quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Ocultisno e Nazismo - de Blavatsky a Himmler

 

O Ocultismo no Nazismo

André Almeida

O Ocultismo no Nazismo – O mundo sabe como terminou o 3º Reich, mas poucos sabem como começou.

Muito antes de Hitler nascer havia uma nova onda de espiritualismo. Místicos, hoje esquecidos pela história, evocavam visões de uma Raça Superior e previam perigo por parte das demais raças.

Por isso, fanáticos do ocultismo reescreveram a história e inventaram uma nova ciência. Quando Hitler tomou o poder, o ocultismo o segue até seu círculo social e político mais íntimo. Por exemplo, Rudolf Hess, era um fanático da astrologia e do ocultismo, assim como Goebbels com sua propaganda, e Himmler, o comandante das SS, que acreditava ser a reencarnação de um antigo rei.

Ocultismo no Nazismo – O Início de Tudo

Vemos agora uma história da Primeira Guerra Mundial: 28 de setembro de 1918, próximo à aldeia francesa de Marcoign, Henry Tandey se torna o soldado britânico mais condecorado da guerra. Durante a batalha Tandey elimina diversos inimigos, até que se depara com um Cabo de origem austríaca que estava pronto a aceitar seu destino sob a mira do soldado britânico, porém, Tandey vê naquele Cabo nada mais que um indivíduo desesperado e o deixa ir, recusando-se a matá-lo.

Henry Tandey

Tandey soube depois que aquele Cabo estava no 16º Regimento da Reserva Bávara e seu nome era Adolf Hitler. O próprio Hitler é a fonte desta história, de acordo com Peter Levenda – escritor de obras sobre a história do ocultismo e especialista em história nazista, com títulos ainda inéditos no Brasil. Lavenda prossegue: Havia um quadro da batalha confeccionando por um pintor italiano ocupando uma das paredes da biblioteca de Hitler em Berchtesgaden, seu lugar de retiro na Áustria. Numa visita a Hitler, Neville Chamberlain, perguntou por que teria o líder Alemão um quadro de uma vitória aliada desta batalha na França e Hitler respondeu, “porque este homem me salvou a vida”.

Alguns historiadores afirmam que Hitler jamais lutou nesta batalha, mas se ele enfrentou Tandey ou não, é irrelevante, pois Adolf usava estas histórias para demonstrar que estava destinado a algum propósito maior. Deste modo, Hitler convenceria uma nação inteira de que somente ele poderia levá-la à glória.

O Ocultismo no Nazismo – O propósito

Os nazistas lançaram um plano disparatado para refazer o mundo. A visão da supremacia alemã concebida e seus seguidores emergiram de uma poção tóxica. Entre seus ingredientes, história falsa, pseudociência, mentiras étnicas e a lenda de uma Raça Superior, com um amuleto de boa sorte convertido em um símbolo de ódio. Alguns se perguntam se o nazismo teve algum ingrediente secreto, um ingrediente que não aparece na História: o Ocultismo.

Heinrich Himmler

Um dos principais fiéis ao ocultismo era um granjeiro que se tornou comandante das SS, Heinrich Himmler. Encarregado de cumprir a Solução Final para limpar a Europa, a missão nazi evoca doutrinas impregnadas de ocultismo.

Por que estas doutrinas esotéricas eram importantes para Hitler? O que é que o ocultismo nos permite fazer? Permite-nos tomar o sobrenatural como fonte da mais alta autoridade, em um reino que não está regulado pela Igreja, já que a mensagem universal de salvação do Cristianismo não será válida se estiver investindo numa missão genocida.

O Ocultismo no Nazismo – Helena Blavatsky

Um ano antes do nascimento de Hitler, uma das doutrinas ocultistas que seria precursora do nazismo foi descrita para todo o mundo em um lugar improvável, por um escritor improvável. Vivendo em Londres, uma aristocrata russa tornou-se uma autora de sucesso, chamada de Madame Helena Blavatsky.

Blavatsky, em mais de 1000 páginas, reescreveu a história do mundo, da Criação ao presente. E de onde vieram suas histórias, senão de fontes pouco convencionais, como astrologia babilônica, hieroglíficos egípcios e uma mistura de ideias ocultistas.

A boa notícia neste tipo de informação, é que nela há todo um poder de uma civilização perdida e as pessoas que controlavam e regulavam o uso desta informações já não estão mais presentes. Deste modo, tais informações, podem significar tudo o que você precise que isto signifique.

