EsPIRITISMo (III)
Mais uma vez queremos chamar vossa atenção para a natureza do engano que infalivelmente deve se produzir em decorrência das práticas espiritistas.
Quando um círculo espiritista é criado numa sala, ele será magnetizado em decorrência da unifomidade dos pensamentos, sentimentos e da vontade de seus membros. O pensamento. a vontade e o sentimento, em conjunto, são dirigidos para a evocação dos espíritos.
Um círculo magnético como este, no qual as esferas aurais de seus membros estão completamente sintonizadas, cria uma luz e uma poderosa irradiação, atraente e pesquisadora, que emana do santuário do coração de todos os presentes, e que pode se tornar numa grande força. A luz também emite som, então, de um círculo como este, um certo tom vibra no espaço. É assim que os espíritos sào evocados. E por razões obvias, não se fazem esperar, pois têm o maior interesse no contato mais forte, porque às vezes é muito difícil penetrar no campo aural do círculo. Como, entretanto, os semelhantes se atraem, naturalmente descobre-se uma abertura.
A atmosfera de um círculo magnético como este é uma boa condutora. Normalmente, o espírito controlador se coloca por detrás do médium. Fixa o olhar na nuca do médium e assim controla, pela medula, os centros da cabeça e do coração e, conseqüentemente, seu pensamento, sua vontade, seu sentimento. O espírito-guia sopra igualmente, nas narinas do médium, com o objetivo de sintonizar e influenciar seus pensamentos e sua vontade por meio do osso etmóide. para atingir os seus próprios fins.
Finalmente, a atmosfera dos espíritos é ligada ao círculo magnético. o que se percebe por um frio intenso.
Quando chega a esse ponto. o espírito-guia começa a falar ou a escrever através do médium, embora tudo o que é dito ou escrito seja somente uma encenação destinada a camuflar o único objelivo, que é o roubo de éteres para ele e para seus comparsas.
Por exemplo, ele poderá dizer. pelo médium, algo como: "Aqui está a Sra. Peters", isto é, a falecida avó de um dos presentes. Então, ele revelará vários detalhes da vida da avó conhecidos exclusivamente pelos membros presentes da família. As vezes, o médium vê a avó e dá uma descrição precisa e minuciosa dessa senhora.
O membro da família presente, inteiramente convencido, confirma tudo o que foi dito. Como conseqüência, uma corrente de interesse se dirige para a falecida.
Sobrevém uma forte explosão de éteres, estabelece-se a ligação com o guia, e o saque é recolhido. Às vezes, chegam em grande número. acompanhados por hordas de de elementais. O importante é obter o contato adequado. Então o médium mais apto para isso é escolhido pela entidade. E assim que todo o círculo é extorquido. Um por um, os participantes sào tomados. Muitas vezes o guia aconselha que não mais se admita no círculo nenhum novomembro. para evitar interferências em seu domínio. De tempos em tempos é marcada uma outra reunião: e outra refeição de éteres é servida e consumida.
Levando tudo isso em consideração, torna-se claro que estas sessões são nocivas para quem participa delas e que, desse modo, todos são desviados do verdadeiro desenvolvimento espiritual. Estas reuniões também são nocivas para os espíritos-guia que permanecem algema dos à sua sombria esfera de existência, não podendo romper suas amarras. Também são prejudiciais para o mundo e a humanidade, porque assim o satanismo é alimentado e conservado.
Os guias empregam todos os meios possíveis para impedir que o interesse do círculo diminua. Os componentes são elogiados. o médium é promovido a adepto, pede-se auxílio para os mortos e faz-se toda espécie de profecias.
Pode-se perguntar se a pessoa em questão era realmente ou não a falecida avó. Na maioria das vezes, não.
Como, então, o médium se acha tão bem informado sobre todos os pormenores da avó? O guia experiente lê todas as particularidades da falecida no éter refletor do parente presente. O éter retletor de cada pessoa guarda, com efeito, um resumo fiel de toda sua vida, dos fatos e acontecimentos principais, de seus relacionamentos pessoais, etc. Assim que alguém concentra a atenção sobre um ponto do seu passado, o éter refletor é vivificado nesse ponto permitindo à própria pessoa reler e trazer de novo esse passado ao seu pensamento. Mas outra pessoa também pode fazer isto, desde que tenha tido o necessário treinamento. Quando choramos um morto e, nesse estado de ânimo, com a mente cheia de recordações do falecido, participamos de uma sessão espírita, somos assim enganados.
