sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Morte, morrer e pós-morte - parte seis

 




Paraíso e Inferno

O ensinamento da Sagrada Escritura sobre a bem-aventurança dos justos no paraíso e o sofrimento dos pecadores no inferno pode ser achado na brochura "Sobre o fim do mundo e a vida futura" (15). O que vem a ser Céu? Onde fica?

Na linguagem coloquial, o Céu fica "em cima" e o inferno "em baixo." As pessoas, que viram durante a sua morte clínica o estado do inferno, sempre descrevem a aproximação ao inferno como descida. Apesar de "em cima" e "em baixo" serem noções relativas, não é correto considerar o Céu e o inferno apenas como estados diferentes; são dois locais diferentes, se bem que não há como descreve-los geograficamente. Anjos e almas dos mortos só podem estar em um determinado local, seja ele Céu, inferno ou Terra. Não podemos demarcar o local do mundo espiritual porque ele se encontra fora das coordenadas do nosso sistema de tempo - espaço. Aquele espaço é de um outro tipo, o qual começando aqui estende-se numa nova dimensão não percebida por nós.

Diversos casos da vida de santos mostram como esse espaço de outro tipo "interpenetra" o espaço do nosso mundo. Assim, os moradores de uma ilha viram a alma do São Germano do Alasca, que subiu num feixe de fogo, e o ancião Serafim Glinsky presenciou a ascenção da alma de São Serafim de Sarov. O profeta Eliseu viu o profeta Elias ser levado ao Céu numa liga de fogo. Por mais que queiramos penetrar lá com o nosso pensamento, há um fato limitante que aqueles "locais" encontram-se fora do nossa espaço tridimensional.

A maioria dos relatos modernos de pessoas que sobreviveram à morte clínica, descreve locais e estados "próximos" ao nosso mundo, ainda desse lado da "fronteira." No entanto, também se encontram descrições de locais, que lembram paraíso ou inferno, sobre os quais falam as Sagradas Escrituras.

Assim, por exemplo, nos relatos do Dr. George Ritchy Betty Malts, Maurice Rawlings, entre outros, existem representações do inferno - "serpentes, monstros, fedor insuportável e demônios." Em seu livro "Retorno ao amanhã," Dr. Ritchy relata o ocorrido com ele em 1943, quando teve visões do inferno. Lá, a dependência dos pecadores dos desejos terrenos era insaciável. Ele viu assassinos que estavam como que acorrentados às sua vítimas. Os assassinos choravam, pedindo perdão às vitimas mas estas não os ouviam. Eram lágrimas e pedidos inúteis.

Thomas Welch conta que, trabalhando em uma serraria em Portland, estado de Oregon, EUA, ele escorregou e caiu no rio, e enormes toras caíram sobre ele. Os operários levaram mais de uma hora para achar o seu corpo e tirá-lo das toras. Não vendo nele nenhum sinal de vida, eles consideraram-no morto. Thomas, no estado de morte temporária, encontrava-se a beira de um enorme oceano de fogo. Ele ficou paralisado de terror, ao ver ondas de enxofre incandescentes. Era a Geena de fogo e não existem palavras para descrevê-la.

Ai, na beira da Geena de fogo, ele reconheceu algumas pessoas conhecidas, que já haviam falecido. Todos estavam paralisados de terror observando as ondas de fogo que se moviam. Thomas entendia que não havia nenhuma possibilidade de sair dali. Começou a lamentar que se preocupou pouco com a sua salvação. Ah, se ele soubesse o que o aguardava, ele teria vivido de outra maneira.

Nesta hora percebeu que alguém estava caminhando, ao longe. O rosto do desconhecido refletia enorme força e amor. Thomas entendeu imediatamente, que é o Senhor e que só Ele poderia salvar a sua alma, condenada a Geena. Thomas teve esperança que o Senhor o notasse. Mas o Senhor passou por ele, com olhar fixo em algum ponto distante. "Ele vai sumir e ai é o fim" - pensou Thomas. De repente, o Senhor virou o seu rosto e olhou para Thomas. Isto era tudo que era necessário, apenas um olhar do Senhor. Num momento Thomas encontrou-se em seu corpo e reviveu. Ele ainda não tinha aberto os olhos, e já ouvia as orações dos operários à sua volta. Após muitos anos, Thomas ainda lembrava de tudo que viu "lá" nos mínimos detalhes. Esse caso era impossível de esquecer (16).

O Pastor Kenneth E. Hagin lembra que, em abril de 1933, quando ele morava em McKinney, estado do Texas, seu coração parou de bater e a alma saiu do seu corpo. "Após isto, eu comecei a descer cada vez mais para baixo, e quanto mais eu descia, mais escuro e quente ficava. Depois, comecei a distinguir nas paredes das cavernas o brilho de alguns fogos tenebrosos, provavelmente do inferno. Até que, uma grande labareda lançou-se e puxou-me.

Já se passaram muitos anos dessa época, e eu até hoje vejo na minha frente essa labareda do inferno.

