Segundo Hans-Hermann Hoppe, proeminente economista da Escola Austríaca, a democracia não funciona porque, em essência, é um sistema que institucionaliza o comportamento imediatista e a redistribuição de riqueza, o que, no longo prazo, leva ao empobrecimento e à erosão da liberdade individual. Entenda como.
Os argumentos de Hoppe, sao detalhados em seu livro "Democracia: O Deus que Falhou", mas vejamos aqui um resumo dos principais:
1. A Preferência Temporal Elevada (Comportamento Imediatista)
O principal argumento de Hoppe baseia-se no conceito econômico de preferência temporal. Hoppe argumenta que a democracia, por sua natureza, incentiva os agentes políticos a adotarem uma alta preferência temporal, ou seja, a valorizarem mais o consumo e os benefícios presentes em detrimento do investimento e da preservação de capital a longo prazo.
- Incentivo Eleitoral: Políticos têm mandatos de curto prazo e precisam apresentar resultados visíveis rapidamente para serem reeleitos. Isso os incentiva a gastar em projetos de gratificação instantânea e a acumular dívida pública, cujos custos serão arcados por gerações futuras.
 - Contraste com a Monarquia: Hoppe contrasta isso com a monarquia. Embora também seja um sistema de governo coercitivo, o monarca tende a ter uma preferência temporal mais baixa, pois trata o país como sua propriedade privada hereditária. Ele tem interesse em preservar e até aumentar o valor do "capital" (o reino) para seus herdeiros, o que o incentiva a pensar a longo prazo.
 
2. A Propriedade Pública versus Propriedade Privada
A democracia transforma a propriedade privada do governante (como na monarquia) em propriedade pública (sob gestão de políticos eleitos). Hoppe argumenta que isso gera um problema de "tragédia dos bens comuns" em escala nacional, pelas seguites razões:
- Ausência de Responsabilidade Direta: Ninguém tem um interesse direto e de longo prazo em preservar ou investir na "propriedade pública" (bens do Estado, finanças públicas, etc.). Os políticos são apenas zeladores temporários com pouco a perder se o valor da propriedade diminuir. Em casos como o do Brasil isso é notório, já que os políticos nunca sao punidos por descumprir suas promessas (fazendo até mesmo o oposto muitas vezes) e pelos investimentos em prejuízo ou despredício de recursos, nem pela não continuação de obra iniciada em mandato anterior, nem sequer por desperdício e desvio da arrecadação para fins eleitoreiros, pessoais ou partidários muitas vezes.
 - Exploração do Patrimônio Público: Isso leva a uma exploração mais rápida dos recursos públicos para ganho pessoal (corrupção) e para financiar políticas populistas, sem a preocupação com a manutenção do valor a longo prazo que um proprietário privado teria (no caso um monarca ou sendo tudo privado).
 
3. A Redistribuição de Renda e o Conflito Social
A democracia, ao estabelecer a igualdade de voto universal e permitir que a maioria decida sobre a propriedade alheia (através de impostos e gastos públicos), institucionaliza a redistribuição de renda (e isto nao é o que o nome faz parecer ou o que as pessoas normalmente pensa que é, vejamos).
- Incentivo à Pilhagem Legal: Hoppe argumenta que a democracia transforma a política em um processo de "luta de classes" (ou grupos de interesse) legalizada, onde diferentes grupos tentam usar o poder do Estado para expropriar a riqueza de outros grupos em seu próprio benefício (o discurso, porém, é de beneficiar, determinados grupos ou classes, a prova disso se dá também no Brasil, onde o "pai dos pobres", obviamente, gera mais e mais pobres a cada governo, mas boa parte da população, ainda acredita nas promessas e que ele só precisa de mais tempo, mais apoio e mais recurso, e tudo de ruim no seu governo é culpa da oposiçao, típico...).
 - Erosão da Responsabilidade Individual: Isso enfraquece o princípio da propriedade privada e a responsabilidade individual, pois as pessoas passam a depender do Estado para sua segurança financeira, em vez de dependerem de seu próprio trabalho e poupança (o que é muito conviniente para o estado, principalmente para os oprotunistas que entram no estado justamente para se aproveitar desse mecanismo populista, passando mais tempo no poder, aumentando suas propriedades e diminuindo cada vez mais a autonomia de cada cidadão).
 
4. A Degeneração da Seleção de Líderes
Na visão de Hoppe, a democracia tende a promover líderes medíocres ou até mesmo de má índole. A vantágem nesse tipo de sistema é sempre do desonesto, pois sabe que a enorme maioria das políticas de curto prazo imprecionam e deixam dívidas a longo prazo, das quais ele não será cobrado).
Líderes Populistas: Em vez de selecionar os mais sábios, prudentes ou competentes, o sistema democrático favorece aqueles que são melhores em fazer promessas vazias, manipular a opinião pública e formar coalizões de interesse. A "arte da demagogia" substitui a virtude e a competência como critérios para o poder.
- Em suma, Hoppe conclui que a democracia, longe de ser um ideal, é um sistema falho que acelera o declínio moral e econômico da sociedade, resultando em mais endividamento, inflação, redistribuição e conflitos sociais, e que o ideal seria uma ordem de propriedade puramente privada (anarcocapitalista) como alternativa a qualquer forma de Estado.
 
Entre em contato para participar de nossos grupos de estudo no whatsapp, cursos e obter livros, gratuitamente, deixe um recado no (79) 988335718 (somente Telegram e WhatsApp).
Nenhum comentário:
Postar um comentário