quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Morte, morrer, pós-morte - quarta parte


Relatos dos suicidas

Enquanto que as almas das pessoas que morreram de forma natural experimentam alívio e até alegria no outro mundo, as almas dos suicidas ao contrário, experimentam inquietação e sofrimento. Um especialista na área de suicídio ilustrou esse fato com a sábia frase: "Se você despede-se da vida com a alma agitada, vai passar para o outro mundo também com alma agitada." Os suicidas se matam para "acabar com tudo," mas acontece que lá para eles, está tudo apenas começando.


Eis alguns relatos modernos que ilustram o estado dos suicidas no outro mundo: um homem que amava ardentemente a sua mulher, tentou suicídio quando ela morre. Ele tinha esperança de unir-se com ela para sempre. No entanto, tudo ocorreu de outra forma. Quando o médico conseguiu reanimá-lo, ele disse: "Eu fui parar em um outro lugar, não o mesmo dela. Era um lugar terrível... E eu imediatamente entendi que cometi um enorme erro" [1, pág.143].


Alguns suicidas que retornaram à vida descreveram que após a morte, eles foram parar numa espécie de prisão ou calabouço e sentiam que ficariam lá por um longo período. Eles tinham consciência que isto era um castigo pela violação da lei estabelecida, de acordo com a qual, cada pessoa deve suportar uma determinada carga de sofrimentos. Negando-se a isto por sua própria vontade, eles deverão suportar em outro mundo uma carga ainda maior.


Um homem, que passou pela morte temporária, conta o seguinte: "Quando eu me encontrei lá, compreendi que duas coisas são absolutamente proibidas: matar-se e matar alguém. Se eu decidi me matar, é como se eu atirasse na face de Deus, o dom que Ele me deu. Ao tirar a vida de outra pessoa - significa interromper o plano que Deus preparou a ela" [1, pág.144].


A impressão comum dos médicos-reanimadores é que o suicídio é punido severamente. Dr. Bruce Greyson, psiquiatra do setor do pronto socorro junto a Universidade de Connecticut, tendo estudado essa questão, testemunha que ninguém, dentre os que passaram pela morte temporária, por nada quer acelerar o fim da sua vida [3, pág.99]. Apesar do "outro mundo" ser incomparavelmente melhor que o nosso, a nossa vida aqui tem um significado preparatório muito importante. Somente Deus decide quando o homem está suficientemente maduro para a eternidade.


Beverly, de 47 anos, contou como ela está feliz por estar viva. Desde a infância, ela sofreu muito nas mãos de pais cruéis que judiavam dela diariamente. Já na maturidade, ela não podia contar sobre sua infância sem ficar nervosa. Uma vez, quando estava com 7 anos, levada ao desespero pelos pais, atirou-se de cabeça para baixo e quebrou a cabeça no cimento. Durante a sua morte clínica, sua alma viu as crianças, suas conhecidas, em torno do seu corpo inerte. De repente, uma luz brilhante apareceu, e uma voz desconhecida lhe disse: "Você cometeu um erro, sua vida não lhe pertence e você deve voltar." Beverly retrucou: "Mas ninguém me ama e ninguém quer cuidar de mim." "Isto é verdade" - disse a voz -" e no futuro ninguém vai cuidar de você. Por isto, aprenda a se cuidar." Após estas palavras, Beverly viu neve em sua volta e uma árvore seca. Mas, de algum lugar veio o calor, a neve derreteu e os galhos secos da árvore cobriram-se de folhas e de maças maduras. Aproximando-se da árvore ela começou a colher as maças e a comê-las prazerosamente. Aí ela entendeu que, assim como na natureza, cada vida tem seus períodos de inverno e de verão, os quais constituem um todo no plano de Deus. Quando Beverly reviveu, ela começou a encarar a vida de uma nova forma. Tendo crescido, casou-se com um bom homem, teve filhos e foi feliz. [ 7, pág.184]


Matéria completa em:

https://fatheralexander.org/booklets/portuguese/life_death_p.htm#n4

Junte-se ao nosso grupo de estudos. Entre em contato através do Telegram ou WhatsApp 79 988335718

CURSO GRATUITO 

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Patrística - conduta e salvação em Clemente de Alexandria

  


Ideais de fé, conduta e salvação
em Clemente de Alexandria


Grego de uma família de libertos, nascido em torno do ano 180, no paganismo, Tito Flávio Clemente (mais conhecido por Clemente de Alexandria) encontra a doutrina cristã na juventude e a ela se converte de maneira profunda. Durante anos seguidos, em incessantes viagens da Grécia para a Síria e da Palestina para o Egito, este homem, que veio a ser um ícone da Igreja primitiva, procurou penetrar melhor na doutrina de Cristo, ouvindo atentamente a cristãos e sábios – adquirindo e desenvolvendo conhecimentos.

