sábado, 12 de dezembro de 2015

A melhor coisa que alguém pode fazer a si mesmo é meditar

A melhor coisa que alguém pode fazer a si mesmo é meditar
A melhor coisa que alguém pode fazer a outro é ensinar a meditar


A SEMEADURA E O FRUTO 
Rapidamente abandonando todo o interesse e a aversão a esse mundo, me concentro
E às vezes quando concentro em algum objeto durante a meditação
Seja a respiração, imagens visuais ou mesmo todo o universo
O corpo ou a mente desaparece e torno-me uno com a experiência e com o objeto
Mesmo que sejam as sensações, a mente, ou os objetos mentais

Mas mesmo todas as experiências juntas,
Ou mesmo estado de êxtase, consciência ou felicidade
Neles vejo claramente as três características da existência
Todos eles são mutantes, impermanentes, por isso insatisfatórios
Eles estão fora do controle voluntário, não são um eu, nem meus, nem meu eu

Vejo também que elas são fruto de muitas causas e condições
Que quando não me apego nem me identifico com coisa alguma
Nem com nenhuma experiência nem com nenhum estado
A concentração, a clareza mental e seus resultados avançam
E quando essas causas cessam também cessam a concentração e os estados
Seja quando surgem pensamentos ou sejam

Mesmo quando são desejos por permanecer nesses estados

NÃO-FORMAÇÃO 
Às vezes túneis de luz e cores à velocidade
Às vezes estrelas, às vezes imagens aceleradas de dentro dos olhos de vários seres
Às vezes tudo desaparece, ou apenas manchas nas escuridão, ou há apenas luz
Mas às vezes muita dor, crescente, desconcertante
Então agora vi que se não há desejo que a dor passe
Não há sofrimento, apesar da dor
Mas a mente muda de instante a instante
E é difícil repetir esse não-desejar a cada instante
Porém quando um estado, um platô, um nível de concentração
Que não forma nem pensamentos nem desejos é atingido
Também não se formam sensações ruins nem sofrimento

"Aquilo que vigia os vários fatores que podem surgir na meditação é sati, atenção vigilante. Essa qualidade sati é uma condição que, através da prática, pode ajudar os outros fatores a surgirem. Sati é vida. Sempre que não temos sati, quando estamos desatentos, é como se estivéssemos mortos. Se não tivermos sati, então o nosso discurso e ações são sem significado. Sati é simplesmente contemplação. É uma causa para o surgimento da conscientização de si e sabedoria. Quaisquer virtudes cultivadas serão imperfeitas se sati estiver em falta. Sati é aquilo que permite observar-nos enquanto estamos de pé, andando, sentados ou deitados. Mesmo quando não estamos em samādhi, sati deve estar presente inteiramente". -  Ajahn Chah 

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