Tendo alcançado o fundo do precipício, eu senti a presença de algum espírito, que começou a guiar-me. Nessa hora, por sobre as trevas do inferno, soou-se uma Voz majestosa. Eu não entendi o que foi dito, mas senti que era a voz de Deus. A força dessa voz fez tremer todo o reino subterrâneo das trevas, como folhas de árvore que tremem com a força do vento. Imediatamente, o espírito que estava me empurrando, soltou-me e um redemoinho carregou-me de volta para cima. Aos poucos, surgiu a luz terrena. Eu estava de novo no meu quarto, e "pulei" dentro do meu corpo, como alguém pula dentro das calças. Aí vi a minha avó, que começou a falar-me: "Queridinho, pensei que você tivesse morrido." Passado algum tempo, Kenneth tornou-se pastor de uma das igrejas protestantes e dedicou a sua vida a Deus. Esse caso, ele descreveu na brochura: "Meu Testemunho." [4, pág.91]

Dr. Rawlings dedica um capítulo inteiro, no seu livro, aos relatos das pessoas que estiveram no inferno. Umas, por exemplo, viram um campo enorme, no qual os pecadores lutando sem descanso, aleijavam e matavam uns aos outros. O ar estava cheio de berros insuportáveis, xingamentos e maldições. Outras descrevem locais de trabalho inútil, onde demônios cruéis atormentam as almas de pecadores, obrigando-as a carregar fardos pesados de um lugar para outro. [4, cap. 7]

A insuportável tortura do inferno ainda é ilustrada em dois contos dos livros ortodoxos: um homem débil, tendo sofrido por muitos anos, implorou ao senhor pedindo o fim de seus sofrimentos. Um anjo apareceu-lhe e disse: "Seus pecados exigem purificação. O Senhor ofereceu-lhe trocar um ano de sofrimento na terra, suficiente para purificar-se, por três horas de sofrimento no inferno. A escolha é sua." O sofredor pensou e escolheu três horas no inferno. Após isso, o anjo levou a sua alma ao local do inferno.

Trevas, faltas de espaço, espíritos do mal por toda parte, gritos de pecadores, sofrimentos. A alma do débil entrou num estado de terror e desespero indescritíveis, mas os seus gritos só eram respondidos pelo eco infernal e o crepitar da labareda de Geena. Ninguém prestava atenção aos seus gemidos e gritos, todos os pecadores estavam ocupados com os seus próprios martírios. Ao sofredor parecia, que séculos se passaram e que o Anjo esqueceu-se dele.

Até que enfim, o Anjo apareceu e perguntou: "Que tal, irmão?" "Você me enganou" - gritou o sofredor. - Não são três horas, são muitos anos que estou padecendo em terríveis martírios!"

"Anos? - perguntou o Anjo - só passou uma hora e você deve ficar aqui mais duas horas." Então o sofredor começou a implorar-lhe para retornar à terra, onde aceitava sofrer o tempo que fosse necessário, querendo apenas sair deste local terrível. "Tudo bem, respondeu o Anjo - Deus vai lhe demonstrar a sua imensa misericórdia."

Voltando novamente ao seu leito, o sofredor, a partir daquele momento, já suportava com mansidão os seus sofrimentos, lembrando das horas no inferno, infinitamente piores (17).

Eis o conto de dois amigos, um dos quais retirou-se para um mosteiro e levava lá um modo de vida Santo e o outro permaneceu no mundo e vivia pecaminosamente. Quando o amigo pecador morreu repentinamente, o seu amigo monge começou a implorar a Deus que lhe revelasse o destino do amigo. Certa vez, o seu amigo morto apareceu-lhe em sonho e começou a contar os seus martírios insuportáveis e que um verme que nunca dormia, o devorava. Falando isso, ele subiu a sua calça até o joelho e mostrou a sua perna que estava coberta por um verme horrível, que o devorava. Um cheiro tão fétido emanava da ferida que o monge acordou. Ele saiu correndo do seu pequeno aposento e deixou a porta aberta. O mau cheiro espalhou-se por todo o mosteiro. Já que o tempo não diminuía o mau cheiro, todos os monges tiveram de mudar-se. E o monge que viu o prisioneiro do inferno jamais, em toda a sua vida, livrou-se desse mau cheiro que o impregnou (18).