E sendo assim… Blavatski garante que gigantes do continente perdido de Atlântida, produziu uma raça superior, os arianos. O livro de Blavatski é misticismo mascarado de história, mas vende. Escolher um momento é crucial, e um livro, que contestou a versão oficial da história vem na hora certa.

Helena  Blavatsky

Durante quase 2000 anos, a Bíblia foi a verdade incontestável, então Darwin desafia as mesmas origens da história, e as recentes provas da evolução fazem que a fé das pessoas esmoreça.

O final do século XIX foi o apogeu de um novo tipo de religião: o espiritualismo. Baseado na crença de que os vivos podiam contatar com os mortos, o espiritualismo não era uma coisa marginal. Quando Hitler nasceu, havia uma nova onda de espiritualismo. Uma onda de leitores de mãos e astrologia, de Tarô e sessões de espiritismo. Com crentes desde Mary Lincoln a Sir Arthur Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes. P

ara uma plateia sedenta por novas respostas, a obra ocultista de Blavatski era como um banquete. Blavatski era importante por sua teatralidade, porque as tradições ocultistas eram por natureza práticas secretas para uma elite, mas esta era contada para todo mundo.

Um escritor e ocultista austríaco chamado Guido Von Liszt toma a ideia de Blavatski de uma raça ariana, assim, apodera-se dela e a germaniza. A Raça Superior passa a identificar-se especificamente com uma espécie de destino racial alemão.

Blavatski reescreveu a história, Liszt reescreveu a geografia. Transplantou as origens dos Arianos desde a Pérsia ao norte da Europa.  Imagina-se uma raça superior de gente loira e olhos azuis, agora, esse grande povo é deslocado para o norte. Quem é agora a autêntica expressão do arianismo? O povo nórdico.

Para validar sua teoria, Von Liszt busca uma ligação entre os míticos ários e os alemães modernos e ele acredita ter encontrado uma: um alfabeto germânico extinto chamado “Rúnico”. E num jogo no qual quanto maior a antiguidade, maior a autoridade, as Letras Rúnicas permitiram aos alemães a entrada nesse jogo.

Alfabeto Rúnico

O Ocultismo no Nazismo – Jörg Lanz von Liebenfels e Ostara

Blavatski descreveu a raça de super-homens. Von Liszt os fez alemães. Mas ainda faltava algo, afinal, o que é um super-homem sem um inimigo mortal? E esse inimigo foi descrito por um ex-monge austríaco chamado Jörg Lanz von Liebenfels. Em sua abadia encontrou uma imagem numa laje, que mostrava um nobre esmagando um monstro com seu pé. Lanz ficou convencido de que, toda a história poderia ser explicada em termos de raças nobres com a necessidade de reprimir e de conquistar as raças menores, inferiores, e potencialmente demoníacas.

Jörg Lanz von Liebenfels

Após deixar a abadia, Von Liebenfels começa a publicar uma revista cujo título honrava uma deusa alemã da primavera, Ostara.

Von Liebenfels adverte que a super-raça ariana deve defender-se contra o que denomina, raças inferiores, entre elas, os judeus. É fonte de poluição racial que mediante seu insidioso cruzamento com as raças superiores, estão destruindo a raça por dentro.

“Não tem por que tomar as armas contra vocês, sua arma é sua própria existência”.

Estava ele descrevendo a mestiçagem das raças. Advogando por um programa de purificação racial com base em suas ideias ocultistas.

A solução de Von Liebenfels: exterminação mediante a esterilização e castração.

E suficientes leitores estão de acordo para que Ostara continue circulando em Viena, tendo entre seus leitores um jovem sem raízes, sem passado e com um futuro incerto. Um artista sem sucesso, sem abrigo e desamparado, chamado Adolf Hitler.

Testemunhas oculares lembram que Hitler tinha uma coleção de volumes de Ostara. Von Liebenfels alegou que um jovem Adolf certa vez visitou o seu escritório. Em Hitler, o sonho de Von Liebenfels de um mundo purgado de raças inferiores encontra uma mente fértil.

Um exemplar da Revista Ostara

Ocultismo no Nazismo – Adolf Hitler

Um amigo de Hitler na infância, August Kubizek, escreveu um livro sobre ele, chamado The Young Hitler I Knew, afirmou que mesmo quando criança, Hitler expressava sentimentos antissemitas. Este não era um sentimento que surgiu do nada, mas que era turbinado pelo ambiente em que eles viveram.

Hitler recorda em sua autobiografia política “Mein Kampf”, que deixou Viena com os fundamentos de sua visão do mundo firmemente assentados. E parece absolutamente incontestável que estes fundamentos tão firmes, incluíam uma visão das raças do mundo baseadas em algum tipo de distinção absoluta entre as raças de loiros e de pele clara, e as raças escuras, inferiores e ameaçadoras que acaba se identificando nos judeus, ciganos e outras raças.

Em 1913, Hitler realiza o sonho de toda uma vida. Ele abandona o emaranhado étnico que era a Áustria e se muda para a Alemanha. Para ele, uma terra de pureza racial.

Quando estoura a Primeira Guerra Mundial em 1914, Hitler se alista pela Alemanha. Hitler tinha levado uma vida de escuridão, ociosa e desorientada, antes da guerra e, em grande medida, ele sentia que de algum modo ganharia filiação espiritual pertencendo à nação alemã através do serviço militar.

Hitler no Exército, durante a Primeira Guerra Mundial

Nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, milhões de soldados assustados escrevem poemas e cartas a suas esposas e namoradas. Não Adolf Hitler.

Num poema curto e de influência ocultista, desenha símbolos mágicos feitos pela lua que segunda a crença ocultista, deixaria seus inimigos indefesos. Hitler escreve poesia em honra dos deuses Alemães, os deuses Teutões, que conheceu através de Von Liebenfels, Von Liszt, e de toda a atmosfera pagã, esotérica e ocultista de Viena naqueles dias. É um poema muito curioso.

Ele oferece um momento para refletir sobre o estado mental que Hitler poderia ter sido encontrado naquele momento. Seu estado mental poderia ter estado alterado pela constante ameaça de morte.

Anos depois, Hitler contava a história de como se livrou por muito pouco enquanto jantava com seus camaradas nas trincheiras. De repente, uma voz parecia dizer-me: “- Levante-se e vá até lá”.

Foi tão claro e insistente que automaticamente obedeci, como se tivesse sido uma ordem militar. Mal acabara de fazê-lo, um flash e um barulho ensurdecedor me chegaram de uma parte da trincheira que acabara de deixar. Uma bomba explodiu sobre o grupo com o qual havia estado sentado e todos eles morreram.

Hitler sempre sentiu que era destinado para algo especial. Mas era somente uma sensação persistente que não havia sido justificada pela experiência. De repente, na guerra se encontrou sendo salvo de uma morte certa em mais de uma ocasião e estes episódios de salvação reforçaram em sua mente que estava sendo salvo para algum propósito elevado. Nos últimos dias da Primeira Guerra Hitler foi ferido e recuperava-se quando lhe chega uma notícia que causa dor como se fosse uma segunda ferida: A Alemanha se rendeu.

A derrota foi tão chocante que os alemães criam um mito para explicá-la, “Dolchstosslegende”. Dolchstosslegende é a lenda da punhalada pelas costas, que a Alemanha ganharia a guerra, e que tudo estava indo bem. Acreditando que tinham perdido não só por terem sido derrotados na batalha, mas porque alguém os esfaqueou quando não estávamos olhando. E quem empunhou a faca? Socialistas e aquele arqui-inimigo da doutrina ocultista ariana: os judeus.

Emblema da Sociedade Thule

Pouco tempo depois, um grupo de antissemitas formou uma associação exclusiva dirigida para Thule, a lendária pátria dos Arianos. Seus membros debatem sobre política, ocultismo e os judeus. A Sociedade Thule se torna no berço do partido Nazi.

Em 1919, um membro da Thule forma o prelúdio para o partido nazi, o Partido Alemão dos Trabalhadores. Uma reunião se converte em uma encruzilhada do destino.

Hitler, ainda cabo do exército foi destinado a espionar o novo partido, porém, o tiro sai pela culatra e ele gosta do que ouve nesta reunião.

É uma mistura estranha de ideias sobre um espírito animado alemão, algo de antissemitismo, um pouco de anticapitalismo incluído, uma mistura caseira de ideias. Hitler deixa de ser um espião e acredita que este é o laboratório perfeito para experimentar política e socialmente com as ideias que tem para uma Alemanha maior.

Adolf Hitler, o espião do exército, passa a ser o membro do Partido Alemão dos Trabalhadores nº 555. A maior parte dos seus membros não é mais que agitadores de ultradireita incapazes de reintegrar-se a sociedade civil.

