terça-feira, 8 de outubro de 2024

MORTE, MORRER E PÓS-MORTE - quinta parte


A alma no seu caminho ao Céu

Já mencionamos alguns relatos atuais sobre a etapa da "revisão," pelo qual alguns passam imediatamente após a separação do corpo. Obviamente, esta fase tem algo em comum com o "julgamento particular" ou com o preparo para ele.

Nos relatos sobre a vida dos santos e na literatura espiritual, existem contos sobre o anjo da guarda que acompanha a alma do falecido em direção ao Céu, para adorar a Deus. Freqüentemente, os demônios, ao ver a alma a caminho do Céu, rodeiam-na com a intenção de assustá-la e leva-la consigo. O caso é que, de acordo com a Sagrada Escritura, após o seu expurgo do Céu, os anjos amotinados apoderaram-se do espaço, se é possível chamá-lo assim, entre o Céu e a Terra. Por isto, o apóstolo Paulo chama o satanás de "príncipe reinante nos ares" e seus demônios de espíritos do mal que habitam "sob o Céu" (13). Estes espíritos errantes, vendo a alma guiada por um Anjo, cercam-na e acusam-na pelos pecados cometidos durante a sua vida terrena. Sendo muito arrogantes, eles tentam assustar a alma, leva-la ao desespero e possui-la. Nesse ínterim, o anjo da guarda ampara e defende a alma. Isto não deve leva-lo a pensar que os demônios tenham algum direito sobre a alma do homem, já que eles também estão sujeitos ao julgamento de Deus. O que os leva a cometer este ato é que durante a vida terrena, a alma os obedeceu em algumas coisas. A lógica dos demônios é simples: "Já que você agia como nós, seu lugar é conosco."

Na literatura religiosa, esse encontro com os demônios chama-se "mitárstvo," (14) (pedágio, obstáculo). Tal encontro com os espíritos do mal é descrito por K. Ixcul, cuja narrativa iniciamos anteriormente. Eis o que aconteceu após os dois Anjos terem vindo buscar a sua alma: "Nós começamos a subir rapidamente. E a medida que subíamos, um espaço cada vez maior se abria perante a minha vista, e, finalmente, ele atingiu proporções tão grandes que eu fiquei apavorado ao conscientisar-me da minha insignificância perante esse deserto infinito. A minha vista tinha algumas particularidades. Primeiro: estava escuro, mas eu enxergava perfeitamente, e a minha vista recebeu a capacidade de enxergar no escuro; segundo: eu conseguia ver com tal amplitude, o que certamente não poderia fazer com minha vista comum.


A noção do tempo apagou-se na minha mente e eu não sei quanto ainda subimos, quando, de repente, ouviu-se um rumor indefinido e depois, apareceu de algum lugar, gritando e berrando, uma multidão de seres horrendos. "Demônios!" - eu entendi com incrível rapidez, e senti-me dominado por um pavor desconhecido até este momento. Tendo me cercado, eles exigiam que eu lhes fosse entregue, tentavam arrancar-me dos braços dos Anjos, mas provavelmente, não tinham autoridade para isso. No meio desse barulho inacreditável e muito agudo para a audição como eles próprios eram para a visão, uivos e berros, às vezes, eu conseguia distinguir algumas palavras e até frases completas.


"Ele é nosso: ele renegou a Deus" - de repente, eles berraram quase a uma só voz e com tamanha insolência atiraram-se sobre nós, que o medo congelou todo e qualquer pensamento.

"Isso é mentira!" - eu quis gritar, mas minha memória amarrou-me a língua. De alguma forma incompreensível, de repente, lembrei-me de um acontecimento insignificante que ocorreu na minha juventude, e do qual eu nem poderia lembrar.

Eu me lembrei que, ainda no tempo da escola, reunido com colegas, nós, tendo discutido a respeito dos trabalhos escolares, passamos a conversar sobre temas abstratos e elevados, conversas que tínhamos freqüentemente.

"Eu não gosto de temas abstratos," - disse um dos meus colegas, - e nesse caso, é uma total impossibilidade. Eu posso acreditar em uma ciência, digamos, inexplorado, na força da natureza, e possa admitir a sua existência, mesmo não vendo sua manifestação clara, porque ela pode ser ou insignificante ou juntar-se em suas ações com outras forças, e portanto, difícil de ser captada; mas crer em Deus como ser pessoal e todo poderoso, crer, quando não vejo nenhuma manifestação clara desse ser - já é um absurdo. Dizem: acredite. Mas porque devo acreditar em Deus, quando posso igualmente crer que não há Deus. Não é verdade? Pode ser que Ele não exista?" - perguntou o colega, olhando diretamente para mim.

