sábado, 19 de abril de 2025

Lições Rosacruzes 2

 




1

Qual é o propósito da existência, qual o objetivo da vida, por que você aqui?

A vida no mundo das polaridades parece injusta, sem sentido e imprevisível. Você aparece neste mundo sem saber por quê. Mas imagine por um instante que você escolheu viver neste mundo. Você gostaria de ir embora hoje? Se não, isto deve ser uma prova de que você quer estar aqui. Mas o que quero dizer vai mais além, na razão pela qual veio parar aqui. Suponha que escolheu viver aqui. Ora, este é o mundo das polaridades, há bem e mal, prazer e dor, vida e morte... Não aceitar isto não é apenas não aceitar a vida e o mundo, mas sua própria existência, pois estas poliridades estão enraizadas em você mesmo.

Em você existe não só o citado acima, mas suas raizes mais profundas, consciência e inconsciência, conhecimento e ignorância, liberdade de escolha e limites de escolha, força de vontade e completa indolência, atração e aversão. Só para citar algumas delas. Então negar uma coisa é negar outra e isto é que não seria justo. Visto que somos os portadores dessas causas, por que protestar contra seus efeitos?

Por outro lado há em nós um anseio de vida, como se esta vida não bastasse, ou dito mais corretamente, como se esta vida não fosse a verdadeira e definitiva vida.

Porém, este anseio geralmente é usado para a luta pela sobrevivência, auto-afirmação, carreira acadêmica ou profissional. Ou ainda outras vezes busca segurança, às vezes riqueza, às vezes busca formar uma família, outros buscam se enquadrar no que a sociedade, os amigos ou a família esperam que elem sejam; uns buscam uma suposta auto-realização, espaço, abrigo, renome, fama, atividades, aceitação, a realização de desejos supostamente seus, etc., etc.. Enfim, como qualquer animal, o ser humano busca a satisfação, mas diferente deles nunca a encontra a não ser por curtos períodos que se alternam com o tédio, o desgosto e uma nova busca em outro alvo, no qual, agora sim, acredita, estará satisfeito; também quer ser respeitado, admirado, reconhecido, quer pertencer a algo que julga maior... É vitma de algo tão em moda hoje, a carência de pertencimento.

Mal sabendo que esta busca de satisfação e pertencimento é um desvio de um anelo autêntico e bem mais profundo: o resgate de seu verdadeiro eu, seu ser, sua essência, sua natureza original, consciência original e verdadeiro e eterno lar, aonqual de fato pertence...

Fra. R+C

Continua...


Para participar de nossos grupos de estudo, prática orientada e terapias, basta enviar uma mensagem para o WhatsApp 79991316067 dizendo que viu esse texto. Por favor, entre em contato para mais informações. Obrigado.


sexta-feira, 11 de abril de 2025

O anarquismo místico de Tolstói

 


O anarquismo místico de Tolstói

O conde russo Leon Nikoláievitch Tolstói (1828-1910) possui uma consolidada fama internacional que tem resistido aos modismos do tempo. Oriundo de uma tradicional linhagem de aristocratas eslavos, Tolstói recebeu uma educação extremamente refinada. Além disso, o autor transitou entre vários estereótipos destinados aos homens pertencentes às altas castas da sociedade russa: foi um apostador compulsivo; latifundiário influente que não hesitou em se valer de seu status para seduzir servas; oficial militar impetuoso e místico utópico. Proponho aqui discorrer um pouco sobre a fase de sua vida na qual esse literato renegou o valor de suas obras canônicas a exemplo de Ana Kariênina (1887), A morte de Ivan Ilicht (1886) e Guerra e paz (1869), para se dedicar a confecção de panfletos políticos.

Tolstói começou a sistematizar seu pensamento em forma de doutrina religiosa a partir de 1882, quando visitou um dos inúmeros albergues localizados nos cortiços de Moscou. O escritor ficou horrorizado diante da degradação humana e da pobreza que encontrou em uma das áreas mais miseráveis da capital russa. Segundo a biógrafa Rosamund Bartlett, em Tolstói: a biografia (2013), fiel às inclinações anarquistas que começou a cultivar desde o início de sua vida literária, Tolstói empreendeu uma campanha para a arrecadação de fundos, comida e agasalhos para os pobres. Nesse sentido, o escritor russo estava buscando colocar em prática seu ideal de um cristianismo “libertário”.

Para Bartlett, inspirado diretamente pelo Evangelho de São Mateus, do Novo Testamento, “Tolstói instigou os moscovitas a superar seu medo dos percevejos, das pulgas, da febre tifoide, da difteria e da varíola que se alastravam em meio às condições imundas e aviltantes em que os pobres eram obrigados a viver” (p. 369). Após o ano de 1900, em um momento no qual a Rússia passava por uma série de levantes populares contra o tzarismo – um dos regimes políticos mais autoritários da Europa – Tolstói usou sua fama internacional para difundir seu ideário. O autor trocou as roupas de fidalgo por simples vestimentas de camponês e passou a defender as prédicas de que um estilo de vida abstêmio, vegetariano, fraterno e pacifista era o melhor caminho para uma existência humana mais plena.

