Maria Cristina M. de Barros |  Psicóloga

No livro Uma Arte de Cuidar de Jean Yves Leloup (2007), aprendemos sobre o estilo de cuidado que exerciam os terapeutas de Alexandria. Esses terapeutas viviam na Palestina há mais de 2000 anos e tinham um modo de vida sóbrio. Que era centrado no estudo das escrituras e nos livros da natureza, do corpo e do coração.

De pronto, nos chama a atenção a visão desses terapeutas sobre o ser humano, pois para eles podemos mudar! Já que, somos formados por uma parte de aventura e outra de natureza. A aventura diz respeito ao novo. Àquilo que pode mudar, o que pode carregar um sentido. Já, a natureza se refere àquilo que é inato.

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Quem eram os antigos terapeutas?

Um terapeuta era um intérprete, um hermeneuta. Aquele que dizia palavras que não geravam sofrimento, que não adicionavam mais dor àquele que sofria. Assim, o terapeuta era um cuidador.

Por isso, os terapeutas de Alexandria cuidavam do ser como a um embrião que se desenvolve dentro do útero materno. Também, esperavam o Messias interior, ou seja, “o vir a ser”, pois para eles, o homem se desenvolve continuamente, está sempre renascendo. Caminhando em direção ao seu melhor, ao mais profundo de si mesmo.

Os terapeutas de Alexandria tinham uma visão integral do ser humano, uma visão transdisciplinar. Para cuidar do Ser, acolher a todas as disciplinas sem misturar ou opor, uma vez que, todas se complementam no cuidado da integridade do outro. Por esse motivo os terapeutas de Alexandria tinham ao lado dos locais de cuidado, também seus locais de estudo, de meditação e de contemplação. Existiam também a casa do luto e a casa dos mistérios. (...)



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