Do livro Filosofia elementar da Robacruz modema de J. van
Rijckenborgh.
EsPIRITISMO (II)
O que é um médium? Respostas têm sido dadas a esta
pergunta em todas as épocas. Todas as grandes filosofias
religiosas reprovam a mediunidade e advertem enfatica-
mente contra ela: sempre foi proibido invocar os espíritos.
Seja como for, todos os movimentos religiosos degene-
rados originaram-se na mecliunidade e por ela são manti-
dos. (...) A mediunidade é baseada na sensitividade.
E, do mesmo modo
que existem diferentes espécies de sensitividade, também
existem diferentes espécies de mediunidade.
Como essa sensitividade é provocada' Examinemos a
esfera aura!, também chamada corpo de desejo ou
campo de respiração. Essa esfera aura! está em perfeita
concordância com o nosso estado ele ser: ela é um campo
de vibração inteiramente harmonioso com a pessoa a
quem pertence. Essa esfera só está aberta para o que é de
natureza semelhante, uma vez que tudo o que difere dela
permanece como que diante de intransponível muralha.
Esse campo vibratório está em concordância com o
nosso ser sangüíneo que recebemos de nossos pais e
ancestrab e no qual também nosso próprio passado
microcósmico desempenha seu papel. Esse campo é
mantido em equihbrio com o estado de nosso sangue,
de nossos sentidos e de ;1ossa consciência, por meio
da respiração.
Esse equilíbrio é mantido da seguinte maneira: pen-
sar, querer e sentir formam uma triunidade de atividade
da consciência. como vimos em um dos capítulos ini-
ciais. Conduzido por essa triunidade, o ser emocional
irradia sete raios através do esterno. Essa radiação tanto
repele quanto atrai e o que não está em concordância
com nosso ser é afastado de nossa esfera aura! enquan-
to que a porta é amplamente aberta para tudo o que
está em harmonia com ele.
Quando o campo de respiração foi preparado, a res-
piração o liga ao sangue através do qual as for~·as e ati-
vidades do campo de respiração são transmitidas a
todos os órgãos vitais. Além disw. os centros cerebrais,
como focos do pensamento e da vontade, são também
diretamente preparados, via osso etmóide, sem interfe-
rência do sangue.
Então. em certo sentido, todo ser humano é um
médium de acordo com seu estado de ser, pois a cons-
ciência está aberta a influências. Assim, podemos dizer
que. em grande parte, os homens não são eles mesmos.
mas são vividos por forças exteriores. Isso é válido para
todos os homens em geral, mas muito particularmente
para aqueles que alcançaram certa cultura, portanto,
para os servidores da ciência. da arte e da religião.
Podemos chamar as forças obumbrantes e as forças
invocadas com nomes agradavelmente sonoros, tais
como: Cristo, Espírito Santo, Luz ou Rosacruz, mas, nem
por isso deixamos de demonstrar perfeito estado de
mediunidade e, sobre essa base, jamais poderemos al-
cançar a libertação concreta e verdadeira da humanida-
de. São incalculáveis as influências exercidas por uma
multidão de entidades tenebrosas, tanto sobre a religião
como sobre o ocultismo.
Os líderes da Rosacruz estão sempre conscientes da
necessidade de serem vigilantes e de estarem prontos
para lutar, não contra seus amigos, mas contra as forças
satânicas que os atacam por intermédio deles. É um fato
irrefutável que quando entidades ligadas à terra não
podem tirar o melhor de alguém do modo habitual, elas
tentarão atacá-lo através de seus amigos.
Devemos afirmar enfaticamente que as forças de
Cristo que emanam do Espírito Santo c outras influências
genuinamente sublimes jamais penetrarão o sistema de
vida do homem desse modo. Elas jamais nos controlam
e nem se apresentam a nós sob esta ou aquela forma.
Existem diferentes espécies de mediunidade que
podem ser explicadas pelo passado do individuo:
1. a mediunidade na qual os processos do pensar,
querer e sentir são afetados e controlados;
2. aquela na qual os sentidos são afetados;
3. aquela na qual as glândulas endócrinas são
controladas;
4. aquela que leva à possessão;
5. a que leva à loucura.
Esses aspectos principais são suficientes. O resto
pode ser deduzido a partir daí.
A primeira forma de mediunidade é a mais comum e
afeta toda a humanidade. Ela é praticada de modo orga-
nizado, para alimentar e manter o satanismo.
A segunda forma de mediunidade refere-se à super-
sensitividade de um ou de vários sentidos. Ela é indevi-
damente denominada clarividência (sendo a visão etérica
uma de suas formas). Em seguida, vêm a clauriaudiência,
a psicometria. etc.
A terceira forma de mediunidade incita o homem a
excessos orgânicos e funcionais e a toda espécie de
anomalias.
