terça-feira, 22 de dezembro de 2020

"Teosofia" sem Véu - segunda parte

Continuando a série, uma resenha da mais conhecida, mas não o suficiente, obra que que denuncia a farsa de Blavatsky, de seus comparsas e de alguns outros mais. Infelizmente o livro é praticamente desconhecido em nosso país tão atrasado em traduções e informações sobre as farsas já desmascaradas em seus países de origem ou em outros. 

O Brasil também sustenta uma simpatia muito forte a falsa teosofia blavatskyana, porque se por um lado as idéias e linguagem "esotérica" já fazem parte do imaginário coletivo do país mesmo sem saber da onde vêm, por outro lado a enorme e esmagadora maioria das pessoas não faz a mínima idéia do que seja teosofia e aceita de bom grado a definição dada pela falsa teosofia. Essa que não apenas maculou o termo "teosofia", mas também muitos outros usados pela mesma e por outras tradições, criando um vocabulário totalmente distorcido sobre estas, que hoje é entendido como sendo o original. 

Ou seja, essa mulher arruinou qualquer possibilidade de simpatia e conhecimento real sobre o que tratava a verdadeira teosofia em sua origem e suas vertentes originais, escondendo, colocando um véu, que praticamente encobriu a teosofia de tal forma que hoje praticamente caiu no esquecimento e ignorância...



 

Galileu

Maurício Tuffani

A caixa-preta da Teosofia


Obra desvenda o tortuoso caminho seguido pelos gurus ocidentais


Blavatsky Sedentária e glutona, pregava uma disciplina que não tinha Logo nas primeiras páginas de seu livro, Peter Washington mostra o impiedoso propósito de desmascarar os bastidores do desenvolvimento das correntes místicas originadas nos Estados Unidos e na Europa em meados do século 19. Ele cumpre brilhantemente essa promessa, denunciando tramas relacionadas a sexo, dinheiro e fraude entre gurus que pregavam castidade, desapego e integridade. Mas também consegue penetrar com profundidade no universo conceitual de diversas correntes do pensamento místico do Ocidente, com um surpreendente talento para lidar com as ambigüidades humanas. Se esse mergulho traz uma desconfortável transparência para muitas dessas instituições, comprova também, sem apelos irracionais ou místicos, que os homens têm profundas necessidades interiores a serem supridas.

A Sociedade Teosófica foi fundada em 1875 em Nova York, numa época em que parecia que se havia chegado ao auge do enfraquecimento das instituições religiosas. Os abusos de poder eclesiástico e as maquinações entre Igreja e Estado trouxeram para essas instituições uma grande vulnerabilidade, com revoltas internas e dissidências explícitas, expondo-as às críticas de ateus, liberais e radicais. Como diz Washington, "ia se tornando claro que existia no Ocidente um enorme e duradouro apetite público por formas novas e exóticas de crença religiosa, para suplementar e até mesmo substituir formas ortodoxas de cristianismo".

O místico Emmanuel Swedenborg (1688-1772) já havia tentado, na Suécia, um caminho que fundia ciência e religião, com direito a visões de Jesus Cristo e a sonhos reveladores. Outro antecessor da Teosofia, o suíço Franz Anton Mesmer (1735-1815), havia proposto que todos os corpos são envolvidos por uma espécie de fluido magnético, cujo fluxo poderia ser detectado e dirigido por indivíduos sensitivos com fins terapêuticos.

Mas o que a insatisfação espiritual dessa época pedia, segundo Washington, não era exatamente novas doutrinas, mas sacerdotes carismáticos, que poderiam muitas vezes ser substituídos por escritores e até por líderes políticos. A busca de uma "chave para tudo", mesmo que na forma de uma doutrina, teria de passar, necessariamente, por carismáticos mestres espirituais. Sobre isso, o autor de O Babuíno de Madame Blavatsky faz uma citação imperdível: "Talvez esta seja a definição de carisma: que cada pessoa pode tão facilmente revestir seu objeto com seus próprios sonhos" (pág. 216). Estava aberto, assim, o caminho para o surgimento do guru ocidental.

Os criadores da Teosofia ou "ciência sagrada" foram o norte-americano Henry Olcott (1832-1907) e a russa Helena Petrovna Blavatsky. Eles conheceram-se nos EUA um ano antes de fundar a sociedade inspirada nas culturas hinduísta, xivaísta, egípcia e outras da Antiguidade. Seu objetivo era pesquisar e divulgar "as leis que governam o Universo". Havia, para eles, o pressuposto da existência de uma doutrina universal secreta e o de que todas as religiões são essencialmente uma mesma religião. A descoberta dessas leis universais se dava, segundo eles, por revelações feitas por espíritos que se manifestavam por cartas dirigidas a Blavatsky e a Olcott. Apesar dos fracassos iniciais, a Sociedade Teosófica logo conseguiu atrair nobres e outros endinheirados, que custearam a expansão da entidade e de suas filiais, além de viagens e hospedagens da sua dupla de fundadores para vários países.

O grande sucesso da tarefa a que Washington se propõe está na sua estratégia. Se ele tivesse apelado para o conhecimento científico para desqualificar os propósitos ou os fundamentos da Teosofia e de outras correntes místicas, o resultado seria inevitavelmente um diálogo de surdos, pois é nos fundamentos que estão as grandes diferenças entre o misticismo e a cientificidade. A eficiência de sua crítica está justamente em mostrar que os principais mentores dessas seitas - que enfatizavam a busca da autodisciplina física e mental, a fraternidade e o desapego dos valores materialistas - eram apenas seres humanos idênticos aos das mentiras e das trapaças da política e dos negócios.

O Babuíno de Madame Blavatsky Peter Washington. Editora Record. Rio de Janeiro. % (21) 585-2000. 458 págs. R$ 52 

Um casal de ex-seguidores de Blavatsky, e depois desafeto, revelou posteriormente papéis em branco idênticos aos das cartas em que eram "precipitadas" as mensagens dos supostos espíritos guardiães do planeta. As alegadas viagens de Blavatsky - cuja data de nascimento ainda é um mistério - ao Tibete e a outros lugares do Oriente são praticamente consideradas fatos improváveis por Washington. Além disso, a fundadora da Teosofia é apresentada como um ótimo contra-exemplo da ferrenha autodisciplina individual proposta por ela mesma, pois devorava diariamente ovos fritos boiando na manteiga e vários alimentos gordurosos. Extremamente sedentária e balofa, precisava às vezes ser içada por ganchos por não conseguir usar escadas.

Washington não restringe seu livro às peripécias da fundadora da Teosofia. Ele percorre também todo o caminho dos sucessores da dupla fundadora, como os britânicos Annie Besant (1847-1933), que fazia vista grossa aos problemas éticos e materiais da instituição, e Charles Leadbeater (1847-1934), sempre em encrencas por assédio sexual a rapazes da Europa à Austrália. O livro segue também a trajetória do indiano Jiddu Krishnamurti, que foi preparado por Besant e Leadbeater para ser um novo Cristo, mas pulou fora, dos russos George Gurdjieff e Peter Ouspensky, do austríaco Rudolf Steiner, fundador da Antroposofia, e vários outros.

Blavatsky, que morreu em 1891, era contrária à seleção natural de Darwin. Para ela, a evolução humana se dera a partir de "seres elevados espiritualmente". Em seu apartamento em Nova York, que dividia com Olcott - em quartos separados - ela tinha na sala um babuíno empalhado, com óculos, colete, fraque e gravata, portando sob um dos braços um volume de A Origem das Espécies, de Darwin. Ele simbolizava, diz Washington, "a Insensatez da Ciência diante da Sabedoria da Religião". Mas apesar do destaque no título, o babuíno pouco aparece nesse brilhante livro, que é uma verdadeira caixa-preta da trajetória dos gurus ocidentais. 

Fotos: Cleiby Trevisan
Fonte: http://galileu.globo.com/edic/115/livros.htm

A Via Cardíaca e a Vontade


A Via Cardíaca e a Vontade

 

MARTINISMO, UMA VIA CARDÍACA

Por: Adílio Jorge Marques.

 
“De fato, o emprego habitual dos nossos dias é semelhante
a um sacrificar-se recíproco, enquanto que percorrendo
o caminho traçado pela consciência da nossa fragilidade
poderíamos reciprocamente encaminhar-nos no bem”.

 
ECCE HOMO
(Louis Claude de Saint Martin - O Filósofo Desconhecido)

 


 
A Tradição Primordial sempre esteve presente em nossa civilização de alguma forma. Algumas vezes através de personalidades que nos legaram profundos conhecimentos, e que muitas vezes transformaram a nossa história. Organizações mais ou menos hierarquizadas procuram, em todos os tempos, trazer a Luz Maior para este mundo. Provavelmente muitos já ouviram falar de várias linhagens Iniciáticas com tal propósito, sendo o Martinismo é uma dessas Tradições.

 
O termo deve-se a Louis Claude de Saint Martin, conhecido também por “Filósofo Desconhecido”. Viveu na França em uma época turbulenta política e intelectualmente (segunda metade do século XVIII), procurando amenizar com Saint Germain e Cagliosto os efeitos que o Terror pós-Revolução Francesa trouxe aos homens da Europa. Foi considerado por seus pares como “o mais sábio, o mais instruído e o mais elegante teósofo moderno” (Joseph de Maistre). Assim, nos salões e pequenos círculos de estudos na França e fora dela, suas instruções ficaram conhecidas como “Martinismo”. Saint Martin negava ser o verdadeiro autor do que ensinava. Rendia homenagem aos seus Iniciadores, legando um conhecimento místico a todos que se comprometiam com uma transformação interior verdadeira e não dogmática, e que leva a uma nova visão do mundo. A base era uma Iniciação por ele transmitida e que deveria perpetuar simbolicamente o conhecimento que deveria elevar o nível interior da humanidade. Logo, seu objetivo não era apenas consigo mesmo ou com um grupo/Organização em especial, mas com a própria humanidade.