Dentre esses sábios houve um em especial que lhe chamou a atenção, fazendo do alexandrino seu seguidor (pela convergência de idéias). Esse homem chamava-se Panteno (tido como detentor de um conhecimento "superior"), de quem Clemente se tornou aluno, assistente e que, mais tarde, veio a superar aquele que foi conhecido como "abelha da Sicília". Já no ano 200 Clemente teria ido além dos ensinamentos do seu tutor. Sendo padre, mas sem obrigações paroquiais (não era muito afeito a celebrações), Clemente de Alexandria dedica-se inteiramente ao ensino cristão – catequese. Ao mesmo tempo em que fala, segue escrevendo; sempre infatigável, sempre profundo, embora por vezes caótico e difuso na sua linguagem. Dono de um coração largo, espírito de uma cultura enorme, inteligência do mais vasto alcance, que o seu entusiasmo pela doutrina evangélica não impediria de se abrir a tudo (nem mesmo à tão atacada cultura pagã, em especial no que diz respeito à filo dos gregos). Em muitas passagens de suas obras sentimo-nos deveras comovidos: quando fala da virtude e da infância tão dedicadamente, a questão do casamento, e quando se refere a problemas que são sempre do maior interesse; como o das responsabilidades do dinheiro e o da salvação dos ricos (de grande dificuldade), dentre vários outros também de suma importância para nosso conhecimento e para a nossa religião como hoje a temos.

Quando a perseguição aos cristãos, promovida pelo imperador Sétimo Severo, fecha, por algum tempo, sua escola, refugia-se na Capadócia, junto de um de seus antigos alunos, onde continua seu fatigante trabalho. Clemente morre em 216, após muito ter contribuído para o desenvolvimento – e mesmo para o surgimento – do que foi denominado "cristianismo primitivo" (é o início da doutrina cristã; da Igreja).

Na ótica de Clemente, a vida é um verdadeiro "combate espiritual", ele frisa – prioriza – o lado ascético (práticas de devoção e penitência); isso no que diz respeito à transformação que ocorre na vida das pessoas, que, seguindo o ideal cristão, tentam levar uma vida "santificada". É um dos "pais da Igreja" (patrística), pois fundamentou as suas bases, seu início.

"O que o Cristianismo condena é o abuso é o excesso de afeição que o homem tem aos bens da terra e que o obriga a desconhecer o seu verdadeiro sentido e o seu valor limitado".

Clemente de Alexandria e muitos outros padres da Igreja primitiva condenam com rigor o luxo, os vestuários de ricos coloridos, "os sapatos bordados a ouro, sobre os quais os pregos se enrolam em espiral", e a gulodice desmedida dos ricos, as gastronomias requintadas, e a "vã habilidade dos pasteleiros". O ensinamento da Igreja é que se deve usar o que Deus legou, mas com moderação e gratidão: o alimento celestial (que é simples por natureza) seria o "único prazer fino e puro", pois nos levaria à salvação.

Por vezes, Clemente se referiu e reconheceu que na Igreja havia ricos e pobres – o que não justifica que o lucro e a propriedade sejam condenados. As riquezas da terra são efêmeras, a única riqueza verdadeira é a do céu, visto que essa jamais passará. Temos aí a explicação para, no ideal de Clemente, a dificuldade que os ricos encontravam para entrar no reino dos céus. Tido como "o mais instruído dos padres", Clemente também atacou fortemente os basilidianos e demais hereges que tentavam contra a Igreja, e que sempre buscaram distorcer os ensinamentos de Jesus.

O mestre alexandrino utiliza muito a comparação entre ensino / vida cristã e as atividades agrícolas, algo muito comum entre os estóicos. (...)


(...)

Muitos são os estudiosos que apresentam o cristianismo do alexandrino como sendo uma filo. Embora guarde certo receio frente aos perigos que a cultura mundana oferece, Clemente designa a filo como importante fonte para a aquisição de uma fé melhor fundamentada. A filo grega é vista aqui como um todo, e não haveria o conhecimento, platônico, o aristotélico e tudo mais; apenas a totalidade. Daí, podemos lançar a importância da unidade, também, para a religião. Fé e razão encontram-se interdependentes, onde se a fé não se apresenta como simples demonstração da razão, não pode se constituir, também, em algo que a negue; existe complementaridade. Deve-se buscar uma fé "sincera", através da Lei, da obediência e de uma vida reta em Cristo.

(...)

A necessidade da defesa da doutrina cristã é muito presente, pois as pessoas devem tomar cuidado com o que escutam ou falam. Deve-se transmitir a luz a quem convém. É por isso que, em "Stromata", o próprio autor reconhece que o texto contém uma verdade dispersa (mutilada); tudo como forma de defesa. "Como las semillas, de modo que no estén al alcancede los charlatanes, cual grajos. Mas si tienen la suerte de encontrar un bom agricultor, cada una de ésas (semillas) brotará y mostrará lozano el trigo". Mas uma vez agrupada, essa verdade que é anunciada se revela totalmente àqueles aptos a compreendê-la (especialmente aos gnósticos). "Quien reúne de nuevo lo que se ha disseminado y reconstruye la unidad poderá comtemplar con seguridad al Logos, a la Veredad".

Deve haver uma mobilização para se combater os hereges, porque "quien no impide una cosa es participante de la misma".


