domingo, 22 de junho de 2025

Humano: um ser duodécuplo


O CANDELABRO DE SETE BRAÇOS 

E O TEMPLO HUMANO 

(...) A forma corpórea do homem apresenta três aspectos: 

1. a faculdade mental; 

2. o corpo de desejo, também chamado corpo astral ou campo de respiração;

.3. o corpo material, com a sua contraparte etérica, o duplo etérico. 

A forma psíquica possui igualmente três aspectos: 

1. a estrutura ígnea ou alma racional: o sangue mental, elo de ligação entre o espírito e a faculdade mental e o santuário da cabeça em geral. É ativa no fluido nervoso; 

2. a estrutura de força ou alma emocional: o sangue astral, elo de ligação entre o espírito e o corpo de desejo, que tem seu ponto focal no santuário do coração e é ativa no sangue; 

3. a estrutura vital ou alma consciente: o sangue material, elo de ligação entre o espírito e o corpo etérico-material, tem seu ponto focal no santuário pélvico e é ativa no sistema linfático. 

A forma espiritual também tem três aspectos: 

1. o espírito divino; 

2. o espíirito vital; 

3. o espírito humano. 

Esses três aspectos atuam, respectivamente, na alma tríplice e por meio dela também atuam na forma corpórea tríplice. 

Essa nônupla manifestação humana se acha sob a direçâo de um princípio espiritual tríplice, sem forma, chamado espírito central ou mônada. Esse tríplice princípio espiritual representa: 

1. o princípio diretor; 

2. o princípio construtor e mantenedor; 

3. o plincípio gerador da forma. 

Eles manifestam, sucessivamente: 

1. a vontade divina; 

2. a sabedoria divina; 

3. a atividade divina. 

É assim que se apresenta a nós o homem duodécuplo, cujos três prindpios conduzem a nove manifesta-ções. (...) É também simbolizado pelos doze pães da proposição expostos diante do Senhor no templo de Jerusalém. O discípulo no caminho que se torna consciente dessa plenitude duodécupla e que após sua ascensão regeneradora torna-se capaz de empregar de novo, perfeitamente, seu microcosmo, é representado nos Evangelhos como tendo "12 anos".

Do Livro FILOSOFIA ELEMENTAR DA RosACRUZ MoDERNA - J. van Rijckenhorgh

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sexta-feira, 9 de maio de 2025

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sábado, 19 de abril de 2025

Lições Rosacruzes 2

 




1

Qual é o propósito da existência, qual o objetivo da vida, por que você aqui?

A vida no mundo das polaridades parece injusta, sem sentido e imprevisível. Você aparece neste mundo sem saber por quê. Mas imagine por um instante que você escolheu viver neste mundo. Você gostaria de ir embora hoje? Se não, isto deve ser uma prova de que você quer estar aqui. Mas o que quero dizer vai mais além, na razão pela qual veio parar aqui. Suponha que escolheu viver aqui. Ora, este é o mundo das polaridades, há bem e mal, prazer e dor, vida e morte... Não aceitar isto não é apenas não aceitar a vida e o mundo, mas sua própria existência, pois estas poliridades estão enraizadas em você mesmo.

Em você existe não só o citado acima, mas suas raizes mais profundas, consciência e inconsciência, conhecimento e ignorância, liberdade de escolha e limites de escolha, força de vontade e completa indolência, atração e aversão. Só para citar algumas delas. Então negar uma coisa é negar outra e isto é que não seria justo. Visto que somos os portadores dessas causas, por que protestar contra seus efeitos?

Por outro lado há em nós um anseio de vida, como se esta vida não bastasse, ou dito mais corretamente, como se esta vida não fosse a verdadeira e definitiva vida.

