quarta-feira, 21 de março de 2018

O Criacionismo Bíblico e o Evolucionismo Moderno


Uma questão mais fundamental do que a natureza dos dias da criação é a
relacionada com o fato de a criação ser divina, em contraste com as teorias rivais da
origem do universo, tais como o evolucionismo darwinista. O evolucionismo,
conforme sua formulação por Charles Darwin na sua obra A Origem das Espécies
(1859), procurava a explicação da origem das espécies biológicas na seleção natural
e não no desígnio de Deus. Isto quer dizer que o processo pelo qual se
desenvolviam as plantas e os animais não era governado por qualquer inteligência
divina de acordo com princípios teológicos, mas, ao contrário, segundo um princípio
puramente mecânico: a sobrevivência dos mais capazes. No decurso do ciclo
reprodutivo segundo os ensinamentos de Darwin, cada geração demonstra ligeiras
modificações da geração anterior. Durante um longo período de tempo, depois de
centenas e milhares de gerações, algumas destas variações se transformam em
características mais ou menos fixas, que então passam à descendência. Estas novas
características contribuem à formação de novas variedades ou subespécies e,
finalmente, à emergência de novas espécies. Aquelas características que deram sos
seus possuidores a capacidade de competir com mais sucesso na luta incessante
contra o meio ambiente, foram a garantia da sua sobrevivência. Mas espécies que
desenvolveram características que, ao invés de lhes oferecer vantagens, foram
empecilhos, ao enfrentar os competidores, tinham a tendência natural de
desaparecer. Daí a perpetuação apenas das espécies mais capazes de sobreviver,
que seriam, então, espécies bem sucedidas. Assim, o inferior e mais simples foi
paulatinamente se transformando no mais avançado e complexo, até que,
finalmente, Homo sapiens surgiu como o produto supremo da seleção natural -
supostamente por ser mais capacitado para a sobrevivência e com mais sucesso em
enfrentar seu meio ambiente.

Quanto à questão mais fundamental de todas, que é a origem da própria matéria, e a
questão paralela quanto à origem da primeira forma de vida no limo primevo, Darwin
não podia oferecer resposta, senão talvez uma expressão deística (que rebaixaria
Deus a situação de mera Primeira Causa, que colocou em andamento o mecanismo
e depois Se afastou do cenário). “Poderia inferir da analogia”, disse num certo
trecho, “que provavelmente todos os seres orgânicos que já viveram nesta terra são
descendentes duma forma primordial, na qual a vida foi originalmente soprada pelo
Criador”. Não há, portanto, nada de completamente ateístico na formulação da
evolução apresentada por Darwin, no que diz respeito à origem da matéria, mas
apesar disso muitos dos seus seguidores optaram pela existência eterna da matéria
para evitar reconhecer a existência de Deus. Mesmo assim, não sobrou nenhuma
base objetiva para a Lei Moral ou para os valores espirituais além da consideração
materialista da sobrevivência, a sobrevivência dos “mais capazes”. Além disto, a
teoria darwinista não tinha lugar para qualquer atuação divina significante no
processo da “criação”; a não ser a criação da matéria-prima “primeva”, não havia
realmente qualquer idéia de “criar”, mas só o desenvolvimento de acordo com a
seleção natural. Isto representava uma contradição quase total de Gênesis capítulo
1.

1) Do ponto de vista da genética (a ciência da hereditariedade), as suposições
básicas da seleção natural contrariam totalmente a evidência. Muitas décadas
de pesquisas meticulosas demonstraram que, por mais verdadeiro que seja o
fato de que há ligeiras diferenças dentro de cada espécie, não é verdadeiro
que estas variações são especialmente herdadas pela próxima geração. As
experiências extensas de Gregor J. Mendel demonstraram que a gama de
variações possíveis dentro duma espécie era estritamente limitada e não
contribuía com qualquer progresso na direção do desenvolvimento duma nova
espécie. Desta forma, os elementos de um tipo puro de ervilhas de
crescimento alto podem ter pequenas variações de altura entre si, mas s
descendência das ervilhas altas não possui uma altura média maior do que a
das ervilhas curtas. É verdade que pela criação seletiva seja possível enfatizar
certas características dentro duma espécie, ao ponto de se produzir uma
linhagem especial (como é o caso das muitas raças de cães), mas existe um
círculo de possibilidades estritamente limitado, além do qual nenhum criador
pode progredir. Noutras palavras, não tem a capacidade de desenvolver uma
nova espécie.

O mesmo veredicto precisa ser pronunciado contra a teoria de Jean Baptiste
de Lamarck, da possibilidade de herdar características adquiridas (teoria à
qual Darwin ocasionalmente apelava quando a mera seleção parecia ser
inadequada para dar conta duma série de fatos). Apesar dum sem-número de
experiências realizadas para comprovar a “herança do uso” (conforme se
chama) de Lamark, o resultado global tem sido totalmente negativo. As
características que o pai adquire por meio de esforços especiais, não passam
aos filhos, simplesmente porque não há nenhuma maneira possível pela qual
estas características adquiridas (tais como a proficiência no atletismo) possam
afetar os genes. Toda a hereditariedade (pelo menos no lado não-espiritual)
parece depender da química dos próprios genes. Quanto à forma ou à
estrutura dos animais, não existe uma alegação sequer duma prova de
herança do uso que não tenha sido subseqüentemente desacreditada.

Deve ser acrescentado que embora falte evidência de se poder herdar
variações individuais, existem, porém, súbitas mudanças ou mutações que às
vezes ocorrem na história da espécie. Por exemplo, uma nova variedade de
plantas, isolada em pequenas colônias, como numa encosta montanhosa,
pode ser o resultado duma mutação súbita (envolvendo ligeira alteração dos
próprios genes). Permanece, porém, o fato, que apesar de terem sido
estudadas de perto milhares de mutações, não foi demonstrado um único
exemplar pelo qual uma mutação criou um animal mais complicado, ou deu
origem a uma nova estrutura. Desde os dias de Darwin, nenhum progresso
tem sido feito na solução dos problemas fundamentais da evolução. Numa
análise do livro “Animal Cytology and Evulution” (“A Citologia Animal e a
Evolução”), 1954, de Ed. J.D. White, I. Manton disse: “As causas
fundamentais da evolução em grande escala, conforme tem ocorrido através
das eras geológicas, na formação dos grandes grupos de animais e plantas,
ainda não podem ser descritas ou explicadas” (Nature, 1948, 157, p.713).

2) O argumento de Darwin, tirado dos dados da embriologia, é
demonstravelmente cheio de falácias. Segundo seu raciocínio, o feto, ao se
desenvolver no útero, recapitula a totalidade do seu passado evolucionário,
enquanto o óvulo fertilizado vai crescendo e produzindo mais e mais órgãos e
membros complicados. As bolsas viscerais no embrião humano, por exemplo,
seriam o equivalente às guelras dos peixes, indicando portanto, a emergência
do homem duma forma de vida de peixe. Mas este tipo de raciocínio ignora
convenientemente o fato indubitável de que estas estruturas nunca funcionam
como guelras em qualquer estágio da vida do embrião. Realmente, é difícil
perceber como a teoria de recapitulação possa ser harmonizada com a real
seqüência do desenvolvimento dentro do feto. Por exemplo, a superfície
respiratória não se desenvolve até um estágio bem avançado do
desenvolvimento do embrião dentro do útero; mas é inconcebível que em
qualquer estágio pré-humano, o suposto ancestral do homem pudesse ter
sobrevivido sem qualquer mecanismo respiratório sequer. Além disto, a
cabeça do embrião é enorme em proporção ao restante do corpo enquanto
que a cabeça de todos os ancestrais putativos da raça humana era
relativamente pequena em proporção ao corpo. Não é sequer verdade que os
órgãos simples do feto iam se complicando. O olho, por exemplo, é o
resultado do ajustamento de várias partes diferentes, que, segundo parece,
foram formadas separadamente no inicio, sendo então combinadas de acordo
com um padrão predeterminado que não tem nenhuma causa física que se
possa descobrir.

