terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Cristãos Perseguidos - terceira parte

Extraído do livro:
Perseguidos - porque o cristianismo
se transformou na religião mais combatida do planeta Paul Marshall, Lela Gilbert, Nina Shea ; traduzido por Emirson Justino. -- São Paulo : Mundo Cristão, 2014.

A situação atual das coisas

“Uma mulher de uns 40 anos que vivia numa cidade da província de Pyongan Norte [Coreia do Norte] foi pega com uma Bíblia em sua casa. Ela foi expulsa da própria casa. Um oficial do exército chegou e passou a viver ali. A mulher foi executada  publicamente na eira de uma fazenda.” Oficiais do governo exigiram que houvesse uma testemunha da execução, que posteriormente disse: “Tive curiosidade de saber por que ela seria executada. Alguém me disse que ela havia guardado uma Bíblia em sua casa. Os guardas amarraram a cabeça, o peito e as pernas a um poste e a mataram a tiros. Isso aconteceu em setembro de 2005”.

Outro relato em primeira mão atesta a vigilância invasiva na Coreia do Norte, que praticamente invibializa até mesmo cultos domésticos: “Com base numa denúncia, por volta de janeiro de 2005, agentes da Unidade Central de Inspeção de Atividades Antissocialistas invadiram minha casa num bairro da província de Hamgyong Norte. Como resultado da busca, encontraram uma Bíblia. Fui preso e levado a um campo de concentração para prisioneiros políticos juntamente com minha esposa e filha.

Meu filho, que estava na China, entrou na Coreia do Norte sem nada saber sobre a detenção de sua família. Mais tarde, também foi levado para o campo”.


Tal como na Coreia, assim também no Iraque. Sandy Shibib, 19 anos, como muitos outros cristãos iraquianos, enfrentou dificuldades e medo para buscar formação acadêmica. Com dedicação, ela pegava o ônibus que levava à Universidade de Mossul, onde estudava biologia. Três ônibus, operados pelo bispado católico sírio, levavam centenas de alunos, professores e funcionários a Mossul, partindo da área onde Sandy morava, no distrito predominantemente cristão de Qaraqush. Viajavam em comboio por questão de segurança e eram escoltados por dois veículos do exército iraquiano.

Em 2 de maio de 2010, sem aviso, uma explosão atingiu os ônibus. Entre dois pontos da rota diária, onde o comboio estaria em sua área mais segura, foi atingido por duas bombas atiradas do acostamento. Cerca de 160 alunos foram feridos na explosão.

“Esse é o pior ataque, pois atacaram não apenas um carro, mas todo o comboio, e isso numa área fortemente protegida pelo exército”, disse o arcebispo católico de Mossul, Georges Casmoussa. Os estudantes com ferimentos mais graves receberam tratamento em Erbil, capital da região semiautônoma curda.

Sandy morreu alguns dias depois em razão de estilhaços que feriram sua cabeça. Maha Tuma, sua colega de classe, disse: “Sendo alunos, seguíamos para a universidade, não para um campo de batalha. Não carregávamos armas. Mesmo assim, nos tornamos alvos”. A explosão fez quase mil alunos se afastarem da Universidade de Mossul, a única universidade próxima das planícies de Nínive. Muitos jamais retornaram.


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