Porém, este anseio geralmente é usado para a luta pela sobrevivência, auto-afirmação, carreira acadêmica ou profissional. Ou ainda outras vezes busca segurança, às vezes riqueza, às vezes busca formar uma família, outros buscam se enquadrar no que a sociedade, os amigos ou a família esperam que elem sejam; uns buscam uma suposta auto-realização, espaço, abrigo, renome, fama, atividades, aceitação, a realização de desejos supostamente seus, etc., etc.. Enfim, como qualquer animal, o ser humano busca a satisfação, mas diferente deles nunca a encontra a não ser por curtos períodos que se alternam com o tédio, o desgosto e uma nova busca em outro alvo, no qual, agora sim, acredita, estará satisfeito; também quer ser respeitado, admirado, reconhecido, quer pertencer a algo que julga maior... É vitma de algo tão em moda hoje, a carência de pertencimento.

Mal sabendo que esta busca de satisfação e pertencimento é um desvio de um anelo autêntico e bem mais profundo: o resgate de seu verdadeiro eu, seu ser, sua essência, sua natureza original, consciência original e verdadeiro e eterno lar, aonqual de fato pertence...

Fra. R+C

Continua...


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sexta-feira, 11 de abril de 2025

O anarquismo místico de Tolstói

 


O anarquismo místico de Tolstói

O conde russo Leon Nikoláievitch Tolstói (1828-1910) possui uma consolidada fama internacional que tem resistido aos modismos do tempo. Oriundo de uma tradicional linhagem de aristocratas eslavos, Tolstói recebeu uma educação extremamente refinada. Além disso, o autor transitou entre vários estereótipos destinados aos homens pertencentes às altas castas da sociedade russa: foi um apostador compulsivo; latifundiário influente que não hesitou em se valer de seu status para seduzir servas; oficial militar impetuoso e místico utópico. Proponho aqui discorrer um pouco sobre a fase de sua vida na qual esse literato renegou o valor de suas obras canônicas a exemplo de Ana Kariênina (1887), A morte de Ivan Ilicht (1886) e Guerra e paz (1869), para se dedicar a confecção de panfletos políticos.

Tolstói começou a sistematizar seu pensamento em forma de doutrina religiosa a partir de 1882, quando visitou um dos inúmeros albergues localizados nos cortiços de Moscou. O escritor ficou horrorizado diante da degradação humana e da pobreza que encontrou em uma das áreas mais miseráveis da capital russa. Segundo a biógrafa Rosamund Bartlett, em Tolstói: a biografia (2013), fiel às inclinações anarquistas que começou a cultivar desde o início de sua vida literária, Tolstói empreendeu uma campanha para a arrecadação de fundos, comida e agasalhos para os pobres. Nesse sentido, o escritor russo estava buscando colocar em prática seu ideal de um cristianismo “libertário”.

Para Bartlett, inspirado diretamente pelo Evangelho de São Mateus, do Novo Testamento, “Tolstói instigou os moscovitas a superar seu medo dos percevejos, das pulgas, da febre tifoide, da difteria e da varíola que se alastravam em meio às condições imundas e aviltantes em que os pobres eram obrigados a viver” (p. 369). Após o ano de 1900, em um momento no qual a Rússia passava por uma série de levantes populares contra o tzarismo – um dos regimes políticos mais autoritários da Europa – Tolstói usou sua fama internacional para difundir seu ideário. O autor trocou as roupas de fidalgo por simples vestimentas de camponês e passou a defender as prédicas de que um estilo de vida abstêmio, vegetariano, fraterno e pacifista era o melhor caminho para uma existência humana mais plena.

Em 1904, o autor assinou o libelo A insubmissão (2010): traduzido para o português apenas recentemente. Trata-se de uma crítica contundente aos exércitos que, para o escritor russo, anulavam as liberdades individuais e promoviam a bestialização dos indivíduos em nome de supostas ameaças estrangeiras.  Segundo Tolstói, “pode-se bem mais afirmar (…) que a atuação do governo com seus métodos de castigo, antiquados e desapiedados, suas galés, prisões, forcas e guilhotinas, muito abaixo do nível geral de moralidade, tende bem mais a rebaixar o padrão moral do que elevá-lo, e mais aumenta do que diminui o número de criminosos” (p. 35-6). As guerras, para o autor, não passavam de genocídios orquestrados pelas elites contra os trabalhadores.