 
Importante descrever brevemente os relacionamentos de Saint Martin, assim como sua biografia, o que deveria ser buscado e aprofundado por todos os que quisessem conhecer uma diferente forma de pensar dos setecentos. Nasce a 18 de janeiro de 1743 em Amboise, França, tendo sido educado e orientado sabiamente por sua madrasta, que aguçou desde jovem sua visão mística e cristã. Estuda as Leis e se forma, mas seu interesse filosófico o afastou da profissão. Entrou para a carreira militar aos 22 anos em Bordeaux, o que lhe deu mais tempo para os estudos místicos. Um de seus amigos oficiais era membro da “Ordem Maçônica dos Elus-Cohen do Universo”, cuja orientação pertencia a um místico chamado Martinès de Pasqually. Ambos logo se tornaram amigos.

 
A vida do Mestre dos Elus-Cohen nunca foi bem esclarecida pela história. Sabe-se que fundou sua Ordem em 1754 em Paris e que rapidamente difundiu seus conhecimentos em várias Lojas pela França, local e época das buscas e descobertas filosóficas. Em 1771 Saint Martin largou o exército para se dedicar melhor ao estudo filosófico, tornando-se secretário pessoal de Pasqually. Em 1772 problemas pessoais não conhecidos obrigaram Martinès a se mudar para o Haiti, aonde veio a falecer logo depois (1774). Sem a presença física de seu fundador a Ordem dos Elus-Cohen caiu progressivamente até entrar em dormência. Martinès havia passado pouco de muito do seu “saber teúrgico”, assim como conhecimentos gerais herdados da Tradição, o que acelerou o processo de dissolução, apesar de algumas poucas Organizações contemporâneas ainda outorgarem para si o nome desta Ordem.

 
Jean Baptiste Willermoz, comerciante de Lyon e também discípulo de Martinès, torna-se amigo de Saint Martin. Estrutura o “Regime Maçônico Escocês Retificado”, do qual Saint Martin participou por algum tempo até também desistir, optando por um caminho próprio e interior. Este caminho pessoal, chamado depois de “via cardíaca” por seu criador Louis Claude de Saint Martin, era uma clara alusão de que existia alternativa, menos trabalhosa e perigosa do que os meios “mágicos”, de se chegar ao contato interno com o Criador. Como disse em suas cartas e obras, a “parafernália” utilizada pela teurgia, com “intermediários”, era um caminho mais próprio aos enganos do que o caminho das preces e dos que tiveram seu coração tocado pelo “Amor Crístico”.

 
Saint Martin Viajou por vários países da Europa e conheceu as obras filosóficas de Jacob Boehme aos 45 anos, o que o entusiasmou e transformou de tal maneira que buscou aprender alemão para poder traduzir do original as obras de Boehme. E assim o fez até o fim de seus dias em 13 de outubro de 1803. Disse certa vez Louis Claude de Saint Martin: “É a Martinès de Pasqually que devo minha Iniciação às verdades superiores, e é a Jacob Boehme que devo os passos mais importantes que dei nessas verdades”.

 
Saint Martin escreveu várias obras assinando-as como “Filósofo Desconhecido”. São livros basilares para aqueles que buscam o entendimento Martinista:

  • Ecce Homo
  • Dos Erros e da Verdade ou Os Homens Convocados ao Princípio Universal da Ciência
  • Quadro Natural das Relações entre Deus, o Homem e o Universo
  • O Homem de desejo
  • O Novo Homem
  • O Espírito das Coisas
  • O Ministério do Homem-Espírito
  • Cartas póstumas

 As obras Martinistas não somente explicam a natureza do e para “o homem”, mas associam todos os conhecimentos disponíveis até aquele século ao princípio de que o espírito humano pode se tornar o centro da busca sem dogmas ou magias estapafúrdias. Em resumo, o espírito e finalidade do Martinismo podem ser sintetizados deste modo:

 
Devemos abandonar o “velho homem”, tomar em nossas mãos o destino e deixar de sermos “Homens da Torrente”. Pelo exercício da própria vontade deve se tornar um “Homem de Desejo” e fazer nascer em si mesmo, com a ajuda Divina, um “Novo Homem”. Quando tiver alcançado tal estado, por uma regeneração completa de seu ser e por um segundo nascimento interior, voltará a ser o “Homem-Espírito” que era na Criação. Estará enfim cumprindo o “ministério” que o Invisível lhe havia confiado na origem do mundo. Pela força de seus direitos primitivos ele poderá trabalhar para a Regeneração e Reintegração de si e da Criação na Unidade, aliás, nosso principal objetivo nesta vida ou em alguma próxima.

 
Como reencontrar esse estado paradisíaco, para o qual o ser humano foi criado no início dos tempos e acabou por perder, como diz Pasqually em sua obra “Tratado da Reintegração dos Seres” e a própria Gênese bíblica? Aí está a busca Martinista. A busca pela REINTEGRAÇÃO dos homens. Se a humanidade perdeu sua potencialidade primordial, enquanto Pensamento, Palavra e Ação, dela conserva, no entanto, o germe. Basta que aplique sua vontade para cultivar essa raiz e fazê-la frutificar.

 
Este é um caminho da VONTADE. Entre o destino, por vezes aleatório, e a Divina Providência vivida pelos homens, é necessário então escolher. Àqueles ligados à cadeia Iniciática Martinista, tornar-se um Homem de Desejo é empreender a reconstrução de seu Templo Interior. Para edificar esse eterno Templo, apóia-se em dois pilares simbólicos: da Iniciação e dos ensinamentos, ou seja, o pilar do Conhecimento. A Iniciação marca efetivamente o começo de seu grande trabalho, pois é o momento em que ele recebe a “semente de luz” que constitui o alicerce de sua obra, segundo Louis Claude de Saint Martin. Cabe-lhe em seguida trabalhar para “manifestar e irradiar essa Luz Maior”. As Iniciações Martinistas constituem um momento privilegiado, reencontro de um Homem de Desejo com seu Iniciador. Elas só existem ou são reconhecidas quando realizadas de corpo presente entre ambos. Atitudes que representam terrenalmente uma transformação maior que deveria ocorrer no INTERIOR de cada um. Para Saint Martin, é aquela pela mudança qual “podemos entrar no coração de Deus e fazer entrar o coração de Deus em nós, para aí fazer um casamento indissolúvel...”. A eliminação dos vícios e a busca das virtudes.

 
Para estudar seus ensinamentos, e principalmente seus símbolos, Saint Martin selecionou e formou um Círculo de discípulos conhecidos pelo nome de “Sociedade dos Íntimos”, que trabalhava com a mais pura espiritualidade interior. A partir do século 19, e após a sua morte, seus ensinamentos continuaram ininterruptamente de discípulo a discípulo, como podemos ver no esquema abaixo. Em 1891, Papus e Augustin Chaboseau criou a “Ordem Martinista”, conhecida na França como a primeira organização deste caminho místico. Com a morte de Papus em 1916 e as turbulências da I Grande Guerra, o original Conselho Supremo desta Ordem foi-se desfazendo e muitos de seus membros criaram suas próprias Organizações Martinistas.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

"Teosofia" Sem Véu - primeira parte

Na série sobre o neo-gnosticismo pouco falamos sobre o movimento que constitui a principal base e origem de toda a farsa da nova era e similares, o movimento que antecedeu tudo isso e deu origem tanto ao movimento nova era quanto a alguns dos supostos herdeiros  das tradições esotéricas mais famosas da história, que além de denegrir e nome de instituições inocentes ainda deturpou todo seu vocabulário (pelo mal uso e ressignificação dos seus termos), criou várias falsas escolas, seitas, ordens, filosofias, seja se apossando dos nomes de escolas antigas, seja criando novas que se diziam diferentes de todas as outras, mas tão fraudulentas quanto as primeiras.

E esse movimento ja começou fazendo isso, roubando o nome de outro movimento que nada tem a ver com este outro, trata-se da falsa teosofia da medium, trapaceira, espiã, contadora de "causos" Helena Blavatsky.

Para quem não conhece a história da teosofia (da verdadeira) pode ser fácil deixar-se enganar pela falsa. Em alguns momentos dessa série falaremos sobre a verdadeira. Mas aqui hoje vamos começar a cercar o assunto pelos cantos, pra em seguida abordarmos o centro da questão.  Vamos conhecer os tentáculos de Blavatsky, sua influência e influenciados, para só depois mostrar quem realmente é Blavatsky e porque é tão perigosa e mentirosa. Então com paciência vamos seguindo, e aos seus defensores e aos curiosos só uma recomendação, leia atentamente, acompanhe o que será exposto, cheque as fontes, e faça sua própria pesquisa. Se depois disso você ainda defender ou ter interesse nessa falsa escola, não há o que fazer, pois nem todos querem a verdade, aliás uma boa parte prefere mentiras confortáveis e o engano que acaricia seu ego...


Blavatsky e a inspiração racista de Hitler

Extraído do trabalho de MARCOS EDUARDO MEINERZ “O REICH DE MIL ANOS” - O IMAGINÁRIO CONSPIRATÓRIO DA OBREVIVÊNCIA NAZISTA APÓS A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL (tese de doutorado aprovada pela Universidade Federal do Paraná. 2018)

A Teosofia na Alemanha 

Ligada à tradição ocultista e às religiões orientais, Teosofia significa o conjunto 
de doutrinas religiosas e místicas, frequentemente incorporadas de reflexões filosóficas, que buscam o conhecimento da divindade para alcançar a elevação espiritual. A Sociedade Teosófica fundou fortes grupos nacionais na Alemanha, na Índia, nos Estados Unidos, na Inglaterra e em vários outros países da Europa, durante o final do século XIX e nas primeiras décadas do XX. O relativo sucesso do movimento deveu-se a redescoberta de antigos saberes fundamentados nas “tradições egípcias e hindus, atraentes para as pessoas do mundo anglo-americano que se sentiam perturbadas pelo 
crescimento do agnosticismo e pelos desafios da ciência moderna”.

De acordo com Ricardo José Barbosa da Silva, a fundadora Helena Blavatsky supostamente viajou para o Oriente, Ásia Central, Índia, África, América Central, Américo do Sul, Europa e Estados Unidos, lugares nos quais conheceu e estudou várias seitas e rituais: “iniciada” na seita muçulmana dos drusos no Oriente Médio; apreendeu os rituais dos dervixes e presenciou rituais secretos vodus; e estudou também a magia da seita japonesa conhecida como yamabushi. Porém, nada disso se compararia aos sete anos que havia “passado em um vale oculto na cordilheira do Himalaia, no Tibete, onde teria sido iniciada por uma comunidade de mestres espirituais que lhe ensinaram uma antiga sabedoria que revelava muitos dos mistérios do universo”.

