Título do
original em inglês
TWENTY CASES SUGGESTIVE OF
REINCARNAT1ON
Proceedings of the American Society
for Psychical Research
Volume XXVI, September.
(Copyright 1966)
by the American Society for
Psychical Research
Library of Congress Catalog Card
Number 66-16255
(“Copyright
1970”)
para a
versão em português, da
EDITORA
DIFUSORA CULTURAL
Rua Maria
Paula, 181
São Paulo —
Brasil
Apresentação
da Edição Brasileira
As investigações
parapsicológicas, no Brasil,
encontram-se ainda em
sua fase inicial
Existem
poucos centros de estudo de Parapsicologia,em nosso país, todos eles mantidos
por
iniciativa particular. Não temos cátedras universitárias dessa disciplina. Sua
difusão
é feita
através de livros ou de palestras e cursos
populares sumários, mediante os quais
reduzido número
de interessados ou
curiosos são informados
sobre esse importante
ramo do
conhecimento humano. Tais
ensinamentos nem sempre
são ministrados por
instrutores
capacitados ou isentos de preconceitos religiosos e filosóficos. Desse modo o
público
brasileiro não tem tido exata noção daquiloque atualmente constitui o amplo
campo da
investigação parapsicológica em elaboraçãoatualmente nos grandes centros
de pesquisas
mundiais.
Dos notáveis
trabalhos iniciais do Dr. J.
B. Rhine (1930)
para cá, o
objeto da
Parapsicologia
sofreu uma real ampliação. Atualmente não se cinge apenas à pesquisa
dos
fenômenos e das funções paranormais. Como muitobem afirma o Dr. Lawrence L.
Le Shan, Ph.
D., “em seu sentido mais profundo ela é
o estudo da natureza básica do
homem”
(A.S.P.R. Newsletter, Nº 6 — 1970) - Assim, um dos problemas que se situam
na pauta da
pesquisa parapsicológica está o da sobrevivência da personalidade após a
morte do
corpo físico. Entre
os inúmeros investigadores deste
importante setor,
sobressai o
Dr. Ian Stevenson,
ilustre Diretor do
Departamento de Psiquiatria
e
Neurologia
da Escola de Medicina da Universidade deVirgínia, nos Estados unidos da
América.
O livro
que ora se
edita sob o
título: VINTE CASOS
SUGESTIVOS DE
REENCARNAÇÃO
é um dentre
inúmeros e valiosos
trabalhos produzidos pelo
Dr.
Ian
Stevenson, no campo da Parapsicologia avançada. A tradução desta extraordinária
obra vem
preencher uma lacuna
na literatura parapsicológica em
língua portuguesa e
traz importantíssima contribuição
30 conhecimento da
Parapsicologia, para o
público
leitor
interessado nesta disciplina, em nossa pátria.
VINTE CASOS
SUGESTIVOS DE REENCARNAÇÃO compreende uma
amostragem
extraída do já grande acervo de fatos estudados era vários países pelo Dr.
Ian Stevenson.
Este cientista possui
em seus arquivos
cerca de seiscentos
casos, dos
quais investigou
pessoalmente mais de
duzentos. Em linguagem
técnica, essas
ocorrências
são designadas com o nome de “memória extra-cerebral”. Como o próprio
leitor irá
verificar, após inteirar-se
do conteúdo deste
livro, há inúmeras
explicações
para a
“memória extra-cerebral”. Todavia, para muitos casos há forte evidência a favor
da hipótese
da reencarnação. Daí o titulo do livra,O ilustre Autor encerra esta obra, com
uma Discussão
Geral (Cap. VII),
na qual examina
exaustivamente as hipóteses
explicativas do
fenômeno da “memória
extra-cerebral”. Faz, ainda,
uma rigorosa e
honesta avaliação
dos casos estudados
no contexto do
livro, concernente à
evidência
que eles
possam aduzir à hipótese da reencarnação e, por conseguinte, da sobrevivência
após a
morte. Este último capítulo por si só constitui um valioso e profundo trabalho
sobre
questões avançadas de Parapsicologia, onde o
leitor encontrará magistrais lições
acerca desse
assunto, o lançamento do magnífico livro do Dr Ian Stevenson representa,
sem dúvida,
um acontecimento auspicioso para o público leitor brasileiro e português e
se constitui
em legítima contribuição ao desenvolvimento da Parapsicologia em nossa
terra.