Em 1904, o autor assinou o libelo A insubmissão (2010): traduzido para o português apenas recentemente. Trata-se de uma crítica contundente aos exércitos que, para o escritor russo, anulavam as liberdades individuais e promoviam a bestialização dos indivíduos em nome de supostas ameaças estrangeiras.  Segundo Tolstói, “pode-se bem mais afirmar (…) que a atuação do governo com seus métodos de castigo, antiquados e desapiedados, suas galés, prisões, forcas e guilhotinas, muito abaixo do nível geral de moralidade, tende bem mais a rebaixar o padrão moral do que elevá-lo, e mais aumenta do que diminui o número de criminosos” (p. 35-6). As guerras, para o autor, não passavam de genocídios orquestrados pelas elites contra os trabalhadores.

Esse texto filosófico apresenta a principal tese do escritor sobre o controle social mantido pelo Estado. De acordo com Tolstói, esse poder estaria sedimentado na corrupção, presente principalmente na cobrança de impostos abusivos aos cidadãos; na violência física e moral empregada pelos militares contra os inconformados e em um determinado tipo de educação oficial hipnótica que sugere aos membros de uma comunidade um comportamento obediente.

Também já desfrutando de um imenso prestígio, em 1898, Tolstói publicou o ensaio O que é arte?: uma polêmica contra os estetas franceses, alemães, ingleses, italianos e espanhóis. O texto conta com quatrocentas laudas. Realmente, uma longa reflexão e que causou um grande impacto entre homens de letras das mais variadas tendências. A edição dessa obra traduzida diretamente do russo para o português foi publicada em 2002, pela Ediouro. O escritor atacou com todas suas forças a ideia de que manifestações artísticas como esculturas, a pintura ou a literatura tinham a função de proporcionarem prazer aos seus consumidores.

Para Tolstói, “Para definir arte com precisão, devemos antes de tudo parar de olhar para ela como veículo de prazer e considerá-la como uma das condições da vida humana. Ao considerá-la dessa forma, não podemos deixar de ver que a arte é um meio de comunhão entre as pessoas” (p. 65). Nesses termos, talvez na esteira do pensamento do crítico paraense José Veríssimo (1857-1916), em Homens e cousas estrangeiras (1902), pode ser que o zelo desse escritor pela sua imagem de doutrinador o tenha atrapalhado um pouco no ofício de ficcionista. Porém, Tolstói, ao sacrificar suas riquezas e conforto, “por amor das suas convicções morais, religiosas e sociais” demonstra “que na alma misteriosa e trágica dos Russos há energias morais quase desconhecidas no nosso mundo ocidental” (p. 204).

http://pensaraeducacao.com.br/o-anarquismo-mistico-de-tolstoi/

  • Por favor, compartilhe em suas redes sociais...
  • Participe de nossos grupos de estudo, entre em contato através do WhatsApp 79 991316067. Entrando no grupo você pode fazer o seguinte curso, totalmente sem custo:


quarta-feira, 2 de abril de 2025

Tolstoi sobre a revolução violenta


“Algumas pessoas sustentam que a liberdade da violência, ou pelo menos uma grande diminuição dela, pode ser obtida pelos oprimidos derrubando à força o governo opressivo e substituindo-o por um novo sob o qual tal violência e opressão serão desnecessárias, mas eles enganam a si mesmos e aos outros, e seus esforços não melhoram a posição dos oprimidos, mas apenas a pioram. Sua conduta tende apenas a aumentar o despotismo do governo. Seus esforços apenas fornecem um pretexto plausível para o governo fortalecer seu poder.

“Mesmo se admitirmos que, sob uma combinação de circunstâncias especialmente desfavoráveis ​​ao governo, como na França em 1870, qualquer governo poderia ser derrubado à

 força e o poder transferido para outras mãos, a nova autoridade raramente seria menos opressiva do que a antiga; pelo contrário, tendo sempre que se defender contra seus inimigos despossuídos e exasperados, seria mais despótica e cruel, como sempre foi a regra em todas as revoluções.

“Enquanto socialistas e comunistas consideram a organização ou sociedade individualista e capitalista como um mal, e os anarquistas consideram como um mal todo governo, seja qual for, há monarquistas, conservadores e capitalistas que consideram qualquer organização socialista ou comunista ou anarquia como um mal, e todos esses partidos não têm outros meios além da violência para chegar a um acordo. Qualquer um desses partidos que tenha tido sucesso em fazer seus esquemas passarem, deve recorrer para apoiar sua autoridade a todos os métodos existentes de violência, e até mesmo inventar novos.

“Os oprimidos seriam outro conjunto de pessoas, e a coerção tomaria alguma nova forma: mas a violência e a opressão permaneceriam inalteradas ou até mais cruéis, já que o ódio seria intensificado pela luta, e novas formas de opressão teriam sido inventadas. Assim sempre foi depois de todas as revoluções e todas as tentativas de revolução, todas as conspirações e todas as mudanças violentas de governo. Todo conflito apenas fortalece os meios de opressão nas mãos daqueles que por acaso em um dado momento estão no poder."


Autor Imagem do Dr. Norman Horn

Dr. Norman Horn

Norman é o fundador e presidente do Libertarian Christian Institute. Ele é Ph.D. em Engenharia Química pela University of Texas em Austin e MA em Estudos Teológicos pela Lipscomb University. Ele foi amplamente publicado em vários campos e escreveu para o Washington Post, Relevant Magazine, Young American Revolution, Journal of Research of NIST e UV Solutions Magazine.