A história academicamente
aceita sobre a origem das Igrejas Batistas é o surgimento como um grupo
de dissidentes
ingleses no século
XVII. Essa igreja nasceu quando um grupo de refugiados ingleses que foram
para a Holanda em
busca da liberdade religiosa em 1608, liderados por John
Smyth, um clérigo e Thomas Helwys, um
advogado, organizaram em Amsterdã, em 1609 uma igreja
de doutrinas batistas.
Teoria Tradicional
A teoria mais comumente aceita
para o surgimento das Igrejas
Batistas é a de que estas surgiram na Europa através
de vários grupos que pensavam da mesma forma. Não tem data oficial de criação,
pois foi surgindo aos poucos em vários lugares diferentes da Europa. Nunca
houve, oficialmente, uma igreja fundadora, nem um fundadoɾː a expressão
apareceu em vários tempos e lugares diferentes. As Igrejas batistas interpretam
o batismo (imergir
em água) como uma exposição pública de sua fé. A denominação historicamente é
ligada aos dissidentes
ingleses ou movimentos de anticonformismo do século
XVI. Um importante movimento batista surgiu em uma colônia inglesa na Holanda, num tempo
de reforma religiosa intensa.
John Smyth discordava da
política e de alguns pontos da doutrina da Igreja Anglicana da qual ele era
pastor após uma aproximação com os menonitas e,
examinando a Bíblia, creu na
necessidade de batizar-se com consciência e em seguida batizou os demais fundadores
da igreja, constituindo-se assim uma igreja batista organizada. Até
então, o batismo não era por imersão, só os batistas particulares, por volta
de 1642, adotaram oficialmente essa
prática tornando-se comum depois a todos os batistas. A primeira confissão dos
particulares, a Confissão
de Londres de 1644, também foi a primeira a
defender o imersionismo no batismo. Depois da
morte de John Smyth e da decisão de Thomas Helwys e seus seguidores de
regressarem para a Inglaterra, a igreja organizada na Holanda desfez-se e parte
dos seus membros uniram-se aos menonitas. Thomas
Helwys organizou a Igreja Batista em Spitalfields, nos arredores de Londres, em 1612.
A perseguição aos batistas e a
outros dissidentes
ingleses, fez com que muitos emigrassem. O mais famoso
foi John Bunyan, que
escreveu sua obra-prima O Peregrino enquanto
estava preso. Nos Estados Unidos, a primeira igreja batista nasceu através
de Roger Williams, que
organizou a Primeira Igreja Batista de Providence em 1639, na colônia que ele
fundou com o nome de Rhode Island, e John
Clark que organizou a Igreja Batista de Newport, também em Rhode
Island em 1648. Em terras americanas os
batistas cresceram principalmente no sul, onde hoje sua principal denominação,
a Convenção
Batista do Sul, conta com quase 15 milhões de
membros, sendo a maior igreja evangélica dos Estados Unidos.
Teoria da Sucessão Apostólica
A Teoria de Sucessão
Apostólica, ou JJJ (João
- Jordão - Jerusalém) postula
que os batistas atuais descendem de João Batista e que
a igreja continuou através de uma sucessão de igrejas (ou grupos) que batizavam
apenas adultos, como os montanistas, novacianos, donatistas, paulicianos, bogomilos, albigenses e cátaros, valdenses e anabatistas. Os batistas
landmarkistas utilizam este ponto de
vista para se auto-proclamar única igreja verdadeira.
Existem algumas associações batistas, dentre elas a Associação Batista
Missionária da América - BMAA, a qual se ligam as Associação Batista Brasileira
e a Associação Batista Missionária Boliviana, que defendem escritos do autor
Carrol que sustenta
a ideia de que os pontos doutrinários que os batistas sustentam são da igreja
primitiva, transmitidos por várias igrejas dentre elas a Igreja Pauliciana,
a Igreja Menonita, a Igreja
Anabatista, e posteriormente a Igreja Batista Inglesa. Nessa perspectiva, os
batistas não seriam protestantes.
Essa teoria apresenta alguns
problemas, como o fato que grupos como bogomilos e cátaros seguiam
doutrinas gnósticas e o
gnosticismo é contrário às doutrinas batistas de hoje. Também, alguns desses
grupos que sobrevivem até o presente, igrejas como a dos valdenses (que desde
a Reforma é uma
denominação Calvinista) ou dos paulicianos, não se identificam com os batistas.
Esta teoria, assim como a
Teoria Anabaptista é
rejeitada por muitos historiadores Batistas como Henry C. Vedder e Robert
G. Torbet, mas
é sustentada teologicamente por alguns ramos batistas. Para eles, varias
igrejas batistas fundadas em diversas épocas com fundadores diferentes.
Teoria Anabaptista
A teoria anabatista afirma
que os batistas descendem dos anabatistas, que pregaram sua mensagem no período
anterior e durante a Reforma
Protestante.
O evento mais citado para
apoiar essa teoria foi o contato que John Smyth e Thomas
Helwys com os menonitas na Holanda. Todavia,
além de em 1624 as cinco igrejas
batistas existentes em Londres terem
publicado um anátema contra as doutrinas anabatistas, também
os anabatistas modernos rejeitam ser denominados batistas e há pouca relação
entre os dois grupos.
Entre os anabatistas e os
batistas há algumas similaridades:
·
Crença no Batismo adulto e
voluntário;
·
Visão do Batismo e da Ceia do
Senhor como ordenanças;
·
Separação
da Igreja e Estado.
Existem, contudo, algumas
diferenças entre os batistas e os anabatistas modernos (por exemplo os
menonitas):
·
Os anabatistas normalmente
praticam o Batismo adulto por aspersão e não por imersão como os batistas;
·
Os anabatistas são pacifistas extremos
e se recusam a jurar;
·
Os anabatistas creem em uma
doutrina semi-nestoriana sobre a Natureza de Cristo, que não recebeu nenhuma
parte humana de Maria;
·
Os anabatistas enfatizam
a vida comunal enquanto os
batistas a liberdade individual;
·
Os anabatistas recusam a
participar do Estado, enquanto
os batistas podem ser funcionários públicos, prestar serviço militar, possuir
cargos políticos;
·
Os anabatistas creem em um
estado de "sono da
alma" entre a morte e
a ressurreição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário