quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Terapêutica Antiga - A Psicoterapia Ortodoxa

 Do livro PSICOTERAPIA ORTODOXA

(manual de espiritualidade ortodoxa)

por Hieroteos Vlacos, Metropolita de Naupactos



PRÓLOGO DO AUTOR

O homem contemporâneo, cansado e desencorajado pelos vários problemas que o atormentam, busca por descanso e alívio. Basicamente, está à procura da cura da sua alma, pois é principalmente aí que ele sente o problema. Ele está a entrar numa “depressão mental”. Por essa razão, as explicações psiquiátricas têm circulado amplamente nos nossos tempos. Em particular, a psicoterapia é muito difundida. Enquanto essas coisas eram quase desconhecidas antigamente, elas prevalecem, horrivelmente, agora e muitas pessoas correm para as psicoterapias para encontrar a paz e o conforto. Por isso, eu repito, o homem contemporâneo sente que necessita da cura.

Além de observar essa necessidade fundamental, noto que, a cada dia, o Cristianismo, e especialmente a Ortodoxia, que preserva a essência do Cristianismo, tem feito uso duma certa “psicoterapia”, ou melhor, que a Ortodoxia é, principalmente, uma ciência terapêutica. 

Todos os meios que ela emprega, e mesmo o seu objetivo fundamental, visam curar o homem e guiá-lo para Deus. Pois, para alcançar a comunhão com Deus e adquirir o abençoado estado de divinização, devemos, antes, ser curados. Assim, para além de quaisquer outras interpretações, a Ortodoxia consiste, basicamente, numa ciência terapêutica e num tratamento. Ela difere claramente de outros métodos psiquiátricos por não ser antropocêntrica e porque não faz o seu trabalho com a utilização de meios humanos, mas sim com a ajuda e a energia da graça divina, essencialmente por intermédio da sinergia entre as vontades divina e humana.

Procurei enfatizar algumas verdades neste livro. Gostaria de apontar a essência do Cristianismo e, também, o método que ele emprega para obter a cura. O meu objetivo básico é o de ajudar o homem contemporâneo a encontrar a sua cura no seio da Igreja Ortodoxa, do mesmo modo como estamos a tentar obtê-la. Acredito estarmos todos doentes e a buscar por um médico. Todos buscamos a cura. A Igreja Ortodoxa é o hospital onde todos os enfermos e agoniados podem ser curados.

Se este livro vier a tornar-se uma ocasião para que algumas pessoas voltem-se para buscar a cura na Igreja e nos seus ensinamentos, agradecerei a Deus, que me deu a inspiração e a força para levar adiante este difícil empreendimento, pedindo-Lhe que tenha misericórdia de mim pelas minhas inúmeras fraquezas.

Edessa, 30 de setembro de 1987


Por favor colabore para a continuidade e crescimento desse trabalho de esclarecer, despertar e libertar, doe qualquer quantia para o PIX caiodilgo7@icloud.com

Comprtilhe e siga nosso blog. Que Deus te abençoe, te ilumine e te proteja!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Cap. 7 - Ecce Homo - Louis Claude de Saint-Martin

 

Do livro Ecce Homo por Louis Claude de Saint Martin, publicado pela Sociedade das Ciências Antigas






Louis-Claude-de-Saint-Martin-Ecce-Homo-Cimetiere-d-039-Ambroise-Martinisme-Papus




Capítulo VII


O Príncipe das trevas possui o poder funesto, mas verdadeiro, de apoiar suas falsas doutrinas e suas manifestações arbitrárias nos diversos testemunhos das Sagradas Escrituras. Com armas análogas, procurou seduzir o homem Reparador e todos que, à semelhança dos homens superficiais e crédulos, não se alimentam do espírito para se defenderem das ciladas da letra, mostrando-se submetidos mais à tradição do que à lei. Assim, o Príncipe das trevas desvia habilmente nosso pensamento do único ser que devemos adorar, do único ser que deve nos iniciar no seu culto, para que este culto desça sobre seres e nomes inferiores, de quem nos separamos com grande pesar, pois os frutos que nos oferecem são mais fáceis de obter e nos custam somente a adesão passiva, sem análise, orientada pelo impulso do desejo. Dessa forma, ele consegue esconder de nós o humilhante título de Ecce Homo, dizendo-nos que as obras de misericórdia do Senhor acrescentam algo ao nosso ser; anunciando-nos, com facilidade, que essas obras de misericórdia se difundem por nosso intermédio; e exaltando aos nossos olhos a grandeza de nossa santidade e o poder de nossas orações. Ele retarda, assim, qualquer ação direta e pessoal voltada verdadeiramente à nossa ressurreição. De fato, o Príncipe das trevas favorece nosso orgulho e ambiciosa sede de elevarmo-nos e resplandecermos somente através das nossas próprias forças. Ele se transforma na verdadeira e insidiosa figuração da serva capaz de exaltar o nosso amor próprio, como aquela que seguia São Paulo e não cessava de levar com sua adivinhação grandes vantagens aos seus patrões (Atos 16: 16-17 ). O Príncipe engana ainda as nações, como enganou os Judeus falando por meio de seus falsos profetas sobre a paz, quando não existia absolutamente nenhuma paz. Enfim, o Príncipe abusa da superficialidade das pessoas, servindo-se dos vários oráculos que surgem em toda parte para anunciar uma pretensa regeneração terrena considerada por muitos como certa e próxima.

Os profetas e apóstolos disseram que a hora e o Reino de Deus estavam próximos, mas o significado de tal fala se refere a uma proximidade no espaço e não no tempo, como se poderia imaginar. Por outro lado, eles não cessavam de repetir que essa hora e esse reino só seriam atingidos por quem os conquistasse com seu próprio sangue. No mais, os profetas abriam os tesouros da esperança para os homens só depois de induzi-los a enfrentar o combate com a mais firme resolução.

Dificilmente um homem conhecerá as doçuras prometidas para o reino futuro sem que tenha se precipitado no cadinho da regeneração e, assim, saído renovado. 

O Reparador, que é o próprio Reino, predicava a penitência e prometia paz às almas somente depois que tivessem obtido seu próprio jugo junto a ele. Ao contrário, os profetas modernos, que são simplesmente homens, anunciam a conquista do Reino como algo tão fácil e seguro, que parece ser possível conquistá-lo por isenção ou por uma simples solicitação. Também fazem parecer aceitável que nos apropriemos de iluminações independente do nosso completo sacrifício e do esforço de todo nosso ser.

De qualquer forma, não precisamos temer os oráculos modernos, que encontram semelhanças entre si, como uma ameaça do Príncipe das trevas. Esse, sabe que um dia chegará o reino da glória e, com perspicácia, tenta nos recordar essa verdade para adquirir credibilidade. Ao mesmo tempo, não fala sobre as lutas árduas que antes de tudo precisamos vislumbrar, o que nos impede de atingir aquele reino glorioso do qual ele mesmo nos fala.