Clemente crê na autonomia do espírito humano, em contrapartida com o determinismo de alguns hereges (basílides e sofistas, por exemplo). Vale destacar que mesmo atacando muito os sofistas e seu discurso, Clemente reconhece a importância da dialética para o progresso do conhecimento racional (progresso da fé científica).

O pecado é apresentado como sendo uma doença da alma, que deve ser curada através do correto seguimento dos ideais cristãos. (...)


 

Religião e Filo

Como legítimo representante dos primórdios do Cristianismo, Clemente de Alexandria prega muito a importância da religião e a necessidade de que o povo a compreenda, para que ele adquira boas e corretas palavras que vão norteá-lo rumo à salvação perante Cristo.

Altamente influenciado pelos ideais neoplatônicos, o alexandrino não vê, como outros padres do período, apenas aspectos maus na cultura pagã. É bem o contrário, o conhecimento grego vai justamente facilitar que as pessoas compreendam melhor os ensinamentos do Senhor. Clemente chega a atribuir grande importância à filo, a tal ponto de compará-la à Bíblia, em termos da justificação que era lançada sobre gregos e hebreus, respectivamente. Há a valorização da filo sobre as demais ciências. "Antes de la venida del Señor, a filo era necessaria para la justificación de los griegos; ahora, sin embargo, es provechosa para la religión".

Para Clemente, havia "níveis" de fé, e as pessoas poderiam ser "fiéis simples" ou com um grau maior de elevação. O grande objetivo do alexandrino era o de fazer surgir uma ciência da religião, tendo a fé como critério racional de juízo, de onde surgiriam os gnósticos – "cristãos superiores" – que associavam conhecimento racional às palavras sagradas: "(...) la filosofía contribuye a la adquisición de la sabiduría (...) es una práctica de la sabiduría". Clemente via a importância de que fosse significativo o número de fiéis gnósticos, mas sabia da dificuldade desse acontecimento: "La gnosis no es patrimonio de todos (...); sin embargo los libros son feitos para las multitudes".

Em suma, o gnóstico seria "um cristão ideal, que alcançou a ciência e vida espiritual perfeitas, na medida que podem ser alcançadas neste mundo"; apenas o gnóstico seria capaz de comunicar a doutrina verdadeira sem distorcê-la – exatamente pelo fato de conhecê-la de forma mais profunda. A fé simples é aquela que crê apenas no que diz as Escrituras, sem nenhuma atividade de investigação. A filo, ou qualquer outra forma de conhecimento, vem a ser útil para se ter uma fé mais segura, mais forte; para que se possa distinguir com toda certeza o bem e o mal, "la herejía de la verdad misma". E ainda: "La actividad racional regenera al alma y la orienta hacia una conducta intachable".

Através da filo, o espírito humano teria maior predisposição para entender e conhecer melhor as coisas divinas. E ainda sobre a união fé/filo: "La cuerda más alta (de la lira) se opone a la más baja, pero de ambas resulta una única ía musical; (...) el número par és diferente del impar, y sin embargo ambos son necessarios en la aritmética". Associando-se à filo grega, o Cristianismo proposto por Clemente faria, agora, de aliado um antigo inimigo (representante fundamental da cultura pagã).

A defesa da religião frente aos ataques dos hereges e dos sofistas é também fundamental na obra do padre cristão. A sofística, através do seu forte discurso, denigre o verdadeiro em função de algo falso (poder de persuasão); é uma "má arte" no entender do alexandrino. Os sofistas seriam "lobos saqueadores con pieles de oveja, que esclavizam los hombres y suceden con elocuencia a las almas" . O padre alexandrino não admite que a doutrina sagrada seja posta em comparação. Deve-se evitar as palavras desnecessárias: "Quienes pretenden participar de las palavras divinas deben estar muy atentos no sea que refiriendo lo superfluo" . Na sua tarefa de persuasão, a sofística impediria o desenvolvimento do conhecimento a partir das próprias pessoas; elas seriam, assim, guiadas pelo discurso de outrem, onde não haveria espaço para a livre reflexão.

Mesmo entendendo a necessidade de não deixar de lado a filo, é importante ressaltar que as palavras santas são bastante superiores ao conhecimento dos gregos. Ou seja, a religião pode sobreviver sem a filo (que é um catalisador, uma facilitadora da religião), mas o contrário não pode ocorrer. "Los filósofos son niños, a menos que se hagan totalmente hombres por obra de Cristo". A junção entre a tradição humana (filo) e a divina (fé) seria, desse modo, de dupla utilidade – tanto para a religião como para a filo. Por fim, temos que a fé seria, também, um filtro para a entrada das palavras sagradas. Seria um subsídio necessário para a compreensão desses conhecimentos: "Se não credes, não compreendereis" .