"Pode ser que não" - disse eu.

Essa frase era só de palavras vãs, vazias a conversa sem nexo do meu colega, não podia sucetar em mim dúvidas a respeito de existência de Deus. Eu nem mesmo seguia a conversa, e agora, ocorreu que essas palavras vãs não tinham sumido sem deixar rastros, eu devia argumentar, defender-me da acusação... Essa acusação era aparentemente o argumento mais forte que os demônios tinham contra mim, era como se, com esse argumento, eles tivessem recebido novas forças para me atacar e com urros terríveis ficara rodando em nossa volta, não deixando-nos seguir em frente.

Me lembrei de uma oração e comecei a rezar, invocando a ajuda dos santos que conhecia e cujos nomes vinham-me à memória. Mas isso não amedrontava os meus inimigos. Pobre ignorante, cristão somente de nome, eu lembrei-me quase pela primeira vez sobre Aquela, que se denomina Defensora dos Cristãos.

Mas, é possível que o meu apelo a ela foi tão ardente já que a minha alma estava tão aterrorizada que mal eu pronunciei o seu nome, apareceu uma névoa branca que começou a envolver rapidamente a horrenda multidão do demônio. Ela os ocultava da minha vista antes que eles se afastassem de nós. Urros e gritos ainda se ouviam por muito tempo, mas pela diminuição do volume eu entendi que a terrível perseguição estava ficando atrás.

O sentimento de pavor tinha me invadido tão totalmente, que eu nem sequer tinha consciência, se durante o terrível encontro o nosso vôo continuou ou se tínhamos parado; por um tempo, eu entendi que estávamos nos movendo, subindo, novamente o infinito espaço aéreo.

Tendo percorrido uma certa distância, vi uma luz brilhante na minha frente; se parecia com a luz do sol, mas era muito mais forte. Lá, provavelmente, é um reino de luz. "Sim, reino, domínio completo de Luz "- eu intuía com algum sentido especial o que ainda não via, - porque com esta luz não há sombra. "Mas, como pode ser luz sem sombra?"- imediatamente manifestaram-se meus conceitos terrenos.

E de repente, nós penetramos rapidamente na esfera dessa Luz, e ela praticamente me ofuscou. Eu fechei os olhos, cobri o rosto com as mãos, mas isso não ajudava, já que minhas mão não formavam sombras. Além disso, esse tipo de defesa nada significava aqui.

Mas aconteceu algo mais. Majestosamente, sem via, mas com poder e inflexivelmente ecoaram palavras: "Não está pronto!" - E depois... depois uma parada instantânea no nosso vôo alucinante para cima - e rapidamente começaram a descer.

Mas, antes de abandonar essas esferas foi me dado conhecer mais uma ocorrência divina. Mal essas palavras soaram de cima, que nesse mundo, pareceu-me que cada partícula, cada átomo respondeu.


Um eco de milhões de vozes repetiu as palavras numa linguagem inaudível para audição, mas sensível e inteligível para o coração e a mente, exprimindo total concordância com a afirmativa. E nesta unidade de vontade havia tamanha harmonia divina, e nessa harmonia uma alegria tão grande, difícil de expressar, que, comparando-a com nossos encantos e deslumbramentos terrenos esses parecem um triste dia sem sol. Esse eco de milhões de vozes soou como um acorde musical inimitável, e a alma respondeu despreocupadamente a ele, querendo, num impulso ardente, integrar-se a essa harmonia divina.

Eu não entendi o sentido verdadeiro das palavras que se referiam a mim, e não entendi que devia voltar à Terra e viver como antes. Pensava que seria carregado para algum outro local e um tênue sentimento de protesto nasceu em mim, quando surgiram perante mim, inicialmente sem nitidez, como na névoa matutina os contornos da cidade, e depois já nítidas as ruas, minhas conhecidas e o hospital. Aproximando-se do meu corpo inerte, o Anjo da guarda disse: "Você ouviu a determinação do Deus?" E, apontando para o meu corpo ordenou: "Entre nele e comece a preparar-se!" após isto, ambos os Anjos tornaram-se invisíveis para mim."