Já não se comportava assim no tempo de Jeremias? Lamentações 2:14 : Teus profetas viram para ti vazio e aparência; não revelaram tua falta para mudar tua sorte, serviram-te oráculos vazios e de sedução. Assim, ele não governava os Judeus no tempo de Isaías? Como atestam as repreensões que Deus dirige à eles através desse profeta em 30:10 de serem como crianças que dizem aos videntes: “Não queirais ver” e aos seus profetas: “ Não procureis ter visões que nos revelem o que é reto. Dizei-nos antes coisas agradáveis , procurai ter visões ilusórias....” Não me surpreenderia se todas essas profecias fossem somente instrumentos de astúcia, adotados pelo nosso inimigo, para retardar o processo de ascensão do homem.


Embora Deus esteja perto de nós, quase todos nós estamos longe de Deus; e operar para nos reaproximarmos dele é tão fatigante, que quase ninguém consegue tomar esse caminho. Como poderia nossa fé não ser facilmente seduzida por nossa preguiça, quando algumas profecias nos mostram a regeneração sob aspectos menos terrificantes? O inimigo, que tem o objetivo único de retardar nosso caminho, certamente não deixaria de oferecer essa atraente idéia para os que já percorrem caminhos extraordinários. Ao suscitar neles uma doce esperança, ele sabe que a falsa alegria recebida antecipadamente parece dizer aos homens que obterão a verdadeira alegria sem esforço e sem o pesado rigor da privação universal, ou seja, sem o terrível mas salutar sentimento do nosso deplorável estado de Ecce Homo.

Naturalmente, é fácil o erro se enraizar na nossa frágil e necessitada humanidade. A sufragar o que sustento, noto ser necessário constatar o quanto para algumas pessoas essas promessas ilusórias animam a coragem e a atividade, para outras têm o efeito contrário. De fato, se a maior parte dos que se abandonam a essa opinião quisesse realmente fazer uma auto-análise, veria o quanto seu entusiasmo se apoia, de um lado, sobre sua preguiça interior, e de outro, sobre a secreta esperança que os tempos felizes chegarão rapidamente e suas culpas pessoais serão aliviadas pelos esforços de todos os escolhidos a se regenerar. Penso que estes seres terão a sensação de serem arrastados pela torrente geral de um grande mar, e creio que a esperança tão sedutora dessa viva felicidade irá adormecer neles a possibilidade de contemplar as duras provas e as terríveis lutas pelas quais cada indivíduo deve passar para conquistar a vitória. Quanto mais a esperança mostra a eles o fim consolador, a que todos nós temos direito de aspirar, mais os difíceis caminhos que os conduzem se ocultam e os induzem a pensar que já chegaram, ao invés de fazê-los percorrer os mais horríveis desertos e de destruir os covis mais perigosos.

Portanto, não é com o objetivo de se maravilharem que esses seres alegram-se contemplando tamanha perspectiva de prazeres, mas ao contrário, seu espírito atrai a alegria antecipadamente e sua alma sente-se como se já possuísse tal alegria.

Mas, se é verdade que podemos obter uma coroa semelhante somente pelo preço do nosso suor e do nosso sangue, é nítido que o espírito que faz tais promessas é um espírito que abusa de nós, buscando nos distrair dos verdadeiros sacrifícios que devemos cumprir. Desse modo, aliviando nossos sacrifícios e trabalhos rumo ao alto, também nos coloca em condição de ver diminuída nossa recompensa no momento de recebê-la. O espírito da sedução adotará todos os meios para criar esse efeito nos seres humanos. E quanto mais tenhamos sofrido e merecido obter nosso verdadeiro prêmio, mais ele estará encerrado e atormentado nos abismos da privação.

O reino dos mil anos citados no Apocalipse, capítulo 20, é a base na qual se apoiam todos que confiam em determinadas promessas. Essas poderiam até se revestir de uma aparência razoável, segundo o texto, se fossem interrompidas no momento certo, determinando-se limites no próprio texto.

Vi então um anjo descer do céu trazendo na mão a chave do abismo e uma grande corrente. Ele agarrou o dragão, a antiga serpente – que é o diabo Satanás – acorrentou-o por mil anos e o atirou dentro do abismo, fechando-o e lacrando-o com um selo para que não seduzisse mais as nações até que os mil anos estivessem terminados. Depois disso, ele deverá ser solto por pouco tempo. Vi então tronos, e aos que neles se sentaram foi dado poder de julgar. Vi também as vidas daqueles que foram decapitados por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus, e dos que não tinham adorado a besta, nem a sua imagem, e nem recebido a marca sobre a fronte ou na mão: eles voltaram à vida e reinaram com Cristo durante mil anos (20:1-4).

Fica claro, com base nessas palavras, que existem duas regiões distintas para que se cumpram essas diversas promessas. Uma é a Terra visível, que poderá encontrar um pouco de alívio nas suas provações e tentações, durante o período no qual a serpente será acorrentada. A segunda é a região espiritual e invisível do homem terrestre, quando serão reunidos os justos sob o seu chefe divino para julgar os mortos, que ainda não retornaram à vida e não tomaram parte na primeira ressurreição.

Devido àquele estado de alívio passageiro, que a Terra visível irá experimentar, não é necessário que os céus sejam percorridos novamente como um manto comum por que a Terra nunca será devolvida à sua pureza original. E apesar do aprisionamento do seu inimigo, o homem ainda conservará em si mesmo aspectos suficientemente negativos para que o Reino de Deus não se estabeleça por seu intermédio.

O seu alívio será alimentado, no entanto, por aquela assembléia santa e invisível que existirá ainda por mil anos nas regiões superiores àquela em que vive o homem. Por um lado, isso manterá o inimigo no abismo, e por outro, transmitirá mais diretamente aos seres terrestres os raios divinos sob os quais cada coisa será visível. Mas, ao invés dos homens aproveitarem todas essas vantagens, no seu íntimo fermentarão aspirações perversas e, assim, incitarão a cólera divina e se tornarão culpados; tornando-se incapazes, desperdiçarão ainda os últimos auxílios enviados pela misericórdia suprema. Quando o inimigo for libertado das correntes por algum tempo, fará tantas obras de devastação quanto mais os homens houverem estabelecido relações com ele.

Reinará, então, tal estado de desordem, tamanhas injustiças serão derramadas sobre a Terra, que essa conhecerá o fogo do céu enviado por Deus para operar a destruição (20:9). Vi depois um grande trono branco e aquele que nele se assenta. O céu e a terra fugiram de sua presença, sem deixar vestígios. Vi então os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono, e abriram-se livros. Também foi aberto outro livro, o da vida. Os mortos foram então julgados conforme sua conduta, a partir do que estava escrito nos livros (20: 11-12). A morte e o inferno foram jogados no tanque de fogo. Essa é a Segunda morte, o tanque de fogo. Todo aquele que não foi encontrado escrito no livro da vida, foi lançado no tanque de fogo (20: 13-15). Enfim, descerá a nova Jerusalém (21: 1-3).