As descrições do Céu, ao contrário dessas imagens horríveis, são sempre jubilosas e radiantes. Assim, por exemplo, Tomé N., cientista mundialmente conhecido, afogou-se na piscina, quando tinha 5 anos. Felizmente, um de seus parentes reparou, tirou-o da água e levou-o para o hospital. Quando os parentes todos reuniram-se no hospital, o médico anunciou-lhes que Tomé reviveu. "Quando eu estava embaixo da água, - contava Tomé, - senti que estava voando através de um túnel longo. Do outro lado do túnel, eu vi a Luz, era tão brilhante, que era possível senti-la. Lá eu vi Deus, sentado no trono, e embaixo, pessoas ou provavelmente anjos em volta do trono. Quando eu me aproximei de Deus, Ele me disse que a minha hora ainda não tinha chegado. Eu gostaria de ficar lá, mas, de repente, estava de novo no meu corpo." Tomé afirma que esta visão ajudou-o a encontrar o caminho de via correto. Ele quis tornar-se cientista, para conseguir entender com mais profundidade o mundo criado por Deus. Sem dúvida, ele alcançou grande sucesso nessa direção. [7, pág.167]

Betty Maltz descreveu em seu livro "Eu vi a eternidade" publicado em 1977, como imediatamente após a morte, ela se encontrou numa colina verde. Ela estava surpresa com o fato de caminhar livremente e sem dores apesar de Ter três cicatrizes da cirurgia. Sobre ela - o céu azul. Não havia sol, mas a luz estava em todos os lugares, sob os seus pés descalços - a grama de um verde tão intenso, como não se havia visto na Terra; cada planta parecia viva. A colina era íngreme, mas as pernas se moviam com facilidade, sem esforço. Flores coloridas, arbustos, árvores. A esquerda dela - uma figura masculina, com um manto. Betty pensou: "Será que é um anjo?" Eles caminhavam calados, mas ela entendeu que ele não era um estranho e que ele a conhecia. Ela sentia-se jovem, saudável e feliz. "Eu sentia que tinha tudo que algum dia tenha desejado, era tudo, o que algum dia quis ser, caminhava em direção ao lugar, onde sempre sonhei estar." Depois, toda a sua vida passou perante o seu olhar. Ela viu todo o seu egoísmo, e ficou envergonhada, mas sentia amor e proteção em torno dela. Ela e seu companheiro chegaram a um maravilhoso palácio prateado, "mas sem torres." Música, canto. Ela ouve a palavra "Jesus." Parede de pedras preciosas, portões de pérolas. Quando os portões se entreabriram por um instante, ela viu uma rua iluminada por luz dourada. Não viu ninguém nessa luz, mas entendeu que era Jesus. Ela quis entrar no palácio, mas lembrou do pai e voltou ao corpo. Essa experiência trouxe-a mais próxima a Deus. Ela agora, gosta bastante de lidar com as pessoas.

São Salvio de Albi, hierarca gálico do século VI, voltou à vida após ter estado morto a maior parte do dia e contou para seu amigo Gregori Turski, o seguinte: "Quando a minha cela tremeu há quatro dias e você me viu morto, eu fui carregado por dois anjos e levado para bem alto no Céu, e então, sob meus pés viam-se não somente essa mísera Terra, mas também o sol, a lua e as estrelas. Depois, fui levado através de um portão que brilhava mais que o sol e fizeram-me entrar num prédio, onde o chão brilhava como ouro e prata. Aquela luz é impossível descrever. Esse lugar estava cheio de pessoas e se estendia tão longe em todas as direções que não se via o final. Os anjos abriram caminho entre a multidão e nós entramos no lugar, que o nosso olhar já distinguia, ainda quando estávamos não muito distantes. Acima desse lugar pairava uma nuvem clara, que era mais luminosa que o sol, e ouviu-se uma voz semelhante ao som de muitas águas.

Depois, fui cumprimentado por certos seres, uns vestidos como sacerdotes, outros com roupas comuns. Os meus guias me explicaram que estes eram Mártires e outros, Santos. Enquanto eu estava parado, sentia um aroma tão agradável que não sentia necessidade nem de comida ou de bebida, como se estivesse alimentado pelo aroma.

Depois, a voz da nuvem falou: "Esse homem deve voltar à terra, já que ele é necessário à Igreja." E eu caí de joelhos e chorei: "Oh, Senhor, por que me mostraste tudo isto, para tirar de mim de novo?" Mas, a voz respondeu: "Vai em paz. Eu vou olhar por você enquanto não trouxer você para esse lugar novamente." "Então, chorando, saí pelo mesmo portão pelo qual tinha entrado."

Outra visão extraordinária do Céu, foi descrita pelo Santo André, um eslavo, que nasceu retardado e que morou em Constantinopla no século IX. Uma vez, durante um inverno rigoroso, o Santo André estava deitado na rua, morrendo de frio. De repente, sentiu um calor incomum e viu um belo jovem com o rosto, radiante como o sol. Esse jovem levou-o ao paraíso, no terceiro Céu. Eis o que o Santo André relatou, ao voltar à terra:

"Eu permaneci durante duas semanas, graças à vontade de Deus, num local maravilhoso... eu me vi no paraíso e maravilhado com a beleza desse local maravilhoso e divino. Havia muitos pomares, com árvores altas, as quais balançavam o seu topo, alegravam a minha vista, e um perfume agradável emanava de seus galhos. É impossível comparar em beleza estas árvores com alguma árvore terrena. Nesses pomares, havia infinitos pássaros com asas douradas, brancos e multicoloridas. Esses pássaros estavam posados nos galhos das árvores do paraíso e cantavam tão lindamente que eu me esqueci de mim mesmo. Após isso, pareceu-me estar em pé acima da "crosta" do Céu, na minha frente um jovem com a face, radiante como sol, vestido num manto vermelho... Quando o segui, vi uma cruz grande e bela, semelhante ao arco-íris e em volta - cantores semelhantes ao fogo, que contavam e glorificavam o Senhor, crucificado por nós. O jovem que ia na minha frente, aproximou-se da cruz, beijou-a e fez o sinal para eu fazer o mesmo... Tendo beijado a cruz enchi-me de jubilo indescritível e senti o aroma mais forte ainda.

