domingo, 25 de novembro de 2018

HISTÓRIA DAS IGREJAS CRISTÃS DESDE A ORIGEM 7 - CAPÍTULO IX - parte III

O TRABALHO MISSIONÁRIO DOS BATISTAS 

Não podemos chamar a vinda dos batistas ingleses para a América como uma obra missionária. Podemos chamá-la de uma emigração. Dois fatores contribuíram para uma demora de uma organização missionária dos batistas. Primeiro que a Inglaterra era um país com grande influência no mundo. Aparentemente isso poderia ajudar na obra missionária dos batistas. Mas é só nas aparências. Sua influência podia ajudar os anglicanos e posteriormente os metodistas. Já os batistas não impunham a sua fé a ninguém. Aos batistas importava propor e não impor o evangelho aos países conquistados pelos ingleses. Devido a antipatia dos morados nativos pelos ingleses as missões tipo da dos batistas eram muito difíceis. O segundo fator era a pobreza que pairava nas igrejas batistas. Com seus direitos civis cassados a maioria dos seus membros era gente pobre e humilde. Mesmo assim, enfrentando todos estes obstáculos, cabe aos batistas o troféu de serem a primeira denominação cristã a enviar um missionário na Era Moderna. 

MISSÕES BATISTAS NA ÍNDIA 

No final do século XVIII, o elemento humano usado por Deus para o início da obra missionária foi um jovem pastor chamado Willyan Carey. Ele foi mencionado no livro Instituições Religiosas, pg 103, onde se lê: "Os batistas ingleses foram os primeiros, como Willyan Carey, a organizar, em 1792, missões em países não cristãos (África, China, Índia) por intermédio da Baptist Missionary Sociat". Era ele sapateiro de profissão, mas como tinha intensa curiosidade intelectual, extraordinária vontade de pregar, logo se tornou conhecido das igrejas e foi ordenado ao ministério batista. Como as igrejas que pastoreavam eram pobres e não podiam dar sustento integral, permaneceu durante algum tempo como sapateiro. Junto a sua banca de sapateiro tinha mapas, por ele mesmo confeccionados, em que fitava constantemente os países do mundo até onde o evangelho não tinha chegado. Sentia profundo amor no coração pelos pagãos que estavam morrendo sem Cristo. Finalmente conseguiu transmitir suas preocupações a diversos colegas de ministério, e assim foi fundada, em 1791, uma sociedade missionária. 

William Carey foi nomeado missionário, juntamente com John Thomas e em 1793 seguiram para a Índia. A ida de Carey para as Índias não agradou os comerciantes ingleses. Estes não viam com bons olhos a obra dos missionários, porque temiam que, convertendo-se ao cristianismo, os índios se tornassem menos fáceis de serem explorados. A companhia das Índias tudo fez para prejudicar os missionários e, finalmente, conseguiu um decreto pelo qual não era permitido mais o embarque de missionários da Inglaterra para a Índia. Nada impedia, entretanto, que os candidatos a obra missionária embarcassem para a América e de lá, para a Índia. Foi o que fizeram. Na América, entretanto, enquanto esperavam navios que os levassem à Índia, punham-se em contato com as igrejas batistas norte-americanas, e esse contato incentivou a realização de um trabalho missionário próprio dessas igrejas. 

MISSÕES BATISTAS NA BIRMANIA 

As Índias não foram o único alvo missionário dos batistas. William Ward, companheiro de Carey, encontrou com um missionário Congregacionalista no navio para as Índias. Admirado da fé de Willyan, o missionário Adoniram Judson e sua esposa Ana, converteram-se e foram batizados. Naquele tempo a maioria dos batistas faziam a coisa certa, davam muita consideração à forma, ao desígnio, ao candidato, e ao administrante de um batismo. Coisa semelhante aconteceu com outro pastor congregacionalista, Luther Rice, que também no navio converteu-se juntamente com Adoniram e foi batizado. Assim, em 1813, Adoniram foi para a Índia, e seguiu um pouco além para a Birmania, onde se tornou um grande missionário. Sua história pode ser encontrada em livros como "Ana de Ava", uma autobiografia do trabalho feito pela sua própria esposa. Adoniram Judson, além de missionário foi também um homem "das letras". Fez um dicionário birmanes e traduziu a Bíblia para esse idioma. 