Todas as tribulações que antecedem as horríveis desordens do fim dos tempos, representam somente o início dos sofrimentos (Mateus 24) e portanto não produzirão a destruição do mundo visível.

Representarão, pelo contrário, uma tentativa do amor divino em relação aos homens de, através dos flagelos enviados, persuadi-los à penitência. Em seguida, por um período de mil anos esses flagelos serão suspensos, não somente para que o homem possa trabalhar e voltar ao caminho da justiça, mas também para que perceba uma analogia entre o que já aconteceu na sua história universal e espiritual e o que acontece no plano físico da sua vida.

Antes do dilúvio, as Nações viviam em paz, os homens tomavam as mulheres e as mulheres tomavam os maridos. Embora as abominações da raça de Enoc devorassem a Terra tentassem estabelecer o reino do demônio, a cólera de Deus a destruiu. Ao final da guerra de Antioco e Pompeo, os judeus estiveram em paz durante algum tempo sob o governo de Augusto - época do nascimento do Salvador e da realização de sua missão; mas segundo os profetas, uma época em que os Sacerdotes e Doutores eram somente instrumentos de injustiça, ainda que o povo judeu estivesse a ponto de ser exterminado pelos romanos.

Segundo a ordem física, freqüentemente se nota que as dores e os sofrimentos desaparecerem alguns momentos antes da morte. Isso acontece seja por um enfraquecimento da ação do mal, seja para dar a alma a possibilidade de reconhecer e assegurar a própria sorte na penitência, através da aceitação de um sacrifício livre e voluntário. É provável também, que no momento em que as dores do doente se amenizem, instale-se sobre ele um pequeno reino dos mil anos. Ou seja, uma espécie de juízo ou de confronto entre o seu livro da vida e o seu livro da morte. Como a primeira morte particular, esse juízo tem a capacidade de trazer a imagem daquela primeira morte geral que será poderosamente pronunciada no momento do verdadeiro reino dos mil anos. Se o homem particular escapa dessa primeira morte preparatória, é provável que a segunda morte parcial – a primeira morte do Apocalipse – não tenha efeito sobre ele.

Os verdadeiros sofrimentos terão lugar quando o inimigo for libertado, devastando a Terra até a destruição, assim como no homem físico as angústias da morte o apanham e destróem depois do intervalo da suspensão momentânea. Ao invés de levarem os homens culpados ao renovamento de si próprios e ao reino da paz, esses sofrimentos os conduzem à espada do juízo final, que tem lugar somente quando as coisas visíveis e materiais são definitivamente abolidas. De resto, somente após decretado o fim do domínio da materialidade, os justos obterão a completa liberação das regiões das aparências, à semelhança do povo judeu, que saiu do Egito ao entardecer (Deuteronomio 16:6 ).



terça-feira, 7 de dezembro de 2021

TEOSOFIA SEM VÉU - parte 5


As ideias de uma raça ariana superior apareceram nos livros de Blavatsky antes de Hitler. É claro que os nazistas se utilizaram de forma própria e bem distorcida de idéias anteriores, de vários autores. Mas o arianismo era algo já bem consolidado antes dos nazistas aparecerem. E uma das defensoras era a referida autora que tinha uma visão própria do assunto. Mas o mais interessante não é tocado no artigo, pois este investiga influências gerais, sendo Blavatsky apenas uma delas, é que a visão de raças, como os arianosofistas entendiam essa palavra, já estava presente nos livros dela. Essa visão marca a história, e como sempre, a grande maioria dos historiadores, envolvidos apenas com personagens políticos e suas ações, desconhece a origem. Raça para Blavatsky não são apenas civilizações anteriores, são também relacionadas a eras e tipos humanos, quase que espécies diferentes (na verdade equivalente a outro conceito então em voga, de subespécie), sempre considerando umas superiores às outras. Ela e seus seguidores, autores inclusive respeitados hoje especialmente no meio esotérico e nova era, eram racistas em todos os sentidos da palavra. Além de afirmarem que existiam raças diferentes de seres humanos segundo suas origens e épocas, diziam (nos seus jornais internos e até em livros em alguns casos) quais eram as superiores e inferiores, e entre as inferiores estavam sempre judeus, negros, ciganos, indígenas, e outros povos, incluindo todos os que haviam-se "micigenado" com estes. Mas cabe destacar também as crenças esotéricas cientificistas (que como qualquer outro tipo de crenças não mostra comprovação, ao contrário do que dizem seus adeptos) têm um papel muito importante na ideologia e na propaganda nazista que se utiliza dos mesmos moldes dessas sociedades esotéricas para se espalhar, um ar de sabedoria superior e antiga reservada a poucos e a pessoas (ou nesse caso "raças") especiais, "evoluidas", como dizem, que sendo mais capazes devem conduzir a humanidade a algo superior. Essa mesma forma de pensar está incutida em muitas ideologias, partidos, ordens, sociedades e muitos são seus defensores, que maliciosa ou ingenuamente apenas mudam as variáveis, quando as fórmulas e objetivos são os mesmos: o controle de uns poucos sobre a maioria e a extinção de todo pensamento contrário.


A face mística do Terceiro Reich

Como os nazistas se apropriaram da suástica, um símbolo usado por hindus e budistas, e criaram a estapafúrdia "Teoria do Gelo Cósmico" - que explicaria tudo o que acontece no Universo

Por Eduardo Szklarz  
Indio San/Superinteressante

Uma das sementes do nazismo é uma corrente de pensamento que estava em voga na Áustria do século 19 – não por acaso, o lugar e o tempo em que o filho de dona Klara Pölzl e do seu Alois Hitler veio ao mundo. Estamos falando da “Ariosofia” – a “sabedoria sobre os arianos”. 

Seus líderes eram Guido von List e Jörg Lanz von Liebenfels, dois antissemitas raivosos e ultra-nacionalistas. Ambos pregavam a união de todas as populações de língua germânica da Europa, sob a liderança da Alemanha. Mas os ariosofistas tinham outras ideias também. A maior parte, completamente insanas. 

Eles evocavam uma era pré-histórica dourada, na qual sacerdotes ocultistas teriam governado sociedades compostas de super-homens. Esses líderes espirituais do passado praticariam o gnosticismo pagão, uma crença seguida por seitas heréticas que alegavam possuir a gnosis – um conhecimento esotérico especial. List gostava particularmente do conceito de dualismo dos gnósticos. Ou seja: da oposição entre luz e trevas, bem e mal, heróis e vilões, e assim por diante. Ele costumava dizer que o mundo material em que vivemos é intrinsecamente perverso e só o caminho espiritual poderia levar à salvação.

Para a Ariosofia, quem melhor sintetizava esse ideal pagão eram as tribos teutônicas, que haviam habitado o norte da Alemanha e a Escandinávia na Antiguidade. List, Lanz e outros teóricos racistas do século 19 às vezes se referiam aos teutônicos como “arianos”, “indo-europeus” e “nórdicos”. Pouco importava para eles a confusão que isso pudesse gerar na cabeça de quem os ouvia. O objetivo era um só: atribuir a um povo antigo, supostamente ligado aos alemães, a marca da superioridade racial. O ocultismo seria o único jeito de resgatar a força milenar dessa raça superior.