Decerto, é bem verdade que os embriões de todos os mamíferos se
desenvolvem de óvulos unicelulares, que parecem quase idênticos, e que
durante os primeiros estágios permanece esta semelhança. Mas será que
este fato requer uma teoria de que todos os mamíferos se desenvolveram dos
mesmos ancestrais pré-mamíferos? Uma explicação muito mais óbvia é que,
no desenvolvimento do embrião, do seu estágio inicial de óvulo unicelular, as
partes mais simples têm que ser formadas antes que se possam desenvolver
as partes mais complicadas. Dificilmente poderíamos imaginar que os
ajustamentos mais delicados, e os órgãos complicados, pudessem chegar a
existir antes da estrutura básica à qual terão que ser ligadas. Mas postular
uma origem ancestral comum para explicar as semelhanças das primeiras
formas é tão irrazoável (citando a expressão pungente de Clark), como
imaginar que as gotas de chuva se derivam de pedregulhos, porque ambos
têm forma esférica. “Há uma conexão real, mas esta é matemática, inerente à
natureza do universo, e não se deve a qualquer conexão direta entre os
objetos”.

Pode-se dizer com segurança que não há quaisquer dados da embriologia
que não revelam a operação do desígnio e propósito deliberados dum Criador
todo sábio, mais do que a operação mecânica da seleção natural. Muito
ocasionalmente, no crescimento dum embrião, parece haver mal
funcionamento dum dos mecanismos de crescimento. Então acontece que um
novo mecanismo, totalmente diferente, pode entrar em jogo, para produzir a
estrutura desejada. As vezes, dois ou três destes mecanismos de “segurança”
são chamados a desempenhar seu papel, para garantir o desenvolvimento
apropriado do feto; mas, inexplicavelmente, começam a agir no momento
necessário. Mas sendo porém raros tais maus funcionamentos, é quase
impossível explicá-los pela teoria da “sobrevivência dos mais aptos”.

Assemelha-se muito mais à intervenção duma inteligência divina. Não é que
se pretende negar que alguns fetos se desenvolvem incorretamente,
produzindo exemplares defeituosos que dificilmente poderiam sobreviver ou
cumprir qualquer função útil. No caso dos seres humanos, os resultados
podem ser bem trágicos, e de difícil explicação. Seguindo-se as
pressuposições darwinianas, porém, seria difícil explicar o senso do patético
causado por este exemplo de disteleologia. O darwinista consistente só
poderia dar de ombros e dizer: “É surpreendente que não haja mais
exemplares deste tipo”. Não há, afinal, para o darwinista nenhuma resposta
além da seleção natural mecanística e a sobrevivência dos mais aptos”.

3) A seleção natural não pode esclarecer os inúmeros exemplos de
adaptação, nos quais não há, aparentemente, nenhum estágio transitório. A
seleção natural nos levaria a imaginar que as formigas e os cupins
aprenderam a conviver em colônias por terem descoberto, através da
experiência, que isto incrementaria suas possibilidades de sobrevivência. Não
existe, porém, qualquer evidência entre os fósseis que tenha havido formigas
ou cupins antes de surgir esta vida organizada em colônias. Ou, tomando um
exemplo da anatomia, precisamos considerar como qualquer estágio
transitório do desenvolvimento do órgão da visão poderia ter conferido
qualquer possível vantagem na batalha da sobrevivência, até a formação
completa do olho. Se o animal tivesse possuído (na sua fase transitória) uma
simples área de pele especialmente sensível à luz, e se o processo de
seleção natural se tivesse aplicado às suas sucessivas mutações, como é que
algo menos do que a própria vista poderia ter equipado o animal para
sobreviver com mais sucesso do que seus competidores que não tinham esta
pele fotossensível? A hipótese darwinista necessariamente implica em que, a
cada estágio do desenvolvimento de organismos novos e mais complicados,
até antes de poderem ser utilizados na prática, o animal em desenvolvimento
tenha gozado alguma vantagem específica sobre seus competidores. Quanto
ao exemplo, muito citado, do ciclo de crescimento dará, o princípio da seleção
natural não explica muita coisa. Pode, sim, concebivelmente servir como
explicação de como os girinos aprenderam a nadar, alimentar-se e fugir dos
inimigos mais eficientemente do que seus ancestrais menos capacitados. Mas
será que isto lança luz sobre o motivo pelo qual se transformaram finalmente
em rãs? Será que se pode argumentar com seriedade que as rãs são mais
capazes de sobreviver do que peixes? É claro que é necessário achar uma
explicação mais sofisticada do que a seleção natural meramente mecânica.