São Paulo,
março de 1971
H. G.
Andrade
4
Prefácio da
edição em inglês
Proeminente,
entre as questões com que se tem ocupado a pesquisa psíquica desde o seu
inicio, tem
sido a da
sobrevivência da personalidade
humana, ou de
uma parte desta
após a morte
do corpo. As evidências “prima facie” da sobrevivência, de que a pesquisa
psíquica tem
se ocupado, são geralmente constituídas de ocorrências como fantasmas e
aparições
dos mortos, experiências de desdobramentoe comunicações recebidas através
de médiuns
ou sensitivos, parecendo
provir direta ou
indiretamente de alguém
cujo
corpo havia
morrido, mas cuja mente ou personalidade sobrevivia.
O conceito
de sobrevivência, para o qual a evidência dessas espécies é relevante, seria o
de sobrevivência
após a morte
física. Concebivelmente, entretanto, a
sobrevivência,
caso ocorra,
deve tomar a
forma de reencarnação
imediatamente após a
morte, ou,
talvez, após
um intervalo de
existência desencarnada, Esta
concepção não foi
largamente
alimentada no Ocidente, mas a sua racionalidade impressionou alguns dos
mais eminentes
pensadores ocidentais que a estudaram.
Entre eles, na
Antigüidade,
estavam Pitágoras,
Platão, Plotino e
Orígenes; e, nos
tempos modernos, Hume,
Kant,
Fichte, Schopenhauer, Henouvier,
McTaggart, Ward e Broad.
Em 1660,
um trabalho monumental,
“A Critical History
of the Doctrine
of a Future
Life”, foi
publicado por um erudito clérigo unitarista, o Rev. W. R. Alger. Entre outras
concepções
de sobrevivência, o autor considera a idéia de que “quando a alma deixa o
corpo, nasce
novamente em outro corpo; sua posição,caráter, situação e experiências
em cada
vida sucessiva dependem
de suas qualidades, feitos e
conhecimentos
adquiridos em
suas vidas anteriores”.
Relata que no Oriente
os adeptos desta
idéia
atingem, no
momento, a mais de seiscentos milhões. E, como explicação da “extensão e
do apego
tenaz a essa antiga e estupenda crença” acentua em 1880, na décima edição
ampliada de
seu trabalho, que “a teoria da transmigração das almas é maravilhosamente
adequada para
explicar o aparente
caos da desigualdade
moral da injustiça
e dos
diversos
males ocorrentes no mundo da vida humana” (pág. 475).
É óbvio,
entretanto, que essas virtudes da hipóteseda reencarnação não a comprovam
como verdadeira,
pois o mundo
realmente deve achar-se
tão cheio de
injustiças,
desigualdades
e males quanto parece demonstrar.
Então, se
perguntarmos o que
poderia constituir uma genuína
evidência da
reencarnação,
a única resposta possível parece ser a mesma que se daria à pergunta: “De
que modo
podemos saber que vivemos dias, meses ou anos anteriormente?” A resposta
é de que
agora nos recordamos de ter vivido naquelaépoca, neste ou naquele lugar ou
situação e
haver feito, então, certas coisas e adquirido determinadas experiências.
Mas, haverá
alguém que se
lembre de ter
tido uma existência
na terra, anterior
à
presente?