“Os ariosofistas diziam que uma conspiração de interesses antigermânicos, arquitetada principalmente por judeus, havia arruinado a sociedade gloriosa do passado em nome de um igualitarismo espúrio”, diz o historiador britânico Nicholas Goodrick-Clarke, uma autoridade no assunto, autor do livro The Occult Roots of Nazism (“As Raízes Ocultas do Nazismo”, inédito no Brasil). “O resultado teria sido uma decadência racial que jogou o mundo em guerras e crises econômicas. Seria preciso, portanto, recuperar os ensinamentos esotéricos e a virtude racial dos antepassados alemães a fim de criar um império pan-germânico.”

Para assumir o papel de guru do ocultismo, List se apropriou de vários símbolos ancestrais. Um deles foi a suástica, cruz que representava a boa sorte entre os antigos povos hindus e budistas. “List convenceu muita gente de que a suástica era um símbolo sagrado ariano, pois derivava do Feuerqidrl, a vassoura de fogo usada pelo deus germânico Mundelföri para criar o cosmos a partir do caos”, explica o historiador. O ocultista relacionou essa lorota ao Edda – compilação de mitos dos antigos nórdicos – e às runas – escrita nórdica usada em amuletos e rituais xamânicos. Para completar, ainda dizia ser um devoto de Wotan, o deus teutônico da guerra.

Como se vê, a Ariosofia era uma tremenda salada, que ficou ainda mais temperada ao incorporar as ideias da russa Helena Blavatsky, fundadora da Teosofia. Essa corrente filosófica misturava hinduísmo, gnosticismo, esoterismo e espiritismo com uma visão meio torta da teoria evolucionista de Charles Darwin. No fundo, o que a russa queria também era exaltar a “pureza da raça ariana”. Blavatsky criou uma sociedade teosófica nos Estados Unidos em 1875. Quatro anos depois, embarcou para uma longa temporada na Índia, onde se “aperfeiçoou” em temas como imortalidade da alma, carma e reencarnação.

O ponto alto da carreira dela foi a publicação, em 1888, do livro The Secret Doctrine (“A Doutrina Secreta”), no qual ela rastreia as origens da humanidade seguindo as pegadas de raças que teriam vivido há milhares de anos em continentes mitológicos como Atlântida, Lemuria e Hyperborea. As ideias de Blavatsky se encaixavam perfeitamente no ideário ocultista de List e Lanz. Antissemitas até a raiz do cabelo, os três acabariam se transformando em profetas de uma “nova era” de domínio alemão. E influenciando o pensamento que, mais tarde, daria origem ao nazismo. 

Clima mitológico

Os ariosofistas permaneceram à margem da vida política alemã naquele final de século 19. Mas suas ideias, segundo Goodrick-Clarke, foram absorvidas no início do século 20 por líderes nacionalistas e antissemitas. Entre eles, o barão Rudolf von Sebottendorff, fundador do movimento Reichshammerbund (“Liga do Martelo”) – o nome vinha do jornal O Martelo, que o barão começou a editar em 1902. O tabloide, naturalmente, era o seu veículo para propagandear a tese de que os judeus eram o grande problema da Europa. E que a “inferioridade” deles tinha raízes biológicas. A Liga do Martelo, na prática, era um projeto de partido político. Mas o barão também fundou uma espécie de seita, a sociedade secreta Germanenorden (Ordem Germânica), que replicava os graus de iniciação da maçonaria. Várias sedes dessa sociedade, nos mesmos moldes das lojas maçônicas, surgiram em toda a Alemanha, ajudando a disseminar os ideais tresloucados de seu criador.

Em dezembro de 1912, a Ordem Germânica já reunia 316 “irmãos” espalhados pelo país, todos monitorando atividades judaicas. O símbolo da ordem era uma suástica curva superposta com uma cruz. “Foi principalmente por influência dessa sociedade secreta e de sua sucessora, a Thule, que o emblema acabou sendo adotado pelos nazistas anos depois”, diz Goodrick-Clarke. Nos rituais, havia símbolos como o Santo Graal e trilha sonora de Richard Wagner, o compositor antissemita que exaltava os antigos teutônicos.

As reuniões da Ordem Germânica e da Thule atrairam gente que, depois, faria parte da cúpula do nazismo. Caso de Max Amann (general da SS), Dietrich Eckart (mentor de Hitler nos primeiros anos de sua carreira política), Alfred Rosenberg (teórico do Partido Nazista), Rudolf Hess (vice de Hitler em 1933) e Anton Drexler (fundador do Partido Nazista). E o mais engajado nas teses estapafúrdias era justamente o mais graúdo desses peixes: Heinrich Himmler, o número dois de Hitler.  

(...) Em 1923, pouco depois de se formar em agronomia, Himmler entrou para o Partido Nazista. Àquela altura, já tinha abandonado o catolicismo e se interessava por astrologia e mitos pagãos. Dois anos mais tarde, ingressou na SS e logo virou o chefe da seção da Bavária. Metódico, disciplinado e com um discurso convincente, teve uma carreira 
meteórica dentro da organização. 

Quanto mais alto chegava, mais se envolvia com o ocultismo. Perto de completar 27 anos, entrou para a Liga Artaman, um grupo místico que exaltava o sangue e o solo alemães. Ali, tomou contato com o Richard Walther Darré, futuro ministro da Agricultura de Hitler – outro esotérico que adorava teorizar sobre a superioridade ariana.

Em 1929, já promovido a Heichführer (a mais alta patente da SS), Himmler decidiu transformar sua tropa na elite do futuro Reich. Adotou como modelo a Ordem dos Cavaleiros Teutônicos, uma milícia alemã que havia lutado contra muçulmanos em Jerusalém e estabeleceu um reino monástico na Prússia no século 12. Só que com uma diferença: a SS não seria cristã. “Himmler considerava que o cristianismo era uma força destruidora de nações e que os cavaleiros teutônicos tinha cometido um erro fatal ao adotá-lo”, diz o historiador alemão Peter Longerich, biógrafo de Himmler.

Mas afinal: o que o chefão da SS realmente pretendia ao evocar a Ordem Teutônica? “É difícil saber”, afirma o biógrafo. “Seus pronunciamentos sobre os teutônicos e a Idade das Trevas eram muito vagos.” Tudo indica que a intenção de Himmler era usar a ordem mais como propaganda do que qualquer outra coisa. (...)

Quem mais exerceu influência sobre Himmler, pelo menos no que se refere a ocultismo, foi Karl Maria Wiligut, um ex-militar austríaco travestido de bruxo que alegava ser descendente do deus nórdico Thor. A doutrina dele era uma espécie de Ariosofia recauchutada, que situava o passado alemão num enredo de ficção científica barata. “A cronologia de Wiligut começava em 228 mil a.C., quando haveria 3 sóis no céu e a Terra seria povoada por gigantes, anões e outros seres mitológicos”, diz Goodrick-Clarke. 

