liga-

ção à terra. 

Quando o homem acha que sua ligação com a terra é 

indesejável, quando nào sente nenhum interesse nela 

mas, ao contrário, deseja se livrar dela o mais depressa 

possível, ele nada fará para se opor ao processo de vola-

tilização dos éteres. Quando, porém, o caso é o oposto, 

ou seja, o seu interesse está precisamente voltado para a 

terra e com ela quer manter sua ligação a qualquer 

preço, ele tudo fará para retardar esse processo de vola-

tilização. Ele tentará repor cada perda de éter e até 

mesmo aumentar seu suprimento de éteres e, desse 

modo, prolongar artificialmente sua permanência na 

esfera de transição. 

Aí está a causa do espiritismo e dos fenômenos a ele 

relacionados, tais como o satanismo, os espíritos ligados 

à terra e assim por diante. Ela deriva das milhares de

entidades na esfera de transição que se dedicam à pilha-

gem de éteres, parasitando e explorando a esfera terres-

tre. Os tenômenos espiritistas configuram roubo de éte-

res. Não só de éteres inferiores, mas, principalmente, 

dos dois éteres superiores. 

Este assunto exige um estudo minucioso c aprofun-

dado. bem como explicação séria, pois se trata de um 

verdadeiro horror, de um perigo real, ao qual quase nin-

guém escapa. Todos nós somos vitimados em maior ou 

menor grau por essas hordas de parasitas de éteres. 

Muitas qualidades pouco agradáveis ou pouco vir-

tuosas do nosso ser se desenvolvem em proporções que 

ultrapassam bastante o nosso verdadeiro estado de ser 

porque são consciente e propositadamente estimuladas 

por tais entidades. Um sentimento baixo como, por 

exemplo, o ciúme, custa éter luminoso a quem o desen-

volve. O mesmo ocorre, também, na atividade de opo-

sição, oposição intencional, consciente, seja qual for a 

razão. Essa atividade custa não só éter luminoso. mas 

principalmente éter refletor, pois neste caso predomina 

a função cerebral. 

Essas baixas atividades podem ser ativadas muito acima 

do nom1al pelas forças do além, a ponto de tornar impos-

sível qualquer autocontrole. Esta sangria de éteres constitui 

o alimento das lúgubres entidades já mencionadas. 

O mesmo acontece quando há cólera, perversidade. 

melancolia - e não o esqueçamos - também os exces-

sos intelectuais. Esses estados provocam intensas explo-

sôes nas quais são despendidas grandes quantidades de 

éteres. Todas as formas de anomalias psíquicas decor-

rem da alividade dos parasitas de éter. 

Poderíamos nos perguntar se essas entidades tão 

empenhadas em se manter ligadas à terra não poderiam 

gerados. O que parece um profundo exagero e uma fan-

tasia audaciosa é nada mais que uma simples expressão 

da pavorosa realidade. 

Como age o satanismo? Para compreendermos isso. 

devemos partir do t'<tto de que o corpo vital de cada 

ser humano tem uma natureza e uma vibração diferen-

tes. Portanto, uma entidade da esfera intermediária 

não pode simplesmente usurpar éteres estranhos. Sem 

dúvida da tenta fazer isto, mas nào pode conservar 

estes éteres por muito tempo, porque eles se volatili-

zam rapidamente devido à sua fórmula pessoal de 

vibração. Entào, para alcançar seus fins. ela recorre a 

um método de possessão bem mais refinado: tenta 

apoderar-se de um ser humano que vive na terra e 

com o qual possui certa polaridade para fazer nascer, 

após meses ou anos, o desejado equilíbrio vibratório. 

Então. poderá comodamente vampirizar os éteres que 

ambiciona. ou literalmente sugá-los. vivendo desse 

modo, às custas de sua vítima que, por sua vez, leva 

uma existência miserável. 

Associando-se a diversos cúmplices, essas entidades 

controlam grupos inteiros, subtraindo determinadas for-

ças etéricas e fosfóricas que assimilam através dos 

médiuns. Dessa forma, possuem e mantêm seus círculos 

espiritistas, assim como um fazendeiro mantém porcos, 

galinhas e vacas, para viver de seus produtos. 

Às vezes, acontecem acidentes. Quando os controla-

dores penetram muito profundamente no ser de suas 

vítimas, a ponto de desalojá-las, o resultado é a loucura. 

Diante dessa situação muitos deles recuam, já que não 

podem utilizar convenientemente esse corpo estranho 

do qual se apossaram, pois também eles levariam uma 

144 existência miserável.

Sem dúvida existem certos casos em que essas enti-

dades se vêem forçadas a realizar possessôes como 

estas, por temor de serem expulsas da esfera de transi-

ção, por temor dos cúmplices ou ainda por causa da 

luta entre os vários controladores de um mesmo 

médium. Tudo é possível a esse respeito. 

Muitos problemas e questões ainda existem para 

serem discutidos tais como a natureza das mistificaçôes, 

a organização do satanismo, as causas do suicídio, a 

essência do homicídio em geral, a causa dos atos bes-

tiais e a influência disso na religião e no ocultismo. 

Acima de tudo, o caminho da cura e do combate a esse 

flagelo que é o satanismo precisa ser discutido.


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