Por Paulo Kogos
Aposto que alguém vai reclamar que citei um vídeo do You Tube e não uma tese de doutorado da UNB.
(...)
O conhecimento é encarado como algo que deve ser despejado sobre as crianças em centros de doutrinação chamados escolas e não como fruto de uma busca pessoal e voluntária de todos os momentos. É visto como um processo de condicionamento por repetição, decoreba mesmo, e não de reflexão e meditação. Sua transmissão é atravancada por manuais, legislações e caprichos pedagógicos que causam esclerose naquilo que deveria ser uma rede fluida de saberes. E este falso conhecimento que as pessoas adquirem não liberta, apenas aprisiona. Não é usado com amor para o bem da humanidade. É usado para praticar ou legitimar o mal. Para travestir de eufemismos as piores agressões contra inocentes.
É com base neste falso conhecimento que tanta gente defende a necessidade do imposto, que nada mais é do que um assalto à mão armada sistemático e em larga escala contra populações inteiras. Mais grave do que dizer que tal barbárie é necessária é tentar provar que não se trata de roubo.
É isso que Diogo Coelho tenta fazer no seu lamentável artigo "Imposto não é Roubo". Como eu disse, ando com preguiça de debater com estatistas, mas não posso deixar sem resposta essa desprezível apologia ao crime. Farei uma refutação detalhada. Os trechos do artigo de Diogo seguem em vermelho socialista, como não podia deixar de ser. Minhas respostas seguem em anárquico preto.
Liberais e libertários às vezes recorrem a analogias que pecam pela simplificação. E aquela que mais tem me incomodado é a constante referência aos impostos como roubo.
Primeiramente, devemos fazer uma distinção entre liberais e libertários. Os primeiros diferem das ideologias totalitárias apenas no que diz respeito a quanto de agressão sistemática e institucionalizada contra inocentes deve haver — ou seja, uma diferença de magnitude e não de natureza. Os libertários se opõem completamente à agressão contra inocentes e, portanto, se opõem ao estado, o maior aparato criminoso jamais concebido.
Diogo Coelho acusa os libertários de "pecar pela simplificação" ao classificar todos os impostos como roubo. A simplificação está longe de ser um pecado epistemológico. Pelo contrário. Físicos estão sempre buscando um modelo mais simplificado para explicar o Universo. Provas matemáticas mais simples são as mais elegantes. A navalha de Ockham, um princípio de sinteticidade lógica, estabelece que dentre diferentes hipóteses, aquela com menos premissas deve ser assumida, impondo àquele que defende uma hipótese menos simples o ônus de provar seu maior poder explanatório.
Diogo reconhece no seu texto que o estado é uma entidade que detém o monopólio do uso da violência em determinado território e que obriga os cidadãos, por meio da ameaça física, a entregar a ela parte do que honestamente ganharam. No que isso difere de um assalto à mão armada? Ao assumir imposto como roubo e o governo como uma quadrilha criminosa, aquilo que observamos empiricamente passa a fazer sentido: disputas para controlar o poder político, crescentes gastos governamentais com serviços públicos de qualidade cada vez pior, leis e regulações cada vez mais estúpidas e liberdades cada vez mais ameaçadas. A hipótese de que imposto é roubo é simples, elegante e possui um altíssimo poder explanatório.
À luz da navalha de Ockham, pode-se concluir que o ônus da prova recai agora sobre aqueles que defendem que imposto não é roubo, e que portanto não estão em posição de acusar os libertários de nada, muito menos de simplificação. A posição deles é no banco dos réus. E eu os acuso de tergiversação.
Continua...
fonte:
https://www.mises.org.br/blogpost/1748/imposto-e-roubo-estado-e-quadrilha-e-outras-consideracoes
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