 



A Verdade e a Salvação em Cristo

Procurando fazer com que o grande público compreendesse de melhor forma os ensinamentos cristãos, Clemente utiliza uma metodologia bastante simples e repetitiva, para que seus ouvintes o compreendessem – haja vista que o padre alexandrino se dedicou especialmente à catequese. Apesar de seus ensinamentos, o próprio mestre reconhecia que a maioria das pessoas não estava apta ao conhecimento da doutrina de Cristo. Aquele que procura passar conhecimento religioso a outrem (geralmente um padre) deve agir de maneira semelhante a um agricultor, devendo cultivar com esmero em boa terra suas sementes (os fiéis): "Un alma que se une a (otra) alma y un espiritu a (otro) espiritu, cuando se siembra la palavra, hacem crescer la semilla y producem vida; y todo el que es educado viene a ser hijo del educador en virtude de la obediencia". A semente seria, também, símbolo da perseverança que um verdadeiro fiel deve possuir; resistir a tudo, suportar toda forma de agressão estando no estado latente, e germinar quando boas condições forem encontradas.

A salvação da alma não é coisa fácil de se alcançar; pois ela só é possível através de muito esforço e dedicação por obra daqueles que a buscam. "La mies es mucha y los operarios son pocos".

O alexandrino fala em seus escritos da necessidade de se seguir os passos do Senhor, de se levar uma "vida santa", reta em Cristo – é encontrada essa necessidade no Antigo Testamento. E diz Clemente: "Es necessario, pues, imitar en lo possible al Señor". E está na Bíblia: "O povo de Deus deve ter uma vida santa". Aqueles que ensinam às pessoas devem facilitar a sua compreensão, nada mais que isso, pois os fiéis devem aprender a superar suas dificuldades. Consta em Clemente: "Es razonable ayudar a uno a llevar su carga, sin embargo no lo es ayudar a descargarla". Os detentores do conhecimento devem não guardá-los apenas para si, mas torná-los disponíveis ao público; para que este possa realizar a progressão de sua fé: "Quien habla delante de personas y, con tiempo, las somete a examen (...) difere camiño pedregoso del solo fertil". Também aquele que ensina está aprendendo a cada palavra que profere. A Sabedoria é personificada em Deus, logo, conhecendo-a melhor, as pessoas estariam se aproximando mais de Jesus e da salvação.

Na pedagogia clementina, o exercício leva à perfeição e a prática é inimiga do erro. Aqueles que não praticam sua fé perdem-se (eles se atrofiam espiritualmente e se tornam mais aptos aos ataques dos pecadores). Ainda nesse ponto, a tradição oral é valorizada sobre a escrita – é mais segura, uma vez que os perigos da nossa língua são os de permitir várias interpretações; o que é campo fértil para especulações. Quando o assunto é a vida mundana (seu fascínio), Clemente não é tão radical como outros padres da Igreja. Deve-se utilizar a cultura mundana – aquilo que a vida na terra oferece – mas não se pode ficar preso demasiadamente à ela; os atrativos do mundo devem ser usados apenas para o bem. É terrível o fim daqueles que fazem uso do prazer de forma desordenada: "Luego te arrepentirás en la vejez, cuando se consuman las carnes de tu cuerpo. Ese es el fin del placer desordenado".

Os ricos encontram muita dificuldade para entrar no reino dos céus, pelo fato de se ligarem muito aos bens materiais; quando já se dizia nesse cristianismo que "Deus está além do material" . O homem que deseja a salvação de sua alma não deve viver na glória de suas posses ou do seu conhecimento; não se deve ter vaidade. "Que no se glorie el sabio de su sabiduría nen el rico de su riqueza" . Existe a consciência de que: " Muchos, en efecto, hay entre nossotros flacos y débiles y bastantes que están dormidos. Si nos juzgásemos a nossotros mismos, no seríamos condenados".

Por fim, a importância de se levar uma vida simples e a conseqüente dificuldade do ingresso dos ricos na salvação fica clara em: "La caridad es la major ley del amor que Cristo ensino".


Um grande centro cristão:

A Escola de Clemente

Num momento em que a literatura pagã vai sofrendo um período de forte crise, surge a inteligência da Igreja, através, principalmente, dos escritos dos padres. Os dois maiores centros de onde emanavam as idéias cristãs no século III eram o Egito e a África. E dentre os nomes de maior destaque está o de Clemente de Alexandria.

A título de curiosidade, Alexandria era uma cidade imensa – das maiores do mundo no período – aglomeração em constante crescimento, cidade de muitas morais, várias religiões. A inteligência era ali muito estimada e dispunha de inumeráveis instrumentos de trabalho: Museu, Biblioteca, Zoológico e tudo mais. Ali se encontrava um clima excitante para o espírito, uma terra de eleição para todas as tentativas sincretistas, e para todas as heresias. Por volta de 200, Alexandria era o centro do aprendizado cristão e gnóstico; o grande cérebro (o ponto de convergência) do mundo ocidental – era onde tudo fluía muito rapidamente. O capitalismo há muito se instalara nesta cidade.

Como já foi dito, no século II a fama da cidade torna-se ainda maior. Ao lado das escolas dos filósofos, fundara-se uma instituição "análoga à de São Justino em Roma", uma didascália cristã. Essa escola era, ao mesmo tempo, uma universidade e um cenáculo: muitas matérias, poucos alunos e também poucos mestres. Clemente foi o primeiro desses chefes da escola cristã. Alexandria – situada no Egito – tornara-se, no século III, a então capital do Cristianismo e o mestre Clemente seu principal nome.


