(Suplemento, notas e referências)
Crítica sobre
o ensino da reencarnação
Em substituição ao ensino cristão sobre a salvação do homem em Cristo, mais e mais se espalha o ensino oculto e teosófico danoso sobre a reencarnação. De acordo com a versão hindu antiga desse ensinamento, a alma, após a morte, vai temporariamente para o plano astral, de onde ela volta a habitar num outro corpo - planta, inseto, animal ou outro homem (21). O corpo, onde a alma vai encarnar, é determinado pelo "Karma" - ou atos bons ou ruins que ela coletou na sua vida anterior. Caso a pessoa fazia o bem, sua alma reencarna em seres mais evoluídos e desenvolvidos, caso vivia mal, sua alma é castigada reencarnando num ser inferior. O processo de reencarnação se repete até que a alma se liberte completamente do "Karma" por meio de perda total de interesse à vida, e então ela se une ao absoluto (Brahma) ou (de acordo com o budismo) se dissolve no Nirvana.
O ensino sobre a reencarnação afirma que, como havia um tempo, quando o homem não existia, vai chegar um tempo quando ele não vai existir. O homem começou a evoluir de entes inferiores, por exemplo, de plantas ou peixes e vai evoluir até um super homem. Por isso, o homem atual é um ser transitório. Ele se encontra totalmente sob o poder das forças cósmicas, que o direcionam a uma meta incompreensível para ele, onde não haverá mais nada de humano.
Apesar de existirem várias versões sobre o ensino da reencarnação, no Ocidente, é popular a versão "humanizada," de acordo com o qual a alma do homem só reencarna em corpo humano, mais ou menos nobre, mas não nas formas inferiores de vida.
O ensino sobre a reencarnação em todas as suas variantes vai contra o que a Sagrada Escritura diz sobre a natureza e a finalidade do homem. Esta falsa religião, não tem nenhum dado objetivo a seu favor e é totalmente baseada na fantasia. No entanto, atrai seguidores, porque, de um lado promete a "imortalidade da alma (no seu sentido primitivo pagão) e, de outro lado, nega o julgamento de Deus e o castigo no inferno, e libera o pecador do senso de responsabilidade e medo pelos seus atos ruins. A conclusão lógica desse ensinamento é que, se o homem peca nessa vida, na sua próxima encarnação ele poderá consertar. Após um número ilimitado de ciclos de reencarnação, cada homem alcança finalmente o mesmo que os outros homens: união com o absoluto. A diferença está apenas no número de ciclos.
Além disso, o ensino sobre a reencarnação tem uma explicação para qualquer "paixão" ou até mesmo a qualquer ofensa ao direito alheio .Por exemplo, se um sodomita sente atração por outro homem, é por causa que ele era uma mulher em uma de suas vidas anteriores. Se uma esposa é infiel ao seu marido, pode ser que o seu amante era o seu marido numa vida anterior e assim por diante.
Entretanto, esse ensino é uma fantasia sem nenhuma prova, com uma atração aparente, que na realidade é bem deprimente. Primeiro, o que é que reencarna após a morte do homem? Aparentemente não é a mesma alma que nós identificamos com o nosso "eu" O nosso "eu" se reconhece como um ser único e ininterrupto durante toda a vida. O nosso "eu" cresce em conhecimento, admite experiência, desenvolve seus talentos. De acordo com o ensino da reencarnação, toda essa bagagem espiritual conseguida com muito esforço, com a morte se apaga, e o homem, no seu novo corpo deve começar a aprender do zero: no momento da nova encarnação a sua consciência é uma folha de papel em branco. Se a pessoa sofre por causa de um mau "Karma," que conseguiu na sua vida passada, então ela nunca poderá entender o porque do seu castigo. Já que ela de nada se lembra. Disso, resulta que ela sofre por atos cometidos em estado de inconsciência, o que é injusto e inaceitável em todos os sistemas judiciais.
Além disso, se todos os homens, cedo ou tarde atingem a mesma meta, então para que esforçar-se ou tentar desenvolver as suas qualidades, fazer o bem? E que recompensa é essa, dissolver-se no Nirvana, onde não há pensamento, nem sentimento e nem vontade? No discernimento da personalidade, existe um contraste muito grande entre os ensinamentos teosóficos da reencarnação e os de ensinamento Cristãos, no que diz respeito ao homem.