A guerra é eterna para eles, e estão determinados a superar a vergonha, a humilhação e reconstruir o que creem que é a verdadeira Alemanha que havia sido subvertida pela “punhalada nas costas”.

Pouco depois de Hitler se unir ao grupo, este passa a chamar-se Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores, (em alemão Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei) também conhecido como Nazi.

Dietrich Eckart

Entre seus líderes, estava Dietrich Eckart, um jornalista ocultista. Eckart se converte no guru espiritual do partido Nazi. Passa a cuidar de Hitler e a prepará-lo para o poder. Hitler estava literalmente encharcando-se de antissemitismo sob a influência de Dietrich Eckart. Foi o mentor de Hitler. Foi a pessoa que mais influenciou Hitler nesta etapa tão crucial de seu desenvolvimento.

Eckart estava decidido a cultivar esta noção messiânica em Hitler porque ele mesmo acreditava que, pensando politicamente, precisava de um instrumento poderoso, um raio.

Dietrich Eckart morreu de um ataque do coração em 1923. Em seu leito de morte, supostamente disse a Hitler: “Hitler dançará, mas serei eu quem tocará a música. Não chorem por mim porque terei influenciado a história mais que qualquer outro alemão”.

Assim, Eckart tinha uma ideia muito exagerada da sua própria influência sobre Hitler, mas poderia ser muito bem justificada. O ocultista Eckart estava entre os poucos que previam a ascensão de Hitler. Outro deles foi uma astróloga popular que não tinha sequer conhecido Hitler: Elsbeth Ebertin.

Elsbeth Ebertin

Entre as entusiásticas seguidoras de Hitler em Munique, havia uma mulher que enviou a Ebertin os dados do nascimento de Hitler e pediu-lhe para fazer uma predição de seu futuro. A resposta: “Está destinado a desempenhar o papel de führer nas futuras batalhas, e a sacrificar-se pela nação alemã. E ele irá enfrentar todas as circunstâncias mesmo em questões de vida ou morte”.

A predição de Ebertin chegou aos ouvidos de Hitler no final de 1923. Hitler tinha sentimentos mistos sobre isso. Hitler não queria acreditar que as estrelas controlavam seu destino. Como alguém que queria controle absoluto sobre a Alemanha, sobre sua vida e sobre o mundo, por certo, Hitler não queria acreditar que havia outras forças que podiam ter maior poder que ele mesmo.

A oportunidade de Hitler de chegar ao poder surge do caos da derrota na Primeira Guerra Mundial. Alemanha devia aos aliados bilhões em indenizações de guerra. E ao Governo alemão ocorre a ideia de que, “Você quer seu dinheiro? Nós lhe daremos todo o dinheiro que devemos”.

E começam a emitir dinheiro sem nada que o respalde. Este é o período da hiperinflação, de imagens de pessoas empurrando carrinhos de mão cheios de marcos alemães até o supermercado para comprar um pão.

A economia alemã afunda para mínimos históricos. E o mesmo ocorre com a popularidade do novo governo. Hitler aproveita o momento para tomar o poder.

Com uns 600 seguidores armados, Hitler e seus comparsas irrompem um motim político numa cervejaria de Munique. Convencem o grupo a unir-se em um golpe de estado.

No dia seguinte 2000 homens marcham para derrubar o governo. E se convencem de que esse é o momento, de que é o momento de atuar. Porém a marcha acabou mais parecendo uma briga de bêbados do que qualquer outra coisa. Fato que provocou a prisão de Hitler. A ele se junta no cárcere Rudolf Hess, que um dia se tornaria seu braço direito, o vice-führer.

Durante o tempo na prisão, Hitler escreve “Mein Kampf”, um guia de seu Terceiro Reich, inspirado nas crenças racistas de seus mentores ocultistas. O livro é praticamente ignorado. Hitler dedica seu livro a seu falecido mentor, Dietrich Eckart.

Em dezembro de 1924, após nove meses na prisão, Adolf Hitler é posto em liberdade, voltando imediatamente a organizar o partido Nazi. Nesse momento, o partido é só mais um entre vários partidos que propagavam certas ideias sobre uma mítica raça ariana, A teoria da punhalada nas costas que coloca os judeus como o princípio mau por trás da derrota.

A vergonhosa derrota da Primeira Guerra Mundial. Com seu orgulho ferido e seu exército derrotado, os alemães olham para seus líderes em busca de esperança. Mas alguns se conformam com o ódio.