BIBLIOGRAFIA

ALEXANDRIA, Clemente de. Stromata de notas Gnósticas segundo a Verdadeira Filo. Editorial Ciudad Nueva. Madrid, 1996.
ROPS, Daniel. História da Igreja de Cristo.
Bíblia Sagrada. Editora Ave Maria. São Paulo, 1999. 18 ed.
MAIA, Márcia. Evangelhos Gnósticos. Editora Mercuryo. São Paulo, 1992.
DANIÉLOU, Jean e MARROU, Henri. Nova História da Igreja. Editora Vozes. 2 edição. Petrópolis, 1973.

FONTE:

(Texto publicado no Grupo Ortodoxia)

https://www.ecclesia.org.br/biblioteca/pais_da_igreja/ideais_de_fe_e_conduta_e_salvacao_em_clemente_de_alexandria.html


Curso gratuito:




Para fazer parte de nossos grupos de estudo entre em contato através do Telegram ou WhatsApp 79 988335718.

sábado, 21 de setembro de 2024

O Problema Metafísico da Liberdade - 7 - Nikolai Berdiaev

 VII


A liberdade está na base do desígnio de Deus concernente ao mundo e ao homem. A liberdade gera o mal, mas sem a liberdade não existe nada que seja bom. A bondade compulsória não seria boa. Aqui está a contradição fundamental da liberdade. A liberdade para o mal constitui evidentemente uma condição para a liberdade para o bem. Abolir o mal forçadamente, sem deixar traços, implica não restar nada para uma liberdade voltada para o bem. É por isso que Deus tolera a existência do mal. A liberdade gera a tragédia da vida e o sofrimento da existência. Por isso a liberdade é algo difícil e áspero. Nem a liberdade é algo fácil, nem uma vida em liberdade é uma vida fácil. É mais fácil viver dentro da necessidade. Dostoievsky, que tinha profundos plpensamentos sobre a liberdade, sugeriu que a coisa mais difícil wwpara o homem está em suportar a liberdade de espírito, a liberdade de escolha. O homem está pronto para abdicar da liberdade em nome de mitigar o sofrimento da vida por meio de alguma organização compulsória do bem (como nas teocracias compulsórias e no Comunismo Stalinista). Seria um erro pensar que o homem valoriza especialmente a liberdade. Ao contrário, ele tende sempre a ver o dom da liberdade como algo fatal e de modo algum a defende. Não estou falando aqui da liberdade no sentido político, mas exclusivamente da liberdade no sentido metafísico. Mas a liberdade metafísica tem suas próprias consequências vivas e práticas, ela possui sua própria projeção social. Não existe nenhuma espécie de expressão adequada para a liberdade metafísica na vida social. Aqui as correlações são demasiado complexas e misturadas. A liberdade, numa projeção política, costuma ser entendida como os direitos do homem, como as pretensões do homem. Mas se a liberdade é tomada em sua profundidade metafísica, então é forçoso reconhecer que a liberdade não é de modo algum uma questão de direitos e de pretensões humanas, mas antes uma obrigação. O homem deve ser livre em espírito, ele tem que carregar o peso da liberdade até o fim, uma vez que a liberdade está incluída na ideia que Deus faz dele, ela consiste na sua semelhança para com Ele. Deus pede que o homem seja livre, Ele espera do homem o ato da liberdade. Deus precisa da liberdade do homem, mais ainda do que o próprio homem. O homem está pronto para renunciar à liberdade em nome de uma vida fácil, mas Deus não renuncia à liberdade do homem, uma vez que é nisso que está amarrado seu desígnio para a criação do mundo. O ensinamento a respeito do livre arbítrio, tradicionalmente defendido pela teologia Cristã, constitui uma vulgarização do problema da liberdade e uma adaptação dessa com fins utilitários. O ensinamento sobre a liberdade deve estar conectado com o ensinamento sobre o espírito, a respeito do qual eu abordei em meu estudo Freedom and the Spirit.

O problema da liberdade é uma questão filosófica central. A ele estão vinculadas não apenas todas as disciplinas filosóficas (a metafísica, a teoria do conhecimento, a ética, a filosofia da história), como ainda a filosofia se torna contígua à teologia. A história do ensinamento sobre a liberdade é notavelmente a história dos ensinamentos religiosos e teológicos sobre a liberdade. Santo Agostinho e Lutero tiveram grande importância para a questão da liberdade, assim como para os filósofos acadêmicos. E eu me utilizei não apenas da filosofia, mas também da teologia, pois de outra forma é impossível considerar o problema em toda sua profundidade. O problema da liberdade é central e definitivo para a metafísica, e pode ser orientado em prol de todas as questões filosóficas básicas. É possível fazer-se uma classificação dos tipos de conceitos verbais filosóficos de acordo com sua maior ou menor relação com o problema da liberdade. Para o problema da liberdade a diferença mais nítida é entre a filosofia da antiguidade, dos Gregos, em contraste com a filosofia do período Cristão, na história da autoconsciência humana. Aqui o problema da liberdade envolve-se com a questão do infinito e do finito. Os Gregos consideravam que a perfeição era finita. O finito é determinístico. Para eles, o infinito era imperfeito e não determinístico. A perfeição consistia em estabelecer limites, definições, ou seja, ela era determinada. Um entendimento semelhante passou para os Escolásticos medievais, quando Aristóteles foi prescrito, em especial para o sistema de São Tomás de Aquino. Mas no mundo Cristão, na essência do Cristianismo, havia uma infinitude revelada, não apenas com significado negativo, mas também positivo. E com a infinitude revela-se a liberdade, como uma indeterminação. Com Orígenes encontramos um dos primeiros ensinamentos a respeito da liberdade. A filosofia Alemã se distingue ainda mais da filosofia antiga e medieval, na medida em que ela vê na irracionalidade a base da existência e investiga a questão da liberdade a partir daí. Mas o idealismo Alemão tende para um monismo idealista, no qual o problema da liberdade evanesce e a liberdade do homem se esvai. A autêntica filosofia Cristã é uma filosofia de liberdade, e uma solução autêntica para a questão da liberdade só pode ser construída procedendo da ideia do Deus-homem. E a filosofia religiosa Russa, mais do que todas, entendeu o problema da liberdade, como uma indeterminação e como uma infinitude.