O ensino sobre a reencarnação elimina a pessoa ou alma. Em sua evolução cósmica ela é apenas algo mutável, e não o núcleo permanente do homem. Durante as encarnações, a identidade do homem não se mantém. Para a teosofia, o elemento que se mantém nas reencarnações não é a identidade, mas individualidade que se entende, certamente, como conjunto de algumas funções e sinais. A individualidade é uma categoria biológica natural, formada por processo evolutivo. Daí resulta que o destino do homem é determinado por forças cósmicas.
O ensino sobre reencarnação, na realidade, não resolve problemas da imortalidade, porque não conserva a memória das vidas anteriores, necessária para a unidade da identidade. O reencarnado já é uma outra pessoa e talvez nem mesmo homem, mas algo diferente.
A visão do mundo da teosofia é hostil à pessoa e portanto, hostil ao homem. O Deus teosófico é impessoal, assim como é o homem. E a divindade, o homem e a natureza - são manifestações do absoluto.
O ensino cristão afirma exatamente o oposto. O elemento essencial que herda a eternidade é justamente a pessoa. A pessoa criada por Deus e que tem em si a imagem e a semelhança de Deus. A pessoa não é produto da evolução cósmica e não está sujeita à dissociação ou dissolução. Neste aspecto, há uma grande vantagem do cristianismo sobre a teosofia. De acordo com o cristianismo, o homem pode aperfeiçoar-se constantemente, pode entrar em contato com Deus e assemelhar-se a Ele num certo grau, mas conservando a sua natureza humana. O homem não é produto das esferas inferiores da vida cósmica - ele foi criado por Deus e de alguma forma semelhante a Ele. É sob esta visão que o homem está predestinado para a vida eterna consciente.
O ensino sobre a reencarnação, também entra em conflito com o ensinamento Cristão da redenção. Isto se vê claramente no exemplo evangélico do astuto ladrão que foi crucificado com Jesus e que num instante, ao se dirigir à Cristo, herdou o reino dos Céus (evitando, portanto, o Karma hindu). A redenção, criada por Cristo, liberta o homem do domínio dos processos cósmicos e do domínio do destino. A redenção acontece por força da graça divina, o que os infinitos ciclos dos corredores cósmicos da teosofia, não são capazes de produzir.
Os relatos modernos sobre a vida pós - morte são valiosos porque eles, radicalmente derrubam o ensino oculto sobre a reencarnação. Realmente, em todos os casos anotados por doutores - reanimadores, a alma pós - morte continua a reconhecer-se como a mesma que vivia no corpo antes da morte. Se ela quis voltar a este mundo, foi somente para concluir uma missão inacabada. Encontrando as almas dos parentes e amigos falecidos, a alma do temporariamente morto, reconhecia neles as pessoas vivas e elas por sua vez também a reconheciam. Em todos os casos, as almas dos mortos conservaram o seu "EU."
Desta forma, negando a conservação da personalidade, o ensino sobre a reencarnação nega a imortalidade em geral e faz do homem brinquedo dos cegos processos cósmicos. Ela é tão falsa quanto pessimista.
Mas, Cristo ressuscitou!
Com a sua força, nós também ressuscitaremos com nossos corpos renovados para a vida eterna e consciente. Glória a Ele para sempre. Amém.
Para mais detalhes, para receber esses textos formatados em PDF ou para participar de nossos grupos de estudo, entre em contato através do Telegram ou WhatAapp 79 988335718 ou do e-mail graduacao.e.t.c.a.89@gmail.com
Bibliografia
Livros em Inglês.
Raymond A. Moody, MD, "Life after Life," Bantam Books, NY 1978.
Raymond A. Moody, MD, "Reflections on Life after Life," Bantam Books, NY 1978.
Raymond A. Moody, MD, "The Light Beyond," Bantam Books, NY 1990.
Melvin Morse, MD, "Closes to the Light," Ivy Books, NY 1990 (sobre crianças que estiveram próximas a morte).
Michael Sabom, MD, "Recollections of Death," Harper & Raw Publishers, NY 1982 (Uma investigação metódica e séria).
Kenneth Ring, PhD, "Life at Death," QUILL, NY 1982.