Seguindo adiante, olhei para baixo e foi como se visse a profundeza do mar. O jovem, virando-se para mim, disse: "Não tema, devemos subir mais ainda" - e deu-me a sua mão. Quando eu me agarrei nela, já estávamos acima da segunda "crosta." Lá eu vi homens divinos, a sua alegria que não dá para transmitir em palavras... E aí subimos acima do terceiro Céu, onde vi muitas forças celestes, cantando e glorificando a Deus. Aproximamo-nos de uma cortina brilhante, como um raio, na frente do qual estavam jovens com aspecto flamejante... E o jovem que me guiava disse: "Quando a cortina se abrir, você vai ver Cristo. Você deve curvar-se perante o trono da glória Dele..". Eis que uma mão flamejante abriu a cortina e eu, tal qual profeta Isaías, vi o Senhor sentado no trono alto e serafins voando ao redor Dele. Ele vestia roupa vermelha; o rosto Dele era radiante e Ele me fitava com amor. Tendo visto isso, caí de joelhos perante Ele, reverenciando-O e ao trono de sua glória.

Não dá para exprimir com palavras a alegria que senti ao ver sua face. Até mesmo agora, lembrando dessa visão, eu me sinto pleno de alegria indescritível. Tremendo estava eu, deitado perante o meu Senhor. Após isso, toda a tropa celeste entoou uma melodia divina e então, nem sei como, eu estava novamente no paraíso (19).

É interessante notar que, quando Santo André, não vendo a Virgem Maria, perguntou onde Ela estava e o Anjo respondeu: "Você esperava ver a Rainha? Elá não está aqui. Ela descendeu ao mundo "desarranjado" para ajudar as pessoas e consolar os angustiados. Eu até te mostraria o Seu Santo Lugar, se tivéssemos mais tempo, mas agora, você precisa voltar."

E assim, segundo relatos da vida dos santos e contos em livros ortodoxos, a alma vai para o céu, depois de abandonar este mundo e de atravessar o espaço entre este mundo e o Céu. Não raramente, essa travessia é acompanhada por intrigas da parte dos demônios. Além disso, a alma é sempre levada pelos Anjos do Céu, ela nunca vai para lá por sua própria iniciativa. Sobre isto, escreveu o nosso Santo Padre João Crisóstomo: "Então os anjos levaram Lázaro... já que a alma não pode, por ela mesma, ir para o outro mundo, para ela, isto é impossível. Se nós mudando de cidade, temos necessidade de um guia, quanto mais necessita de guia a alma, arrancada do corpo e a caminho de uma outra vida."

Evidentemente, os relatos modernos sobre a Luz e locais de beleza divina transmitem não a visita real desses locais, mas apenas "visões" e "antegozo" deles à distância.

A visita real ao Céu é sempre acompanhada de sinais evidentes da graça divina: às vezes, aroma divino, juntamente com o fortalecimento milagroso de todas as forças do homem. Por exemplo, o aroma divino alimentou de tal forma o Santo Savelio que durante mais de três dias, ele não necessitava nem de alimento nem da água, e somente quando ele contou sobre isto, o aroma sumiu. A experiência profunda da visita ao Céu é acompanhada de sentimento de respeito perante a magnificência de Deus e do reconhecimento da sua própria insignificância. Além disso, a experiência pessoal do Céu é impossível descrever porque: "os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e a mente não pensou aquilo que Deus preparou par aqueles que O amam" e "agora, nós enxergamos como se fosse através de um vidro turvo, adivinhando, depois, veremos face a face." (20)

Conclusão:

A imortalidade da alma, a existência do mundo espiritual e a vida após a morte - são temas religiosos. O cristianismo sempre soube e ensinou que o homem é mais do que a combinação de elementos químicos, que além do corpo ele tem a alma, a qual no momento da morte não morre, mas continua a viver e desenvolver-se em novas condições.

Dois mil anos de cristianismo e criou-se uma ampla literatura sobre o mundo após a morte. Em alguns casos, o Senhor permite às almas dos mortos aparecerem para seus parentes ou conhecidos, para preveni-los sobre o que os aguarda no outro mundo e assim incentivá-los a viver na verdade. Graças a isto, os livros religiosos contam muitos relatos sobre o que as almas dos mortos viram no outro mundo, sobre anjos, sobre intrigas dos demônios, sobre o jubilo dos justos no paraíso e sobre o tormento dos pecadores no inferno.