Após isto, K. Ixcul conta sobre o seu retorno ao corpo, que já tinha ficado no necrotério durante 36 horas e como e como os médicos ficaram impressionados com o milagre de sua volta à vida. Pouco tempo após esse acontecimento, K. Ixcul entrou para o mosteiro e morreu monge.


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LIBERTARIANISMOS

Quem são os libertários?

Por 

O libertarianismo é, em linhas gerais, uma corrente filosófica que vê na liberdade a melhor forma de atuar nas relações entre indivíduos. Como diz Murray Rothbard, “a crença do libertarianismo se baseia num axioma central: ninguém pode agredir a pessoa e a propriedade dos outros”.

Logo, muitos são genuínos libertários sem sequer imaginarem o peso que tal palavra carrega. Afinal, ninguém em sã consciência seria capaz de arquitetar uma defesa moral e racional em favor da violência. Nesse sentido, vamos analisar brevemente alguns dos conceitos básicos do libertarianismo.

Um primeiro ponto a ser salientado é que o libertarianismo, dada a sua natureza emancipatória, tende a defender uma postura individualista em detrimento do coletivismo. Mas, apesar dos maus entendidos, individualismo e egoísmo não são sinônimos [1]. Na verdade, como veremos a seguir, decisões coletivas tendem a se tornar decisões egoístas com uma frequência muito maior.

Por Que Liberdade Tom Palmer

Perceba: o coletivismo é a forma de colocar as decisões da maioria acima das decisões minoritárias. Porém, sabemos, é com pouca frequência que a massa da sociedade mostra-se confiável na tomada de escolhas fundamentais. Por efeito, ocorre a chamada tirania da maioria: a supressão das liberdades dos indivíduos.

Basta pensar em todas as decisões que o governo toma e lhe obriga a aceitar em nome do “bem comum”, do interesse de “todos”. Políticas coletivistas tendem a tratar o ser humano, indivíduo, como uma desimportante parte do todo, como um mero servidor. Assim, libertários têm como guia político, moral e filosófico a independência do indivíduo.

Desse modo, todos devem possuir a tutela da própria vida. Alguns coletivistas poderiam dizer que você não é dotado da razão plena que sempre irá lhe permitir fazer a melhor escolha possível, e que por isso deve ceder parte da sua liberdade a alguém.No entanto, tal lógica também implica no fato de que o governo, formado por pessoas, é tão incapaz quanto (na maioria das vezes, até mais desqualificado). Em qualquer um dos casos, o indivíduo é o maior indicado na tarefa de gerir seus próprios interesses, sendo livre inclusive para cometer seus próprios erros.

Friedrich Hayek possui um livro inteiro sobre o assunto, no qual afirma que o coletivismo nada mais é do que uma maneira de escravizar [2].A autora Ayn Rand, por sua vez, reitera: “a menor minoria na Terra é o indivíduo. Aqueles que negam os direitos individuais não podem se dizer defensores das minorias”. Veja este [3] vídeo de 3 minutinhos, onde o professor Aeon Skoble expressa sua opinião sobre o tema.

Um segundo ponto a ser entendido a respeito da filosofia libertária consiste na defesa da liberdade econômica (que é, na verdade, nada mais do que um desdobramento lógico da liberdade individual). Aqui vamos negar outro mal entendido: apesar das acusações hipócritas, defender uma economia de livre mercado não é o mesmo que defender as “grandes empresas” [4]. De fato, a experiência prova que altos níveis de regulação estatal geram mais monopólios e empresas cada vez maiores [5].

A regulação estatal, seja por meio de impostos, de subsídios ou de agências específicas, é o que impede que novas empresas surjam no mercado. Por consequência, a concorrência é ausente, o que culmina em preços altos e em serviços precários [6].

Contudo, o mercado regulado não é ruim apenas para o consumidor e para quem quer ser dono do próprio negócio. O mercado artificial do governo traz consigo também uma série de problemas para os trabalhadores. Não é por outro motivo que o Brasil possui, atualmente, 11,4 milhões de desempregados (de acordo com os dados divulgados pelo governo [7]).

A bem-intencionada regulação do comércio coloca os custos de se manter um empregado em níveis estratosféricos, fazendo com que o empregador contrate menos do que o faria em condições naturais. Um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 2012, concluiu que o custo do trabalhador no Brasil pode chegar a 2,83 vezes o salário que ele recebe [8].