[1] “Freiheit ist bei sich selbst zu sein”.

https://precedejesus1.blogspot.com/2020/01/nikolai-berdiaev-o-problema-metafisico.html?m=1

Por favor, compartilhe em suas redes e junte-se ao grupo de estudos. Entre em contato através do Telegram ou WhatsApp 79 988335718

CURSO GRATUITO 




segunda-feira, 16 de setembro de 2024

O problema metafísico da Liberdade - 6 - Nikolai Berdiaev

 


Vimos que a segunda liberdade pode ser entendida falsamente, e que assim ela degenera em violência a coerção. Mas em seu verdadeiro entendimento, sem negar a primeira liberdade, mas pressupondo-a inevitavelmente, a segunda liberdade é mais elevada, ela é a liberdade última, a autêntica libertação do homem desse mundo. A libertação genuína é dada pelo conhecimento e a realização da Verdade, que inclui em si a liberdade. Alcançar a mais alta liberdade, como um objetivo de vida, significa alcançar a autêntica espiritualidade. O espírito é liberdade e, na espiritualidade, na vida espiritual, não existe nenhuma determinação exterior, não existe compulsão, não existe situação externa. Uma posição externada com coerção de uma parte sobre outra é característica do mundo natural. A vida espiritual é uma vida livre, e nisso está seu sinal constitutivo. Alcançar a espiritualidade equivale a superar a tragédia da liberdade, suas contradições são desfeitas, o que parecia até então insuperável. A espiritualidade autêntica implica a iluminação do irracional, daquela que até então era a liberdade escura, mas sem sua aniquilação, sem forçá-la. O problema da liberdade não pode ser resolvido dentro dos limites da filosofia racional. A dialética não consegue preenchê-lo, as dificuldades insuperáveis permanecem. Mas a cognição filosófica pode se aproximar de seus limites e ir além, fornecendo a solução final a outras áreas. Estou inclinado a pensar que é nisso que consiste a tarefa da filosofia em todas as áreas da cognição. Uma filosofia que desvende a dialética da liberdade nos conduzirá ao Cristianismo, como uma solução positiva para a tragédia da liberdade, a tragédia da liberdade e da necessidade. O problema da liberdade do homem, tão difícil para o pensamento filosófico, só pode ser resolvido pela ideia do Deus-homem e da humanidade Divinizada, que vai além dos limites da filosofia pura. Apenas no Deus-homem se revela uma saída para além da fronteira do mal existente na liberdade e o bem existente na necessidade, da liberdade que gera o mal e da necessidade que compele à bondade, e nesse ponto se alcança a iluminação e a transfiguração da liberdade, de uma liberdade cheia de amor, não a liberdade do primeiro Adão, ainda considerada como a liberdade do mal, mas antes a liberdade do segundo Adão, que pelo livre amor conquistou os princípios obscuros da liberdade. Isso com certeza não quer dizer que, tanto na filosofia quanto na teologia Cristã, bem como na prática Cristã, o problema da liberdade tenha sido devidamente colocado e corretamente resolvido. Ao contrário, aqui surgiram algumas das maiores divergências. A liberdade e a graça muitas vezes são colocadas em oposição, e a graça é vista como uma força acima da liberdade. Mas o Cristão, em seu ideal de pureza, inclui em si a resolução do problema da liberdade. Fora do Cristianismo, o determinismo é essencialmente inevitável. Toda filosofia naturalista é determinista. E quando a filosofia espiritualista procura estabelecer uma base para a liberdade, ela o faz fracamente e com contradições, identificando a liberdade com a substância, isso é, dentro de uma categoria naturalista. Uma questão difícil para a metafísica Cristã está em reconciliar a liberdade do homem com a onipotência de Deus, com a onisciência Divina. A partir desse fundamento gerou-se o ensinamento sobre a predestinação, que encontrou suma máxima expressão em Calvino. Mesmo Santo Agostinho encontrou aqui uma dificuldade insuperável. O caminho mais crível seria aquele no qual existe consciência, que a liberdade constitui uma linha limítrofe para a presciência de Deus, que o próprio Deus coloca um limite à sua presciência, uma vez que Ele deseja a liberdade vê na liberdade o sentido da criação. A esse ponto de vista inclina-se Charles Secrétan em sua obra La Philosofie de la Liberté, uma das mais sutis investigações filosóficas a respeito da liberdade.