Antes de 1928, o Partido Nazi ainda é pequeno, 100.000 membros liderados por Hitler. Mas isso muda rapidamente. É realmente com a grande depressão, a catástrofe econômica, e o desemprego generalizado, que os nazistas finalmente conseguem ter o rico campo de recrutamento que sempre haviam desejado. Eleitores desesperados se agarram a mensagem nazi. As eleições de 1930 estabelecem aos nazistas um partido importante.

E em seguida, uma desgraça particular e um contratempo público. No mês de novembro de 1932, a amante de Hitler, a jovem de 20 anos, Eva Braun, tenta suicidar-se. Nessa mesma semana, os nazis de Hitler perdem assentos no Reichstag, o congresso alemão.

Tudo estava dando errado. Há casos documentados de Hitler perdendo o controle, pondo-se a chorar. Este era um momento no qual ele acreditava que tudo estava perdido, apesar de ter chegado tão perto do poder. O próprio Hitler fala em suicídio.

Erik Jan Hanussen ao lado de Hitler

Aí, está documentado que Hitler conhece o famoso astrólogo Erik Jan Hanussen. Hanussen faz uma predição improvável. “Em 30 dias, uma mudança decisiva. Talvez, até mesmo o poder”. Mas, isto é impossível, em dezembro de 1932, Hitler não teve nenhuma esperança de alcançar este tipo de poder. Hanussen sugere algo que lhe ajudará a realizar seu objetivo: Um amuleto de boa sorte.

Hanussen fala para Hitler que ele deve voltar a sua cidade natal e encontrar uma raiz de mandrágora. A mandrágora é uma raiz com forma humana que segundo os ocultistas europeus possuía poderosas propriedades medicinais. Segundo o autor Peter Levenda, Hitler pediu a Hanussen que encontrasse a raiz.

Hanussen viaja a cidade natal de Hitler e encontra a mandrágora escavando no jardim de um açougueiro. No dia de ano novo de 1933, Hanussen entrega o amuleto a Hitler. Segundo o Professor Nicholas Goodrick-Clarke, esta é a mandrágora de Hitler.

O fato de Hitler receber um objeto semelhante ou até mesmo estar disposto a aceitá-lo sugere uma notável suscetibilidade à superstição e ao ocultismo nesse momento. Este jornal de Viena mostra Hitler com a mandrágora.

Em um cordão no seu pescoço havia uma cápsula e nesta havia alguns versos que Hanussen havia supostamente escrito descrevendo um vínculo entre ele, a mandrágora e Hitler. Os versos diziam que Hitler teria poder ilimitado e boa sorte, caso mantivesse fiel o vínculo entre os três. A sorte de Hitler, então, mudava.

O Nazismo e o Ocultismo – Em 30 dias, após uma série de negociações políticas nos bastidores, Hitler se torna, de repente, Chanceler da Alemanha no dia 30 de Janeiro de 1933. A predição de Hanussen, uma predição impossivelmente otimista, se torna realidade. Se Hanussen leu o futuro ou teve informação privilegiada, ninguém pode dizer.

Então, no dia 26 de fevereiro, em uma sessão espírita guiada por Hanussen, afirma ter outra visão: um grande edifício em chamas. No dia seguinte, o Reichstag, o edifício do parlamento, arde em chamas.

Alguns se perguntam quem ateou o fogo, mas não questões sobre quem se beneficiou: os Nazis. Com o incêndio do Reichstag, começam a aprovar uma série de decretos que lhes dão cada vez mais meios legais para perseguir as pessoas que consideravam inimigos, e mantê-los encarcerados na prisão, sem acusações.

Quase um ano e meio após o incêndio, o Presidente Paul von Hindenburg morre. Os aliados de Hitler aprovam a lei que o nomeia chefe de estado, líder do exército e senhor da Alemanha. Uma vez no comando, os nazistas consolidam o seu poder e eliminam os seus rivais. Entre as vítimas estão astrólogos, místicos e ocultistas que haviam ajudado a Hitler em sua ascensão ao poder.

Em 1933, o livro “Antes da chegada de Hitler”, revela suas conexões ocultistas. O autor do livro é um dos fundadores da Sociedade Thule e devoto ocultista, o Barão Rudolf von Sebottendorf. O Barão alega que ele e outros membros de sua sociedade secreta inspiraram o antissemitismo e o arianismo de Hitler e toda sua visão.