Esse texto filosófico apresenta a principal tese do escritor sobre o controle social mantido pelo Estado. De acordo com Tolstói, esse poder estaria sedimentado na corrupção, presente principalmente na cobrança de impostos abusivos aos cidadãos; na violência física e moral empregada pelos militares contra os inconformados e em um determinado tipo de educação oficial hipnótica que sugere aos membros de uma comunidade um comportamento obediente.

Também já desfrutando de um imenso prestígio, em 1898, Tolstói publicou o ensaio O que é arte?: uma polêmica contra os estetas franceses, alemães, ingleses, italianos e espanhóis. O texto conta com quatrocentas laudas. Realmente, uma longa reflexão e que causou um grande impacto entre homens de letras das mais variadas tendências. A edição dessa obra traduzida diretamente do russo para o português foi publicada em 2002, pela Ediouro. O escritor atacou com todas suas forças a ideia de que manifestações artísticas como esculturas, a pintura ou a literatura tinham a função de proporcionarem prazer aos seus consumidores.

Para Tolstói, “Para definir arte com precisão, devemos antes de tudo parar de olhar para ela como veículo de prazer e considerá-la como uma das condições da vida humana. Ao considerá-la dessa forma, não podemos deixar de ver que a arte é um meio de comunhão entre as pessoas” (p. 65). Nesses termos, talvez na esteira do pensamento do crítico paraense José Veríssimo (1857-1916), em Homens e cousas estrangeiras (1902), pode ser que o zelo desse escritor pela sua imagem de doutrinador o tenha atrapalhado um pouco no ofício de ficcionista. Porém, Tolstói, ao sacrificar suas riquezas e conforto, “por amor das suas convicções morais, religiosas e sociais” demonstra “que na alma misteriosa e trágica dos Russos há energias morais quase desconhecidas no nosso mundo ocidental” (p. 204).

http://pensaraeducacao.com.br/o-anarquismo-mistico-de-tolstoi/

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quarta-feira, 2 de abril de 2025

Tolstoi sobre a revolução violenta


“Algumas pessoas sustentam que a liberdade da violência, ou pelo menos uma grande diminuição dela, pode ser obtida pelos oprimidos derrubando à força o governo opressivo e substituindo-o por um novo sob o qual tal violência e opressão serão desnecessárias, mas eles enganam a si mesmos e aos outros, e seus esforços não melhoram a posição dos oprimidos, mas apenas a pioram. Sua conduta tende apenas a aumentar o despotismo do governo. Seus esforços apenas fornecem um pretexto plausível para o governo fortalecer seu poder.

“Mesmo se admitirmos que, sob uma combinação de circunstâncias especialmente desfavoráveis ​​ao governo, como na França em 1870, qualquer governo poderia ser derrubado à

 força e o poder transferido para outras mãos, a nova autoridade raramente seria menos opressiva do que a antiga; pelo contrário, tendo sempre que se defender contra seus inimigos despossuídos e exasperados, seria mais despótica e cruel, como sempre foi a regra em todas as revoluções.

“Enquanto socialistas e comunistas consideram a organização ou sociedade individualista e capitalista como um mal, e os anarquistas consideram como um mal todo governo, seja qual for, há monarquistas, conservadores e capitalistas que consideram qualquer organização socialista ou comunista ou anarquia como um mal, e todos esses partidos não têm outros meios além da violência para chegar a um acordo. Qualquer um desses partidos que tenha tido sucesso em fazer seus esquemas passarem, deve recorrer para apoiar sua autoridade a todos os métodos existentes de violência, e até mesmo inventar novos.