No último quarto de século, foram documentados muitos relatos de pessoas que sobreviveram à morte clínica. Uma porcentagem significativa desses relatos inclui a descrição do que as pessoas viram no local próximo à sua morte. Na maioria dos casos, as almas dessas pessoas não tiveram tempo para estar no paraíso ou no inferno, ainda que às vezes contemplaram estes estados.

Tanto os relatos mais antigos da literatura religiosa, como as modernas pesquisas dos médicos, confirmam o ensinamento da Sagrada Escritura sobre o fato que após a morte do corpo, alguma parte do homem (chamem-na como quiserem - "ser," "consciência," "Eu," "alma") continua a existir, ainda que em condições completamente novas. Essa existência não é passiva, porque o ser continua a pensar, sentir, desejar, etc... - semelhante ao que fazia durante a sua vida terrena. O entendimento dessa verdade fundamental é extremamente importante para construir corretamente a sua vida.

No entanto, nem todas as conclusões destes médicos devem ser levadas a sério. Às vezes, eles emitem opiniões, baseadas em informações incompletas e incorretas. O cristão deve confrontar tudo que se relaciona ao mundo espiritual com o ensinamento do Evangelho, para não deixar-se enredar por divagações filosóficas e opiniões pessoais dos autores dos livros, que escrevem sobre esse tema.

O valor principal das pesquisas modernas nas questões da vida pós-morte, é o de que, se confirma de uma maneira imparcial e científica, a verdade da existência da alma no outro mundo.

Além disso, elas podem ajudar a uma pessoa de fé, a entender melhor e a preparar-se para aquilo que ela encontrará após a sua morte.

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terça-feira, 22 de outubro de 2024

LIBERTARIANISMOS 2 - análise de conceitos, críticas e opiniões

 


libertarianismo bandeira

A bandeira de Gadsden, considerada uma das primeiras bandeiras dos Estados Unidos da América, foi adotada como um dos símbolos do libertarianismo. Don’t Tread on Me significa Não Pise em Mim.

Libertarianismo: análise de conceitos, críticas e opiniões

Libertarianismo

 Junto com a onda conservadora que invadiu as redes sociais e o debate público, há uma onda que tem se tornado cada vez mais forte: a onda liberal. E associado a ela está o libertarianismo.

Com a velocidade e a facilidade que as pessoas têm no acesso à informação atualmente, não demorou para o libertarianismo ganhar evidência.

Diversos movimentos como LivresEstudantes pela LiberdadeLibertários e Instituto Mises têm recebido destaque, juntamente com canais do YouTube como Ideias RadicaisPaulo Kogos e o polêmico Daniel Fraga.

Aqui, traremos para você algumas análises, críticas e opiniões sobre o libertarianismo. Falaremos um pouco sobre a história e o surgimento do libertarianismo, seus principais expoentes e suas diversas ramificações.

Libertarianismo Mises
Ludwig von Mises é um dos nomes mais influentes do liberalismo atual, sendo constantemente citado por libertários.

Em tempos nos quais parte relevante da discussão política está abrigada na internet, alegar falta de acesso à informação já não é desculpa para o desconhecimento. Existem diversos vídeos no YouTube e diversos sites que fornecem informações seguras sobre vários assuntos.

Aqui, além de ajudar você a saber mais sobre o liberalismo e o libertarianismo, deixamos algumas dicas ao longo do texto. Você não pode perder essas indicações!

O que é o libertarianismo?

O conceito de libertarianismo surgiu no século XIX, com os anarquistas individualistas franceses. Entre os principais nomes do anarquismo individualista, podemos citar Pierre-Joseph ProudhonHenry David ThoreauWilliam Godwin e Hebert Spencer.

Libertarianismo Pierre-Joseph Proudhon
Pierre-Joseph Proudhon é conhecido como um dos pais do anarquismo e do federalismo.

Embora o libertarianismo hoje em voga constitua uma radicalização do liberalismo econômico, o libertarianismo como tradição própria é independente, e historicamente conflitante, com o pensamento econômico liberal.

liberalismo, desde os seus primórdios no Iluminismo, ainda que defenda o ideal de um Estado enxuto, não deixa de reconhecer a legitimidade do Estado, e portanto da autoridade.

O libertarianismo, devido à sua raiz anarquista, rejeita toda forma de coerção do indivíduo. Sendo assim, rejeita o Estado por princípio.

libertarianismo jornal
Cabeçalho do jornal francês L’Anarchie, um dos responsáveis pela propagação do anarquismo individualista.

O libertarianismo é uma filosofia individualista que tem como um de seus pilares principais aquilo a que muitos chamam princípio de não agressão.

princípio de não agressão (PNA) defende que cada indivíduo, tanto quanto não inflija dano a terceiros, pode decidir de forma autônoma o que é melhor para sua própria vida.

O presidente do Instituto Mises Brasil, Hélio Beltrão, explica o que é o princípio de não agressão neste vídeo publicado pelo Students for Liberty Brasil:

Desde que não haja nenhuma forma de agressão entre indivíduos, toda decisão é moralmente correta. Sendo assim, a moral, para libertários (e muitos liberais), é referente ao bem-estar dos indivíduos e ao bom convívio entre eles.

