Paraíso e Inferno
O ensinamento da Sagrada Escritura sobre a bem-aventurança dos justos no paraíso e o sofrimento dos pecadores no inferno pode ser achado na brochura "Sobre o fim do mundo e a vida futura" (15). O que vem a ser Céu? Onde fica?
Na linguagem coloquial, o Céu fica "em cima" e o inferno "em baixo." As pessoas, que viram durante a sua morte clínica o estado do inferno, sempre descrevem a aproximação ao inferno como descida. Apesar de "em cima" e "em baixo" serem noções relativas, não é correto considerar o Céu e o inferno apenas como estados diferentes; são dois locais diferentes, se bem que não há como descreve-los geograficamente. Anjos e almas dos mortos só podem estar em um determinado local, seja ele Céu, inferno ou Terra. Não podemos demarcar o local do mundo espiritual porque ele se encontra fora das coordenadas do nosso sistema de tempo - espaço. Aquele espaço é de um outro tipo, o qual começando aqui estende-se numa nova dimensão não percebida por nós.
Diversos casos da vida de santos mostram como esse espaço de outro tipo "interpenetra" o espaço do nosso mundo. Assim, os moradores de uma ilha viram a alma do São Germano do Alasca, que subiu num feixe de fogo, e o ancião Serafim Glinsky presenciou a ascenção da alma de São Serafim de Sarov. O profeta Eliseu viu o profeta Elias ser levado ao Céu numa liga de fogo. Por mais que queiramos penetrar lá com o nosso pensamento, há um fato limitante que aqueles "locais" encontram-se fora do nossa espaço tridimensional.
A maioria dos relatos modernos de pessoas que sobreviveram à morte clínica, descreve locais e estados "próximos" ao nosso mundo, ainda desse lado da "fronteira." No entanto, também se encontram descrições de locais, que lembram paraíso ou inferno, sobre os quais falam as Sagradas Escrituras.
Assim, por exemplo, nos relatos do Dr. George Ritchy Betty Malts, Maurice Rawlings, entre outros, existem representações do inferno - "serpentes, monstros, fedor insuportável e demônios." Em seu livro "Retorno ao amanhã," Dr. Ritchy relata o ocorrido com ele em 1943, quando teve visões do inferno. Lá, a dependência dos pecadores dos desejos terrenos era insaciável. Ele viu assassinos que estavam como que acorrentados às sua vítimas. Os assassinos choravam, pedindo perdão às vitimas mas estas não os ouviam. Eram lágrimas e pedidos inúteis.
Thomas Welch conta que, trabalhando em uma serraria em Portland, estado de Oregon, EUA, ele escorregou e caiu no rio, e enormes toras caíram sobre ele. Os operários levaram mais de uma hora para achar o seu corpo e tirá-lo das toras. Não vendo nele nenhum sinal de vida, eles consideraram-no morto. Thomas, no estado de morte temporária, encontrava-se a beira de um enorme oceano de fogo. Ele ficou paralisado de terror, ao ver ondas de enxofre incandescentes. Era a Geena de fogo e não existem palavras para descrevê-la.
Ai, na beira da Geena de fogo, ele reconheceu algumas pessoas conhecidas, que já haviam falecido. Todos estavam paralisados de terror observando as ondas de fogo que se moviam. Thomas entendia que não havia nenhuma possibilidade de sair dali. Começou a lamentar que se preocupou pouco com a sua salvação. Ah, se ele soubesse o que o aguardava, ele teria vivido de outra maneira.
Nesta hora percebeu que alguém estava caminhando, ao longe. O rosto do desconhecido refletia enorme força e amor. Thomas entendeu imediatamente, que é o Senhor e que só Ele poderia salvar a sua alma, condenada a Geena. Thomas teve esperança que o Senhor o notasse. Mas o Senhor passou por ele, com olhar fixo em algum ponto distante. "Ele vai sumir e ai é o fim" - pensou Thomas. De repente, o Senhor virou o seu rosto e olhou para Thomas. Isto era tudo que era necessário, apenas um olhar do Senhor. Num momento Thomas encontrou-se em seu corpo e reviveu. Ele ainda não tinha aberto os olhos, e já ouvia as orações dos operários à sua volta. Após muitos anos, Thomas ainda lembrava de tudo que viu "lá" nos mínimos detalhes. Esse caso era impossível de esquecer (16).