“Os oprimidos seriam outro conjunto de pessoas, e a coerção tomaria alguma nova forma: mas a violência e a opressão permaneceriam inalteradas ou até mais cruéis, já que o ódio seria intensificado pela luta, e novas formas de opressão teriam sido inventadas. Assim sempre foi depois de todas as revoluções e todas as tentativas de revolução, todas as conspirações e todas as mudanças violentas de governo. Todo conflito apenas fortalece os meios de opressão nas mãos daqueles que por acaso em um dado momento estão no poder."


Autor Imagem do Dr. Norman Horn

Dr. Norman Horn

Norman é o fundador e presidente do Libertarian Christian Institute. Ele é Ph.D. em Engenharia Química pela University of Texas em Austin e MA em Estudos Teológicos pela Lipscomb University. Ele foi amplamente publicado em vários campos e escreveu para o Washington Post, Relevant Magazine, Young American Revolution, Journal of Research of NIST e UV Solutions Magazine.

segunda-feira, 17 de março de 2025

O Fator Melquisedeque - POVOS COM COSTUMES ESTRANHOS

Do livro O Fator Melquisedeque 

de Don Richardson 



3

POVOS COM COSTUMES ESTRANHOS

Os leitores que conhecem meus dois primeiros livros - O Totem
da Paz e Senhores da Terra - já têm uma idéia do que entendo por
“ costumes estranhos” . Para os que ainda não leram O Totem da
Paz, por exemplo, dou aqui um breve resumo:
Em 1962, minha esposa Carol e eu, levando nosso filho Estevão
de dezoito meses, viajamos para a Nova Guiné e vivemos como mis-
sionários entre os sawi - uma das quase mil tribos que existem no
semi-continente de 2.400 km da Nova Guiné. Os sawi eram uma das
cinco ou seis tribos deste planeta que praticavam tanto o canibalismo
como a caça a cabeças. Mais tarde, tivemos mais três filhos -
Shannon, Paulo e Valerie - que passaram seus primeiros anos co-
nosco, entre os sawi.

Nossas primeiras tentativas de transmitir o evangelho a eles fo-
ram frustradas devido à sua admiração pelos “ mestres da traição”
- impostores ardilosos que conseguiam manter uma ilusão de amiza-
de durante meses, enquanto firmemente “ engordavam” suas vítimas
com essa amizade, tendo em vista um dia inesperado de matança!

Por causa deste raro tipo de reverência pelo heroísmo, ao ouvi-
rem minhas primeiras tentativas de explicar o evangelho, os sawi
consideraram Judas Iscariotes, o traidor de Jesus, como sendo o he-
rói da história! Jesus, aos olhos dos sawi, não passava do tolo enga-
nado, objeto de riso!

Repentinamente, minha esposa e eu nos vimos diante de dois
problemas graves. Primeiro, como poderíamos tornar claro o signifi-
cado real do evangelho para aquele povo, cujo sistema de valores
parecia tão oposto ao do Novo Testamento? Segundo, como nos as-
segurar de que os sawi não estavam nos engordando com sua ami-
zade para uma matança inesperada?

Orando para que Deus nos desse uma ajuda especial, desco-
brimos finalmente que os sawi tinham um método singular de fazer a
l>iiz e evitar surtos de traição. Quando um pai sawi oferecia seu filho
I>»rn outro grupo como uma "Criança da Paz” , não só as diferen­
ças antigas eram canceladas, como também prevenidas futuras oca-
siões de perfídia - isso, porém, só enquanto a Criança da Paz per-
manecesse viva. Nossa chave para comunicação foi, então, a apre-
sentação de Jesus Cristo aos sawi como o derradeiro Filho da Paz,
usando Isafas 9.6, João 3.16, Romanos 5.10 e Hebreus 7.25 como os
principais correspondentes bíblicos à analogia da Criança da Paz.
Por este meio, o significado do evangelho penetrou na mente
sawi! Uma vez compreendido que Judas traíra uma Criança da Paz,
não mais o consideraram um herói. Para os sawi, a traição de uma
Criança da Paz representava o mais hediondo dos crimes!