Libertarianismo Gandhi
Mahatma Gandhi foi fortemente influenciado por pensadores libertários e anarquistas como Henry David Thoreau, Liev Tolstói e Piotr Kropotkin.

O que é ser um libertário? O que o libertarianismo defende?

Embora exista uma tendência de associar o libertarianismo ao anarcocapitalismo, essa associação é bastante precipitada, pois, ainda que todo anarcocapitalista seja libertário, nem todo libertário é anarcocapitalista.

O libertarianismo é, por natureza, anti-estatista, e não necessariamente é adepto a alguma modalidade de capitalismo.

As continuidades e rupturas entre o liberalismo clássico e o libertarianismo são um dos tópicos brilhantemente explorados por José Guilherme Merquior no livro O Liberalismo – Antigo e Moderno.

José Guilherme Merquior é considerado por muitos um dos maiores intelectuais que o Brasil já teve. 

(...)

O libertário defende que a liberdade do indivíduo é o bem mais precioso que ele possui. Sendo assim, a luta pelas liberdades individuais deve ser a prioridade da humanidade.

Isso terá consequências em assuntos referentes à política e à economia, mas esses não são os objetivos finais do libertarianismo.

Embora o libertarianismo seja considerado por muitos apenas uma ideologia política, ele é muito mais abrangente.

Prova disso é que grupos ideologicamente diversos se identificam como libertários, por exemplo no interior do conservadorismo, do anarquismo e do socialismo.

Quais os principais tipos de libertarianismo?

Libertarianismo de esquerda

O libertarianismo trafega por uma grande extensão do espectro político sem muitos problemas.

O libertarianismo de esquerda faz oposição tanto à esquerda estatista e por vezes autoritária como à direita conservadora e ao liberalismo.

libertarianismo capa dialética
Capa original de Análise Dialética do Marxismo, de Mário Ferreira dos Santos, republicado pela É Realizações Editora em 2018.
(...)
https://www.academia.edu/6360190/m%C3%A1rio_ferreira_dos_santos_an%C3%A1lise_dial%C3%A9tica_do_marxismo?auto=download ]

Mário Ferreira dos Santos, um grande filósofo anarquista, na obra Análise Dialética do Marxismo oferece uma contundente crítica libertária ao marxismo:

Podem os marxistas dissidentes alegar que a Rússia não é o verdadeiro exemplo do marxismo, mas os libertários acrescentam: de qualquer forma a Rússia é um fruto da árvore marxista. E os frutos são a verdade a respeito da árvore. Uma pereira que não dá peras está automaticamente refutada. Se os marxistas, no seu primeiro exemplo, falharam tão desastradamente, devem ser postos de lado de vez, pois nada mais deu além do que já era esperado pelos libertários, cuja crítica (e basta compulsar a obra libertária durante o século passado e neste) afirmou sempre que a Revolução Russa degeneraria numa nova brutalidade na história.

Além do mais, a alegação de que o marxismo é vitorioso numa terça parte do mundo não prova a validez de sua tese. A história conheceu vitórias como essas, e grandes derrotas finais, com prejuízo dos elementos sãos.

O marxismo ainda não venceu, e certamente não vencerá os seus adversários na última batalha.

(Mário Ferreira dos Santos, Análise Dialética do Marxismo, p. 164-65)

Uma das principais críticas dos libertários de esquerda à direita libertária diz respeito à propriedade privada. Para pensadores como Pierre-Joseph Proudhon, por exemplo, a propriedade não é um direito natural do indivíduo, mas, ao contrário, uma forma de alienação.

libertarianismo de esquerda
O libertarianismo de esquerda, diferentemente do libertarianismo de direita, possui diversas formas de expressão, como o anarco-sindicalismo, o socialismo libertário e o mutualismo.

Para o libertarianismo de esquerda (ou seja, os socialistas libertários e anarquistas individualistas), a propriedade privada é comparável ao roubo e, por ferir o princípio de não agressão, deve ser rechaçada. O libertarianismo de esquerda defende, em oposição à propriedade privada, um modelo de propriedade coletiva.

Entre seus muitos expoentes, podemos citar Hilliel Steiner, Kevin Carson, Charles Johnson e Gary Chartier.

Libertarianismo de direita

O libertarianismo de direita possui divergências significativas com o libertarianismo de esquerda.

O libertarianismo de direita, representado basicamente pelo anarcocapitalismo e pelo conservadorismo libertário, diferentemente do libertarianismo de esquerda, defende o livre mercado e também a propriedade privada.

libertarianismo ron paul
Ron Paul é membro do partido libertário dos Estados Unidos e teve um livro publicado pela É Realizações no qual afirma a necessidade de acabar com o banco central. Clique no link para conferir! [Foto: AP Photo/Carolyn Kaster]
Para o libertarianismo de direita, a propriedade privada faz parte dos direitos naturais do ser humanoO direito à propriedade é fundamento inegociável do libertarianismo de direita.