O Pastor Kenneth E. Hagin lembra que, em abril de 1933, quando ele morava em McKinney, estado do Texas, seu coração parou de bater e a alma saiu do seu corpo. "Após isto, eu comecei a descer cada vez mais para baixo, e quanto mais eu descia, mais escuro e quente ficava. Depois, comecei a distinguir nas paredes das cavernas o brilho de alguns fogos tenebrosos, provavelmente do inferno. Até que, uma grande labareda lançou-se e puxou-me.
Já se passaram muitos anos dessa época, e eu até hoje vejo na minha frente essa labareda do inferno.
Tendo alcançado o fundo do precipício, eu senti a presença de algum espírito, que começou a guiar-me. Nessa hora, por sobre as trevas do inferno, soou-se uma Voz majestosa. Eu não entendi o que foi dito, mas senti que era a voz de Deus. A força dessa voz fez tremer todo o reino subterrâneo das trevas, como folhas de árvore que tremem com a força do vento. Imediatamente, o espírito que estava me empurrando, soltou-me e um redemoinho carregou-me de volta para cima. Aos poucos, surgiu a luz terrena. Eu estava de novo no meu quarto, e "pulei" dentro do meu corpo, como alguém pula dentro das calças. Aí vi a minha avó, que começou a falar-me: "Queridinho, pensei que você tivesse morrido." Passado algum tempo, Kenneth tornou-se pastor de uma das igrejas protestantes e dedicou a sua vida a Deus. Esse caso, ele descreveu na brochura: "Meu Testemunho." [4, pág.91]
Dr. Rawlings dedica um capítulo inteiro, no seu livro, aos relatos das pessoas que estiveram no inferno. Umas, por exemplo, viram um campo enorme, no qual os pecadores lutando sem descanso, aleijavam e matavam uns aos outros. O ar estava cheio de berros insuportáveis, xingamentos e maldições. Outras descrevem locais de trabalho inútil, onde demônios cruéis atormentam as almas de pecadores, obrigando-as a carregar fardos pesados de um lugar para outro. [4, cap. 7]
A insuportável tortura do inferno ainda é ilustrada em dois contos dos livros ortodoxos: um homem débil, tendo sofrido por muitos anos, implorou ao senhor pedindo o fim de seus sofrimentos. Um anjo apareceu-lhe e disse: "Seus pecados exigem purificação. O Senhor ofereceu-lhe trocar um ano de sofrimento na terra, suficiente para purificar-se, por três horas de sofrimento no inferno. A escolha é sua." O sofredor pensou e escolheu três horas no inferno. Após isso, o anjo levou a sua alma ao local do inferno.
Trevas, faltas de espaço, espíritos do mal por toda parte, gritos de pecadores, sofrimentos. A alma do débil entrou num estado de terror e desespero indescritíveis, mas os seus gritos só eram respondidos pelo eco infernal e o crepitar da labareda de Geena. Ninguém prestava atenção aos seus gemidos e gritos, todos os pecadores estavam ocupados com os seus próprios martírios. Ao sofredor parecia, que séculos se passaram e que o Anjo esqueceu-se dele.
Até que enfim, o Anjo apareceu e perguntou: "Que tal, irmão?" "Você me enganou" - gritou o sofredor. - Não são três horas, são muitos anos que estou padecendo em terríveis martírios!"
"Anos? - perguntou o Anjo - só passou uma hora e você deve ficar aqui mais duas horas." Então o sofredor começou a implorar-lhe para retornar à terra, onde aceitava sofrer o tempo que fosse necessário, querendo apenas sair deste local terrível. "Tudo bem, respondeu o Anjo - Deus vai lhe demonstrar a sua imensa misericórdia."
Voltando novamente ao seu leito, o sofredor, a partir daquele momento, já suportava com mansidão os seus sofrimentos, lembrando das horas no inferno, infinitamente piores (17).