Entào é impossível que a avó se detenha na esfera intermediária' Essa eventualidade só será possível se a avó tiver sido, em vida, uma mulher totalmente má, porque só as criaturas verdadeiramente más se mantêm na esfera intermediária. Muitas entidades se dedicam temporariamente ;t prática do, roubo de éteres que foi descrita, mas logo se enojam desse tipo de existência e abandonam esse parasitismo.
Realmente, o furto de éteres causa uma degenerescência, uma moléstia estrutural que faz com que estas entidades acabem por apresentar um aspecto horripilante. Se a falecida avó permanece em companhia de monstros como estes é porque ela nào vale muito como pessoa- e nunca valeu. Caso ela aparecesse em seu verdadeiro estado. seu parente teria vergonha dela e se retiraria, bastante confuso.
O guia também é capaz de se materializar. Para isso. ele atrai ao seu redor um volume suficiente de éteres e de forças fosfóricas que retira dos cérebros e das glândulas tireóides dos participantes da sessão. Essas forças fosfóricas pertencem ao domínio químico de nossa esfera. e sào, portanto, perceptíveis aos nossos olhos.
Assim, os guias experientes materializam, por exemplo, uma mào, ou uma sombra de alguém. Também podem fazer aparecer um determinado rosto que não é do guia, mas sim uma máscara imaginária. Tudo se torna possível pela maleabilidade dos éteres superiores.
Todas as ciências ocultas do passado mencionam a habililade dos magos negros de produzir seres sombrios, elementais e formas humanas simuladas. Isso faz pensar no golem, do livro do mesmo nome, de Gustav Meyrink: ou no livro Burn, witch, burn (Queime, bruxa, queime) de A. Merrit. Assim. os espíritos ligados à terra também são temporariamente capazes destas criaçoes para enganar o público.
A existência do espiritismo é inegável. Ele se mantém pela curiosidade. pelo sensacionalismo e pela falta de verdadeira luz. Pelas práticas espiritistas é absolutamente impossível chegar a aprender qualquer coisa nova, científica, ou algo de bom que não se possa facilmente obter de outras fontes. Todas as lições morais, espirituais ou intelectuais transmitidas nestas sessões são sempre o produto de furto. São tomadas de empréstimo aos livros sagrados e à sabedoria antiga.
As descrições do denominado país de verão, que é a imitação da esfera celeste no além. e das esferas infernais não podem nos ensinar nada de novo, nada que não pudéssemos aprender de outro modo. A ciência rrústica e oculta de todos os séculos sempre nos manteve bem informados. Para o pesquisador da verdade, o único meio de adquirir conhecimento é penetrar e conseguir o conhecimento de primeira mão trilhando o caminho da libertação. Então, a realidade de todas as coisas se abrirá para ele, facilitando sua pesquisa pessoal.
Certas pessoas supõem que as práticas espiritistas podem ser muito úteis para convencer os homens da existência de uma vida após a morte. Elas pensam que isso é extremamente importante. Não compartilhamos dessa opinião. Na realidade, quase todos acreditam numa existência do outro lado do véu. Isso é tão verdadeiro para os povos primitivos como para os cristãos. E no entanto, o mundo nunca se encontrou num caos maior.
Às vezes, dizem que o elemento profético nestas sessões espíritas é útil para dar proteção aos habitantes da esfera tenestre e também para auxiliar os que já morreram. No entanto, limitamo-nos a nos referir ao que já foi explicado sobre o parasitismo e a repetir o alerta: não vos deixeis explorar por mais tempo. No que diz respeito a um possível auxílio aos falecidos, lembrai as palavras de Cristo: "Deixai os mortos sepultar os seus próprios mortos".
(...)
Várias perguntas podem ser feitas agora: Como nos livrar de nossa mediunidade? Como combater o satanismo? Como curar a humanidade desse flagelo? A resposta é: por meio de uma consciente mudança e nobrecimento da vida, de baixo para cima; por uma auto franco-maçonaria, livre de toda autoridade externa; por não permitir que sejamos enganados e pela rejeição resoluta e sistemática de toda e qualquer influência espiritista; por um anseio constante por um conhecimento de primeira mão numa objctiva atitude de vida; por uma mudança fundamental e por nos deixar guiar, por um amor à humanidade sempre crescente e abarcante, sabendo que: "mesmo se possuíssemos todas as coisas, mas não tivéssemos esse amor universal, nada teríamos e nada seríamos".
Extraído do livro FILOSOFIA ELEMENTAR
DA Rosacruz Moderna de J. van Rijckenhorgh
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