sábado, 3 de setembro de 2016

RESUMO DA TESE DA ESCOLA SOBRE O SEGREDO DO SER E DO UNIVERSO

Por Frater D.K.A.A.
Na iluminação não há dualidade. Tudo é um. O universo, em certo sentido que podemos testemunhar, é a consciência do universo. O fluxo de consciência (erradamente tido como pessoa ou alma ou eu ou espírito, etc.), que atinge a iluminação tem acesso, segundo sua vontade, ao todo e todas as consciências, atingindo assim o grau máximo de despertar, ou seja, de iluminação; isto que é chamado a Grande União. Este fluxo não pode regredir, nem se perde nem deixa de existir nem continua uma existência; seriam categorizações erradas pensar assim. Ele contém todo o universo e todas as consciências, ou seja, todos os fluxos, inclusive o "seu" próprio passado, não perdendo assim sua individualidade nem podendo ser considerado mais uma individualidade de forma alguma.
Mas o universo, em seu eterno retorno, um dia repetirá tal ser passado que terá naturalmente uma falsa percepção de um eu e um fluxo de consciência tal qual o deste que se tornou iluminado (porém sem sabê-lo ainda). Esse é o ser dito emanado, renascido ou reencarnado, e o fluxo já iluminado é o que se chama Anjo Guardião ou Pai Interno ou Buddha-dhatu ou natureza de Buda ou Tathāgatagarbha ou Christo interno é a testemunha consciente proviniente do Adi-buddha (Buda primordial, Deus, Uno, Dharmakaya...) dentro do ser, a porta de acesso a realidade última ou nirvânica ao Dhammakaya, ao incondicionado ou o Uno ou o Tal.
O vajrayana trás a ideia de que além do buda histórico e do buda interno há o buda primordial, aquele que sempre existiu, que é o que mais se assemelha a ideia de um deus absoluto ou não nascido ou como Rá, autogerado dos egípcios, ou o Uno dos gnósticos, ou Brahman dos hinduístas. Mas isto sem a ideia de criação, porém imanência. Tal ser supremo não é o criador, porém sim, a fonte de tudo. Se juntarmos a ideia de eterno retorno de Nietzsche e a de que “todos já somos budas apenas que somos inconscientes disso” do zen e do vajrayana e a ideia de um buda primordial eterno temos que: já que na eternidade todas as possibilidades já se realizaram na eternidade (como demonstra Nietzche), devemos ter nos tornado budas, pois todos temos o pertencial de nos tornaramos budas e todos já o somos (como afirma Buda), então temos todos um buda pessoal interno que obviamente comunga com todos e com o primordial; estaríamos aqui simplesmente pela repetição eterna dessa possibilidade até toda vez reencontrarmos o buda em nós, ou seja, vermos por nós mesmos a realidade do ponto de vista do buda, desperto.

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