Em resumo, a teoria darwinista explica os dados da biologia muito menos
adequadamente do que a afirmação de Gênesis capítulo 1, sublimemente
singela, que todas as espécies de vida vegetal e animal surgiram como
resposta à vontade criadora de Deus onipotente e onisciente, e que seu
desenvolvimento posterior tem sido governado, em cada estágio, por Seus
desígnios. Todas as semelhanças estruturais (tais como as semelhanças
esqueléticas tão citadas para indicar uma relação genética entre o homem e
as ordens inferiores de vertebrados) podem ser esclarecidas de maneira
satisfatória como sendo uma força diretriz operando de fora (ou de cima), e
não forças mecânicas operando de dentro dos tecidos vivos, como tais.
Mesmo o fenômeno dos vestígios, que parecem ser inúteis, tais como o cócix
no término da espinha humana, não demonstra uma herança remontando até
os símios com caudas. Tais vestígios apenas testificam um plano geral ou
básico seguido pela força criadora (ou pela inteligência divina) que fez os
vários filos vertebrados.

Um semelhante costume de conservar vestígios de desenhos da engenharia
pode ser percebido no desenvolvimento do automóvel, ano após ano, desde
(digamos) o sedã Ford 1901 e o modelo de 1964. Em certos casos, vestígios
(como conservar a abertura parava manivela na base do radiador anos depois
de haver arranque automático para o carro) marcaram a evolução desta
marca de carro. O mesmo se pode dizer das “portinholas” dos modelos Buick
entre os anos de 1940 e 1950, (até o vestígio-símbolo do modelo de 1957).
Mas não se pode dizer que os modelos anteriores se tornaram mais
avançados ou mais complicados; esta foi a obra dos desenhistas e
engenheiros que produziram um modelo novo para cada ano sucessivo. Não
há nada nos dados da geologia, ou da biologia em geral, que pudesse indicar
que o procedimento do próprio Criador tenha sido essencialmente diferente.
Uma vez que um modelo, ou espécie, foi criado, então estava pronto para a
produção em massa, mediante o sistema embutido de procriação e
reprodução com o qual todos os animais são equipados - sendo que cada
espécie é controlada dentro dos limites mendelianos dos seus próprios genes
específicos.

4) O abandono moderno da teoria darwiniana da diferenciação gradual como
sendo o mecanismo pelo qual todas as classes e ordens de vida se
evolveram, levou à substituição dum novo tipo de evolução (a teria dos
quanta) que recebe o apoio da maioria dos cientistas de destaque dos nossos
dias. Mas a evolução emergente envolve fatores de mutação ou mudança tão
súbita e radical, que pode ser classificada na categoria de mero credo
filosófico incapaz de ser averiguando por métodos de laboratório, e de
explicação seguindo princípios meramente mecânicos. Na geração de Darwin,
esperava-se confiantemente que pesquisas geológicas e bio1ógicas nas
décadas subseqüentes revelariam as formas de vida que haveriam de
preencher as lacunas existentes entre as várias ordens e filos. Mas a maioria
dos cientistas do século vinte desistiram completamente desta busca.

Austin H. Clark (The New Evolution – “A Nova Evolução” - 1930, p. 189), por
exemplo, mencionou “a inteira falta de intermediários entre os principais
grupos de animais - como, por exemplo, entre os animais com espinha ou
vertebrados, os equinodermos, os moluscos e os antropóides”. Disse mais:
“Se estivermos dispostos a aceitar os fatos, teríamos que crer que nunca
existiram tais intermediários, ou, noutras palavras, que estes grupos principais
tiveram o mesmo relacionamento mútuo que até hoje conservam”.

Semelhantemente, G. G. Simpson indicou que cada uma das trinta e duas
ordens de mamíferos apareceu subitamente na história paleontológica
Declarou: “Os membros de cada ordem já têm os característicos básicos
ordinais desde seu exemplar conhecido mais primitivo, e em nenhum caso se
conhece uma seqüência quase contínua duma ordem até outra” (Time and
Mode in Evolution - “Ritmo e Modo na Evolução”, 1944, p. 106).