Desde aqueles dias, aproximadamente dois terços do povo sa-
wi, em suas próprias palavras, “ colocaram as mãos sobre a Criança
da Paz de Deus, Jesus Cristo, por meio da fé", aludindo à sua exi-
gência de que os recipientes de uma criança da paz colocassem as
mãos individualmente sobre o filho que lhes fora dado e dissessem:
"Recebemos esta criança como uma base para a paz!”

Outros povos, no entanto, possuem costumes igualmente estra-
nhos que fornecem analogias para o evangelho. Os capítulos se-
guintes contêm diversos exemplos. Em primeiro lugar, porém, note o
fundamento bíblico para encontrar e usar tais costumes como escla-
recimento da verdade espiritual:
Saulo de Tarso - que se tornou o apóstolo Paulo - tinha uma
vantagem sobre os judeus que passaram todo o seu tempo na Pales-
tina. Teve muito maior oportunidade de observar os gentios e seus
costumes. Nascido numa cidade predominantemente gentia, fluente
em pelo menos uma língua gentia e cidadão de um império cosmopo-
lita verdadeiramente gentio, Paulo chegou a algumas conclusões in-
teressantes sobre os gentios.

Esta é uma delas: Paulo observou que os gentios freqüente-
mente se comportavam como se estivessem obedecendo voluntaria-
mente à lei de Moisés, quando de fato jamais tinham ouvido falar de
Moisés ou de sua lei! Como isso podia acontecer? perguntou ele.

Mais tarde, o Espírito de Deus guiou Paulo a uma resposta surpreen-
dente: "Quando, pois, os gentios que não têm lei, procedem por natu-
reza de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei pa-
ra si mesmos" (Rm 2.14). Em outras palavras, a lei expressa na na-
tureza pagã do homem serve para ele como uma espécie de Antigo
Testamento intermediário. Isso na realidade não basta, mas é muito
melhor do que não ter lei alguma!
Paulo continua: “ Não tendo lei, servem eles de lei para si mes-
mos. Estes mostram a norma da lei gravada nos seus corações,
testemunhando-lhes também a consciência, e os seus pensamentos
mutuamente acusando-se ou defendendo-se” (vv. 14-15, grifo acres-
centado).

Paulo foi evidentemente justo com os gentios. Ele lhes deu até
aos mais rudes, crédito por possuirem uma sensibilidade morai dada
por Deus, em separado da revelação judia-cristã. Salomão, como já
vimos, discerniu que Deus “ pôs a eternidade no coração do homem”
(veja Ec 3.11). Agora, o apóstolo acrescenta que Deus também es-
creveu as exigências da sua lei no mesmo lugar!

O homem não-regenerado é duplamente perseguido! Primeiro,
ele sente a eternidade, em direção à qual se move - partícula finita
que é - como alguém estranhamente destinado. A seguir, descobre
gravada em seu próprio coração uma lei que o condena a não atingir
o seu destino eterno!
Não é de admirar que Paulo tenha escrito em outro ponto: “ Ai
de mim se não pregar o evangelho” (1 Co 9.16). Nada mais pode dar
fim a esta dupla perseguição do homem!

Aqueles dentre nós que estudaram as jornadas do apóstolo ain-
da mais profundamente no domínio gentio, descobriram que a sua ob-
servação cumpriu-se de maneiras que ele mesmo talvez jamais ti-
vesse julgado possíveis. Por exemplo: Uma das exigências da lei
mosaica era um estranho rito anual envolvendo dois bodes machos.
Ambos os bodes eram primeiro apresentados ao Senhor (Lv 16.7). A
seguir, o sumo sacerdote hebreu tirava sortes para escolher um dos
bodes como oferta sacrificial. Depois disso, ele matava o bode es-
colhido e aspergia seu sangue sobre o “ propiciatório” (Lv 16.15).