Eis o conto de dois amigos, um dos quais retirou-se para um mosteiro e levava lá um modo de vida Santo e o outro permaneceu no mundo e vivia pecaminosamente. Quando o amigo pecador morreu repentinamente, o seu amigo monge começou a implorar a Deus que lhe revelasse o destino do amigo. Certa vez, o seu amigo morto apareceu-lhe em sonho e começou a contar os seus martírios insuportáveis e que um verme que nunca dormia, o devorava. Falando isso, ele subiu a sua calça até o joelho e mostrou a sua perna que estava coberta por um verme horrível, que o devorava. Um cheiro tão fétido emanava da ferida que o monge acordou. Ele saiu correndo do seu pequeno aposento e deixou a porta aberta. O mau cheiro espalhou-se por todo o mosteiro. Já que o tempo não diminuía o mau cheiro, todos os monges tiveram de mudar-se. E o monge que viu o prisioneiro do inferno jamais, em toda a sua vida, livrou-se desse mau cheiro que o impregnou (18).
As descrições do Céu, ao contrário dessas imagens horríveis, são sempre jubilosas e radiantes. Assim, por exemplo, Tomé N., cientista mundialmente conhecido, afogou-se na piscina, quando tinha 5 anos. Felizmente, um de seus parentes reparou, tirou-o da água e levou-o para o hospital. Quando os parentes todos reuniram-se no hospital, o médico anunciou-lhes que Tomé reviveu. "Quando eu estava embaixo da água, - contava Tomé, - senti que estava voando através de um túnel longo. Do outro lado do túnel, eu vi a Luz, era tão brilhante, que era possível senti-la. Lá eu vi Deus, sentado no trono, e embaixo, pessoas ou provavelmente anjos em volta do trono. Quando eu me aproximei de Deus, Ele me disse que a minha hora ainda não tinha chegado. Eu gostaria de ficar lá, mas, de repente, estava de novo no meu corpo." Tomé afirma que esta visão ajudou-o a encontrar o caminho de via correto. Ele quis tornar-se cientista, para conseguir entender com mais profundidade o mundo criado por Deus. Sem dúvida, ele alcançou grande sucesso nessa direção. [7, pág.167]
Betty Maltz descreveu em seu livro "Eu vi a eternidade" publicado em 1977, como imediatamente após a morte, ela se encontrou numa colina verde. Ela estava surpresa com o fato de caminhar livremente e sem dores apesar de Ter três cicatrizes da cirurgia. Sobre ela - o céu azul. Não havia sol, mas a luz estava em todos os lugares, sob os seus pés descalços - a grama de um verde tão intenso, como não se havia visto na Terra; cada planta parecia viva. A colina era íngreme, mas as pernas se moviam com facilidade, sem esforço. Flores coloridas, arbustos, árvores. A esquerda dela - uma figura masculina, com um manto. Betty pensou: "Será que é um anjo?" Eles caminhavam calados, mas ela entendeu que ele não era um estranho e que ele a conhecia. Ela sentia-se jovem, saudável e feliz. "Eu sentia que tinha tudo que algum dia tenha desejado, era tudo, o que algum dia quis ser, caminhava em direção ao lugar, onde sempre sonhei estar." Depois, toda a sua vida passou perante o seu olhar. Ela viu todo o seu egoísmo, e ficou envergonhada, mas sentia amor e proteção em torno dela. Ela e seu companheiro chegaram a um maravilhoso palácio prateado, "mas sem torres." Música, canto. Ela ouve a palavra "Jesus." Parede de pedras preciosas, portões de pérolas. Quando os portões se entreabriram por um instante, ela viu uma rua iluminada por luz dourada. Não viu ninguém nessa luz, mas entendeu que era Jesus. Ela quis entrar no palácio, mas lembrou do pai e voltou ao corpo. Essa experiência trouxe-a mais próxima a Deus. Ela agora, gosta bastante de lidar com as pessoas.
São Salvio de Albi, hierarca gálico do século VI, voltou à vida após ter estado morto a maior parte do dia e contou para seu amigo Gregori Turski, o seguinte: "Quando a minha cela tremeu há quatro dias e você me viu morto, eu fui carregado por dois anjos e levado para bem alto no Céu, e então, sob meus pés viam-se não somente essa mísera Terra, mas também o sol, a lua e as estrelas. Depois, fui levado através de um portão que brilhava mais que o sol e fizeram-me entrar num prédio, onde o chão brilhava como ouro e prata. Aquela luz é impossível descrever. Esse lugar estava cheio de pessoas e se estendia tão longe em todas as direções que não se via o final. Os anjos abriram caminho entre a multidão e nós entramos no lugar, que o nosso olhar já distinguia, ainda quando estávamos não muito distantes. Acima desse lugar pairava uma nuvem clara, que era mais luminosa que o sol, e ouviu-se uma voz semelhante ao som de muitas águas.