Hitler se sentiu demasiadamente ofendido por isso, já que ele via a si mesmo como o Messias, alguém que não reconhece precursores, nem inspiradores. Sebottendorf é exilado da Alemanha. Poucos leem suas revelações.

No dia 30 de junho de 1934, os nazis marcam quase 200 pessoas para a morte, incluindo o ocultista Hanussen. Acontecimento que é conhecido como a “Nacht der langen Messer” – A Noite das Facas Longas.

Hitler tinha certo ceticismo sobre o poder do oculto, mas, tinha verdadeiros crentes em seu círculo mais íntimo, como o vice-führer Rudolf Hess.

Rudolf Hess

Alguns afirmam que as crenças ocultistas desencadearam um ato desesperado nos primeiros anos da Segunda Guerra Mundial. Em junho de 1941, Hitler invade a União Soviética. No mês anterior, é lançada uma estranha missão desconhecida por Hitler. Rudolf Hess voa para a Inglaterra para negociar a paz. De acordo com Peter Levenda, o momento da missão foi determinado pelas estrelas.

O voo de Hess para a Inglaterra ocorreu num dia astrologicamente significativo, um dia de uma importante conjunção de planetas. Esse dia foi escolhido pelos astrólogos ao redor dele. Hitler considerou a missão de Hess como uma desgraça e condenou publicamente o ocultismo do vice-führer e o uso de um astrólogo.

Enquanto a guerra continuava, Hitler continuava a perseguir aqueles que ele considerava inimigos. Entre estes, comunistas, ciganos, judeus e ocultistas. Adolf Hitler denunciava o ocultismo, mas em seu próprio círculo mais íntimo ainda continha fanáticos ocultistas. Goebbels e Himmler, comandante das SS, são outros exemplos.

As SS eram realmente os instrumentos desta visão ocultista sustentada por Himmler, sem as quais não haveria existido nem a coordenação nem o ímpeto para realizar o Holocausto, para fazer realidade a visão nacional socialista.

Henrique I

O poder de Himmler era absoluto, e ao mesmo tempo ele mantinha uma série notável de interesses ocultistas privados. Acreditava que era a reencarnação de um dos primeiros imperadores medievais alemães, Henrique I, “O Passarinheiro”, e organizava celebrações místicas de aniversário ao redor de sua tumba na Catedral de Quedlingburg. Himmler estava tão fascinado pelo Zodíaco que certa vez contratou um astrólogo.

Emblema Ahnenerbe

Himmler largamente encarnava o espiritualismo do final do Século XIX. Para demonstrar a superioridade do povo alemão sobre os demais, Himmler fundou a “Ahnenerbe”, um instituto de investigação sobre a hereditariedade ancestral.

Mediante falsa ciência, a Ahnenerbe tentou provar a superioridade da raça ariana. Tentou provar não só raízes ancestrais dos chamados povos arios germânicos, mas também suas raízes psíquicas e espirituais. Himmler usou a Ahnenerbe para inventar uma ciência que respalde suas crenças.

Os recrutados pelas SS deviam demonstrar pureza racial. Os cientistas e investigadores da Ahnenerbe propagaram seus duvidosos descobrimentos entre os soldados das SS e o público.

O Arianismo era a verdadeira fé aos olhos de Himmler, e quando ainda lhe faltava uma Meca, ordenou a construção de uma, no Castelo de Wewelsburg na Westfalia. Um velho castelo que havia sido utilizado por algum tempo para interrogar “as bruxas” durante a Inquisição. Localizado próximo de um número de lugares santos e santuários pagãos na Alemanha. O “Reich de Mil Anos” teria o Castelo de Wewelsburg como seu Vaticano.

Segundo Peter Levenda, Himmler transformou Wewelsburg em uma versão ocultista de Camelot. Foi concebido de acordo com a ideia do Rei Arthur, os doze Cavaleiros da Távola Redonda e o Castelo do Graal.

Os doze cavaleiros, seus doze membros a maior parte da classe dos SS, se sentavam ali em contemplação e meditação silenciosa. A torre norte abrigava uma sala de pedra chamada a “Obergruppenführersaal” a “Sala dos Generais”.

No piso da estadia Himmler dispôs uma versão estilizada da suástica em forma de roda solar adornada com SS em letras rúnicas de vitória. Sob o solo, segundo o guardião do castelo, estava o reino dos mortos. Ao redor das muralhas, estes pedestais poderiam muito bem ter contido as urnas com as cinzas dos generais que haviam morrido em combate.