Por favor, compartilhe em suas redes e junte-se ao grupo de estudos. Entre em contato através do Telegram ou WhatsApp 79 988335718

LIVRARIA LIBERTÁRIA 



CURSOS DE MÚSICA 🎷🎸



sábado, 14 de setembro de 2024

O problema metafísico da Liberdade - 5 - Nikolai Berdiaev




V

Conectada a essa liberdade potencial, anterior à existência, alojada no abismo do nada, está a possibilidade de criação. A possibilidade de mudança e de desenvolvimento do mundo nasce da liberdade. Apenas na superfície, no plano raso do mundo natural, vemos o desenvolvimento. Mas a teoria evolucionista é completamente ineficaz para conceber as fontes do desenvolvimento no mundo. O entendimento disso só é possível quando se ultrapassa o movimento horizontal por um movimento vertical. Na medida da profundidade, é ao longo dessa vertical que acontece essa criação a partir da liberdade, a partir de uma potencialidade insondável, e daí ela se projeta na superfície, como desenvolvimento. Para além do desenvolvimento no mundo estão ocultas ações criadoras, em especial porque as ações criadoras pressupõem da liberdade, e a liberdade pressupõe essa insondável potencialidade que nasce do nada. Sem a potencialidade, sem o nada, nada no mundo se transformaria, não haveria desenvolvimento, nem criação ou criatividade. O ensinamento de Aristóteles a respeito do ato e da potencialidade inclui essa grande verdade, mas ele foi distorcido e estreitamente interpretado. Os Gregos temiam o infinito (apeiron) e, por isso, costumavam interpretar de modo impreciso o significado da potencialidade, coisa que passaram aos Escolásticos. Na potencialidade existe mais do que o que existe em ato, pois na potencialidade existe um infinito, enquanto que em ato tudo é sempre limitado. A infinitude da potencialidade é a fonte da liberdade e da mudança criadora e de tudo o que existe de novo no mundo. A existência efetiva do mundo constitui uma esfera final e limitada em comparação com a potencialidade ilimitada e insondável do abismo, que jaz abaixo do ser e é mais profundo do que ele. A evolução dentro do mundo se apresenta a nós como uma interação determinada e delimitada das forças terrenas e de sua redistribuição. Mas a criatividade não é determinada, num certo sentido ela sempre será a criação a partir do nada, isso é, a partir da liberdade. A criatividade livre constitui também uma liberdade não determinada, que abre seu caminho através das forças de mundo e as altera, e que não é determinada por elas. Assim só é possível dizer que, na vida do homem e na vida do mundo, existe uma grande possibilidade, a possibilidade de uma nova vida e de um novo mundo. O determinismo evolucionista constitui uma visão conservadora do mundo. O Darwinismo é conservador, o Marxismo é conservador, embora eles ainda apresentem alguns ensinamentos revolucionários, derrubando a visão de mundo religiosa tradicional. Apenas a possibilidade da liberdade criativa abre uma brecha no fechado sistema conservador do mundo, dentro do qual só é possível a redistribuição da matéria e da energia. O naturalismo igualmente afirma um sistema fechado conservador do mundo, e esse naturalismo às vezes assume a forma de um naturalismo teológico. Pois, se o mundo não se apresenta como um sistema conservador fechado, deve existir obrigatoriamente uma fonte insondável, uma potencialidade infinita, isso é, o “nada” livre, anterior ao ser, e que determina a existência.

N princípio era o Verbo, o Logos. Essa é uma verdade eterna em relação à toda a existência positiva. O mundo não poderia ter sido criado, ele não poderia ter um princípio sem o Logos. Mas no princípio havia algo como que o nada, a potencialidade, havia a liberdade, e essa liberdade, esse nada, estava fora da existência e, dessa maneira, não existe contradição com o fato de que no princípio era o Verbo. O Logos desceu até o nada e dali criou o mundo, o sol brilhou sobre o abismo mais profundo do que o ser. O Logos Divino interagiu com a liberdade. Aqui está o porquê de não ser a liberdade um problema psicológico ou moral – o livre arbítrio – mas, antes, um problema metafísico sobre o princípio das coisas, aconteceu um encontro de duas infinitudes – a infinitude do potencial, do nada, e a infinitude do real, a infinitude de Deus. Daí provém que havia também duas liberdades – a liberdade que nasce da infinitude da potencialidade, e a liberdade que vem da infinitude da graça de Deus, da Luz de Deus.