Essa linha de pensamento é representada por figuras como Ron PaulHans-Hermann Hoppe e Murray Rothbard.

No caso do conservadorismo libertário, o que via de regra se sustenta é que o Estado deve ser tolerado apenas como meio para garantir as condições da preservação de certos valores.

Liberal vs Libertário – Diferenças

O liberalismo clássico mantém seu foco sobre os direitos individuais e a economia individualista. Para o liberal, o mercado deve ser livre para que os indivíduos possam se autogerir sem intervenção externa e, assim, possam fazer o que bem entenderem, desde que não interfiram na vida das outras pessoas.

libertarianismo Ayn Rand
Ayn Rand, grande expoente do objetivismo e do egoísmo filosófico, é tida como uma influência decisiva para o pensamento libertário.

Todavia:

Logicamente, é possível ser um libertário, no sentido de rejeitar o controle do governo, e ainda crer que a tomada de decisão particular deveria, enquanto questão de moralidade, ser guiada com fins altruístas. Também é coerente ver essa liberdade fragmentada como meio da busca pelo bem-estar puramente pessoal. Nesse sentido, tanto William Godwin (libertarianismo de esquerda) quanto Ayn Rand (libertarianismo de direita) poderiam ser incluídos como colaboradores do libertarianismo.

(Thomas SowellConflito de Visões – Origens ideológicas das lutas políticas, p. 138)

libertarianismo conflito
Em Conflito de Visões – Origens ideológicas das lutas políticas, o famoso economista Thomas Sowell faz uma análise das principais ideologias políticas da atualidade, mostrando sua diferenças e convergências. Visite agora o nosso site e adquira o seu exemplar!
[site dos autores do artigo]

O que há de característico no libertarianismo, tanto em sua modalidade de direita como em sua modalidade de esquerda, é que, uma vez rejeitado o Estado, não se supõe que caiba a ele o papel de preservar os meios para os indivíduos buscarem sua liberdade.

Segundo os libertários, todo indivíduo deve ser livre para escolher o que quiser – independentemente, inclusive, de agendas ideológicas ou coisa parecida.

Por esse motivo, o libertarianismo conta com aceitação (e, é claro, com rejeição) tanto à esquerda como à direita. Sejam os anarquistas individualistas e socialistas libertários, que repudiam a propriedade privada, sejam os anarcocapitalistas e liberais, que a engrandecem, identificam-se como libertários.

libertarianismo hayek
Friedrich Hayek, embora fosse um defensor do liberalismo clássico, é admirado por muitos libertários e conservadores.

Um movimento libertário que ganhou a simpatia de diversos intelectuais foi o anarquismo filosófico, que, diferentemente do anarquismo clássico (que busca o fim do Estado, se preciso por meio de revolução violenta), acredita que naturalmente a humanidade caminhará para uma organização social livre.

Entre os adeptos do anarquismo filosófico, podemos citar o autor de ficção fantástica J. R. R. Tolkien, o filósofo político Henry David Thoreau e o líder do movimento pela independência da Índia, Mahatma Gandhi.

Principais críticas ao libertarianismo

O libertarianismo é alvo de muitas críticas, das quais a principal é relacionada à noção libertária de propriedade.

Os libertários, ao discutir a lei natural, dizem que um dos direitos inatos do ser humano é o direito à propriedade.

libertarianismo murray
Murray Rothbard é considerado o pai do anarcocapitalismo, uma vertente libertária baseada no livre mercado.

Murray Rothbard é considerado o pai do anarcocapitalismo, uma vertente libertária baseada no livre mercado.

O cerne da crítica dirige-se ao fato de que pensadores libertários como Murray Rothbard e Ludwig von Mises compreendem o corpo do indivíduo como posse dele, em vez de como o indivíduo em si.

[Ou seja a principal crítica ao libertarianismo é infantil e materialista, pois confunde o corpo como sendo o próprio ser e todo o seu ser, desconsiderando o aspecto da alma (psique, mente) ou a considerando um subproduto da matéria que compõe o corpo. Se nem a existência óbvia da mente como algo muito distinto do corpo, que se dirá do espírito? - Comentário do editor deste blog]

Ao distinguir ontologicamente o indivíduo de seu corpo, o libertarianismo supõe um entendimento, a respeito do que é ser uma pessoa, que alguns acusam ser ingênuo. Há uma valorização do indivíduo, mas, em contrapartida, uma simplificação de nosso entendimento a respeito dele.