Wiligut ingressou na SS em 1933, usando o codinome Karl Maria Weisthor, e, graças a todo esse “conhecimento” antropológico e astronômico sobre  assumiu um posto no governo nazi: o de chefe do Departamento de Pré-História. O cargo era meramente decorativo, criado sob medida para o mago. Wiligut também incutiu em Himmler a ideia de que o Tibet havia sido refúgio de uma civilização avançada – provavelmente a mesma que antes havia morado no continente perdido de Atlântida. Tinha também a “Teoria do Gelo Cósmico”, segundo a qual tudo que acontece no Universo é determinado pelo antagonismo entre sóis e planetas de gelo. Isso explicaria todas as catástrofes globais do mundo moderno. 

Os cientistas alemães, naturalmente, riam de tudo isso. Uma nação que havia produzido Johannes Kepler, talvez o maior astrônomo da história, agora tinha de engolir um charlatão que falava em “três sóis” e no “poder do gelo espacial”. Mas quem tinha as metralhadoras da SS a um pio de distância era Himmler. (...)

Nos devaneios do líder da SS, ainda havia lugar para os cátaros, uma seita herege perseguida pela Inquisição medieval. “Os cátaros eram dualistas, pregavam a oposição entre um deus mau e um deus bom”, diz Baker. “O mau era Jeová, deus dos judeus no Velho Testamento, e isso agradava a Himmler”. Otto Rahn, o maior “especialista” em cátaros da SS, jurava que a seita havia guardado o Santo Graal nos Pirineus franceses. Himmler, é claro, acreditava na história.

Hoje, nenhum historiador questiona o fato de que Heinrich Himmler era mesmo um sujeito profundamente interessado em ocultismo. O que ainda se discute é até que ponto ele teria se envolvido com isso. O historiador Peter Longerich arrisca uma teoria interessante. Para ele, a mitologia germânica, reforçada por todo tipo de “ideias ocultas”, tornou-se uma espécie de religião substituta para Himmler. 

Pois é: apesar de muita gente considerá-lo a própria encarnação do demônio, Hitler não dava a menor bola para misticismos. Nas conversas informais, ele frequentemente ridicularizava o fascínio de Himmler pelo oculto. 

Mas o fato é que ele levou o mito da superioridade ariana e a paranoia antssemítica muito a sério. E as consequências foram bem mais reais do que as teorias estapafúrdias que vimos aqui.

Hitler e o cristianismo

Se, por um lado, o nazismo tinha uma face mística, por outro era radicalmente anticlerical. Mas o que isso significava na prática? “Heinrich Himmler almejava a destruição do cristianismo e a criação de uma nova religião germânica, baseada nas crenças dos antigos teutônicos”, diz o historiador Martin Ruehl. “Mas seu chefe, Adolf Hitler, se relacionava com o cristianismo de uma maneira muito mais pragmática. Para ele, as crenças religiosas eram irrelevantes, desde que não atrapalhassem a concretização de seus objetivos políticos”.

(...)


Matéria completa em: https://super.abril.com.br/historia/a-face-mistica-do-terceiro-reich/

sábado, 4 de dezembro de 2021

Vamos usar bicicleta contra o sistema?

 A BICICLETA É A MORTE LENTA DO PLANETA

5 Awesome Family Bikes

5 Awesome Family Bikes

O CEO do Euro Exim Bank Ltd, fez os  economistas refletirem quando disse:

"O ciclista é um desastre para a economia do país; ele não compra carros e não pede dinheiro emprestado para comprá-los.  Não paga apólices de seguro.  Não compra combustível, não paga para submeter o carro à manutenção e reparação.  Não utiliza estacionamento pago.  Não causa acidentes graves.  Não requer rodovias com várias pistas.  Não se torna obeso.

Pessoas saudáveis ​​não são necessárias nem úteis para a economia.  Eles não compram remédios.  Eles não vão a hospitais ou médicos.  Eles não acrescentam nada ao PIB do país."

Vale a pena pensar nisso.

5 Awesome Family Bikes

Caminhar é ainda pior.  Os pedestres nem compram uma bicicleta... 

FONTE: mensagem postada Maria Valéria Rezende.

5 Awesome Family Bikes

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

As doenças mentais: o que são e as mais comuns delas

 

https://www.psicanaliseclinica.com/doencas-mentais/

(...)



O que entendemos por doença mental?

Uma doença mental é qualquer transtorno que afeta a saúde mental. Ou seja, condições que alteram o humor, o comportamento e o pensamento.

Todos nós sofremos uma alteração em nossa saúde mental de vez em quando. Seja em um evento traumático ou passando por um momento difícil. No entanto, só falamos em “doença mental” quando isso afeta em nosso cérebro. E além disso, se torna permanente e tem consequências na capacidade da pessoa de levar uma vida normal.

Quais são os transtornos mentais mais comuns?

Depressão

A depressão é uma doença mental séria e comum. Na verdade, mais de 300 milhões de pessoas sofrem com isso com maior ou menor gravidade. Não tem nada a ver com “ficar triste” por alguns dias. Uma vez que os sentimentos que uma pessoa com depressão vivencia são muito mais profundos. Além disso, interferem no desempenho das atividades diárias.

As causas que levam ao sofrimento desse distúrbio cerebral são muito complexas, incluindo a genética da pessoa. E não só isso, mas também de fatores biológicos, sociais, econômicos, ambientais e psicológicos. Além disso, pode surgir em qualquer idade, sendo as mulheres as principais afetadas.

Ansiedade

A ansiedade é uma doença mental em que as pessoas vivenciam preocupações e medos muito intensos nas situações do dia a dia. Além disso, pode levar a ataques de pânico e acaba afetando o cotidiano da pessoa.

As causas não são muito claras, embora se acredite que existam pessoas com maior tendência genética a sofrer com esse transtorno. Ou seja, pode despertar para a vivência de eventos traumáticos ou para vivências dolorosas.

Fobias

A fobia é uma doença mental relacionada à ansiedade em que um medo muito forte e irracional. Além disso, a pessoa sente medo de algo que não tem, de fato, perigo real para ela.

Ou seja, as pessoas com fobia evitam se expor ao que gera medo. Mas quando precisam enfrentá-lo experimentam os seguintes sintomas:

  • pânico;
  • medo;
  • aumento da frequência cardíaca;
  • desejo irreprimível de fugir;
  • falta de ar;
  • tremores;
  • suores e entre outros sintomas.

Transtornos alimentares

Os transtornos alimentares são doenças mentais graves e devem ser tratados como tal. As pessoas afetadas têm sérios problemas para desenvolver hábitos alimentares. Além disso, podem até se recusar a comer.