Clark, Simpson e seus colegas modernos se refugiaram, pois, na teoria da
evolução emergente, que afirma que novas formas dramáticas surgem ao
mero acaso, ou por algum tipo de resposta criativa a novos fatores que não
suportam mais análise ou descrição racional. Mas como é que tal explicação
(que realmente não é uma explicação, mas só um apelo à fé) pode ser
considerada uma alternativa mais razoável do que o ato criador duma
inteligência superior? Conforme a declaração de Carl Henry: “A suposição
duma emergência abrupta fica tão longe do campo de análise científica com
um apelo às forças criadoras sobrenaturais”.

Apesar destas considerações porém (ou talvez em ignorância delas), há
muitos cristãos dedicados que estão dispostos a aceitar a teoria da evolução
numa base teística. Isto quer dizer, professam lealdade à teoria do processo
mecânico de seleção natural (segundo a formulação de Darwin), ou até à mais
recente teoria emergente da evolução; mas mesmo assim insistem que a
matéria não é eterna (que os não-teístas têm que supor), mas que foi criada
por Deus ex nihilo. Além disto, consideram que o mecanismo inteiro do
processo evolutivo tenha sido planejado e controlado por Deus, e não por
alguma força misteriosa que não pode ser completamente explicada pela
ciência.

Deve ser explicado às pessoas que sustentam esta posição que,
historicamente, a teoria inteira foi elaborada para explicar o desenvolvimento
da vida em princípios mecânicos puramente naturais, sem necessitar de
qualquer influência divina. Darwin e seus colegas fizeram os maiores esforços
para derrubar o argumento pela existência de Deus, baseado na evidência de
haver desígnio na natureza, e exploraram todos os exemplos concebíveis de
disteleologia e de falta de propósito que poderiam descobrir. Mencionaram o
fato que dos milhares de ovos depositados pela mãe-peixe, só uma
porcentagem mínima sobrevive para atingir a maturidade, e que poucas
sementes caídas duma árvore sobrevivem para produzir novas árvores.
(Assim, convenientemente, deixava-se de mencionar o estoque de gêneros
alimentícios armazenado para outros animais por causa desta
superabundância). Fazia-se um esforço consistente de explicar o universo
sem a existência de Deus. Por este motivo, o evolucionismo darwiniano
tomou-se a filosofia oficial dos principais movimentos ateus do século vinte
(tais como as formas mais puras do Nazismo e do Socialismo Marxista). A
concessão de Darwin, de que um poder superior pudesse ter suprido a
matéria-prima original e os impulsos vitais que deram origem à evolução no
princípio, nem por isso deixou de ser uma negação completa da revelação
hebraico-cristã. Levou inevitavelmente ao resultado que os conceitos de moral
e de religião que se descobrem na raça humana sejam considerados a mera
combinação fortuita de moléculas, não representando, portanto, qualquer
realidade espiritual.

O evolucionismo, como filosofia ou cosmovisão realmente envolve uma
negação aberta de realidades espirituais, assim como rejeita também a
existência dum Deus pessoal. Todos os seus principais expoentes têm
declarado isto em termos inequívocos. O livro de Ernst Haeckel, The Riddle of
the Universe – “O Enigma do Universo” (1929) adotou a tese de
evolucionismo para desaprovar a religião sobrenatural, tornando-se assim,
uma das maiores influências em prol do ateísmo do século vinte. G. G.
Simpson declarou que uma aceitação total do evolucionismo é inconsistente
com a crença de que Deus está ativo no universo. O próprio Charles Darwin,
numa entrevista com um repórter dum jornal, pouco depois da publicação de
“A Origem das Espécies”, simplesmente deu de ombros perante a questão
moral em toda a sua totalidade. Quando lhe perguntaram se seu livro não
mostraria a cada criminoso como justificar suas atividades, Darwin disse que a
acusação era “uma boa sátira”, e deixou o assunto sem resposta. Levando em
conta fatores como estes, parece ser um procedimento dúbio para o cristão
convicto que quer ser leal às Escrituras, declarar-se evolucionista, a não ser
num sentido muito restrito - um sentido que de fato seria totalmente
inaceitável a Darwin e a todos os seus seguidores. Para o cristão, não há
alternativa a não ser reconhecer a seleção “natural” como sendo a seleção
divina, seja de maneira direta, seja de maneira indireta.

Fonte: www.universidadedabiblia.com.br
www.universidadedabiblia.net

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