Por favor, compartilhe em suas redes e junte-se ao grupo de estudos. Entre em contato através do Telegram ou WhatsApp 79 988335718


sexta-feira, 13 de setembro de 2024

O gigante da liberdade Alexander Soljenítsin

Iniciando essa série sobre Soljenítsin me pareceu interessante fazer uma pequena introdução sobre o autor e sobre minha experiência com sua obra na biblioteca da UFS de forma breve. Fui às partes de linguística e literatura estrangeira olhando livro por livro à procura de algum escrito em Russo, inclusive abrindo um por um para ver se havia algum bilíngue pelo menos, ou no mínimo convivesse citações em russo (sim, são poucos, apenas umas três fileiras numa estante estreita). E curiosamente não havia nenhum, nada. Nem entre os autores comunistas, a maioria obviamente, em uma universidade que possui, como quase todas as federais brasileiras, um corpo docente paranoicamente  afundando nos delírios, esperanças e utopias marxistas, ocupando a mente dos incautos jovens que aqui passam com essas mesmas, o quanto possam...


E lá estava a que é considerada sua principal obra, O Terceiro Círculo, em três volumes. Graças a Deus não apenas ao lado de autores marxistas, mas também de Dostoiévski, Tolstoi e outros de menor projeção. Não vi, que eu lembre, algum de Kropotki, considerado por alguns o pai do anarquismo. Claro que não, num lugar onde há quem pense que seria Bakunin o tal pai, não poderia ser diferente. Mas vi também alguns nomes não comunistas da literatura russa, porém, sempre em português, ou inglês e francês.


Tenho tido algumas experiências com esta leitura e com minhas visitas à biblioteca que talvez valham a pena algumas notas aqui no futuro, em algum outro momento. Por agora pretendo gradativamente apresentar esse autor e algumas das experiências dele, não as minhas...



A sabedoria de Alexander Soljenítsin 

Por João Luiz Mauad

O gigante da liberdade Alexander Soljenítsin (11 dezembro de 1918 — 3 de agosto de 2008) foi um matemático, romancista, filósofo, dramaturgo e historiador russo cujas obras construíram e celebrizaram a imagem que o mundo tem a respeito dos Gulags, sistema prisional baseado em trabalhos forçados existente na antiga União Soviética. Recebeu o Nobel de Literatura de 1970. A sua postura crítica sobre o que considerava o esmagamento da liberdade individual pelo Estado onipresente e totalitário implicou a expulsão do autor do país natal e a retirada da respectiva nacionalidade em 1974.

[Alguns ditos de Soljenítsin]:

“O bolchevismo cometeu o maior massacre humano de todos os tempos. O fato de que a maioria do mundo seja ignorante e indiferente sobre este enorme crime é a prova de que a mídia global está nas mãos dos agressores.”

“Se ao menos fosse tudo tão simples! Se ao menos houvesse pessoas más em algum lugar insidiosamente cometendo más ações, e seria necessário apenas separá-las do resto de nós e destruí-las. Mas a linha que divide o bem e o mal corta o coração de todo ser humano. E quem está disposto a destruir um pedaço do seu próprio coração?”

“Os mesmos velhos sentimentos do homem das cavernas – ganância, inveja, violência e ódio mútuo, que ao longo do caminho assumiram respeitáveis pseudônimos como luta de classes, luta racial, luta de massas, luta sindical – estão dilacerando nosso mundo.”

“Rejeitar essa ideologia comunista desumana é simplesmente ser um ser humano. Tal rejeição é mais que um ato político. É um protesto de nossas almas contra aqueles que querem nos fazer esquecer os conceitos de bem e mal.”

(...)

“Temos que condenar a ideia de que algumas pessoas têm o direito de reprimir outras.”

“Um estado de guerra serve apenas como desculpa para a tirania doméstica.”

“É hora de o Ocidente defender menos direitos humanos do que obrigações humanas.”

“A “Revolução de Outubro” é um mito gerado pelos vencedores, os bolcheviques, e engolido por círculos progressistas no Ocidente.”

“Ouvimos um clamor constante por direitos, direitos, sempre direitos, mas muito pouco por responsabilidade.”

“Para fazer o mal, um ser humano deve antes de tudo acreditar que o que ele está fazendo é bom.”

“A violência só pode ser ocultada por uma mentira, e a mentira só pode ser mantida pela violência.”

“Em nosso país, a mentira tornou-se não apenas uma categoria moral, mas um pilar do Estado.”

“A moralidade é sempre maior que a lei e não podemos esquecer isso nunca.”

“O socialismo de qualquer tipo leva a uma destruição total do espírito humano …”

“A solene promessa de abster-se de dizer a verdade chamava-se realismo socialista.”

“Tudo o que você adiciona à verdade é subtraído da verdade.”

(...)

CONTINUA...

Entre em contato através do Telegram ou WhatsApp 79 988335718 para fazer parte de nossos grupos de estudo.


Matéria completa em:

https://www.institutoliberal.org.br/blog/pensadores/a-sabedoria-em-alexander-soljenitsin/#:~:text=O%20gigante%20da%20liberdade%20Alexander,trabalhos%20for%C3%A7ados%20existente%20na%20antiga

LIVRARIA LIBERTÁRIA 


CURSOS DE MÚSICA 🎷🎸



CURSOS OFERECIDOS PERIODICAMENTE
EM GRUPO OU AULAS PARTICULARES