O que acontecia ao outro bode?


O sumo sacerdote impunha as mãos sobre a cabeça dele, de-
pois confessava os pecados do povo, colocando-os simbolicamente
sobre o segundo bode. Uma pessoa indicada para a tarefa levava
então o mesmo para longe do povo e o soltava no deserto. Uma vez
que o “ bode emissário” desaparecia de vista, o povo hebreu come-
çava a louvar a Javé pela remoção de seus pecados.

Quando João Batista apontou para Jesus e disse: “ Eis o Cor-
deiro de Deus, cue tira o pecado do mundo!” (Jo 1.29), ele identificou
Jesus Cristo como o cumprimento perfeito e pessoal do simbolismo
hebreu do bode expiatório. Eram necessários dois animais para re-
presentar o que Cristo iria realizar sozinho quando morresse pelos
nossos pecados. Não satisfeito em simplesmente expiar nossos pe-
cados, Ele também removeria a própria presença dos mesmos!

Uma determinada seita tentou desenvolver uma interpretação
diferente. Embora concordando que o primeiro animal fosse uma
sombra ou tipo de Cristo, eles insistem em que o bode expiatório re-
presenta Satanás. O autor do pecado, raciocinam eles, deve ser o
Povos com Costumes Estranhos - 93
rtltlmo a levá-lo embora. Esta teoria fica prejudicada por ignorar um
ii«lHlhe que assoma como uma advertência em seu caminho. Ambos
ou bodes, e não só o primeiro, tinham de ser apresentados perante o
'•onhor, implicando em que não deviam ter qualquer defeito, como era
noütume em todas as ofertas dos hebreus.

De acordo com esse pano-de-fundo, considere a seguinte ceri-
mônia realizada anualmente por certos clãs entre os dyaks, de Bor-
nóu.

Os Dyaks de Bornéu


Os anciãos dyaks ficam agrupados observando os artesãos da-
rom os últimos retoques a um barco em miniatura. Os peritos entre-
gam o barco aos anciãos que o levam cuidadosamente até à margem
do rio, perto da aldeia em que moram, chamada Anik. Enquanto toda
n população de Anik fica olhando, um dos anciãos escolhe duas gali-
nhas do bando da aldeia. Depois de verificar se ambas são sadias,
ele mata uma delas e asperge o seu sangue ao longo da margem. A
outra galinha é amarrada viva a uma das extremidades do pequeno
barco.
Alguém traz uma pequena lanterna e a prende do outro lado do
barco, acendendo-a. Neste ponto, cada residente da aldeia aproxima-
se do barquinho e coloca mais alguma coisa, algo invisível, entre a
lanterna acesa e a galinha viva.

Pergunte a um dyak o que ele colocou entre a lanterna e a gali-
nha e ele responderá: “ Dosakul" (meu pecado).

Quando todos os habitantes de Anik tiverem colocado o seu do-
sa sobre o pequeno barco, os anciãos da aldeia o levantam cuidado-
samente do solo e entram no rio com ele, soltando-o na correnteza.

À medida que é levado por esta, os dyaks que observam da
margem ficam tensos. Os anciãos que permaneceram no rio, com
água até o peito, prendem a respiração. Se o barquinho voltar para a
margem, ou bater em algum obstáculo oculto, à vista da aldeia, o po-
vo de Anik viverá sob uma nuvem de ansiedade até que a cerimônia
possa ser repetida no ano seguinte!