Ou seja, pelo mesmo custo que o empregador contrata um único empregado, ele poderia pagar por, no mínimo, dois, se retirássemos todos os impostos, auxílios obrigatórios e várias outras burocracias estatais que destroem a economia do país. Em suma, o estado, que teoricamente garantiria o bem-estar dos cidadãos com os seus ineficientes direitos e sindicatos, na prática só é capaz de garantir desemprego, uma imensa reserva de mercado.

Por fim, os libertários são contra o abuso de poder estatal. Alguns mais do que outros, mas esse é um consenso.Nenhuma outra instituição possui tanto dinheiro sujo e tantas armas quanto o estado.É o maior inimigo da liberdade. Tal postura é baseada no axioma central de Rothbard, citado logo no início do texto, que institui um pacto de não-agressão.

A definição mais básica do estado o coloca como sendo o monopólio da violência socialmente legitimada. É o uso da coerção, da força física. São dois os conceitos chave: legitimidade e violência.

A “legitimidade” dessa relação é extremamente discutível para os libertários. Em 2014 um camelô carioca foi baleado por um policial militar durante uma ação de repressão ao comércio ilegal [9]. O processo foi arquivado. “Comércio ilegal”, aqui no Brasil, é um apelido para livre iniciativa, concorrência, trabalho honesto e sem entrega de dinheiro para agressores. Você certamente não legitima esse tipo de ação repressiva.

A face violenta do Estado, enfim, é matéria unânime. O governo fere tanto a pessoa, quanto sua propriedade. Agride a pessoa, proibindo-a de realizar suas atividades particulares, como a hilária tentativa do PROCON – PB de proibir o jogo eletrônico Pokémon GO [10]. Agride a propriedade privada, sobretudo através dos impostos, cuja definição não difere em absolutamente nada da definição de roubo.

Na ideologia libertária, pacifista como o é, não cabe a defesa desta instituição e das suas maneiras totalitárias.

Se você concorda com essas ideias, essa é a hora de se inscrever para o Students For Liberty Brasil (SFLB)!

O SFLB é a maior rede de estudantes pró-liberdade do mundo. Só no Brasil, são mais de mil membros defendendo os ideais libertários. Quem se torna uma liderança ganha treinamento, recursos e conhece novas pessoas para poder defender a liberdade na sua universidade/escola.


[1] Individualismo e interesse próprio não são egoísmo,<http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2079>

[2] “O Caminho da Servidão”, F. A. Hayek, < http://ffn-brasil.org.br/novo/PDF-ex/Publicacoes/Caminho_Servidao.pdf>

[3] Individualismo vs. Coletivismo, Aeon Skoble, <https://www.youtube.com/watch?v=vpygqNuZgc4>

[4] A diferença entre iniciativa privada e livre iniciativa – ou: você é pró-mercado ou pró-empresa?, <http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2049>

[5] Veja este artigo com a história da regulamentação do setor elétrico dos EUA e sua crescente concentração: http://www.downsizinggovernment.org/energy/regulations

[6] O mercado não funciona: e a prova é o Brasil!, <http://old.studentsforliberty.org/brasil/2016/08/15/o-mercado-nao-funciona-e-a-prova-e-o-brasil/>

[7] Desemprego fica em 11,2% no trimestre encerrado em maio, <http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/06/desemprego-fica-em-112-no-trimestre-encerrado-em-maio.html >

[8] EESP/FGV revela o custo do trabalhador no Brasil, <http://cmicro.fgv.br/node/327>

[9] Justiça ignora vídeo, e arquiva processo de PM que matou camelô, <http://brasil.elpais.com/brasil/2015/04/16/politica/1429136121_021290.html>

[10] O Estado-Babá ataca novamente: a possível proibição de Pokemon-GO, <http://old.studentsforliberty.org/brasil/2016/08/18/o-estado-baba-ataca-novamente-a-possivel-proibicao-de-pokemon-go/>

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Rony Alves é coordenador local do Students For Liberty Brasil (SFLB). 

Este artigo não necessariamente representa a opinião do SFLB. O SFLB tem o compromisso de ampliar as discussões sobre a liberdade, representando uma miríade de opiniões.

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

O que é uma escola?

