sexta-feira, 13 de maio de 2022

ORDEM HOSPITALÁRIA - 3

 

Organização e Recrutamento

O líder da ordem era o mestre, que era eleito por uma comissão de cavaleiros irmãos e que se mantinha no cargo por toda a vida. O segundo posto mais importante era o de grão-comandante, o homem responsável pela administração, pelos suprimentos e pelas armas. O marechal cuidava de todos os assuntos militares e disciplinares. Dentre outros oficiais de alta patente, incluía-se: o condestável, que comandava os cavaleiros (dos quais havia várias centenas numa dada época) e uma grande quantidade de mercenários que a ordem regularmente empregava; o almirante, que comandava os navios da ordem (mormente estacionados em Marselha e em Chipre); o mestre escudeiro, que se encarregava dos cavalos; o gonfaloneiro ou porta-estandarte e os vários castelãos, que comandavam individualmente os castelos hospitalários maiores. Dentre os irmãos não militares de postos mais altos, incluía-se: o prior conventual (a mais elevada figura eclesiástica), o hospitalário (chefe dos hospitais) e o tesoureiro. Abaixo desses postos, havia um vasto exército de administradores cuidando de tudo, desde as roupas até os funerais dos irmãos.



No século XII, a França mostrou ser uma terra de recrutamento especialmente frutífera, de modo que a ordem viesse a ser dominada por guerreiros dessa região. Os hospitalários eram também populares na Boêmia e na Hungria, onde, assim como noutros lugares, qualquer jovem disposto a um misto de vida monástica e aventura militar poderia juntar-se a eles. Embora não se exigisse nenhum status social em particular, criminosos, homens endividados ou ex-membros de outras ordens militares não poderiam ingressar. Esperava-se que os recrutas vivessem uma vida de piedade, castidade, obediência, relativa pobreza e que comessem e dormissem em comunidade.

A partir do século XIII, o recrutamento tornou-se mais seletivo, com uma preferência explícita por aristocratas que pudessem também prover à ordem os fundos necessários para bancar armas e armaduras caras. Mais tarde, apenas um descendente de cavaleiro poderia tornar-se cavaleiro da ordem. Os irmãos vestiam um manto negro que tinha em si uma cruz branca de oito pontas. Vestimentas coloridas e peles de animais eram proibidas. A partir do século XIII, cavaleiros e sargentos passaram a vestir um manto ou uma túnica escarlate sobre a armadura quando estavam em batalha.

AFORA O RENDIMENTO ADVINDO DE NOVOS RECRUTAS E DE DOAÇÕES EM DINHEIRO, A ORDEM AUFERIA LUCROS POR MEIO DAS PROPRIEDADES QUE POSSUÍA, SENDO O ÓLEO DE OLIVA E CANA-DE-AÇÚCAR NOTAVELMENTE RENTÁVEIS.

Assim como em outras ordens militares, menores de idade poderiam ingressar como novatos e receber treinamento por vários anos para se tornarem irmãos plenos, embora os hospitalários fossem conhecidos por darem menos atenção à educação em geral, de forma que muitos recrutas permanecessem iletrados. Além dos cavaleiros, havia a categoria inferior de sargentos, a classe ainda mais baixa dos servos e, é claro, aqueles que eram puramente sacerdotes e nunca erguiam uma espada com raiva. Tendo ingressado no grupo e jurado lealdade ao mestre, era muito difícil sair, embora fosse possível comprar a liberdade, apesar do escândalo em questão.

Afora o rendimento advindo de novos recrutas e de doações em dinheiro, a ordem auferia lucros por meio das propriedades que possuía, sendo o óleo de oliva e a cana-de-açúcar notavelmente rentáveis. Além disso, os mercadores eram obrigados a pagar taxas quando passavam por territórios dominados pelos hospitalários. Os espólios de guerra e a aquisição de escravos eram contribuições significativas para os cofres do mestre também. A ordem era continuamente impulsionada pela aquisição de propriedades e materiais, seja pela força, seja por meio de doação, seja pelo abandono desses bens após uma guerra, de modo que os hospitalários, embora nunca tenham sido tão ricos quanto a sua reputação os fazia parecer entre as pessoas de fora, fossem capazes de gerir lucrativamente fazendas, monastérios, mercados, padarias, moinhos e pousadas por toda a Europa e por todo o Oriente Médio.

Matéria completa em 

https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-17072/cavaleiros-hospitalarios/

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