De acordo com P. D. Ouspensky, o despertar da consciência é um processo de desenvolvimento que vai além do estado de vigília habitual, que ele chamava de "sono acordado"
. Ele descreveu uma jornada que se divide em níveis ou estágios, cada um representando um platô mais elevado de percepção e consciência.Revisemos rapidamente os quatro estados de consciência, aprofundando mais sobre a prática, agora segundo a síntese dos ensinamentos de Ouspensky e Gurdjieff:
- Sono e sonho: É o estado mais baixo de consciência, onde a pessoa está adormecida e passiva, à mercê de suas fantasias, desejos e ecos de experiências passadas. Não há memória consciente nem controle voluntário.
- Estado de vigília (sono acordado): É o nível da vida cotidiana da maioria das pessoas, onde se acredita estar desperto, mas, na verdade, opera-se de forma mecânica e condicionada. A pessoa reage de maneira previsível aos estímulos externos e internos, sem verdadeira auto-consciência nem vontade própria para além de seus condicionamentos e condicionantes. O pensamento e as emoções estão freqüentemente identificados com algo e conduzidos por forças externas ou internas que não são compreendidas (a programação genética e da experiência vivida, educação, ensino, controle sublimiar, etc.).
- Auto-recordação (ou "self-remembering", melhor traduzindo, recordação de si mesmo): Este é o primeiro passo verdadeiro no despertar. Implica um estado de atenção "dividida", onde a pessoa observa a si mesma e, ao mesmo tempo, o que está acontecendo ao seu redor. É também ao mesmo tempo um esforço consciente para não se identificar com as sensações, desejos, emoções ou pensamentos, permitindo um distanciamento e uma percepção mais objetiva da própria experiência. Ouspensky considerava este o ponto de partida para o desenvolvimento e independência psicológica. Por que recordação de si? Que "si" é este? Que é "self", ou quem é o "si mesmo"? Isto é muito importante e passa despercebido pelo hábito de nos identificarmos com a mente ou com o corpo. Este self só pode ser o eu verdadeiro, aqule que observa, a consciência. Como repetidamente diz Lauro "eu sou consciência". Lembrar-se de si é lembrar-se da consciência, é tornar-se sempre, toda vez, consciente da consciência. Esta é a prática fundamental.
- Consciência objetiva (ou cósmica, no sentido de totalidade e inteireza): É o estado final, de totalidade e iluminação. Nesse nível, o indivíduo alcança uma percepção completa e direta da realidade, sem distorções ou ilusões. A consciência objetiva vai além da percepção subjetiva e da auto-recordação, sendo um estado de conhecimento e conexão com a verdade universal. É um estado raro e de difícil alcance, que não pode ser atingido sem passar pelos estágios anteriores.
O despertar da consciência é visto por Ouspensky não como um processo automático, mas como um caminho que exige esforço consciente e intencional; e é um trabalho interior consciente, ou seja, o treinamento não se dá no sentido comum, que leva à mecanizar e tornar o processo automético, mas pelo contrário, quebrar a mecânica, aumentando assim a frequência da recordação de si e a intensidade da consciência. Este trabalho é frequentemente referido como o "Quarto Caminho" ou "Quarta Via" ou simplesmente "O Trabalho".
Por Antonio F. Gonzaga
Referências bibliográficas:
Fragmentos de um Ensinamento Desconhecido: Em Busca do Milagroso e Psicologia da Evolução Possível ao Homem, ambos de P. D. Ouspensky.
Veja também em:
https://etca89.blogspot.com
https://etca89.blogspot.com/2025/09/consciente-da-consciencia-passos-na.html
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