[Percebe-se aqui a completa inversão do que é ingênuo e simplório. Não é bem mais simplória a premissa que assevera que tudo deriva da matéria e que o ser é o corpo e que este não existe como indivíduo, mas apenas como ser social? Claro que sim! Por isso mesmo que as outras críticas são bem mais faladas, e omitem-se em discussões que elas  partem dessa premissa absurda, pois se fosse exposta esta, seria esmagada pelos argumentos libertários.- Comentário do editor deste blog]

Livros sobre liberalismo e libertarianismo

O Liberalismo – Antigo e Moderno, de José Guilherme Merquior

https://www.docdroid.net/qJ6TRCC/jose-guilherme-merquior-o-liberalismo-antigo-e-moderno-pdf#page=9 ]

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José Guilherme Merquior faz uma pesquisa estimulante sobre a história e a evolução da teoria liberal desde o século XVII até o tempo presente. Combina uma enorme riqueza de informações – surpreendentemente condensada – com penetrante apresentação dos temas centrais do liberalismo.

Esta edição é enriquecida por vasta fortuna crítica e documentos do arquivo pessoal do autor.

 

O Fim do Fed – Por que acabar com o Banco Central, de Ron Paul

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Em O Fim do Fed, o congressista americano Ron Paul chega à raiz do problema.

Em linguagem simples e clara, ele usa história, economia e sua própria biografia para explicar como, por que e para quem o Fed (Federal Reserve System) – o banco central norte-americano – manipula o sistema financeiro daquele país, e o que se pode fazer a respeito.

 

A Economia não Mente, de Guy Sorman

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[ Resenha disponível em : https://www.erealizacoes.com.br/upload/noticia/download/219/site-rev-elet_liberdadecidadania_13-07-2011.pdf?srsltid=AfmBOoqbnxsV0JOTBd1rOPHVltWBuCBsBXD40OzC6Hz73q72DkHDdVg_ ]

Analisando a evolução da economia de inúmeros países e comparando as políticas adotadas em cada um, este livro busca explicitar as condições políticas e culturais que propiciaram a expansão das economias ou que impediram seu crescimento.

 

Análise Dialética do Marxismo, de Mário Ferreira dos Santos

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Esta obra foi censurada pela inquisição de Salazar em Portugal e considerada leitura obrigatória pelos mais expressivos militantes anarquistas da década de 1950 no Brasil: José Oiticica, Edgard Leuenroth, Jaime Cubero, entre ainda muitos outros.

Ao mesmo tempo, trata-se de uma aplicação da decadialética tão fiel à sua matriz pitagórico-escolástica quanto se preconiza nos demais escritos de Mário Ferreira dos Santos.

Em Análise Dialética do Marxismo temos uma união que somente a filosofia concreta poderia proporcionar: a historiografia de Lewis Mumford, o socialismo libertário de Proudhon, Bakunin, Malatesta e Fabbri e a ontognoseologia de Santo Tomás de Aquino, juntos contra o socialismo autoritário, tanto em suas manifestações históricas como em suas pressuposições materialistas.

Mediante detalhadas considerações dos textos de Marx, Engels e Lênin, este livro demonstra a inadequação das pretensões comunistas e defende a viabilidade de uma alternativa cooperacional.

 

O Julgamento das Nações, de Christopher Dawson

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O Julgamento das Nações é um escrito avassalador. Do notório historiador britânico Christopher Dawson, o livro está dividido em duas partes.

A primeira investiga as origens da catástrofe espiritual que resultou na Segunda Grande Guerra: elas remontam às divisões por que passara o cristianismo, mas têm o seu momento decisivo no curto período dos cem anos que antecederam o conflito.

O Ocidente substituiu a fé cristã, sobre a qual os seus próprios valores se fundavam, pela religião secular do progresso. Somente preservando o legado do cristianismo é que se pode assegurar o valor da liberdade; por isso, a segunda parte da obra explora a possibilidade de se restaurar a ordem cristã.

O texto tanto mais se prova impactante à medida que se constata a atualidade do seu argumento.

 

Os Deuses da Revolução, de Christopher Dawson

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Dividido em três partes, Os Deuses da Revolução investiga os antecedentes, o desenvolvimento e as reverberações da Revolução Francesa.

Primeiro um apanhado das ideias políticas influentes desde a Reforma até os primórdios do Iluminismo, com destaque para as figuras de Rousseau e Thomas Paine. Em seguida, uma narrativa minuciosa das décadas de 1780 e 1790, em que se veem os traços de brutalidade da Revolução em curso.

Por fim, notas mais interrogativas que conclusivas sobre as consequências daquele movimento: será reversível a tendência à adoração ao poder que o cristianismo silenciara mas a que os últimos séculos concederam novamente espaço?

Os famosos livros de Christopher Dawson sobre história antiga e medieval comprovam que poucos eruditos estariam tão capacitados quanto ele a encarar esse problema que é crucial para a política e a cultura modernas.

 

Conclusão

O libertarianismo, como pudemos ver, é muito mais complexo do que somos levados a pensar.

Tanto em suas expressões à direita como em suas expressões à esquerda, ele faz questionamentos relevantes para o debate político atual.

Por isso, não deixe de ler as obras e os autores recomendados para aprofundar sua perspectiva política e entender melhor essa ideia que tem cativado tantas pessoas hoje em dia!

 Matéria completa em:

Libertarianismo: análise de conceitos, críticas e opiniões

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