Melvin Morse, MD, "Closer to the Light," Ivy Books, publicado para Ballantine Books, 1990. "To Hell and Back," 1993.
Hiero Monge Seraphim Rose, "The soul After Death," Saint Herman of Alaska Brotherhood, Platina, CA, 1980.
J. Ankenberg and J. Weldon, "The Facts of Life After Death," Harvest House Publishers, Eugene, Oregon, 1992.
Robert Kastenbaum, "Is There Life After Death?," Prentice Hall, NY, 1984.
Livros em Russo.
Mitrail Pomazanski, Protopresbítero, "Teologia Dogmática Ortodoxa," Tipografia Jo. Pochaievski, Jordanville, NY.
Arquimandrita Panteleimou, "Os Eternos Mistérios do Além," Tipografia Jo. Pochaievski, Jordanville, NY, 1968.
Dr. P. Kalinovski, "Passagem," Australia, 1985.
K. Ixcul, "Inacreditável Para Muitos, Mas Um Acontecimento Verdadeiro," Tipografia Jo. Pochaievski, Jordanville, NY, 1959.
Monge Mitrofau, "Como Vivem Nossos Mortos," São Francisco, 1991.
Notas de rodapé
(1) Em 1959 o mosteiro de Santíssima Trindade reproduziu esse relato em uma brochura separada.
(2) Near Death Experiences (Experiências próximas à Morte).
(3) OASIS, Karl and Haraldson, Erlendur, "At the Hour of Death," (Na hora da morte), NEW YORK, AVON BOOKS, 1972, pág. 90.
(4) 2ª Epistola aos Corintios 11:14.
(5) Mateus 22:32, Eclesiaste 12:7.
(6) 2 ª Epistola de S. Pedro 1:15, Filémon 1:23, 2ª Epistola Timóteo 4:6, Aros 13:36.
(7) Lucas 16 (capitulo).
(8) João 8:56.
(9) Apocalipse 5-9 (capítulos).
(10) Sirah 11:26.
(11) Epistola Hebreus 9:27.
(12) Epistola dos patriarcas orientais sobre a fé Ortodoxa, parag. 18.
(13) Epístola aos Efésios 6:12, 2:2.
(14) Sobre esse tema, dentre os Pais da Igreja, falam Efrem Sirin. Afanasio o Grande, Macario o Grande, João Crisóstomo e outros. Essa idéia foi desenvolvida em maiores detalhes pelo São Cirilo da Alexandria em "Palavras sobre a saída da alma." Uma viagem figurada desse caminho está na vida do Vasili o Novo (10º século), onde a falecida Benaventurada Fedora Conta, o que ela viu e sentiu após a separação do corpo. Pode-se achar sobre "Mitarstvo" ainda no livro "Os eternos mistérios do além." Lendo esses contos, deve-se levar em conta que há muito de figurativo, já que o ambiente real do mundo espiritual é completamente diferente do nosso.
(15) Folheto Missionário n.º 47.
(16) O seu caso ele descreveu no libreto "Oregon's Amazing Miracle" (O milagre impressionante de Oregon), Christ for the Nations, Inc, 1976.
(17) Da cartas de Sviatogoretz, pág. 183, carta 15, 1883.
(18) Do livro "Os eternos mistérios do além," publicação do mosteiro de Santo Panteleimon, no Afon.
(19) É interessante acrescentar, que quando São André, não tendo visto a Virgem Maria, perguntou, onde Ela está, o anjo explicou-lhe: "Você pensava ver aqui a rainha? Ela não está aqui. Ela desceu para o mundo dos sofrimentos - ajudar as pessoas e consolar os tristes. Eu poderia mostrar-lhe o lugar santo Dela, mas agora não há tempo, já que você deve voltar."
(20) 1. Corintios 2:9 e 13:12.
(21) Claro que nessa lista devem ser acrescentados os micróbios e os vírus, desconhecidos para os antigos hindus.
Folheto Missionário número P58
Edição da Igreja da Proteção de Nossa Senhora
Copyright (c) 2000 and Published by
Holy Protection Russian Orthodox Church
2049 Argyle Ave. Los Angeles, California 90068
Editor: Bishop Alexander (Mileant)
(life_death_p.doc, 04-30-2000)