Depois, fui cumprimentado por certos seres, uns vestidos como sacerdotes, outros com roupas comuns. Os meus guias me explicaram que estes eram Mártires e outros, Santos. Enquanto eu estava parado, sentia um aroma tão agradável que não sentia necessidade nem de comida ou de bebida, como se estivesse alimentado pelo aroma.
Depois, a voz da nuvem falou: "Esse homem deve voltar à terra, já que ele é necessário à Igreja." E eu caí de joelhos e chorei: "Oh, Senhor, por que me mostraste tudo isto, para tirar de mim de novo?" Mas, a voz respondeu: "Vai em paz. Eu vou olhar por você enquanto não trouxer você para esse lugar novamente." "Então, chorando, saí pelo mesmo portão pelo qual tinha entrado."
Outra visão extraordinária do Céu, foi descrita pelo Santo André, um eslavo, que nasceu retardado e que morou em Constantinopla no século IX. Uma vez, durante um inverno rigoroso, o Santo André estava deitado na rua, morrendo de frio. De repente, sentiu um calor incomum e viu um belo jovem com o rosto, radiante como o sol. Esse jovem levou-o ao paraíso, no terceiro Céu. Eis o que o Santo André relatou, ao voltar à terra:
"Eu permaneci durante duas semanas, graças à vontade de Deus, num local maravilhoso... eu me vi no paraíso e maravilhado com a beleza desse local maravilhoso e divino. Havia muitos pomares, com árvores altas, as quais balançavam o seu topo, alegravam a minha vista, e um perfume agradável emanava de seus galhos. É impossível comparar em beleza estas árvores com alguma árvore terrena. Nesses pomares, havia infinitos pássaros com asas douradas, brancos e multicoloridas. Esses pássaros estavam posados nos galhos das árvores do paraíso e cantavam tão lindamente que eu me esqueci de mim mesmo. Após isso, pareceu-me estar em pé acima da "crosta" do Céu, na minha frente um jovem com a face, radiante como sol, vestido num manto vermelho... Quando o segui, vi uma cruz grande e bela, semelhante ao arco-íris e em volta - cantores semelhantes ao fogo, que contavam e glorificavam o Senhor, crucificado por nós. O jovem que ia na minha frente, aproximou-se da cruz, beijou-a e fez o sinal para eu fazer o mesmo... Tendo beijado a cruz enchi-me de jubilo indescritível e senti o aroma mais forte ainda.
Seguindo adiante, olhei para baixo e foi como se visse a profundeza do mar. O jovem, virando-se para mim, disse: "Não tema, devemos subir mais ainda" - e deu-me a sua mão. Quando eu me agarrei nela, já estávamos acima da segunda "crosta." Lá eu vi homens divinos, a sua alegria que não dá para transmitir em palavras... E aí subimos acima do terceiro Céu, onde vi muitas forças celestes, cantando e glorificando a Deus. Aproximamo-nos de uma cortina brilhante, como um raio, na frente do qual estavam jovens com aspecto flamejante... E o jovem que me guiava disse: "Quando a cortina se abrir, você vai ver Cristo. Você deve curvar-se perante o trono da glória Dele..". Eis que uma mão flamejante abriu a cortina e eu, tal qual profeta Isaías, vi o Senhor sentado no trono alto e serafins voando ao redor Dele. Ele vestia roupa vermelha; o rosto Dele era radiante e Ele me fitava com amor. Tendo visto isso, caí de joelhos perante Ele, reverenciando-O e ao trono de sua glória.
Não dá para exprimir com palavras a alegria que senti ao ver sua face. Até mesmo agora, lembrando dessa visão, eu me sinto pleno de alegria indescritível. Tremendo estava eu, deitado perante o meu Senhor. Após isso, toda a tropa celeste entoou uma melodia divina e então, nem sei como, eu estava novamente no paraíso (19).
É interessante notar que, quando Santo André, não vendo a Virgem Maria, perguntou onde Ela estava e o Anjo respondeu: "Você esperava ver a Rainha? Elá não está aqui. Ela descendeu ao mundo "desarranjado" para ajudar as pessoas e consolar os angustiados. Eu até te mostraria o Seu Santo Lugar, se tivéssemos mais tempo, mas agora, você precisa voltar."