O Sol Negro

Um dos conselheiros mais próximos de Himmler em ocultismo foi Karl Maria Wiligut. Veterano da Primeira Guerra Mundial e importante general das SS, Wiligut era um ávido estudioso das runas. As runas se supunha que não era só um alfabeto, mas que também tinham poderes mágicos. Estavam gravadas e inscritas na forma de orações e preces. Convenceu Himmler de que tinha uma conexão psíquica com alemães ancestrais de 2000 anos atrás.

Wiligut é o sumo sacerdote das SS. Influencia muitos dos rituais que tem lugar no castelo.

Karl Maria WiligutAnel Secreto SS

Foi Wiligut que concebeu os anéis secretos das SS, além disso: raramente vista em público, uma cadeira decorada com símbolos rúnicos, alguns dizem que foi feita como um trono para o próprio Himmler. Um testamento de sua fé na magia das runas.

Quanto é que sabia o Führer da obsessão de Himmler com o ocultismo? Alguns especialistas na história nazista sugerem que Hitler e Himmler tinham um acordo tácito: “Não pergunto, não me conte”.

Enquanto o leal Heinrich faz o trabalho que lhe foi atribuído, quer pelo assassinato em massa, proteger Hitler ou criar tropas de combate de elite, o que faz em suas paixões privadas é assunto seu. Himmler serve a Hitler fielmente.

Um ramo da SS Himmler torna-se um exército dentro de outro exército, as Waffen SS, tristemente notórios pela sua brutalidade no combate. Outro ramo realiza a “Solução Final”, o assassinato de judeus. Himmler dirige os campos de concentração nazistas.

Os campos exploram os presos, fazendo-os trabalhar como escravos e são também uma ferramenta para o massacre de judeus e outros povos.

Acredita-se que os nazistas tenham matado aproximadamente seis milhões de judeus, e entre 9 e 10 milhões de integrantes de outros povos. Nunca saberemos cifras exatas.

Além disso, realizaram horríveis experimentos em seres humanos em Auschwitz, Dachau e outros lugares, todos com o patrocínio das SS, alguns deles patrocinados pela Ahnenerbe. Alguns dos mais horrendos experimentos foram realizados por cientistas que trabalhavam para a divisão de investigação ocultista de Himmler.

Adolf Hitler sonhava eliminar um povo inteiro e o engenheiro do Holocausto, Heinrich Himmler, sonhava criar um novo povo. O objetivo de Himmler: restaurar a linha sanguínea dos super-homens arios.

Himmler era de um ramo do espiritualismo, o racismo; como queira chamá-lo, que acreditava que os povos arios se formavam mediante o conflito. Que o conflito formava uma raça mais forte. E que esta raça podia promover-se fazendo que os arios se reproduzissem cuidadosamente.

Crianças do Programa Lebensborn

Os nazistas lançaram também um programa de reprodução ariana, chamado “Lebensborn”, “fonte da vida” em alemão. O movimento Lebensborn era uma tentativa de promover a chamada raça ariana pura. Meninas de organizações nazistas foram recrutadas para conceber filhos fora do matrimônio com homens das SS.

Eles deram o seu proverbial “aventura de uma noite juntos”, e as meninas que ficaram grávidas em seguida, foram atendidas, cuidadas e servidas durante a gravidez e os bebês também seriam servidos e atendidos.

O programa Lebensborn também ajudava a viúvas de guerra de alemães de sangue puro e evitava abortos por parte de mães solteiras. Estima-se que o programa tenha produzido uns 20.000 bebês. Futuros “super-homens e supermulheres”.

É curioso como experimentos e estudos posteriores mostraram que estas crianças, em vez de ser de um intelecto superior, não eram mais que indivíduos comuns. O mito da Raça Superior foi destruído pela derrota alemã. O Reich dos Mil Anos durou somente doze.

A obsessão de Hitler com a raça realmente contribuiu para enfraquecer o Terceiro Reich. A grande prioridade era a guerra contra os judeus, a ponto de estar preparado para desviar trens destinados a levar soldados alemães de ida e volta à frente, com o propósito de levar judeus aos campos da morte.

Ganhar a guerra não era tão importante para ele como eliminar os judeus. E se entende como Hitler, que se dizia um Messias, que viera para reconstituir a pureza de sua raça, teria que derrotar essa corrupção viral. O Holocausto era o resultado lógico das convicções ocultas de Hitler.