Mas se o barquinho desaparecer numa curva do rio, todo o gru-
po levanta os braços para o céu e grita: "Selamat! Selamat! Sela-
mat!’’ ( Estamos salvos! Estamos salvos!)1

Mas só até o próximo ano.
Os judeus tinham os seus bodes emissários; os dyaks, os seus
barcos emissários.
Qual deles podia realmente remover os pecados? Resposta:
nem um nem outro! O apóstolo que escreveu a Epístola aos Hebreus,
disse: “ Nesses sacrifícios faz-se (os judeus) recordação de pecados
todos os anos, porque é impossível que sangue de touros e bodes
remova pecados... Temos sido santificados mediante a oferta do cor-
po de Jesus Cristo, uma vez por todas” (Hb 10.3-10).

Se até mesmo os sacrifícios judeus, ordenados por Deus, ser-
viam somente como sombra de algo que ainda estava para vir, não é
necessário dizer que o barco emissário dos dyaks também não pode-
ria remover verdadeiramente os pecados. Então, será que ele não
tem qualquer significado? Tem sim! O barco emissário dos dyaks in-
corpora vários conceitos válidos. O homem precisa ter seus pecados
removidos! A remoção do pecado não exige apenas a morte, mas
também a presença viva de algo puro! A iluminação da verdade (sim-
bolizada pela lanterna acesa) é um pré-requisito necessário para es-
sa remoção!

Quem poderia ter sonhado que os dyaks, antes temidos como
caçadores de cabeças, iriam se mostrar já pré-sintonizados com
conceitos neste comprimento de onda fortemente para-bíblico?

Cuidado, porém: os budistas no Camboja também enviam bar-
quinhos correnteza abaixo pelo rio Mekong, em certas épocas do
ano. Dezenas dessas pequenas embarcações levando lanternas, têm

sido vistas brilhando nas águas do Mekong à noite. Os barcos cam-
bojanos têm como propósito levar embora os espíritos dos mortos ou
transportar ofertas de alimento aos mortos, nada tendo a ver com a
remoção de pecados.
É necessário estudar o objetivo por trás de qualquer costume
estabelecido, antes de tirar conclusões sobre a sua ligação potencial
com conceitos bíblicos. Os barcos cambojanos desse tipo podem,
originalmente, ter tido um propósito semelhante ao dos “ barcos emis-
sários” de Bornéu. Os adoradores predecessores, com o passar dos
séculos, cedendo ao Fator Sodoma, talvez tenham mudado o costu-
me original de forma tão drástica que ele não representa mais uma li-
gação com a verdade bíblica.

As boas-novas de que Cristo tornou-se o Portador do pecado
da humanidade são um dos principais componentes do evangelho,
mas não representam todo ele. O mesmo Cristo que remove o nosso
pecado também implanta um novo espírito em nós, para que não vol-
temos a repetir infindavelmente as mesmas ofensas. Jesus disse que
todos os que recebem este dom de um novo espirito “ nasceram de
novo” (Jo 3.3).
O verdadeiro significado do “ novo nascimento" é difícil de ser
compreendido pela maioria das pessoas. O primeiro indivíduo com
quem Jesus falou sobre o novo nascimento foi um judeu conhecedor
de teologia, chamado Nicodemos - um membro do conselho judeu
94 - O Fator Melquisedeque
dominante. Se havia alguém em Jerusalém capaz de entender o que
)« h u s queria dizer com “ novo nascimento” , essa pessoa era Nico-
ilmnos. Todavia...

No momento em que Jesus afirmou “ Se alguém não nascer de
novo, não pode ver o reino de Deus", Nicodemos respondeu com a
••guinte objeção literal, ingênua e quase infantil: “ Como pode um
lioinem nascer, sendo velho?... Pode, porventura, voltar ao ventre
materno e nascer segunda vez?’’ (vv. 3,4).

Se um conhecedor de religião como Nicodemos teve tanta difi-
culdade em compreender o significado do novo nascimento, segundo
n Indicação de Jesus, "gentios incultos” em todo globo terão muito
maior dificuldade para entendê-lo, não é? Esta não é uma insinuação
do que, na verdade, os ensinos de Jesus podem ser complexos de-
mais para quase todos?