Posto sejam raros
os relatos de tais afirmações, existem alguns. A pessoa que os faz é
quase
sempre, uma criança em cuja mente essas lembranças se apagam depois de alguns
anos. Quando
ela é capaz de mencionar fatos detalhados de uma vida anterior, da qual
alega lembrar-se,
fatos esses que uma eventual investigação comprova, embora ela não
tenha tido
oportunidade de conhecê-los de maneira normal em sua vida atual, então a
questão com
que nos defrontamos é a de como explicar a veracidade de suas memórias, senão pela
suposição de que
essa criança realmente
viveu a vida
anterior de que se
recorda.
Os vinte
casos dessas lembranças
aparentes e na
maioria verificadas, que
o Dr.
Stevenson pessoalmente
investigou, relata e
discute nos presentes Processos
da
Sociedade
Americana de Pesquisas Psíquicas, não pretende ele resolvam a questão, mas
a impõem
categoricamente ao leitor
e, por isso
mesmo, são todos
tão interessantes
quanto o
são os demais
numerosos casos que sugerem a
sobrevivência após a
morte
física, à
qual a pesquisa psíquica tem dedicado intensa e demorada atenção.
C. J. DUCASSE,
Chairman, Publications Committee
American
Socíety for Psychical Research
Prefácio
para a Segunda Edição
Este livro
foi originalmente publicado em 1966 comoo Volume 26 do Proceedingsof
the
American Society for
Psychical Research. Foi
e continua sendo
dirigido
principalmente a
cientistas de qualquer
disciplina que possa
achar o conteúdo
de
interesse e
valor. Mas um grande público manifestouum crescente interesse no trabalho
e para
satisfazer esta demanda uma nova edição foi preparada com os presentes
editores.
A publicação
de uma nova edição forneceu a oportunidade de incluir material derivado
de
entrevistas de acompanhamento com dezoito dos vinte indivíduos. Estas
entrevistas
posteriores
ocorreram numa variedade de intervalos
depois das investigações originais,
mas em
cada um dos
dezoito casos acompanhados
pelo menos uma
entrevista foi
realizada
não menos do que oito anos depois das originais.
Esta edição
também contém nova informação permitindo uma melhor compreensão da
xenoglossia
recitativa de Swarnlata Mishra. Na época da publicação da primeira edição
deste livro
as canções e
danças de Swarnlata
não tinham sido
definitivamente
identificadas;
mas isto agora foi feito (pelo menospara duas das canções) e eu forneci
um registro
adicional das canções
e danças e
das possibilidades existentes
para
Swarnlata
tê-las aprendido normalmente.
O texto da
primeira edição deste livro foi lido porum número de pessoas diretamente
conectadas
com os casos fossem os indivíduos, membros das famílias do indivíduo, ou
como intérpretes
para mim na
inestigação dos casos. Estou
feliz em registrar
que
nenhum
destes leitores apontaram qualquer erro grave no meu relatório dos casos com
os quais
eles estiveram ligados. Não obstante, chamaram minha atenção (ou eu mesmo
descobri por
mim mesmo) um número de erros menores na escrita dos nomes ou outros
detalhes. Eu
corrigi a todos nesta presente edição.
Com relação
à interpretação dos
casos, eu tenho
pouco a acrescentar
ao que eu
disse
anteriormente
na seção de Discussão Geral. O que euposso acrescentar será reservado
para a seção
de Discussão em um novo livro de relatos de casos agora em preparação.
Nem tenho eu
nada do que me retratar. Eu iria somente reinterar que eu considero estes
casos sugestivosde reencarnação e nada mais. Todos
os casos tem deficiências como
tem todos os
relatórios. Nenhum caso individual nemtodos eles coletivamente oferece
nada como
uma prova de reencarnação. Minha única e mais importante conclusão sobre
eles é
da necessidade de
maiores estudos de
casos similares. Se
alguém se incumbir
desta tarefa
considerarei meus esforços amplamente recompensados.
I.S.
Divisão de
Parapsicologia,
Departamento
de Psiquiatria,
Universidade
de Virgínia,
Charlottesville,
Virgínia 22901
Agosto, 1973
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