As causas são complexas, já que entram em jogo fatores genéticos, comportamentais, sociais (querer ter um corpo específico para agradar), biológicos, psicológicos. Por fim, apesar de poderem aparecer a qualquer momento, são comuns em mulheres na adolescência.

Bulimia

Bulimia é um distúrbio alimentar no qual uma pessoa se empanturra com comida, mas depois vomita. A longo prazo, isso tem os seguintes sintomas:

  • dor de garganta crônica;
  • inflamação das glândulas salivares;
  • doença do refluxo gastroesofágico;
  • desidratação grave;
  • desgaste do esmalte dentário;
  • desenvolvimento de cáries;
  • por fim, desequilíbrio eletrolítico.

Anorexia

A anorexia, por outro lado, é o distúrbio alimentar em que a pessoa evita comer. Pois ela acha que tem uma aparência de obeso, apesar de ser muito magra. Logo, a anorexia provoca os seguintes sintomas:

  • perda de peso severa;
  • anemia;
  • baixa densidade óssea;
  • fraqueza;
  • fadiga;
  • cansaço;
  • infertilidade;
  • pressão arterial baixa;
  • pele seca;
  • cabelos muito finos;
  • por fim, lesões cardíacas.

TOC

Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) é uma doença mental em que as pessoas apresentam uma série de obsessões irracionais. E isso as leva a realizar comportamentos compulsivos e repetitivos. Embora sua gravidade seja variável, esse distúrbio pode afetar o dia a dia, pois gera muita angústia à pessoa.

Além disso, existem muitas formas diferentes de TOC, entre elas:

  • estresse quando os objetos não estão alinhados ou simétricos;
  • medo de contaminação por objetos que outras pessoas tenham tocado;
  • verificar toda a hora se a porta está fechada;
  • pensamentos indesejados.

O principal sintoma, além de ter que realizar essas ações em excesso, é a ansiedade e o estresse gerados por não conseguir evitar a obsessão. Porém, os tratamentos com medicamentos e a psicoterapia ajudam a reduzir o impacto que essa doença tem na vida.

Transtorno bipolar

O transtorno bipolar é uma doença mental em que a pessoa afetada sofre mudanças repentinas de humor. Ela vai de alturas emocionais a baixas, típicas da depressão em diferentes fases, que podem durar semanas e até meses.

É causada por fatores genéticos e biológicos. Passar de eufórico a invadido pela tristeza acaba afetando a pessoa. E ela desenvolve os seguintes sintomas:

  • fraqueza;
  • cansaço;
  • insônia
  • perda da capacidade de pensar com clareza;
  • por fim, problemas nos relacionamentos pessoais.

Embora os episódios bipolares continuem a aparecer com mais ou menos frequência, o tratamento medicamentoso é muito útil. Pois, ele pode reduzir o impacto dessa doença no dia a dia.

Esquizofrenia

A esquizofrenia é uma doença mental grave em que a pessoa afetada chega a ouvir vozes em sua cabeça. E também, ver coisas que não existem, a pensar que outras pessoas querem magoá-la , a dizer bobagens, entre outros sintomas. E isso acaba afetando tanto sua vida pessoal e profissional.

As causas não são muito claras, mas sabe-se que costuma aparecer entre os 16 e os 30 anos. Os sintomas são os seguintes:

  • alucinações;
  • delírios;
  • movimentos estranhos;
  • falar sozinho e dizer besteiras;
  • isolamento;
  • problemas para prestar atenção;
  • dificuldade de socialização.

Alzheimer

Alzheimer é uma doença mental e a principal causa de demência no mundo. É caracterizada por uma degeneração progressiva dos neurônios do cérebro. Eles se deterioram devagar até morrer.

As causas não são muito claras. Muitas vezes, afeta pessoas com mais de 65 anos de idade e provoca uma diminuição lenta mas contínua da capacidade mental. O que faze com que a pessoa perca habilidades sociais e aptidões a ponto de não conseguir viver de forma independente.

Com o tempo, surge um sério comprometimento da memória. E, já em estágios avançados da doença, acaba causando a morte da pessoa por lesão cerebral.

TDAH

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma doença mental sofrida por milhões de crianças em todo o mundo. E, embora, não seja comum, pode perdurar na idade adulta.

Crianças com TDAH têm problemas para manter a atenção e costumam exibir comportamentos impulsivos típicos de hiperatividade. Além disso, isso muitas vezes leva a relacionamentos problemáticos com outras crianças, baixa autoestima e baixo desempenho escolar.

Transtorno de personalidade limítrofe

Por fim, para finalizar a nossa lista de doenças mentais, vamos falar sobre o transtorno de personalidade limítrofe. Ou seja, é uma doença mental em que a pessoa afetada experimenta emoções turbulentas e instáveis. Além disso, resulta em comportamentos impulsivos e dificuldade em manter relacionamentos sociais.

As pessoas mudam de interesse rápido, tendem a ver as situações de forma extrema, suas opiniões sobre as pessoas mudam sem prévio aviso. Além disso, passam da euforia à tristeza muito rápido, têm manifestações de raiva e podem se machucar. E por fim, não toleram a solidão, pode ter tendência a consumir substâncias viciantes.

Considerações finais

Em síntese, a saúde mental continua sendo um assunto tabu na sociedade, pois ainda nos é difícil saber e aceitar que o cérebro é ainda outro órgão do corpo. E que portanto, pode adoecer.
Nossa mente está sujeita a diversos distúrbios, da mesma forma que podemos ter problemas intestinais, dermatológicos ou musculares, por exemplo.

Fonte: https://www.psicanaliseclinica.com/doencas-mentais/

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

A História Secreta do Ocidente - Prefácio

 Do livro:



PREFÁCIO

Este é o primeiro estudo importante sobre a influência das organizações secretas na história do Ocidente – por meio de suas principais revoluções. Ele explica as revoluções em termos de sociedades secretas, situações e influências que até agora permaneciam não enunciadas, ocultas,
“secretas”. Relaciona as revoluções às atividades de facções no interior da Franco-Maçonaria e de
famílias como a dos Rothschilds, narrando assim uma “história secreta do Ocidente”. Por reunir uma grande quantidade de materiais novos, este estudo é inovador. Prepara o caminho para o livro que vem depois deste, The Syndicate: The Story of the Coming World Government (publicado em outubro de 2004)[1], que traz a sequência dessa história, de 1900 até nossos dias.

Ao mapear as atividades das organizações secretas, este livro apresenta uma narrativa
cronológica de todas as revoluções, da Renascença (que começou em 1453) até a Revolução Russa.

Cobre as realizações mais importantes de todos os revolucionários legendários, como Robespierre e
Lenin. Mostra como as visões utópicas de sociedades ideais terminam em massacres e
guilhotinamentos, contendo assim uma advertência. Apresentei cada revolução em termos de uma dinâmica revolucionária em quatro partes, nova e original. Um idealista tem uma visão oculta, que outros enunciam em termos intelectuais. Ela é corrompida por um regime político e tem como resultado a supressão física (como nos expurgos de Stálin). O Sumário, no final de cada capítulo, inclui tabelas que resumem essa dinâmica, de acordo com cada revolução.