E assim, segundo relatos da vida dos santos e contos em livros ortodoxos, a alma vai para o céu, depois de abandonar este mundo e de atravessar o espaço entre este mundo e o Céu. Não raramente, essa travessia é acompanhada por intrigas da parte dos demônios. Além disso, a alma é sempre levada pelos Anjos do Céu, ela nunca vai para lá por sua própria iniciativa. Sobre isto, escreveu o nosso Santo Padre João Crisóstomo: "Então os anjos levaram Lázaro... já que a alma não pode, por ela mesma, ir para o outro mundo, para ela, isto é impossível. Se nós mudando de cidade, temos necessidade de um guia, quanto mais necessita de guia a alma, arrancada do corpo e a caminho de uma outra vida."
Evidentemente, os relatos modernos sobre a Luz e locais de beleza divina transmitem não a visita real desses locais, mas apenas "visões" e "antegozo" deles à distância.
A visita real ao Céu é sempre acompanhada de sinais evidentes da graça divina: às vezes, aroma divino, juntamente com o fortalecimento milagroso de todas as forças do homem. Por exemplo, o aroma divino alimentou de tal forma o Santo Savelio que durante mais de três dias, ele não necessitava nem de alimento nem da água, e somente quando ele contou sobre isto, o aroma sumiu. A experiência profunda da visita ao Céu é acompanhada de sentimento de respeito perante a magnificência de Deus e do reconhecimento da sua própria insignificância. Além disso, a experiência pessoal do Céu é impossível descrever porque: "os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e a mente não pensou aquilo que Deus preparou par aqueles que O amam" e "agora, nós enxergamos como se fosse através de um vidro turvo, adivinhando, depois, veremos face a face." (20)
A imortalidade da alma, a existência do mundo espiritual e a vida após a morte - são temas religiosos. O cristianismo sempre soube e ensinou que o homem é mais do que a combinação de elementos químicos, que além do corpo ele tem a alma, a qual no momento da morte não morre, mas continua a viver e desenvolver-se em novas condições.
Dois mil anos de cristianismo e criou-se uma ampla literatura sobre o mundo após a morte. Em alguns casos, o Senhor permite às almas dos mortos aparecerem para seus parentes ou conhecidos, para preveni-los sobre o que os aguarda no outro mundo e assim incentivá-los a viver na verdade. Graças a isto, os livros religiosos contam muitos relatos sobre o que as almas dos mortos viram no outro mundo, sobre anjos, sobre intrigas dos demônios, sobre o jubilo dos justos no paraíso e sobre o tormento dos pecadores no inferno.
No último quarto de século, foram documentados muitos relatos de pessoas que sobreviveram à morte clínica. Uma porcentagem significativa desses relatos inclui a descrição do que as pessoas viram no local próximo à sua morte. Na maioria dos casos, as almas dessas pessoas não tiveram tempo para estar no paraíso ou no inferno, ainda que às vezes contemplaram estes estados.
Tanto os relatos mais antigos da literatura religiosa, como as modernas pesquisas dos médicos, confirmam o ensinamento da Sagrada Escritura sobre o fato que após a morte do corpo, alguma parte do homem (chamem-na como quiserem - "ser," "consciência," "Eu," "alma") continua a existir, ainda que em condições completamente novas. Essa existência não é passiva, porque o ser continua a pensar, sentir, desejar, etc... - semelhante ao que fazia durante a sua vida terrena. O entendimento dessa verdade fundamental é extremamente importante para construir corretamente a sua vida.
No entanto, nem todas as conclusões destes médicos devem ser levadas a sério. Às vezes, eles emitem opiniões, baseadas em informações incompletas e incorretas. O cristão deve confrontar tudo que se relaciona ao mundo espiritual com o ensinamento do Evangelho, para não deixar-se enredar por divagações filosóficas e opiniões pessoais dos autores dos livros, que escrevem sobre esse tema.
O valor principal das pesquisas modernas nas questões da vida pós-morte, é o de que, se confirma de uma maneira imparcial e científica, a verdade da existência da alma no outro mundo.
Além disso, elas podem ajudar a uma pessoa de fé, a entender melhor e a preparar-se para aquilo que ela encontrará após a sua morte.