sexta-feira, 5 de setembro de 2025

O QUE DEVE SER FEITO - terceiro capítulo

A impossibilidade de um governo limitado


Nessas circunstâncias, assim que o monopólio
de proteção esteja instaurado, uma lógica própria é
desencadeada. Todo monopolista tira vantagem de sua
posição. O preço da proteção irá aumentar, e, o que é
mais importante, o conteúdo da lei – isto é, a qualidade
do produto – será alterado em benefício do monopolista e
à custa dos outros. A justiça será pervertida, e o protetor
se torna cada vez mais um explorador e um expropriador.
Mais especificamente, como resultado da monopolização
territorial da proteção, duas tendências são geradas.
Primeiro, uma tendência em direção à extensificação
da exploração, e segundo, uma tendência em direção à
intensificação da exploração.
Originalmente instituições locais, os estados possuem
uma tendência inerente, estimulada pelo interesse
próprio, de querer mais rendimentos ao invés de menos –
em direção à expansão territorial. Quanto mais súditos um
estado protege – ou melhor, explora – melhor para ele. A
competição entre estados – isto é, monopolistas territoriais
– é uma competição eliminatória: ou sou eu o monopolista
do roubo ou é você o monopolista do roubo.
Além disso, existindo inúmeros estados, as pessoas
podem facilmente se mudar. No entanto, uma perda de
população é um problema incômodo do ponto de vista
do estado. Portanto, estados quase que automaticamente
entram em conflito uns com os outros, e uma maneira
de se resolver este conflito, do ponto de vista estatista,
é com a expansão territorial: ou através de guerra ou de
16 Hans-Hermann Hoppe
casamento entre cortes, e às vezes por compra direta.
Em última instância, esta tendência só iria cessar com o
estabelecimento de um único estado mundial.
A segunda tendência é a intensificação da exploração.
Extensificar a exploração – assaltando as pessoas – de um
monopólio estatal, implica por si só uma intensificação,
porque quanto menor o número de estados concorrentes –
isto é, quanto maior o território do estado fica – menores
são as oportunidades de se votar com os próprios pés,
ou seja, migrar. E sob o cenário de um estado mundial,
aonde quer que uma pessoa vá, a estrutura de impostos
e regulamentações é a mesma. Ou seja, com a ameaça
de imigração eliminada, a exploração monopolística irá
naturalmente aumentar – quer dizer, o preço da proteção
subirá e a qualidade cairá.

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