quinta-feira, 24 de março de 2022

O Miserável do Marx! GEQ!

 

As misérias de Marx

Biografia disseca a vida do pensador, que viu 4 de seus 7 filhos morrerem ainda bebês, duas filhas se suicidarem, e que dependeu financeiramente da mulher durante os 16 anos que se dedicou a escrever "O Capital" - ainda assim, ele a traiu sexualmente

As misérias de Marx


O filósofo e biógrafo grego Plutarco (46-120) 

dizia que “a chave para entender

um grande homem não está nas conquistas 

em campos de batalhas ou em 

triunfos públicos, mas em suas vidas pessoais.” 

Ao dissecar a vida ordinária 

de Karl Marx (1818-1883), o revolucionário que 

mudou a consciência do 

mundo, o livro “Amor & Capital” (Zahar), 

quase mil páginas escritas pela 

americana Mary Gabriel, humaniza o mito 

e tira da sombra a mulher dele, 

Jenny von Westphalen. Ela segurou as 

piores barras para que ele pudesse 

lutar pelo mundo ideal, sem divisão de classes e 

sem propriedades. 


Filha da aristocracia, quatro anos mais velha 

que o marido, Jenny é descrita como alta, 

bonita, distinta e inteligente. Marx não tinha

atributos físicos memoráveis, mas era um 

brilhante intelectual. Por esse amor, ela aceitou 

a morte de quatro dos sete filhos devido 

à vida insalubre e miserável que 

levavam. Faleceu antes que duas das três 

sobreviventes cometessem o

suicídio.

Detalhes dessa saga trágica foram encontrados

em uma pesquisa milimétrica 

que inclui documentos e cartas inéditas. 

Uma das passagens mais tristes do 

livro conta a morte prematura de Franzisca, 

de bronquite, logo após o primeiro 

aniversário. Sem dinheiro nem para o caixão, 

Jenny “guardou” o corpinho gelado da menina 

no quarto dos fundos e juntou as camas do 

casal e das três outras filhas no outro quarto,

para que chorassem juntos até que alguém 

pudesse emprestar a ninharia necessária para 

acabar com aquela situação.


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PRIMEIRA EDIÇÃO
"Manifesto Comunista" 

foi ignorado no lançamento

Os trabalhos de Marx, que teve apenas um emprego 

fixo, como correspondente do jornal 

“New York Herald”, não resultavam em quantias 

suficientes para manter a família e ele,

embora fosse um estudioso de 

economia, era cronicamente irresponsável 

nas finanças pessoais. Em 1852, 

quando moravam em Londres, sem ter mais para 

onde correr, Marx tentou penhorar alguns 

talheres de prata com o brasão da família 

de Jenny quando o dono da loja, desconfiado 

daquela criatura de cabelos desgrenhados e 

mal vestida, chamou a polícia. Em carta ao amigo 

Friederich Engels, ele desabafa: “A única luz no 

horizonte é a doença de um tio reacionário de 

Jenny. Se o patife morre, eu saio desse aperto.” 

O patife não morreu. O que a família Marx tinha

de maior valor eram suas ideias, que, entretanto, 

rendiam pouco dinheiro. Sempre despejado das 

casas que alugava, pagava um empréstimo 

com outro e passaria mais tempo ocupado 

em juntar migalhas do que em derrubar tronos, 

como sonhava. Jenny suportava tudo com 

inabalável admiração pelo marido e só pedia uma 

contrapartida: fidelidade. 

E Marx falhou. De um relacionamento sexual

com a empregada – misto de babá, governanta 

e amiga íntima de Jenny – resultou um filho, 

Freddy. 

Desesperado, ele pediu a Engels, solteiro e rico, 

que assumisse a criança e pensou ter dado 

o assunto por encerrado. Manchou sua biografia

e causou uma amargura que fez Jenny adoecer 

gravemente.

Mas a aliança entre eles se mostrou definitiva e sólida, 

mesmo após a traição. Uma certeza mantinha 

a família Marx firme: a de que o patriarca estava 

escrevendo o livro que abalaria o mundo, “O Capital”, 

e tudo seria melhor depois de seu lançamento. 

Em nome da obra na qual ele descreve a origem, 

o funcionamento e a derrubada definitiva do sistema 

capitalista, tudo era sacrificado de bom grado. 

Mas, ao ser lançado 16 anos depois de iniciado, 

o livro foi praticamente ignorado pela “imprensa 

burguesa”, como Marx a definia.

Foi considerado difícil de entender e não provocou 

nem marola.  

Aos 64 anos, Marx parecia um velho senil, segundo a 

autora. Morreu com essa idade, intelectualmente

debilitado, com um abscesso no pulmão. 

Onze pessoas compareceram ao enterro no cemitério 

londrino Highgate, no dia 17 de março de 1883, 

ao lado de Jenny, que morrera alguns anos 

antes, de câncer. Coube a Engels fazer o elogio 

fúnebre. O amigo falou do seu lugar na história 

mundial e garantiu que, embora o homem tivesse 

morrido, as ideias não morreriam com ele.


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Fotos: AKG-Images/Newscom/Glow Images; Divulgação

Matéria completa em https://istoe.com.br/286578_AS+MISERIAS+DE+MARX/

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