Lendo hoje uma série de artigos sobre libertarianismo e libertarianismo no Brasil pude constatar a razão da confusão existente neste país em relação ao uso do termo. A razão é a apropriação do termo libertarianismo por cada vertente sem avisar que ela é UMA vertente e não O libertarianismo. Nos EUA é bem mais simples saber o que são os libertários do que no Brasil, onde muitos que até se dizem libertários não entendem porque estes estão lá majoritariamente ligados ao partido republicano, pois lá o termo surgiu justamente para diferenciar os libertários dos liberais. No Brasil não é assim. Aqui os liberais gritam aos quatro ventos que são libertários. E há mesmo na área econômica pessoas que deixaram as idéias da scola austríaca pelas idéias keynesianas e continuam de auto-proclamando libertário.
Tudo isso é muito aceito e a mídia esquerdista que finge desconhecer a idéia, o movimento e até o sentido da palavra libertário, é claro, quando a utiliza, é sempre no sentido mais errado, que convenha a sua narrativa do momento. O fato (digo fato por as idéias estão escritas e comparar as diferenças e constatar que elas existem é um fato) é que existem muitas vertentes do pensamento libertário, mas não pode haver uma que coincida exatamente com o pensamento liberal (política-econômico-ideológico) porque se houvesse tal obviamente não seria pensamento libertário, mas pensamento liberal! Entenda que o termo liberal não é usado por nenhuma vertente do libertarianismo justamente para não ser confundido com estes. As ideologias e políticas do pensamento liberal são uma coisa e as do pensamento libertário são outras. Chega de infiltração liberal em todos os setores. Por mais que muitos pontos possam coincidir no plano econômico das idéias, a maioria das idéias no conjunto todo é praticamete a oposta. É possível ser um liberal conservador, um libertário conservador, mas ser um libertário liberal é impossível.
Outra coisa que pode acontecer é a indefinição dos sites, blogs, plataformas e demais fontes de publicação das idéias libertárias que são referência para quem busca sobre o tema. Cada um tem direito de se dizer o que quiser, os socialistas também se auto-proclamam libertário, mas qualquer pessoa bem informada ou com um razoável bom sendo vai rir e saber que isso é uma mentira, porque não tem nenhuma lógica. Isso é um pouco mais difícil em relação à diferença e impossibilidade de haver um liberal libertário, por isso é preciso que haja clareza, que os expositores dessas idéias dediquem uma parte de seu tempo a mostrar as semelhanças e diferenças, as diferentes mesclas e os diferentes desenvolvimentos das idéias libertárias. Aqui, embora eu tenha começando com uma visão geral, mais ampla e aberta, logo me desvencilhei das idéias dos chamados libertários radicais, pois eles são liberais, anarcocapitalistas, sócio-liberais, etc., e isso não encaixa com os pontos fundamentais do libertarianismo, seja jusnaturalista ou utilitarista (ou até mesmo as invencionices pós-modernas que estão em voga como sendo pensamento libertário). Por isso deixo claro aqui minha posição de libertário conservador tradicionalista, libertário na economia conservador na politica e tradicionalista nos costumes se preferem definir assim. Por isso exponho aqui conteúdos que se encaixam nesses três pontos de vista. O libertário igual ao consevador e diferente do liberal não tem ideologia sobre cultura, costumes, tradições, pelo contrário é averso a elas, pois isso é de forum particular e individual, só pertence à consciência de cada um, de cada grupo, família, religião, e enfim, de cada pessoa, decidir sobre isso. O libertário como o liberal tem claro e diferenciado um conjunto de ideias econômicas que deram certo e que podem ser melhoradas, mas esse conjunto pode possuir também algumas diferenças peculiares. Já o liberal tem metas de sociedade ideologicas, culturais, educacionais, ideais, que ele acredita religiosamente serem mais nobres e mais benéficas a sociedade e à liberdade, por isso ele não está tão preocupado com as liberdades individuais como ele discursa, pois ele precisa estabelecer alguma forma de controle social para que seus ideais sejam alcançados. Um liberal é fatalmente um esquerdista, por ser coletivista, intervencionista e por ter aderido contemporaneamente ao politicamente correto e direitos específicos, pois ele abdicou da liberdade individual de destoar dos ideais que amarrou contraditoriamente ao termo liberdade; ele precisa de uma poderosa intervenção estatal de modo coletivo em muitos setores para implantar seu ideal do que chamou liberdade, justamente o que o libertário combate, qualquer intervenção nessas áreas, exigindo do estado outro papel, a defesa do seu direito individual de liberdade de ser e de pensar.
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