 


Etimologia de Escola

Observa-se no latim como schola, sobre o grego scholé, para entender a ideia de lazer, recreação ou tempo livre, pois, desde suas origens, para os gregos, a aprendizagem esteve relacionada à ideia de entretenimento e interesse individual, distanciando-se das obrigações e do trabalho. Hoje, social e culturalmente, mesmo que frequentar a escola seja um direito e uma obrigação, é também um erro entendê-la como uma tarefa, um incômodo ou uma imposição, no lugar de dar uma oportunidade para enriquecer o saber. A dinâmica do mundo não permite contrastar as diferenças da antiguidade com as atuais e, consequentemente, perde-se a possibilidade de perceber e valorizar as mudanças em relação à abertura de conhecimento, entre outros aspectos essenciais que afetam de forma direta a qualidade de vida e que ainda precisam muito melhorar.

Por que a ideia de tempo livre está implícita na noção de escola?

Para os gregos do período clássico a jornada diária era dividida em três partes: um tempo dedicado ao trabalho (ascholía), um tempo para o descanso (anápausis) e, por último, era hora do dia dedicada ao lazer (scholé). Nessa época, os momentos de lazer estavam ao alcance apenas daqueles que não tinham uma atividade de trabalho e, consequentemente, só os cidadãos ricos podia desfrutar do tempo livre.

No tempo livre, o indivíduo tratava de cultivar seu corpo ou seu espírito. Logicamente, o cultivo do espírito estava relacionado ao aprendizado. Neste contexto, podemos entender a relação entre professor e aluno e a conexão entre a escola e a ideia de lazer.

Entre os gregos as escolas estavam vinculadas a importantes figuras da filosofia. Não eram escolas como no sentido atual, mas havia um líder intelectual de reconhecido prestígio que se dedicava a ensinar diferentes matérias a um número reduzido de seguidores. Este modelo de ensino tomou forma na escola pitagórica, na Academia de Platão, na Stoa dos estoicos e no Liceu de Aristóteles.

No século V a. C, em Atenas, surgiu um novo paradigma para o ensino: a sofisma. Assim, os estrangeiros de grande conhecimento em diferentes áreas ministravam aulas em troca de um salário. Estes professores eram os sofistas e o fato de receber uma remuneração por sua atividade foi fortemente criticado por Sócrates e Platão.

Na idade Média

Na Europa medieval foram fundadas diversas ordens religiosas. Com o passar do tempo, os franciscanos, dominicanos e agostinianos promoveram as escolas catedralícias, onde os futuros sacerdotes eram formados em temas teológicos. A partir do século XII surgiram as primeiras universidades nas cidades de Paris, Bolonha, Oxford e Salamanca.

A educação pública, gratuita e obrigatória promovida pelo estado começou a desenvolver-se plenamente a partir do século XIX

A primeira escola ao alcance de toda a população infantil foi fundada no final do século XVI, em Roma, pelo sacerdote e pedagogo espanhol José de Calasanz, conhecido pelas “Escolas Pias”. Os sacerdotes que se dedicavam a esta tarefa pertenciam à ordem dos escolápios.

O primeiro sistema escolar promovido pelo estado foi lançado na Prússia no final do século XVIII. Com o impulso da Revolução Francesa, em 1789, vários países europeus e americanos implantaram reformas educacionais para que o conjunto da população tivesse acesso ao ensino. A escola pública como entendemos hoje foi consolidada no século XIX.


https://etimologia.com.br/escola/#google_vignette




Benjamin Veschi, Fundador e Autor de Etimologia.com.br. Analiso neste espaço a construção e transformação histórica de cada palavra, cuja riqueza e influência é percebida no cotidiano como uma ponte na comunicação para o diálogo e o conhecimento.

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O despertar e o estar presente

A luta para estar “presente” na vida cotidiana constitui o mais importante aspecto do ensinamento de Gurdjieff.

O ensinamento de Gurdjieff permite ao ser humano desenvolver suas capacidades latentes – físicas, mentais e emocionais – de forma integrada. Esse processo, com o tempo, leva a uma compreensão mais profunda de si mesmo, uma interação mais viva com a vida e a possibilidade de se conectar com as influências espirituais.

Um dos mais poderosos anseios de Gurdjieff era transmitir às pessoas a coragem de uma vida criativa. Nada deve ser dado como certo. Tudo deve ser verificado pessoalmente. Essencialmente os homens deveriam “trabalhar sobre si” e transformar as próprias substâncias de que são feitos.

Pode-se falar em busca da presença, do autoconhecimento, do estado de despertar, do ser e da consciência – mas, segundo Gurdjieff, é somente por meio de experiências reais que essas palavras ganham sentido.

O lado prático desse Trabalho começa com a observação de si que consiste em nos tornarmos mais conscientes de nós mesmos.