Mas essa trajetória dificilmente é verdadeira, pois não existem provas ou testemunhas que confirmem essa história. Nenhuma pessoa sem experiência em montanhismo teria feito a árdua viagem 
até o Himalaia e encontrado esses mestres ocultos, sem ser vista pelas patrulhas chinesas, russas e britânicas que estavam na região na segunda metade do século XIX. 

Depois desses supostos contatos, Blavatsky publicou em 1877 o seu primeiro livro intitulado “Ísis Sem Véu”21, no qual expõe os princípios da Teosofia além de narrar a história do ocultismo (leis escondidas da natureza) egípcio que teria sido a ela ditado por espíritos. Defendendo que o ocultismo deveria ser aceito pela ciência ortodoxa, o livro foi um sucesso, teve sua primeira edição esgotada em dez dias, e, de acordo com Baker, isto se deu pelo efeito por ele produzido, ou seja, de acalmar as mentes daqueles cuja fé religiosa tinha sido prejudicada pelo racionalismo científico, em particular, as teorias da evolução e da seleção natural de Darwin. A crítica especializada (de acadêmicos na maioria) rapidamente atacou a obra, por incompetência intelectual e plágio.

Mas isso não abalou Blavatsky. Em 1888 escreveu a sua obra “chave’ sobre a teosofia, na qual tentou esclarecer alguns problemas teóricos da doutrina 
proporcionados por seu primeiro livro. A “Doutrina Secreta”, que pretende contar nada mais do que a história do universo e da vida inteligente, teria sido produzida com base em informações contidas num hipotético manuscrito secreto milenar, chamado 
“Estâncias de Dzyan”, encontrado pela autora em um monastério subterrâneo no Himalaia. Segundo Blavatsky, esse manuscrito conta como a Terra foi colonizada por seres espirituais da Lua, sendo a humanidade descendente desses ancestrais através das chamadas raças-raiz. 

De acordo com a Doutrina Secreta, a história humana teria se desenvolvido ao longo de sete raças-raiz. A primeira raça-raiz, conhecida como os “nascidos por si mesmos”, foram os habitantes do 
primeiro continente, chamado de “terra sagrada e imperecível”. A segunda raça-raiz foi aquela dos “nascidos do suor” ou os “sem ossos”. Essa raça habitou um continente que se estendia ao sul e ao 
leste do polo norte e que Blavatsky supõe ter mesmo existido tal como é descrito na mitologia grega, ou seja, a região para onde o deus 
Apolo ia viajar todos os anos. Desta segunda raça procedeu a terceira raça-raiz, a raça dos “duplos” (andrógenos) que, diferente das primeiras duas raças (que se reproduziam por meio espirituais), já se reproduziam de forma sexuada. Tal raça teria vivido em um continente que se estendia de Madagascar ao Ceilão e Sumatra e teria 
submergido sobre as águas. Tal continente foi batizado por P. L. Sclater como “Lemúria” e supunha-se que tivesse realmente existido. 
A quarta raça foi a lendária raça dos atlantes, habitantes do continente desaparecido a que se referia Platão.

Segundo Blavatsky, atualmente a Terra é habitada pela quinta raça-raiz, a raça ariana, sendo seu continente a Europa. Aqui podemos perceber os elementos racistas presentes nessa crença, com os arianos europeus sendo a “raça superior”, mais tarde adotados pelos nazistas.

Baker afirma que a Teosofia deu muita ênfase a reencarnação. Por meio dela, os seguidores do movimento podiam imaginar-se como participantes de uma pré-história humana fabulosa, repleta de lugares mágicos, exóticos e perdidos, enquanto tinham certeza de que suas almas estavam em uma trajetória ascendente, prontas à salvação 
espiritual e à união final com deus. (...)

Como um antídoto para esses medos e incertezas da vida moderna, a Teosofia foi rapidamente aceita por movimentos populares alemães e austríacos. Como a Lebensreform (reforma da vida): um movimento alemão de classe média que 
representou a tentativa de atenuar os males da vida moderna decorrente do crescimento 
das cidades e indústrias. Goodrick-Clarke assegura que uma variedade de estilos de vida 
alternativas - que incluía o uso de ervas e remédios naturais, vegetarianismo, nudismo e 
comunidades rurais autossuficientes -, foram abraçadas por pequenos grupos que 
esperavam retornar a uma existência puramente natural da vida. Dessa forma, a crença 
teosófica relacionava-se aos sentimentos da Lebensreform e providenciou uma 
justificativa filosófica a esses grupos.

Na Alemanha foram fundados outros grupos baseados na Teosofia de Blavatsky. 
O principal deles foi a Sociedade Teosófica Alemã, constituída em 22 de julho de 1884 
na cidade de Elberfeld. O grupo ajudou a fomentar o interesse pelo ocultismo no país 
através da criação, em 1886, do periódico chamado Die Sphnix, (...) com a intenção de confirmar 
os preceitos teosóficos. Tanto é que contava com contribuições de cientistas, historiadores e filósofos. Outro difusor do ocultismo na Alemanha foi Franz Hartmann (1838-1912), com seu periódico Lotusbluthen, publicado entre 1892 e 1900. Esse 
periódico foi o primeiro a publicar a imagem da suástica em sua capa. Em 1906, foi fundada em Leipzig a Editora Teosófica por Hugo Vollrath, um discípulo de Franz Hartmann, a qual publicou um grande número de revistas e livros dedicados ao 
ocultismo. Importante ressaltar que grupos teosóficos também proliferaram em Viena, 
na Áustria: Associação para o Ocultismo, Clube de Leitura Esfinge e a Primeira Sociedade Astrológica Vienense.

O nazismo era ocultista?

Como observamos, muitos dos elementos adotados pela “religião nazista” não foram inventados do nada. Eles foram altamente influenciados por discursos e crenças pré-existentes entre os povos germânicos antes mesmo de se constituírem como um partido político. Personagens como Blavatsky, List, Sebottendorff e Liebenfels foram alguns dos resposáveis por popularizar tais crenças: um sistema de hierarquia de raças, a importância de alfabetos antigos, o antissemitismo, a superioridade dos arianos e sua origem mítica, a astrologia, a astronomia, a crença em mitos pagãos e uma terra sagrada ariana. Todos esses elementos podem ser encontrados tanto no cerne do pensamento dos ariosofistas, teosofistas, da Ordem dos Germanos, da Sociedade Thule, da Sociedade Edda, nos movimentos pangermânico e völkisch, como também no Partido Nazista. Só para se ter uma noção dessas influências, um detalhe interessante: foi Blavatsky que salientou o significado oculto da suástica e um dos seus seguidores o responsável porintroduzir os “Protocolos dos Sábios do Sião” dentro da comunidade europeia ocidental, “ávida por um bode expiatório”.

(...)

Apesar dessa afinidade ideológica por essas crenças esotéricas, a evidência de que Hitler e outros líderes nazistas participavam de seitas ocultistas é muito fraca. Ou seja, historicamente não há relações profundas com o ocultismo, isso acontece na cultura de massa. A maioria dos historiadores sempre ignoraram, corretamente, as afirmações que os ligavam com algum desses extremados grupos racistas, anti-semitas e panfletistas. Mas por causa desses elementos em comum e uma suposta aproximação com tais grupos, desenvolveu-se na cultura de massa uma elaborada mitologia em torno da ideia na qual os nazistas praticavam magia negra com o objetivo de adquirir forças sobrenaturais para dominar o mundo. Isso foi representado em livros populares, principalmente nas décadas de 1960 e 1970.


Ariosofia

De acordo com Baker, a inquietação pública ocasionada pelas mudanças econômicas, sociais e culturais do final do século XIX, e a ameaça que isto apresentava à tradicional visão de mundo, foi fundamental à ideologia völkisch que lembrava o povo germânico da importância da sua identidade cultural. A combinação entre cultura e espiritualidade foi fortemente expressada por meio da doutrina da Ariosofia, originada em Viena (onde no final do século imperava o racismo völkisch, o anticatolicismo e o antimodernismo). Essa doutrina era constituída por uma mistura das teorias racistas völkisch e dos conceitos teosóficos de Blavatsky, ou seja, uma ideologia esotérica baseada na superioridade da raça ariana, amalgamando o racismo, o antissemitismo, a teosofia e o ocultismo, propondo o retorno a uma idade dourada e pagã, na qual seus líderes seriam dotados de poderes ocultos. Seus dois principais expoentes foram os austríacos Guido von List (1848-1919) e Jorg Lanz von Liebenfels (1874-1954). Nascido em Viena no dia 5 de outubro de 1874, filho de uma família de comerciantes de classe média, Guido von List foi um dos principais escritores e ideólogos völkisch e pangermanista antes da eclosão da Primeira Guerra Mundial. (...) Inspirado pela Teosofia de Blavatsky, List reconstituiu a pré-história germânica escrevendo nos mínimos detalhes eventos históricos que teriam acontecido muitos séculos antes. 

(...)

Outro que influenciou o nacionalismo pangermânico por intermédio de suas visões místicas de caráter racista, foi Jorg Lanz von Liebenfels. Nascido em Viena, no dia 19 de julho de 1874 e pertencente à classe-média, Liebenfels contribuiu à ideologia racista da época com a inclusão de preconceitos e ideias científicas em uma doutrina gnóstica (aquele que busca o conhecimento das verdades divinas), que distinguia as raças loiras e negras como entidades cósmicas que trabalhavam, respectivamente, à ordem e ao caos do universo. Liebenfels fundou, em 1905, a revista de teor racista e antissemita Ostara, que, segundo Barbosa da Silva, influenciou Hitler a construir sua concepção de mundo nacional-socialista.

(...)