O Führer acreditava na pureza racial, na eugenia. A pureza teve que ser resgatada na raça alemã. Essa era uma necessidade ocultista, uma necessidade espiritual.

Nos últimos dias do Reich, incluindo Hitler, quem pôde se refugiou no ocultismo. Nesse momento se teria agarrado a um prego no fogo. Goebbels lhe havia dito que “os astrólogos previram que, de alguma forma, a Alemanha iria se salvar.” Se equivocavam.

Os inimigos de Hitler se aproximavam. Os soviéticos pela porta da frente e os estadunidenses pela de trás. O messias nazista não pode nem sequer salvar-se a si mesmo. No interior do bunker do Führer, na tarde de 30 de abril de 1945, Hitler e sua nova esposa, Eva Braun, se suicidam.

O que havia conseguido estabelecer, o que acreditava que era um organismo vivente, seu Terceiro Reich, chegava ao seu fim. Tudo veio abaixo e ele caiu com sua criação.

Poderiam as cinzas do Terceiro Reich guardar uma chave final da ligação do nazismo com o ocultismo? Pois, Hitler, chegou ao poder na noite de 30 para 31 de janeiro, dia de uma festa pagã, um dos oito sábados pagãos. Suicidou-se num outro sábado: 30 de abril, Chamado “Beltane”, ou em alguns casos “Walpurgisnacht” na Alemanha. Walpurgisnacht é a noite em que se reúne as bruxas.

Então Hitler escolheu este dia, deliberadamente ou inconscientemente, mas foi escolhido como um termo apropriado para encobrir um império que tinha começado em uma festa pagã. E terminou em outra festa pagã.

Por coincidência, na morte de Hitler há outro vínculo com o ocultismo. Doze anos antes, o astrólogo Erik Jan Hanussen afirmou que uma raiz mágica de mandrágora levaria Hitler ao poder. O astrólogo também afirmou que a raiz era um vínculo entre Hitler e ele mesmo.

Na noite das Facas Longas o vínculo com Hitler se rompeu quando Hanussen foi assassinado. Foi dito repetido vezes que se o vínculo se mantivesse tudo iria bem para Hitler. Mas se rompesse tudo acabaria em chamas em 12 anos, e esse é exatamente o tempo que sobreviveu o Terceiro Reich. O vínculo foi quebrado.

Três semanas depois do suicídio de Hitler outro vínculo se rompeu outra conexão entre o ocultismo e os nazistas. Preso pelos britânicos, Heinrich Himmler engoliu uma pílula de cianureto. O homem que acreditava ter sido uma vez um rei foi capturado trajando o uniforme de um soldado raso.

Himmler Morto

A Conspiração Nazista – Documentário Discovery

Ilustrando os textos anteriores vemos um documentário sobre a história das origens do Nazismo:

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Informações extras referentes ao artigo Ocultismo no Nazismo

Henry Tandey – O soldado que supostamente não atirou em Hitler durante a Primeira Guerra.

Ao lado temos o quadro o qual estava na biblioteca de Adolf Hitler no momento da visita do primeiro-ministro inglês, Neville Chamberlain.
Um fato que ainda se especula sendo ou não verdade que o soldado enfrentou Hitler.

Peter Levenda – Pesquisador da  história do ocultismo e de história nazista.

O escritor é uma das autoridades em história do ocultismo e autor de vários livros sobre o tema. Inclusive a obra que deu origem a boa parte dos textos apresentado nesse conjunto de artigos.

Helena Blavatsky – Autora do livro que teria influenciado as teorias nazistas.

Helena era uma ocultista fervorosa, e seu livro “Ísis sem Véu”, reconta a história buscando mostrar as origens das ciências ocultas. Suas ideias foram um princípio para mais tarde o ex-monge Jörg Lanz von Liebenfels fundamentar um ideal de raça pura germânica.

Jörg Lanz von Liebenfels – Editor da revista Ostara que exortava que a super-raça ariana deveria aniquilar as demais raças inferiores.

Tal revista influenciara grandemente Adolf Hitler em sua juventude. Testemunhas oculares afirmaram que Hitler possuía uma coleção de exemplares da revista. E o próprio Liebenfels declarou lembrar que certa vez um jovem de nome Adolf o procurou em seu escritório.


Matéria completa em:

https://segundaguerra.org/o-ocultismo-no-nazismo/

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