Gurdjieff trouxe ao Ocidente o quarto caminho, uma forma que cultiva o trabalho simultâneo de todos os lados de si mesmo, uma forma que não exige afastamento da vida, mas nos mostra como uma nova relação consigo mesmo, com a própria vida, fornece o material para o trabalho interior. (...)

https://gurdjieffsp.org.br/o-ensinamento/


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quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Morte, morrer, pós-morte - quarta parte


Relatos dos suicidas

Enquanto que as almas das pessoas que morreram de forma natural experimentam alívio e até alegria no outro mundo, as almas dos suicidas ao contrário, experimentam inquietação e sofrimento. Um especialista na área de suicídio ilustrou esse fato com a sábia frase: "Se você despede-se da vida com a alma agitada, vai passar para o outro mundo também com alma agitada." Os suicidas se matam para "acabar com tudo," mas acontece que lá para eles, está tudo apenas começando.


Eis alguns relatos modernos que ilustram o estado dos suicidas no outro mundo: um homem que amava ardentemente a sua mulher, tentou suicídio quando ela morre. Ele tinha esperança de unir-se com ela para sempre. No entanto, tudo ocorreu de outra forma. Quando o médico conseguiu reanimá-lo, ele disse: "Eu fui parar em um outro lugar, não o mesmo dela. Era um lugar terrível... E eu imediatamente entendi que cometi um enorme erro" [1, pág.143].


Alguns suicidas que retornaram à vida descreveram que após a morte, eles foram parar numa espécie de prisão ou calabouço e sentiam que ficariam lá por um longo período. Eles tinham consciência que isto era um castigo pela violação da lei estabelecida, de acordo com a qual, cada pessoa deve suportar uma determinada carga de sofrimentos. Negando-se a isto por sua própria vontade, eles deverão suportar em outro mundo uma carga ainda maior.


Um homem, que passou pela morte temporária, conta o seguinte: "Quando eu me encontrei lá, compreendi que duas coisas são absolutamente proibidas: matar-se e matar alguém. Se eu decidi me matar, é como se eu atirasse na face de Deus, o dom que Ele me deu. Ao tirar a vida de outra pessoa - significa interromper o plano que Deus preparou a ela" [1, pág.144].


A impressão comum dos médicos-reanimadores é que o suicídio é punido severamente. Dr. Bruce Greyson, psiquiatra do setor do pronto socorro junto a Universidade de Connecticut, tendo estudado essa questão, testemunha que ninguém, dentre os que passaram pela morte temporária, por nada quer acelerar o fim da sua vida [3, pág.99]. Apesar do "outro mundo" ser incomparavelmente melhor que o nosso, a nossa vida aqui tem um significado preparatório muito importante. Somente Deus decide quando o homem está suficientemente maduro para a eternidade.


Beverly, de 47 anos, contou como ela está feliz por estar viva. Desde a infância, ela sofreu muito nas mãos de pais cruéis que judiavam dela diariamente. Já na maturidade, ela não podia contar sobre sua infância sem ficar nervosa. Uma vez, quando estava com 7 anos, levada ao desespero pelos pais, atirou-se de cabeça para baixo e quebrou a cabeça no cimento. Durante a sua morte clínica, sua alma viu as crianças, suas conhecidas, em torno do seu corpo inerte. De repente, uma luz brilhante apareceu, e uma voz desconhecida lhe disse: "Você cometeu um erro, sua vida não lhe pertence e você deve voltar." Beverly retrucou: "Mas ninguém me ama e ninguém quer cuidar de mim." "Isto é verdade" - disse a voz -" e no futuro ninguém vai cuidar de você. Por isto, aprenda a se cuidar." Após estas palavras, Beverly viu neve em sua volta e uma árvore seca. Mas, de algum lugar veio o calor, a neve derreteu e os galhos secos da árvore cobriram-se de folhas e de maças maduras. Aproximando-se da árvore ela começou a colher as maças e a comê-las prazerosamente. Aí ela entendeu que, assim como na natureza, cada vida tem seus períodos de inverno e de verão, os quais constituem um todo no plano de Deus. Quando Beverly reviveu, ela começou a encarar a vida de uma nova forma. Tendo crescido, casou-se com um bom homem, teve filhos e foi feliz. [ 7, pág.184]


Matéria completa em:

https://fatheralexander.org/booklets/portuguese/life_death_p.htm#n4

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