Este livro considera todas as revoluções de inspiração secreta como ondas numa maré de
revolução mundial que atingiu sua marca mais alta no governo mundial que está sendo estabelecido nos dias de hoje. Assim, ele o ajudará a entender as raízes da Revolução da Nova Ordem Mundial, da qual tratei em separado em A Corporação.

Um homem de letras ocidental se concentra no mapa cultural da Europa e no efeito de
acontecimentos tais como as revoluções sobre a saúde da cultura europeia. Foi uma fascinação para mim considerar esse material, pois poetas de Sidney a Yeats, dramaturgos de Marlowe a Shaw e
escritores de Ficino a Dostoievsky, escreveram obras coloridas por organizações secretas.
Particularmente, na minha condição de poeta épico (com Overlord, que se remete à história secreta), sempre tive muito interesse em como Milton baseou seu Satã em Cromwell, que ele conheceu, e escreveu admiravelmente sobre revolução, como o fizeram também Blake e Wordsworth. Muitos escritores realizaram os desejos de organizações secretas tão devotadamente quanto ativistas
revolucionários, e foi um prazer situar suas opiniões na história secreta do Ocidente, para que seu real valor possa ser apreciado e para que a nossa compreensão da crise enfrentada pela cultura europeia possa avançar. Embora tais poetas, dramaturgos e escritores possam ser compreendidos em termos de suas relações com as organizações secretas, a cultura europeia mais saudável é encontrada nos poetas,
dramaturgos e escritores que se mantiveram afastados e resistiram à mão oculta da Franco-Maçonaria.

Nicholas Hagger

Nos ajude a divulgar a verdade, siga, comente e compartilhe. Ajude também para que possamos crescer aqui e em outras plataformas depositando qualquer quantia pelo PIX frateriliv@gmail.com


sábado, 16 de outubro de 2021

Cap. 6 - Ecce Homo - Louis Claude de Saint-Matin

 

Do livro Ecce Homo por Louis Claude de Saint Martin, publicado pela Sociedade das Ciências Antigas






Louis-Claude-de-Saint-Martin-Ecce-Homo-Cimetiere-d-039-Ambroise-Martinisme-Papus





Capítulo VI


Na categoria das falsas missões estão as que fazem uso de datas e procuram aplicar a movimentos políticos modernos as várias profecias contidas na história judaica. Essas se referiam somente a povos ligados diretamente à Judea, por interesse ou rivalidade, mas sempre segundo planos divinos insondáveis. Realizados tais planos, as profecias utilizadas para anunciá-los exauriram completamente o espírito que lá se encontrava.


Os próprios judeus serão obrigados a se elevarem até regiões superiores para obter os frutos que lhes foram prometidos, onde esse espírito se retirou para aguardá-los. Lê-se, portanto, em Jeremias 30:24: A ardente ira do Eterno não se acalmará até que tenha realizado e executado os propósitos de seu coração. No fim dos dias compreendereis essas coisas.

Lê-se ainda em Isaías 60: 18-22, onde a consolação e a alegria com as quais devem ser preenchidos são transferidas a um dia no qual não terás mais o Sol como luz do dia, nem o clarão da noite te iluminará......O teu Sol não voltará a por-se, e a tua Lua não minguará.

Em Joel 4: 1-2 ainda se lê que depois do retorno da escravidão do povo de Judá e de Jerusalém, o Senhor diz que reunirá todos os povos no vale de Josafá para julgá-los ( tais expressões exultam a inteligência a elevar-se acima do vale terrestre ). O Senhor promete à estirpe de Judá no versículo 21: purificarei ( vingarei ) então o sangue deles, que não purifiquei antes; e o Senhor habitará em Sion. Sobre essas últimas palavras, recordemos a frase pronunciada por São Paulo em I Cor 15:50: A carne e o sangue não poderão receber por herança o reino de Deus. Pela mesma razão dizemos que o reino de Deus não pode co-habitar com a carne e com o sangue. Será necessário, portanto, que a carne e o sangue desapareçam para que as profecias de paz do antigo testamento possam se realizar.

No entanto, se tais profecias fossem aplicadas à reintegração do povo de Israel ao seu reino temporal e terreno isso as diminuiria, certamente querer aplicá-las hoje aos movimentos sociais e políticos significaria desconhecê-las. Estaríamos atribuindo a essas funções que o espírito não lhes conferiu. Não podemos esquecer o estado de nossas sociedades políticas atuais que, infelizmente, estão abandonadas a simples potências humanas, das quais não podemos esperar nenhum futuro. O reino do homem não é desse mundo, e o Homem reparador, que nos regula verdadeiramente, não se ocupou da ordem política dos reinos da Terra deixou-os, sim, às potências que os dirigem.

Esses parecem também estar privados de espírito, embora no seu agir desordenado a luz espiritual jamais os perca de vista. As missões de que falávamos antes, certamente não são menos falsas do que quando se anunciam sob o nome humano da Virgem ou sob outros nomes de criaturas privilegiadas. A tendência do homem de santificar seus próprios impulsos sentimentais e divinizar os objetos bastou para que as simples orações e invocações dirigidas a essas criaturas privilegiadas, assumissem no seu íntimo um caráter de dignidade e imponência. O homem encontra-se apoiado, quase exclusivamente, no auxílio que tais criaturas podem lhe dirigir, enquanto Deus pode favorecer-lhe a ponto de permitir a essas criaturas orarem em conjunto com todos os homens para Ele.

Mas, ao contrário, transpusemos seu culto com facilidade e imprudência. Quanto mais o homem encontrava naquelas criaturas escolhidas a paz, a alegria, o apoio do qual necessitava, menos se sentia impelido a buscar seu conforto na própria fonte.

De fato, quantas pessoas que oram para tais criaturas auxiliadoras, não se surpreendem acreditando orar à própria Divindade, sem conseguir mais estabelecer a diferença entre elas? Quantos se surpreendem adorando-os, enquanto acreditam estar apenas orando? Esse tipo de idolatria é muito perigosa, porque nasce da nossa sensibilidade, do nosso amor e das nossas virtudes, se não das nossas próprias mentes.

Aproveitando-se dos falsos passos que nossa sensibilidade mal instruída nos faz seguir, o Príncipe das trevas facilmente nos conduz em direção a outros chamados desviados que para ele são bem conhecidos,. Sob a veneração de nomes transformados em sagrados pelo homem, ele pode preparar, anunciar e operar maravilhas e acontecimentos tão planejados que poderiam enganar os próprios eleitos. Qual a razão, então, para que o Príncipe das trevas se esforce em conferir a tais nomes poderes quase divinos, a não ser pela intenção de esconder, o melhor possível, o nome do verdadeiro Deus, que o impediria de se mover e o relegaria aos abismos? Pois se é verdade que existem fogos que produzem irradiações e nuvens que fazem as imagens dos objetos formarem reflexos aparentes, é ainda mais verdadeira a existência de um fogo vivo que opera no silêncio e oculto como o fogo da natureza, produz sem parar os mesmos objetos, regulares em suas formas e

onde parecem desvanecer todas as disformidades.