De modo algum!
Vamos examinar um dos casos mais complicados da terra...
  

Continua...
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terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Lições Rosacruzes 1


A PERPLEXIDADE 

Há em nós uma inquietude enquanto ser e enquanto humanidade.

Parece que o ser humano perdeu a noção da finalidade da vida.

O ser humano nunca está plenamente satisfeito, mas não sabe o que pode satisfazer sua sede, e assim não percebe que a própria insatisfação pode ser injusta e desumanizadora.

A maioria confia num pretenso conhecimento, uma falsa e passageira segurança. 

Outros esperam mudanças e progetam para fora uma transformação a nível de país e até do mundo, ou querem influenciar de alguma forma a situação geral.

Outros ainda dedicam seus esforços e preocupações em reclamações, protestos sempre renovados.

Não querem aceitar a vida com o que ela tem a oferecer, querem viver, mas outra vida, que só existe na imaginação, criada pelo desejo.

Os primeiros fantasiam um mundo que está sob seu domínio e pensam que controlam situações quando sequer controlam a si mesmos.

Os segundos simplesmente queremque o mundo os satisfaça ou desejam mudar o mundo, segundo seu interior, e não percebem que não conseguem sequer alterar seu interior.

E estes, terceiros, só culpam os outros pelo seu estado indesejado, revoltados e insatisfeitos, apenas querem destruir tudo com suas revoluções, tomar o que não é seu e se vingar do que supõem que lhes fizeram.

O que somos? Qual o verdadeiro significado da existência? De onde viemos, para onde vamos, por que estamos aqui?

Simplesmente se tornou fora de moda este tipo de questões.

E se ao menos alguém, algum dia dia, em algum lugar, teve acesso a este conhecimento, ele já se perdeu, ou permanece oculto, ou esquecido.

Muitos, muito tarde, são os que vêem suas certezas esvairem-se. 

Outros ansiosos por uma vida de paz, harmonia; uma vida sem temor, sem violência, sem corrupção, se entregam justamente ao medo e à desconfiança e esta insegurança e medo do que o futuro os reserva, os tira do anseio genuíno levando-os para uma vida de ansiedade.

Outros, perplexos, se perguntam porque a vida é assim e porque veio parar em tal estado de coisas.

O surgimento e ressurgimento do movimento rosacruz ao longo das épocas é uma convocação para todos aqueles que sentem uma saudade do paraíso sem saber de onde vem isso, aqueles que sentem -se estranhos ou não se adaptam às estranhezas desta ordem caída, aqueles que querem a verdade seja ela qual for e não mais confortáveis ilusões, aqueles que querem descobrir o real propósito da existência e de sua própria existência, aqueles querem descobrir como vieram parar aqui e porque e como recordar e retornar à natureza original e  eterna.

Séculos atrás os iniciadores desse movimento chamaram a atenção do ser humano para a base de todo conhecimento real, para a razão e para a finalidade da vida e para um processo de transformação que possibilitaria a este ser tomar  consciência de outras realidades e da realidade suprema por trás das estruturas dos fenômenos, das coisas, dos seres e do conhecimento. Esta ciência, este processo foi chamado arte real, Grande Obra, ou a alquimia espiritual dos rosacruzes.

Este conhecimento, na verdade, trata em primeiro lugar, não de novos conhecimentos, mas de uma nova maneira de conhecer, de ver e de viver; pois trata do despertar e desenvolver daquilo que conhece em nós, que toma ciência, que toma consciência de todo conhecimento, inclusive de si mesma, o próprio conhecedor em nós, e que, afinal, é identificada como nossa realidade eterna, a consciência.

Este conhecimento universal original e eterno é também o mesmo que nos possibilita recordar nossa verdadeira realidade, e nos leva por uma nova experiência de vida e realidade, um caminho para processar uma nova vida, o verdadeiro viver em espírito e verdade.

Frati R.C.


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