A UNIÃO DAS IGREJAS BATISTAS EM PROL DAS MISSÕES 

Luter Rice voltou aos Estados Unidos, onde pediu ajuda das igrejas batistas da América para se sustentar. Seu pedido foi prontamente atendido, e o maravilhoso trabalho desempenhado por Judson e Rice fizeram que as igrejas batistas se organizassem numa Associação para poderem melhor atender as necessidades dos missionários, como também para a formação de novos missionários americanos. Essa associação foi denominada Convenção Geral da Denominação Batista nos Estados Unidos para Missões no Estrangeiro. Não podemos confundi-la com as atuais convenções batistas hoje existentes nos Estados Unidos. Esta missão tinha um sentido puramente missionário. Visava os missionários. Era uma coisa simples e quando deixou de existir (foi substituída por outra) contava com 99 missionários no estrangeiro e 82 igrejas organizadas. 

A Sociedade fundada por Willyan Carey não era exatamente uma cooperativa de igrejas. Era uma sociedade onde pessoas se juntavam para mandar missionários. A de Carey tinha doze pessoas quando foi fundada. 

O TRABALHO MISSIONÁRIO BATISTA NOS DIAS ATUAIS 

Atualmente existem várias convenções e missões batistas organizadas em prol da evangelização dos perdidos. A maior de todas é a Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos. Todas elas tem desempenhado um papel importante em abrir novos trabalhos batista pelo mundo. Para poderem melhor se organizarem e melhor organizarem seus trabalhos foi formada a Aliança Batista Mundial em 1905. A intenção inicial era a de ligar as igrejas batistas numa cooperativa de igrejas que juntam-se para realizarem trabalhos missionários e outras atividades adjacentes. 

Porém a existência da Aliança Batista Mundial é uma faca de dois gumes. Por um lado é bom, pois dá oportunidade de convenções se unirem e juntarem forças para trabalhos mais complicados. Também é bom para que cada convenção ou missão se conheça melhor. A Bíblia diz que é melhor serem dois do que um, e uma liga de três não se quebra tão facilmente. Muitos trabalhos missionários, em lugares estratégicos, tem sido abertos e sustentados pela Aliança. Não podemos deixar de dizer o quanto isso é maravilhoso diante dos olhos de Deus. Por outro lado causa um certo temor. Muitos batistas errados estão infiltrados nesta Aliança. Não dá para saber quem é quem. Outro fator negativo é que o trabalho algumas vezes é direcionado para o lado ecumênico, o que faz o nome Batista estar ajuntado com outras denominações erradas e antibíblicas. Outro lado ruim é a visão missionária da Aliança. Muitas vezes, na intenção de formar organizações para-eclesiásticas, o trabalho missionário fica em segundo plano. 

Afora as convenções e missões existentes, os batistas tem o privilégio de terem muitos pastores independentes. São missionários enviados por igrejas não filiadas a uma missão ou convenção. Não são poucos no Brasil, e estão espalhados em diversos pontos do mundo. A forma mais original dos batistas estão bem exemplificados no comportamento e nas igrejas edificadas por estes pastores. O fruto destes é um fruto permanente, e Deus tem certamente um plano especial para esta forma primitiva de ser cristão, e quem sabe o resgate da denominação num futuro próximo. Da mesma forma que as muitas convenções se gabam de ter grandes homens que trabalharam para o Senhor, os independentes muito mais, pois, cada missionário independente tem que ser homem de muita coragem e de muita fé no Senhor Jesus.

Se você deseja saber mais sobre a origem das igrejas cristãs escreva para: 

Autor: Pastor Gilberto Stefano 

Igreja Batista da Fé, 

Rua Jamil Dib Lufti, nr. 165 

Jardim Santa Clara 

17500-000 Marília, São Paulo 

Fonte: www.PalavraPrudente.com.br

http://www.palavraprudente.com.br/estudos/gilberto_s/historiaigreja/cap09.html


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