Certamente, o Príncipe das trevas só pode executar obras inferiores e ilusórias, através do nomes de que se serve. Porém, num grande número de casos distintos, ele tem a capacidade de substituir obras autênticas pelas suas semelhantes com uma analogia doutrinal; fundamentada sobre a nossa

perigosa sensibilidade, ilude o coração com uma doçura sedutora e o espírito com maravilhas pela conformidade da missão e a correspondência dos fatos.

Se fôssemos menos imprudentes, essa mesma uniformidade não deveria deslumbrar-nos mais que o normal. Efetivamente, o mesmo agente que influi sobre tais missões, dirige maravilhas animado pelo escopo de deslumbrar-nos ao invés de instruir-nos; também opera sempre sobre as mesmas bases: conhecendo nossas fraquezas e nossa ávida curiosidade (que tomam as tonalidades das nossas verdadeiras necessidades) é natural que obtenha sempre os mesmos resultados.

Na uniformidade dessas profecias e missões pode haver uma semelhança com aquelas sacras. De fato, ambas nos anunciaram os mesmos eventos e mantiveram a mesma linguagem. Tudo isso não elimina a possibilidade de sermos enganados por tonalidades aparentes, e não impede que o erro tenha, como a verdade, uma linguagem assoante e testemunhos uniformes.

Mas existem sinais por meio dos quais podemos nos guardar dos enganos. Basta pensar nos elogios que os agentes dessas diversas missões fazem abundantemente aos que são chamados, estabelecendo promessas sobre os brilhantes papéis que realizarão. Por outro lado, sabemos que os verdadeiros profetas não costumam ser elogiados e que o Homem responsável pela redenção de nossas culpas prometeu aos próprios discípulos somente ultrajes e perseguições.

Um outro sinal revelador do engano pode ser sentido pela divergência entre as missões extraordinárias e o caráter das missões fundamentais do Reparador, que são as únicas sobre as quais se podem modelar todas as outras missões verdadeiras.

As missões mais próximas de nós no tempo, afastam-se do espírito do Reparador ao localizar sobre a Terra um ponto focal para as graças divinas que ele prometeu às Nações e para as quais não estabeleceu nenhum lugar específico, baseado nas palavras que disse a Samaratina. João 4: 21-23: Vem a hora em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis ao Pai...... Vem a hora e já chegou em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade e são esses os adoradores que o Pai deseja.

As missões afastam-se do espírito do Reparador, quando sujeitam seus agentes à regras humanas e ascéticas, gerando discussões, por não terem sido de fato instituídas pelo Reparador e que sendo fundamentadas somente sobre um caráter convencional e figurativo, oferecem a possibilidade de opiniões relacionadas ao Príncipe oculto e à confusão que ele opera nas próprias missões. Se não são dirigidas pelo Príncipe das trevas, que se serve de normas inconsistentes para sufocar a verdadeira piedade, podem ser orientadas também por entidades que já partiram deste mundo e que estiveram incorporadas em instituições convencionais ou figurativas durante suas vidas terrenas.

Essas, detidas nas regiões inferiores sem terem ainda ascendido às regiões de sua perfeita renovação, podem conservar relações terrenas na ordem da piedade inferior e, nessas relações, saber ensinar doutrinas reduzidas e limitadas - aprendidas sobre a Terra e das quais ainda não tiveram tempo de se separar.

O terceiro sinal revelador a nos manter atentos quanto a um possível aspecto negativo das missões extraordinárias, consiste em analisar o motivo pelo qual as mulheres, dada a sua sensibilidade, são preferidas em relação aos homens, sendo o foco de todos os favores da glória que tais missões prometem a seus agentes para reinarem nessa espécie de império. De fato, Isaías nos esclarece bem nesse ponto quando repreende o povo por deixar-se dominar pelas mulheres (3:12).

Para alguns homens, que exercem papéis representativos no âmbito das realizações extraordinárias e de manifestações de força ligadas ao nome da Virgem e de muitas outras criaturas privilegiadas, as mulheres prestam-se em massa a desenvolver a função de anunciadoras e de missionárias, em qualquer lugar que estejam.

Não falo das instituições religiosas que a ignorância, a superstição e a má fé consolidaram sob o amparo de nomes fascinantes, arrastando sem limites o entusiasmo das populações ignorantes. As desarmonias que daí derivam são comparáveis àquelas que derivam de um abuso análogo na ordem das manifestações.

Para convencer-nos, basta deter nossa atenção sobre os princípios aqui já expostos. Antes de mais nada, nós fomos eleitos para sermos sinal e testemunho da Divindade e de mais nenhum outro ser.

Além disso, as Sagradas Escrituras, que são o arquivo fiel dos nossos títulos e do nosso destino, nos dizem do Reparador em Atos 4:12 : Em nenhum outro há salvação, pois nenhum outro nome foi dado sob o céu aos homens por quem possamos ser salvos.

Em vão, os defensores de nomes novos e diferentes apoiam-se nas palavras do próprio Reparador, que no Apocalipse 2:17 promete dar aos vitoriosos o maná sagrado, e uma pedra branca sobre a qual será escrito um novo nome desconhecido a todos exceto aquele que o recebe.

Tais palavras são dirigidas contra os partidários de nomes novos. Como não se espera que sejam vitoriosos ao oferecer um novo nome, demonstrou-se que a promessa não se refere a esse tipo de manifestação.

Além disso, esses novos nomes são conhecidos por quem os recebe e também por todos aqueles que não os recebem, enquanto o novo nome prometido pelo Reparador não é conhecido de nenhum outro, a não ser pelo que o recebe. Esse mesmo Reparador diz em Apocalipse 3:12 : Quanto ao vencedor, farei dele uma coluna no templo de meu Deus. E ele nunca sairá fora do templo e escreverei sobre ele o nome de meu Deus e o nome da cidade de meu Deus da nova Jerusalém, aquela que desce do céu de meu Deus, e meu novo nome.

Essas promessas anunciam ainda que haverá favores para aqueles que aproveitarão os dons já trazidos pelo Reparador. Consequentemente anunciam uma ampliação do nome libertador que ele já nos ensinou. Ora, as manifestações da emotividade impaciente e inconsciente, baseadas num pretenso aumento, no fundo oferecem nomes de criaturas simples que abusam de nós, contradizem os verdadeiros princípios do nosso ser, injuriam as Escrituras e, falsamente, pretendem abolir suas promessas.

Quanto às manifestações e missões que se apresentam sob o nome do próprio Reparador, não só não nos dão o verdadeiro novo nome, como atribuem ao Reparador um papel e uma linguagem onde ele próprio não se reconheceria.



Entre em contato 

frateriliv@gmail.com
Participe conosco em grupos de estudos, contatando o whatsapp 79 996624809