Segundo Goodrick-Clarke, as ideias dos ariosofistas influenciaram o Reichsführer Heinrich Himmler na década de 1930, contribuindo em seus projetos acerca a pré-história germânica, especialmente seus planos visionários para o Grande Reich Germânico no terceiro milênio. Devido ao surgimento do neopaganismo e a constante antipatia em relação ao cristianismo pelos fascistas, a ariosofia ofereceu a essas pessoas um projeto “de crenças religiosas que ignora o cristianismo em favor de uma mistura de tradições míticas e novos conceitos científicos da elite acadêmica contemporânea na Antropologia, na Etimologia, na História Antiga e na religião comparada”.33 Inclusive, os ariosofistas utilizaram a teoria teosófica das raças-raiz para designar os judeus, ciganos, negros e eslavos, como sobreviventes da raça inferior Lemuriana, considerados pelo nazismo como seres que deveriam desaparecer para a evolução plena dos arianos, a casta superior. 

Como ressalva Baker, embora as ideias de List e Liebenfels fossem inerentemente odiosas e violentas, elas permaneceram justamente como são, ideais. Muitos de seus seguidores tornaram-se cada vez mais inquietos e insatisfeitos com a falta de ação contra a ameaça à raça ariana, ou seja, aqueles “seres inferiores” - com quem eles foram forçados a compartilhar sua nação, em particular os Judeus – que eram culpados pelos males da urbanização, da industrialização e da ameaça ao tradicional modo de vida rural do “camponês ariano”. E nesse ambiente, muitos passaram a acreditar que o tempo da teorização acadêmica tinha passado, sendo a hora da ação direta.


A terra natal ariana perdida

A ideia de que o povo ariano seria oriundo de uma terra natal mística e fabulosa, não foi inventada pelos nazistas. Para o movimento romântico alemão do século XIX, a palavra “ariano” denotava o grupo racial mais elevado, superior, puro, honroso e biologicamente superior aos semitas. Porém, os proponentes dessa teoria reapropriaram-se das ideias de Charles Darwin. A suposição de que a evolução humana mediante a seleção natural resultaria necessariamente em melhorias graduais para cada espécie, foi invertida pelo racismo ariano, pois sustentavam que a raça branca teria alcançado há muito tempo a perfeição, sendo corrompida devido a miscigenação com as raças consideradas inferiores.

Isso teria acontecido quando os arianos imigraram de sua terra natal mítica rumo a Europa. Podemos destacar ao menos três temas em torno da origem mítica da raça ariana: o Paraíso Polar, o Reino de Hyperborea/Atlantis e a Antártida. Sobre o mito do Paraíso Polar, Baker assegura que, no desejo de redescobrir as suas raízes míticas e culturais, os arianistas afastaram-se do “calor” do éden mesopotâmico (explicação bíblica) e olharam para o “frio do extremo norte”. A primeira aparição dos arianos na região polar teria acontecido por volta de 25628 a.C., durante a era interglacial, sendo forçados a deixar sua terra natal, rumo a Europa, devido ao ambiente que estava se tornando cada vez mais frio e hostil. O advento dessa idade do gelo foi a primeira de uma série de catástrofes naturais que provocaram a queda de outras três civilizações antigas: Atlantis, Lemuria e do povo (sem nome) que ocupava a região conhecida como deserto de Gobi. Além disso, a tradição ariana teria influenciado a civilização egípcia, acadiana e babilônica.

No que se refere ao mito do Reino de Hyperborea e Atlantis, retomamos as teorias de Blavatsky. De acordo Baker, baseada no suposto documento tibetano intitulado de Estâncias de Dzyan, a criadora da Teosofia afirmava que os ancestrais arianos ocuparam quatro continentes perdidos e um que ainda existe: 

● O primeiro, descrito como “The Imperishable Sacred land” (terra sagrada imperecível), foi o lugar dos primeiros humanos. 

● O segundo continente foi Hyperborea, terra que se estendia por todo o Polo Norte, compreendendo o que é hoje conhecido como a Ásia do Norte. 

● O terceiro continente foi Lemuria, teoricamente existido entre Madagascar e o Sri Lanka. 

● O quarto continente foi Atlantis, a primeira terra histórica. 

● O quinto continente se refere as Américas, a Europa e a Ásia Menor, que continuam a existir. 

Enquanto os quatro primeiros continentes já não existem mais, vivendo a humanidade no quinto, os dois últimos, ainda desconhecidos, aparecerão em futuro próximo. Os princípios centrais da Teosofia – as civilizações antigas e fantásticas, e a origem da raça ariana superior -, como afirmado anteriormente, foram atrativas aos ocultistas e nacionalistas alemães que odiavam o mundo moderno do final do século XIX e do começo do século XX. Modernismo era visto como um fenômeno urbano, sofisticado, intelectual, e isso incluía a ciência, a tecnologia, a Revolução Industrial e o capitalismo. Dessa forma, as doutrinas teosóficas fundiram ciência e misticismo, absorvendo as teorias de Darwin sobre a adaptação e seleção natural, aplicando-as ao conceito da luta espiritual entre as raças da Terra. O resultado dessa luta teria sido o aparecimento da raça ariana. Baker recorda que o trabalho de Blavatsky foi extremamente convincente quando foi escrito.

(...)


Referências usadas pelo autor nessa parte do trabalho:

GOODRICK-CLARKE, Nicholas. Raízes ocultistas do nazismo: cultos secretos arianos e sua influência na ideologia nazi. Lisboa, Terramar, 2002. 

GOODRICK-CLARKE, Nicholas. Sol negro: cultos arianos, nazismo esotérico e políticas de identidade. São Paulo: Madras, 2004.

BARBOSA DA SILVA, José. História invisível: uma análise psicossocial das raízes mágico-religiosas do Nacional-Socialismo. Tese (Doutorado em Psicologia), Universidade de São Paulo, 2009. p. 90.

BLAVATSKY, Helena. Ísis sem véu. São Paulo: Pensamento, 1991.


Metafísica - intro

 

Metafísica

Aristóteles

NOME ORIGINAL – Ta Meta Ta Physika (Grécia)
EDIÇÃO NO BRASIL – Edições Loyola; 2001

DO QUE TRATA

Partindo do conceito de ciência como o estudo das causas e princípios de coisas, seres e fenômenos, o filósofo define a metafísica como a ciência mais elevada, pois ela se ocupa de estudar causas e princípios últimos de toda a realidade, todos os seres, sem restrição. Ao contrário das demais ciências, que investigam coisas particulares (como a matemática estuda os números), a metafísica se dedica à substância de todas as coisas. A obra foi editada depois da morte do autor, pelo estudioso Andronico de Rodes.

QUEM ESCREVEU

Aristóteles (384 a.C.-321 a.C.) nasceu na cidade Estagira, na Macedônia, onde morou até os 18 anos, quando se mudou para Atenas. Na capital, freqüentou a Academia de Platão. Lá estudou até a morte do mestre. O filósofo se ocupou da educação do imperador da Macedônia, Alexandre.

POR QUE MUDOU A HUMANIDADE

A metafísica aristotélica inaugura a noção do conhecimento como algo global e não compartimentado, fragmentando, conforme as ciências “especializadas” da época costumavam fazer. Assim ele afirma que a realidade no seu todo é passível de ser estudada.

A metafísica é uma compilação de anotações dos discípulos de Aristóteles durante as aulas, e do próprio. A tradução literal do termo, em grego, significa “os escritos que estão catalogados após os da física”.


Fonte: https://super.abril.com.br/comportamento/metafisica/

Espiritismo, vampirismo, satanismo? - O que as ciências metafísicas, alquímicas e tradicionais dizem - parte 3

 EsPIRITISMo (III) 

Mais uma vez queremos chamar vossa atenção para a natureza do engano que infalivelmente deve se produzir em decorrência das práticas espiritistas. 

Quando um círculo espiritista é criado numa sala, ele será magnetizado em decorrência da unifomidade dos pensamentos, sentimentos e da vontade de seus membros. O pensamento. a vontade e o sentimento, em conjunto, são dirigidos para a evocação dos espíritos. 

Um círculo magnético como este, no qual as esferas aurais de seus membros estão completamente sintonizadas, cria uma luz e uma poderosa irradiação, atraente e pesquisadora, que emana do santuário do coração de todos os presentes, e que pode se tornar numa grande força. A luz também emite som, então, de um círculo como este, um certo tom vibra no espaço. É assim que os espíritos sào evocados. E por razões obvias, não se fazem esperar, pois têm o maior interesse no contato mais forte, porque às vezes é muito difícil penetrar no campo aural do círculo. Como, entretanto, os semelhantes se atraem, naturalmente descobre-se uma abertura. 

A atmosfera de um círculo magnético como este é uma boa condutora. Normalmente, o espírito controlador se coloca por detrás do médium. Fixa o olhar na nuca do médium e assim controla, pela medula, os centros da cabeça e do coração e, conseqüentemente, seu pensamento, sua vontade, seu sentimento. O espírito-guia sopra igualmente, nas narinas do médium, com o objetivo de sintonizar e influenciar seus pensamentos e sua vontade por meio do osso etmóide. para atingir os seus próprios fins. 

Finalmente, a atmosfera dos espíritos é ligada ao círculo magnético. o que se percebe por um frio intenso. 

Quando chega a esse ponto. o espírito-guia começa a falar ou a escrever através do médium, embora tudo o que é dito ou escrito seja somente uma encenação destinada a camuflar o único objelivo, que é o roubo de éteres para ele e para seus comparsas. 

Por exemplo, ele poderá dizer. pelo médium, algo como: "Aqui está a Sra. Peters", isto é, a falecida avó de um dos presentes. Então, ele revelará vários detalhes da vida da avó conhecidos exclusivamente pelos membros presentes da família. As vezes, o médium vê a avó e dá uma descrição precisa e minuciosa dessa senhora. 

O membro da família presente, inteiramente convencido, confirma tudo o que foi dito. Como conseqüência, uma corrente de interesse se dirige para a falecida. 

Sobrevém uma forte explosão de éteres, estabelece-se a ligação com o guia, e o saque é recolhido. Às vezes, chegam em grande número. acompanhados por hordas de de elementais. O importante é obter o contato adequado. Então o médium mais apto para isso é escolhido pela entidade. E assim que todo o círculo é extorquido. Um por um, os participantes sào tomados. Muitas vezes o guia aconselha que não mais se admita no círculo nenhum novomembro. para evitar interferências em seu domínio. De tempos em tempos é marcada uma outra reunião: e outra refeição de éteres é servida e consumida. 

Levando tudo isso em consideração, torna-se claro que estas sessões são nocivas para quem participa delas e que, desse modo, todos são desviados do verdadeiro desenvolvimento espiritual. Estas reuniões também são nocivas para os espíritos-guia que permanecem algema dos à sua sombria esfera de existência, não podendo romper suas amarras. Também são prejudiciais para o mundo e a humanidade, porque assim o satanismo é alimentado e conservado. 

Os guias empregam todos os meios possíveis para impedir que o interesse do círculo diminua. Os componentes são elogiados. o médium é promovido a adepto, pede-se auxílio para os mortos e faz-se toda espécie de profecias. 

Pode-se perguntar se a pessoa em questão era realmente ou não a falecida avó. Na maioria das vezes, não. 

Como, então, o médium se acha tão bem informado sobre todos os pormenores da avó? O guia experiente lê todas as particularidades da falecida no éter refletor do parente presente. O éter retletor de cada pessoa guarda, com efeito, um resumo fiel de toda sua vida, dos fatos e acontecimentos principais, de seus relacionamentos pessoais, etc. Assim que alguém concentra a atenção sobre um ponto do seu passado, o éter refletor é vivificado nesse ponto permitindo à própria pessoa reler e trazer de novo esse passado ao seu pensamento. Mas outra pessoa também pode fazer isto, desde que tenha tido o necessário treinamento. Quando choramos um morto e, nesse estado de ânimo, com a mente cheia de recordações do falecido, participamos de uma sessão espírita, somos assim enganados.

Entào é impossível que a avó se detenha na esfera intermediária' Essa eventualidade só será possível se a avó tiver sido, em vida, uma mulher totalmente má, porque só as criaturas verdadeiramente más se mantêm na esfera intermediária. Muitas entidades se dedicam temporariamente ;t prática do, roubo de éteres que foi descrita, mas logo se enojam desse tipo de existência e abandonam esse parasitismo. 

Realmente, o furto de éteres causa uma degenerescência, uma moléstia estrutural que faz com que estas entidades acabem por apresentar um aspecto horripilante. Se a falecida avó permanece em companhia de monstros como estes é porque ela nào vale muito como pessoa- e nunca valeu. Caso ela aparecesse em seu verdadeiro estado. seu parente teria vergonha dela e se retiraria, bastante confuso. 

O guia também é capaz de se materializar. Para isso. ele atrai ao seu redor um volume suficiente de éteres e de forças fosfóricas que retira dos cérebros e das glândulas tireóides dos participantes da sessão. Essas forças fosfóricas pertencem ao domínio químico de nossa esfera. e sào, portanto, perceptíveis aos nossos olhos. 

Assim, os guias experientes materializam, por exemplo, uma mào, ou uma sombra de alguém. Também podem fazer aparecer um determinado rosto que não é do guia, mas sim uma máscara imaginária. Tudo se torna possível pela maleabilidade dos éteres superiores. 

Todas as ciências ocultas do passado mencionam a habililade dos magos negros de produzir seres sombrios, elementais e formas humanas simuladas. Isso faz pensar no golem, do livro do mesmo nome, de Gustav Meyrink: ou no livro Burn, witch, burn (Queime, bruxa, queime) de A. Merrit. Assim. os espíritos ligados à terra também são temporariamente capazes destas criaçoes para enganar o público.

A existência do espiritismo é inegável. Ele se mantém pela curiosidade. pelo sensacionalismo e pela falta de verdadeira luz. Pelas práticas espiritistas é absolutamente impossível chegar a aprender qualquer coisa nova, científica, ou algo de bom que não se possa facilmente obter de outras fontes. Todas as lições morais, espirituais ou intelectuais transmitidas nestas sessões são sempre o produto de furto. São tomadas de empréstimo aos livros sagrados e à sabedoria antiga. 

As descrições do denominado país de verão, que é a imitação da esfera celeste no além. e das esferas infernais não podem nos ensinar nada de novo, nada que não pudéssemos aprender de outro modo. A ciência rrústica e oculta de todos os séculos sempre nos manteve bem informados. Para o pesquisador da verdade, o único meio de adquirir conhecimento é penetrar e conseguir o conhecimento de primeira mão trilhando o caminho da libertação. Então, a realidade de todas as coisas se abrirá para ele, facilitando sua pesquisa pessoal. 

Certas pessoas supõem que as práticas espiritistas podem ser muito úteis para convencer os homens da existência de uma vida após a morte. Elas pensam que isso é extremamente importante. Não compartilhamos dessa opinião. Na realidade, quase todos acreditam numa existência do outro lado do véu. Isso é tão verdadeiro para os povos primitivos como para os cristãos. E no entanto, o mundo nunca se encontrou num caos maior. 

Às vezes, dizem que o elemento profético nestas sessões espíritas é útil para dar proteção aos habitantes da esfera tenestre e também para auxiliar os que já morreram. No entanto, limitamo-nos a nos referir ao que já foi explicado sobre o parasitismo e a repetir o alerta: não vos deixeis explorar por mais tempo. No que diz respeito a um possível auxílio aos falecidos, lembrai as palavras de Cristo: "Deixai os mortos sepultar os seus próprios mortos". 

(...) 

Várias perguntas podem ser feitas agora: Como nos livrar de nossa mediunidade? Como combater o satanismo? Como curar a humanidade desse flagelo? A resposta é: por meio de uma consciente mudança e nobrecimento da vida, de baixo para cima; por uma auto franco-maçonaria, livre de toda autoridade externa; por não permitir que sejamos enganados e pela rejeição resoluta e sistemática de toda e qualquer influência espiritista; por um anseio constante por um conhecimento de primeira mão numa objctiva atitude de vida; por uma mudança fundamental e por nos deixar guiar, por um amor à humanidade sempre crescente e abarcante, sabendo que: "mesmo se possuíssemos todas as coisas, mas não tivéssemos esse amor universal, nada teríamos e nada seríamos".

Extraído do livro  FILOSOFIA ELEMENTAR 

DA Rosacruz Moderna de J. van Rijckenhorgh


quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Do Homem e Sua Verdadeira Natureza e Ministério - Sentimento de imortalidade

 Do Livro  Homem: Sua Verdadeira Natureza e Ministerio

Por

Louis Claude de Saint-Martin


Sentimento de imortalidade


Pelo esforço de nos tornarmos novamente a imagem de Deus, obtemos a inestimável vantagem de não só por um fim em nossa privação e degeneração, mas de avançar em relação ao que os homens, ávidos por glória, chamam de imortalidade, e realmente desfrutar dela; pois, o vago desejo que os homens da torrente possuem, de viver nos espíritos de outros, é o mais fraco e falso de todos os argumentos geralmente usados em favor da dignidade da alma humana. 

De fato, embora o Homem seja espírito e em todas as suas ações, regulares ou não,tenha sempre algum tipo de motivo espiritual; e embora, ele só possa atuar pelo e para o espírito, no que quer que emane dele, este desejo de imortalidade não passa de um impulso de seu amor-próprio, um sentimento da atual superioridade sobre os outros e uma antecipação da admiração dos homens prometida a si mesmo, e que o anima; quando o homem não vê uma maneira de efetuar este quadro, seu ardor esfria, e as obras que dependem deste ardor são consequentemente afetadas.

Podemos afirmar que esta inclinação procede mais de um desejo de imortalidade, do que de uma real convicção sobre ela; a prova é que aqueles que se deliciam da imortalidade, são aqueles que para realizá-la, não tendo nada a oferecer senão obras temporais, mostram que a região em que se orientam está dentro do limite do tempo: pois a árvore é conhecida através de seu fruto.

Se os homens estivessem realmente convencidos desta imortalidade, dariam prova desta convicção tentando trabalhar em Deus e para o verdadeiro Deus, esquecendo deles próprios; então, suas esperanças de uma vida imortal, não seriam desapontadas, porque plantariam sua semente num campo em que teriam a certeza de reencontrá-la algum dia; enquanto que, trabalhando somente no tempo e plantando somente na mente dos homens, para serem rapidamente esquecidos por alguns, e nunca ouvidos por outros, é a maneira mais inadequada e desvantajosa de se trabalhar na edificação da imortalidade.


Se refletíssemos um pouco, encontraríamos bem a mão, provas decisivas de nossa imortalidade. Considerando somente a privação habitual e constante na qual o homem deixa seu espírito, - e seu espírito não está destruído. Ele se excita, se engana, dedica-se ao erro, torna-se ruim e fraco - faz o mal enquanto poderia fazer o bem; contudo, no exato sentido da palavra, ele não morre.

Se tratássemos de nossos corpos com a mesma negligência e descuido, se os deixássemos, da mesma forma, em jejum, famintos, eles não fariam nem o bem, nem o mal, eles simplesmente morreriam. 

Outra indicação de nossa imortalidade, pode ser verificada no fato de que, em todos os aspectos, o homem aqui embaixo, caminha durante todo o dia ao lado de seu túmulo, e só pode ser por alguma espécie de sentimento de imortalidade, que ele tenta mostrar a si mesmo que é superior a este perigo.

Isto vale para os soldados, que podem morrer a qualquer momento. Vale para o homem corpóreo, que pode ser tirado deste mundo a qualquer instante, a única diferença é que o soldado não é, necessariamente, vítima do perigo que o ameaça, enquanto que os homens naturais deverão tombar, todos, sem possibilidades de exceções. 

Entretanto, em ambos, observamos a mesma tranqüilidade, para não dizer desatenção, que faz o guerreiro e o homem da natureza viver como se não existisse nenhum perigo para eles; tal descuido é a própria indicação de que são tomados pela idéia da imortalidade, já que ambos caminham nas extremidades de seus túmulos.

No que diz respeito a questões espirituais, o perigo do homem é ainda maior, e o seu descuido ainda mais extraordinário: o Homem Espírito anda constantemente ao lado de seu túmulo, sendo quase sempre tragado pela fonte imortal onde tudo jaze, além do mais, não poderíamos questionar: há muitos entre nós que não caminham dentro de seus túmulos? E o homem está tão cego que nem se esforça para sair, e nem se interessa em saber se algum dia sairá. 

Quando ele é afortunado o bastante para perceber, mesmo que por um único momento, que está caminhando neste túmulo, tem então uma irresistível prova espiritual de sua imortalidade, uma vez que tem a prova de sua terrível mortalidade, e o mesmo que chamamos, figurativamente, de morte. Agora, como pode sentir horror desta mortalidade espiritual, se não tiver, ao mesmo tempo, um forte sentimento de sua imortalidade?

É somente neste contraste que o homem descobre que é punido; isto porque a dor física é sentida pela oposição entre doença e saúde. Mas este tipo de prova só pode ser adquirida pela experiência, é um dos primeiros frutos da regeneração; pois se não sentirmos nossa morte espiritual, como podemos pensar em rogar pela vida?

terça-feira, 3 de novembro de 2020

MONTANHA ACIMA

Existem caminhos que levam ao mesmo lugar

E caminhos que levam a direções opostas

Nem todos os rios correm pro mar

Muitos nem alcançam ser um afluente

E há muitos mares e eles não são iguais


Existem caminhos opostos

Assim como direções

Cada caminho é escolha

E não só uma enganação

Pra se chegar todos ao mesmo lugar!


Siga as correntes e morra tranquilo

Levado sem liberdade

Por outras vontades e objetivos

Ou desperte e veja a realidade

Que as corretenzas são sempre pra baixo

Todas levam pro abismo

Mas eu já escolhi, meu caminho é pro alto


                                           Tony Gonzaga


sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Geração Perdida e Jovens Paranaenses - Olavo de Carvalho

 Jornal da Tarde, São Paulo, 3 de agosto de 2000


Hyppolite Taine conta que, aos 21 anos, vendo-se eleitor, percebeu que nada sabia do que era bom ou mau para a França, nem das ideologias em disputa na eleição. Absteve-se de votar e começou a estudar o país. Décadas depois, vieram à luz os cinco volumes das Origines de la France Contemporaine (1875), um monumento da ciência histórica e um dos livros mais esclarecedores de todos os tempos. O jovem Taine não votou, mas o Taine maduro ajudou muitas gerações, na França e fora dela, a votar com mais seriedade e conhecimento de causa, sem deixar-se iludir pelas falsas alternativas da propaganda imediata. Saber primeiro para julgar depois é o dever número um do homem responsável — dever que o voto obrigatório, sob a escusa de ensinar, força a desaprender.

Taine foi muito lido no Brasil, e seu exemplo deu alguns frutos. Entre os que tiveram seu caminho de vida decidido pela influência dele contou-se o jovem Affonso Henriques de Lima Barreto. Ele aprendeu com Taine que as coisas podem não ser o que parecem. Como romancista, ele fixou a imagem da ambiguidade constitutiva das atitudes humanas no duelo de personalidades do major Quaresma com Floriano Peixoto, onde o passadista se revela um profeta e o progressista um ditador tacanho e cego. Mas a mensagem dessa história, ainda que consagrada pelo cinema, não se impregnou na mente das novas gerações.

Talvez não venha a fazê-lo nunca, precisamente porque, amputada da ética taineana da prioridade do saber, que lhe serve de moldura, ela se reduz a uma observação casual que pode ser dissolvida numa enxurrada de lugares-comuns.

Hoje, de fato, raramente se encontra um jovem que não queira, antes de tudo, “transformar o mundo”, e que, em função desse parti pris, não adie para as calendas gregas o dever de perguntar o que é o mundo.

Sim, no Brasil, cultura e inteligência são coisas para depois da aposentadoria.

Quando todas as decisões estiverem tomadas, quando a massa de seus efeitos tiver se adensado numa torrente irreversível e a existência entrar decisivamente na sua etapa final de declínio, aí o cidadão pensará em adquirir conhecimento — um conhecimento que, a essa altura, só poderá servir para lhe informar o que deveria ter feito e não fez. Antevendo as dores inúteis do arrependimento tardio, ele então fugirá instintivamente do confronto, abstendo-se de julgar sua vida à luz do que agora sabe.

Embalsamado num nicho de diletantismo estético, o conhecimento perderá toda a sua força iluminante e transfiguradora, reduzindo-se a um penduricalho inócuo, adorno inofensivo de uma velhice calhorda. Eis onde termina a vida daquele que, na juventude, em vez de esperar até compreender, cedeu à tentação lisonjeira do primeiro convite e se tornou um “participante”, um “transformador do mundo”.

Eu também caí nessa, mas tive a sorte de minha carreira de transformador do mundo ser detida, logo no início, por uma chuva de perplexidades paralisantes que me forçaram a largar tudo e a ir para casa pensar. Acossado de perguntas que ultrapassavam minha capacidade de resposta, fui privado, pelo bom Deus, da oportunidade de tentar moldar o mundo à imagem da minha própria idiotice.

Mas essa sorte é rara. O Brasil é o país do gênio prematuro, degradado em bobalhão senil logo na primeira curva da maturidade. Quando contemplo esse circo decrépito da revista Bundas,1 onde cômicos enferrujados se esforçam para repetir as performances de trinta anos atrás, que na sua imaginação esclerosada se petrificaram em emblemas estereotipados de “vida” e “juventude”; quando, le ndo Caros Amigos, vejo homens de cabelos brancos se esfalfando para recuperar sua imagem idealizada de patota juvenil dos “Anos Dourados”, não posso deixar de notar que em todas essas pessoas que falam em nome do futuro o sentimento dominante é a saudade de si mesmas. Não falta a esses indivíduos a consciência de que suas vidas falharam. Mas atribuem a culpa aos outros, ao governo militar que impediu sua geração de “chegar ao poder”. No entanto, a desculpa é falsa, porque, mal ou bem, eles estão no poder. Eram jovens militantes, hoje são deputados, são catedráticos, são escritores de sucesso, são formadores de opinião. Por que, então, lambem com tanta nostalgia e ressentimento as feridas da sua juventude perdida? É porque foi perdida num sentido muito mais profundo e irremediável que o da mera derrota política. E agora é tarde para voltar atrás.


Jovens paranaenses

Folha de Londrina, 26 de abril de 2003

Num livro já antigo, Wilson Martins escreveu que o Paraná era “um Brasil diferente”. Tenho comprovado isso, repetidamente, desde que comecei a dar aulas neste estado, dois ou três anos atrás. Os brasileiros de hoje são tagarelas e preguiçosos: não estudam nada e opinam sobre tudo. Os estudantes paranaenses são notavelmente mais humildes e interessados em aprender.

A importância da humildade no aprendizado já era enfatizada, na Idade Média, por Hugo de São Vítor, um dos maiores educadores de todos os tempos.

Humildade significa, no fundo, apenas senso do real. O culto universal da juventude obscureceu essa verdade óbvia a ponto de que todo mundo já acha natural esperar que, aos 15 ou 18 anos, um sujeito tenha opiniões sobre todas as coisas e, miraculosamente, elas estejam mais certas que as de seus pais e avós.

O resultado dessa crença generalizada é desastroso: todos os movimentos totalitários e genocidas dos últimos séculos — comunismo, nazismo, fascismo, radicalismo islâmico etc. — foram criações de jovens, e sua militância foi colhida maciçamente nas universidades.

O culto da juventude traz, como um de seus componentes essenciais, o desprezo pelo conhecimento: se ao sair da adolescência o sujeito já traz na cabeça todas as ideias certas, para que continuar estudando?

No Brasil, esse preconceito arraigou-se tão fundo, que já parece impossível extirpá-lo. O efeito disso é que milhões de jovens, incapacitados para perceber as mais óbvias realidades, se creem investidos do direito divino de julgar todas as coisas, homens e fatos. Além do conhecimento, falta-lhes às vezes até aquele mínimo de integração da consciência, sem o qual um sujeito não pode sequer argumentar de maneira razoável. Sua pretensão arrogante contrasta tão deploravelmente com a sua falta de recursos intelectuais que nenhum educador dotado de bom senso se aventuraria a lhes ensinar o que quer que fosse.

Raríssimos estudantes, hoje em dia, sabem distinguir princípios gerais de tomadas de posição sobre acontecimentos específicos. Adotam uma opinião sobre isto ou aquilo, sobre o homossexualismo, sobre a guerra no Iraque, e fazem dela imediatamente um princípio universal, extraindo-lhe conclusões que desmentem os próprios princípios da lógica ou do direito nos quais, não obstante, continuam se baseando para raciocinar sobre tudo o mais. A “autodeterminação dos povos”, por exemplo, é usada para justificar a soberania de Saddam Hussein, ao mesmo tempo que se deixa de aplicá-la à minoria curda, sendo quase impossível mostrar ao falante que há aí uma contradição. Em casos como esse, uma opinião política singular se sobrepõe de tal modo aos princípios fundantes do próprio raciocínio que uma pessoa neurologicamente normal acaba tendo o desempenho cerebral de um mongoloide. Outro dia encontrei na internet um site de jovens homossexuais que demonizavam os EUA, terra de promissão do movimento gay, e defendiam entusiasticamente as ditaduras islâmicas, nas quais o homossexualismo é crime punido com a morte. Na antiga retórica greco-latina, isso chamava-se “argumento suicida”, como no caso de um judeu que fizesse propaganda nazista. O argumento suicida era tão raro que os manuais de retórica mal o citavam. Hoje em dia, tornou-se a coisa mais comum do mundo e, nas falas de estudantes brasileiros, quase um paradigma. Os exemplos que citei são só dois entre milhares. Quanto mais lisonjeada por pais e educadores, mais a juventude se torna estúpida e incapaz, anunciando uma maturidade de ressentidos, fracassados e invejosos.

Tenho me defrontado com esses tipos no Brasil inteiro, mas garanto: entre os estudantes paranaenses o número deles é bem menor.

Não sei como explicar esse fenômeno. Não conheço a história cultural do estado a ponto de arriscar alguma hipótese. Apenas assinalo o fato e reconheço ver nele um raro sinal de que, para a cultura deste país, nem tudo está perdido.



Do livro O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota de Olavo de Carvalho, 1947- organização Felipe Moura Brasil. - 1. ed. - Rio de Janeiro: Record, 2013.

Louis Claude de Saint-Martin - Ecce Homo - Capítulo II

 

Os principais testemunhos do homem consistem no fato que, sendo ele evidentemente um santo e sublime pensamento de Deus, se bem que não seja "O Pensamento de Deus", a sua essência é necessariamente indestrutível; por que como poderia um pensamento de Deus perecer?

Em segundo lugar, através da via do pensamento que lhe é própria, Deus ama profundamente o homem; como Ele poderia não amar-nos, como poderia não amar o seu pensamento? Nós mesmos nos deleitamos com os nossos pensamentos!

E ainda (e este é o mais importante testemunho que nos oferece o homem), se o homem é um pensamento do Deus dos seres, nós podemos espelhar-nos só em Deus e compreendermos Deus e nós mesmos, só no seu esplendor, pois uma representação nos é desconhecida até quando não conseguimos atingir o pensamento da qual esta é testemunha e manifestação. Alem disso, mantendo-nos afastados desta luz divina e criadora da qual devemos ser a expressão em nossas faculdades, como o somos na nossa essência, seremos apenas testemunhas insignificantes, sem valor e sem caráter.

Verdade preciosa, é a que demonstra porque o homem, ao contrário aparece como um ser obscuro e é um problema tão complicado aos olhos da filosofia humana.
Mas ainda se conseguirmos espelhar-nos em nossa sublime fonte, como poderíamos delinear a dignidade da nossa origem, a entidade dos nossos direitos, e a santidade de nosso destino?

Homens passados, presentes e futuros, todos e cada um que representais, um pensamento do Eterno, sabeis quais seriam as vossas esperanças e as vossas felicidades, se todos os germens divinos que vos constituem estivessem em atividade e em desenvolvimento? Mas, se alem destes grandes privilégios a vossa sorte ainda vos procura com desgostos e gemidos e vos impede de exultar, procureis ao menos, fazendo refletir sobre vós os raios do vosso sol gerador, encontrar aquilo que o homem foi em uma época, que para vós transcorreu, mas cujos testemunhos presentes atestam que não vos foi sempre estranha.

O homem pode não ser mais aquele que foi a um tempo, mas pode sempre aperceber-se daquilo que deveria ser no futuro. Pode sempre sentir a inferioridade da própria substância perecível e material, que tem sobre ele somente o poder passivo de absorver as faculdades na confusão e na opacidade de que é suscetível, enquanto o ser humano tem o poder ativo de até criar múltiplas faculdades que não haveria nunca tido por natureza e sem a vontade do homem.

Aqui justamente apresentamos tal diferença em relação ao homem empírico; esta é muito importante para não reconhecer em vós os sinais da antiga dignidade e da supremacia do pensamento. Tal diferença, quero dizer, poderia conduzir o homem mais ao alto e demonstrar-lhe que as verdades interiores são muito mais instrutivas do que as verdades geométricas; de fato estas últimas se fundamentam somente sobre a superfície, enquanto as outras nascem do centro interior e permitem entrever a profundidade.

Portanto, disto persuadidos, remontamos à nossa origem. Penetramos, com a nossa atividade interior, até o estado no qual poderíamos descobrir se a influência criadora de nossa fonte suprema age no âmbito de nossa atual existência, e se esta transmitiu em nossa natureza todos aqueles princípios de ordem, de perfeição e de felicidade, que nós sentimos dever residir eternamente no Ser soberano do qual descendemos. Todos estes germens divinos, uma vez formados em nós, não trariam consigo o dom de uma vida potente e eficaz? A nossa inteligência não seria por ventura continuamente gerada do sopro destas inumeráveis e eternas fontes de vida que lhe dariam existência e luz? A nossa capacidade de amar seria preenchida da viva e doce universalidade de nosso Princípio originário e não deixaria nenhuma lacuna em nosso afeto sublime e em nosso impulso de santa gratidão para com ele.

Alguns consideram fazer a nossa origem remontar a duas épocas anteriores ao estado no qual se encontra o homem hoje; evidentemente, para alegrar-se com a idéia sábia e consoladora que o mal primitivo não foi eterno, e para deixar à Deus a glória de haver exercitado o sublime privilégio que ele possui, de gerar todas as suas criaturas na plenitude da alegria e de uma felicidade selada por cada penosa função e por cada luta perigosa. Os que sustentam tal hipótese afirmam que na primeira de tais épocas, dado que o mal ainda não existia ou em outros termos, nenhum ser havia ainda se separado do plano divino, as nossas alegrias não teriam então necessidade de realizar-se alem de nossa existência. De fato, se estas tivessem realizado-se, isto teria significado o engrandecimento sem fim do eu no infinito, a única coisa real para nós. Teríamos assim conseguido exprimir a nossa felicidade e o nosso amor, em continua ascensão em direção a nossa Fonte, que nunca haveria cessado de inclinar-se amavelmente em nossa direção. Não teríamos necessidade de manifestar-nos diretamente, pois ao nosso redor, tudo estava completo e a Verdade preenchendo tudo por si, nos olhava como adoradores eternos, sem usar-nos como os seus símbolos e os seus testemunhos. Todos os seres por fim, teriam a alegria da visão e da presença da Verdade absoluta, e nada faltaria para a plenitude de seus afetos e de suas esperanças, tendo a visão da imensidão e da infinita atividade divina.

Sem dirigirmos o nosso olhar a uma ordem de coisas tão elevadas, contentemo-nos aqui em contemplar o momento da nossa missão no universo. Nos deteremos portanto sobre a segunda época de nossa origem, a mais próxima da nossa atual condição. De fato, estando a primeira época tão afastada de nós não teríamos nem menos idéia de sua existência se a segunda não funcionasse como sua intermediária.

Em tal segunda época, que continuaremos a considerar neste caso como a nossa existência primitiva, recebemos os caracteres dos símbolos e dos testemunhos da Divindade no Universo, e nos foi dada toda a potência e todo o esplendor divino conforme o escopo sublime da nossa qualidade espiritual e a nobilidade dos direitos divinamente concedidos para cumprir tal escopo. Por qual motivo de fato, fomos afastados do âmbito da imensidade divina, na qualidade de sinais e de testemunhos, se não para repetir no lugar onde a suprema Sabedoria nos enviou, aquilo que acontecia no círculo divino do ser? E como poderia existir uma zona separada e particular, se alguns seres, turbando o próprio equilíbrio, não tivessem interditado o acesso ao espaço universal, dado que o princípio da Unidade procura inundar tudo por sua natureza, e visto que o mal não pode ser outro se não a concentração parcial de um ser livre e a sua abstração voluntária do reino da universalidade?

Assim como na ordem eterna da imensidade divina, Deus basta à plenitude da contemplação de todos os seres, nós, no momento em que recebemos uma missão individual e uma existência separada dele, poderíamos representa-lo e ser os seus sinais e testemunhos, somente mostrando, com a nossa dimensão, a imagem mais tênue de Deus, para os seres que, concentrados na própria existência, teriam perdido de vista a presença divina, e estariam encerrados na atmosfera particular de seu erro.

Neste âmbito devia manifestar-se de nós mesmos, no momento da nossa origem, todo o plano válido para o andamento da nossa obra. Era necessário que nós explicássemos os pensamentos vivos e luminosos, as virtudes vivificantes e as ações eficazes, para poder ser os representantes do supremo Autor de nosso ser. Quanto mais aprofundarmos a analogia que reconhecemos entre a alma humana e o seu eterno Principio, tanto mais sentiremos que, sendo Deus a fonte radical e primitiva de tudo o que é perfeito, não poderíamos ser derivados dele, se não dotados daqueles sublimes caracteres que temos apenas delineado, e do qual nossos fracos pensamentos, quando sãos e regulares, nos representam ainda hoje algumas imagens.

A divindade de fato, não haveria escolhido o próprio pensamento, se não tivesse como objetivo refletir-se em nós, com toda a sua majestade.

Os traços deste selo sagrado, que caracterizam o "animo" do homem, resistem eternamente a todos os poderes destrutivos. Malgrado a vastidão do tempo, malgrado a espessura das trevas, todas as vezes que o homem contempla as suas relações com Deus, encontrará em si os elementos indissolúveis da sua essência original e os indícios naturais de seu destino glorioso. Ele sentirá que segundo este destino glorioso, uma força potente e temível nos foi conferida para submeter a autoridade divina àqueles que poderiam desconhecê-la. Se continuássemos unidos ao nosso ser, nada teria nos subtraído tal potência, se não a houvéssemos liberada por nós mesmos. Ele sentirá ainda que teríamos domínio sobre o nosso império, depois de tê-lo subjugado, e estaríamos ornados de todos os crismas necessários para anunciar em todos os lugares a nossa legítima soberania. Sentirá alem disso, que estávamos sobriamente vestidos para tornar ainda mais majestosa a nossa presença e para que todas as zonas no nosso domínio sujeitas ao esplendor que nos circundava, pudessem oferecer-nos o testemunho de respeito e submissão, devido a missão divina confiada a nós pela mão suprema. Hoje, o único meio para o homem representar-se no seu antigo estado, é aquele de considerar os frágeis sinais que a sua mente pueril substituiu sobre a terra: o gladio dos conquistadores, os cetros, as coroas, a pompa que circunda os soberanos e a respeitosa dedicação de seus súditos. Poderiam encontrar-se ainda alguns traços desformes dos nossos títulos originais, mas jamais recuperar-lhes a virtual função.

Mas se é ainda possível para o homem encontrar em si mesmo e nas imagens passageiras da potência convencional e terrestre, os vestígios daquilo que ele poderia ter sido, lhe é mais fácil provar a dolorosa distância daquele destino glorioso; e se ele tem ainda indícios de seus direitos primitivos, tem também provas bem mais numerosas que estes indícios não estão mais em seu poder.

É inútil aqui corroborar com outras demonstrações a degradação da espécie humana; é preciso ser desorganizado para negar esta degradação que é evidentemente constatada dos suspiros com os quais o gênero humano preenche continuamente a terra, e a idéia radical que o Autor dos seres coloque todas as suas produções nos seus elementos naturais. Então porque nós estamos tão afastados do nosso? Por que mesmo sendo ativos por natureza estamos como que submersos e acorrentados pelas coisas passivas? Os homens tem o direito de buscar onde desejarem as causas desta real e aflitiva desarmonia exceto no capricho e no rigor do nosso Princípio soberano, cujo amor, cuja sabedoria e justiça constituem o baluarte perene contra os nossos murmúrios.

De resto, ocupando-nos aqui somente das conseqüências e não das causas desta degradação, pretendemos dirigir-nos somente àqueles que não lhe negam a existência, e que malgrado as dificuldades que afrontam para explicar o mal e a sua origem, julgam, não truncando negativamente a questão como faz a filosofia imprudente, estarem mais satisfeitos com uma verdade difícil e obscura de quanto estariam com um absurdo evidente.

Para delinear as conseqüências desastrosas da nossa degradação, é necessário restaurar-se no estado glorioso do qual gozávamos, como também ao tesouro do qual tivemos em comum a custódia e a divisão. É necessário reconhecer que compartilharíamos solidamente a gloria e a recompensa desta magnífica manifestação, pois compartilharíamos solidamente também os trabalhos da grande obra de purificação a nós designado por Deus. Mas dado que não podemos imputar à Sabedoria suprema de haver conspirado conosco no abuso daqueles sublimes privilégios, somos obrigados a atribuir todos os erros à potência livre do nosso ser. Sendo frágil por natureza - (se assim não fosse teriam existido dois Deuses) - tal potência abandonou-se as miragens da ilusão e precipitou-se no abismo por própria culpa. Julgo inútil analisar novamente tal verdade, havendo-a já amplamente ilustrada em meus escritos anteriores.

Os princípios da sã justiça, imortais como a nossa essência e que igualmente a tal essência, sempre restarão em nós, se bem que muito freqüentemente não os aplicamos justamente, nos ensinam em que coisa nos transformamos por nossa culpa, e nos mostram quais satisfações tal justiça exige de nós.
Começa aqui a aclarar-se o título desta obra e o sentido destas duas palavras "Ecce Homo".

QUANTAS METAS DE DOMINAÇÃO COMUNISTA JÁ NOS ALCANÇARAM?

Existem muitas cartilhas escritas que foram circuladas nos meios esquerdistas ao longo da sua história. Podemos falarde famosas listas de metas marxistas (a maioria escrita pelo próprio Marx), leninistas, grammcistas, etc.. Aqui temos talvez a mais completa delas, catalogada no livro The Naked Communist (O Comunista Nu, na edição brasileira O Comunista Exposto) escrito em 1960 pelo ex-agente do FBI, Cleon Skousen. 

Rodrigo Constantino comenta: "A partir dos anos 60, ficou óbvio para os comunistas que eles não conseguiriam dominar o mundo por meio da guerra. Então, bolaram um plano de infiltração social, uma guerra psicológica a fim de destruir a família e os valores tradicionais."

Analise bem essas metas e perceba se elas não estão sendo implantadas e alcançadas no laboratório mais fecundo dos comunistas, a América Latina. O quanto essa forma de dominação e controle social tem avançado e obtido sucesso, vai muito além do que esta simples lista, que apesar disso provavelmente ainda terá muitos itens negados pelos esquerdistas. Especialmente à medida em que hoje temos jovens não apenas ignorantes, mas adeptos de uma linguagem viciada propositalmente construída; crentes de uma doutrina materialista baseada na inveja e no ressentimento, mas pensando que esta é justamente seu oposto, a mais humana, justa e generosa; e convencidos de um passado fabricado por uma história distorcida, quando não inventada... E por í vai. Vamos à lista. A cada 10 a coisa vai ficando mais "interessante"...

As 45 metas para a implantação do comunismo no mundo segundo o livro 'O comunista nu'

(...)
Leia e reflita sobre quais metas foram alcançadas (...).

1. Aceitação dos EUA de coexistência como a única alternativa para a guerra atômica.
2. Disposição dos EUA em render-se ao invés de engajar-se em uma guerra atômica.
3. Desenvolver a ilusão de que o desarmamento total pelos Estados Unidos seria uma demonstração de força moral.
4. Permitir o livre comércio entre todas as nações, independentemente da filiação comunista e independentemente de haver ou não itens que poderiam ser usados ​​para a guerra.
5. Extensão de empréstimos de longo prazo para a Rússia e países satélites soviéticos.
6. Fornecer ajuda americana para todas as nações independentemente da dominação comunista.
7. Concessão do reconhecimento da China Comunista. Admissão da China Comunista na ONU.
8. Configurar a Alemanha Oriental e a Ocidental como Estados separados, apesar da promessa de Kruschev, em 1955, para resolver a questão da Alemanha por eleições livres sob supervisão da ONU. 
9. Prolongar as conferências para proibirem os testes atômicos porque os EUA tem concordado em suspender os testes, desde que as negociações estejam em andamento. 
10. Permitir que todos os países satélites soviéticos tenham uma única representação na ONU. 
11. Promover a ONU como a única esperança para a humanidade. Se a sua carta régia for reescrita, exigir que lhe seja instituída como governo mundial com suas próprias forças armadas independentes. (Alguns líderes comunistas acreditam que o mundo pode ser assumido pela ONU tão facilmente quanto por Moscou. Às vezes, estes dois competem uns com os outros como eles estão agora fazendo no Congo).
12. Resistir a qualquer tentativa de proibir/ilegalizar o Partido Comunista
13. Acabar com todos os juramentos de fidelidade. 
14. Continuar dando acesso à Rússia ao escritório de patentes dos Estados Unidos. 
15. Dominar um ou ambos os partidos políticos nos Estados Unidos.
16. Usar as decisões técnicas dos tribunais para enfraquecer instituições básicas dos EUA alegando que suas atividades violam os direitos civis.
17. Obter o controle das escolas. Usá-las como canais de transmissão para o socialismo e propaganda comunista atual. Suavizar o currículo. Obter o controle de associações de professores. Colocar a ideologia do partido nos livros didáticos.
18. Ganhar o controle de todos os jornais estudantis.
19. Usar as manifestações de estudantes para fomentar protestos públicos contra programas ou organizações que estão sob ataque comunista.
20. Infiltrar-se na imprensa. Obter o controle na tarefa de revisão dos livros, nos editoriais e as posições de tomada de decisões.
21. Ganhar o controle de posições-chave no rádio, TV e cinema.
22. Continuar desacreditando a cultura americana através da degradação de todas as formas de expressão artística. Para uma célula Americana Comunista foi dito para “eliminar todas as boas esculturas de parques e edifícios, substituindo-as por outras disformes, inábeis e com formas sem sentido”.
23. Controlar os críticos de arte e diretores de museus de arte. “Nosso plano é promover a feiúra, a arte repulsiva sem sentido”.
24. Eliminar todas as leis de obscenidade, chamando-as de “governo da censura” e uma violação da liberdade de expressão e liberdade de imprensa.
25. Quebrar os padrões culturais da moralidade através da Promoção da pornografia e obscenidade em livros, revistas, filmes, rádio e TV.
26. Apresentar a homossexualidade, a degeneração e a promiscuidade como algo “normal, natural e saudável”.
27. Infiltrar-se nas igrejas e substituir a religião revelada com a religião “social”. Desacreditar a Bíblia e enfatizar a necessidade de maturidade intelectual que não precisa de uma “muleta religiosa”.
28. Eliminar a oração ou qualquer fase da expressão religiosa nas escolas sobre o fundamento de que viola o princípio da “separação entre Igreja e Estado”.
29. Desacreditar a Constituição norte-americana, chamando-o de inadequada, antiquada, fora de sintonia com as necessidades modernas, um obstáculo para a cooperação entre as nações em uma base mundial.
30. Desacreditar os pais-fundadores americanos. Apresentá-los como aristocratas egoístas que não tinham nenhuma preocupação com o “homem comum”.
31. Menosprezar todas as formas de cultura americana e desencorajar o ensino da história americana com o fundamento de que era apenas uma pequena parte da “grande figura”. Dar mais ênfase à história russa desde que os comunistas tomaram o poder. {Reescrever a história é uma das abordagens feitas hoje, tanto nos EUA quanto no Brasil}
32. Apoiar qualquer movimento socialista para dar o controle centralizado sobre qualquer parte da cultura – educação, serviços sociais, programas de bem-estar, clínicas de saúde mental, etc.
33. Eliminar todas as leis e procedimentos que interferem com o funcionamento do aparelho comunista.
34. Eliminar o Comitê de Atividades Anti-Americanas.
35. Eventualmente desacreditar e desmantelar o FBI. {ficou mais fácil aparelhar o FBI, como aparelharam outros inúmeros orgãos o que também ocorre no Brasil}
36. Infiltrar e ganhar o controle de mais sindicatos.
37. Infiltrar e ganhar o controle de um grande negócio. {não só um, hoje dominam vários e de todos os tipos}
38. Transferência de alguns dos poderes de prisão da polícia para entidades sociais. Tratar todos os problemas de comportamento como distúrbios psiquiátricos dos quais ninguém, exceto Psiquiatras, conseguem entender ou tratar.
39. Dominar a profissão psiquiátrica e usar as leis de saúde mental como um meio de ganhar controle coercivo sobre aqueles que se opõem aos objetivos comunistas.
40. Desacreditar a família como uma instituição. Incentivar a promiscuidade e o divórcio fácil.
41. Ressaltar a necessidade de educar os filhos longe da influência negativa dos pais. Atribuir preconceitos, bloqueios mentais e retardo de crianças à supressão da influência dos pais.
42. Criar a impressão de que a violência e a insurreição são aspectos legítimos da tradição norte-americana; que os estudantes e grupos de interesses especiais devem se levantar e usar “força unida” para resolver os problemas econômicos, políticos ou sociais.
43. Derrubar todos os governos coloniais antes das populações nativas que estão prontos para o auto-governo.
44. internacionalizar o Canal do Panamá.
45. Revogação da Reserva Connally para que os EUA não possam impedir o Tribunal Mundial de se apossar da jurisdição sobre problemas domésticos. Dar ao Tribunal Mundial jurisdição sobre as nações e os indivíduos.
https://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/artigos/45-metas-comunistas-escritas-em-1960-que-estao-se-cumprindo-hoje/
https://www.jenifercastilho.com/2017/10/as-45-metas-para-implantacao-do.html