A quarta forma de mediunidade é aquela na qual se
força alguém a abrigar em seu corpo ou em sua esfera
aura! entidades parasitas que já não podem ser expulsas
do sistema.
A quinta forma de mediunidade é aquela na qual a
própria consciência do indivíduo é totalmente suplanta-
da. Todas as cinco formas de mediunidade com seus
vários sub-aspectos reduzem a vida humana a uma exis-
tência sub-humana, mesmo do ponto de vista deste
nível terreno e dialético. Dessa forma são desenvolvidas
as mais espantosas atividades, aparecem doenças de
toda espécie e o homem degenera e vive num mundo
abominável de sofrimento e miséria incompreensíveis.
Aqueles que se vangloriam de sua mediunidade são
pobres e infelizes iludidos: sào doentes que merecem
uma atenção toda especial. A mediunidade acentuada é
sinal de uma condição extremamente crítica - é prova
de um estado de especial receptividade aos espíritos
ligados à terra. Porém, essa abertura não significa que o
indivíduo é particularmente mau, mas que ele demons-
tra uma predisposição sangüínea.
(...)
As entidades que. por qualquer razão, procuram
agarrar-se à esfera intermediária e, conseqüentemente,
à esfera terrestre. tencionam pilhar éteres e provêm de
todas as classes sociais: da massa popular. das classes
dirigentes, artísticas. científicas e religiosas. Da mesma
forma que deste lado do véu grande número de grupos
parasitam o trabalho e o potencial de outros. de onde
se originam os abusos sociais. políticos e econômicos,
também existem, do outro lado do véu, inúmeras opor-
tunidades de continuar o trabalho de parasitismo.
Como lá não existem dinheiro. bens e gozos materiais.
resta um único interesse: conseguir prolongar a vida na
esfera intermediária.
Deste lado do véu um parasita não pode comprar
um prolongamento de sua vida. (...) Ele
também não pode receber este prolongamento de vida
de seus colegas do além. Então, ele só pode obter o
objeto de seu intenso desejo vampirizando o sangue
vital dos homens deste lado do véu, subtraindo suas for-
ças vitais, crime que ele executa por meio do obumbra-
mento. Para esse fim, ele se vale de inúmeros métodos.
Já falamos a respeito deles: na maioria das vezes, são
baseados em impostura, em encenação.
Cada grupo de controladores sintoniza-se com a
natureza do grupo que dirige. Se este for religioso. ocul-
tista, humanitarista, o gmpo controlador também estará
de acordo. Cada grupo de controladores procura desen-
volver, ao máximo, práticas que estejam em concordân-
cia com a natureza do seu grupo. Assim, aparecem gru-
pos com aspirações e tendências médicas, proféticas,
humanísticas, religiosas ou ocultistas.
Tomemos como exemplo um grupo de aspirações
médicas. O controlador será. na maioria dos casos. pos-
suidor de conhecimentos médicos. Como ele pode estu-
dar o doente a partir de um campo mais sutil, este con-
trolador tem maiores recursos à sua disposição para
fazer seu diagnóstico. Sem dificuldades. ele pode acom-
panhar as atividadcs de certas forças e venenos no
corpo e, assim. tem muito mais possibilidades de encon-
trar os remédios apropriados. (...)
Enganar? Explorar?" exclamarão os participantes de
tais grupos. "O que dizer, então, do meu braço torto,
que foi endireitado? E do nó de meus intestinos, que foi
curado? E do desvio de coluna, que foi corrigido? E da
minha dor de cabeça, que desapareceu?" etc ...
Será que compreendeis a fraude em tudo isso? Os
efeitos foram suprimidos. mas as causas profundas,
estas permanecem inalteradas.
(...)
Antes que alguém possa falar
em cura, uma arte de curar deverá ser desenvolvida
para combater as causas e, principalmente, as causas
espirituais; uma terapêutica que combata as causas espi-
rituais com o supremo remédio divino.
A naturopatia é um pálido prenúncio dessa terapêu-
tica que sempre foi empregada pelas genuínas Escolas
Espirituais. Atualmente, a medicina natural ainda é
muito materialista e dialética. Um verdadeiro curador
deve ser, ao mesmo tempo. um verdadeiro sacerdote.
Aquele que cura de modo espiritual pode simplesmen-
te recusar auxiliar uma pessoa se sua cura causar uma
maior ligação a uma vida má.
O aluno sério deveria compreender que a "cura
segundo a natureza" pode ser um meio poderoso de ilu-
dir o homem da massa. Por mais sensacional que seja, a
cura não revela nada do estado espiritual do enfermo. E
também não revela nada do que se refere à sua verda-
deim cura. nem a respeito do direito espiritual que o
doente e o médico têm, tanto de receber como de pro-
ceder à cura. A massa pode ser iludida pela aparência
exterior ela cura. mas o aluno que está na senda perce-
berá tudo com clareza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário