- Que tipo de crise é esta?
- Isto é uma pandemia?
- O modus operandi do Inimigo (o Diabo)
- O programa de três passos
- A dialética marxista em funcionamento
- Exemplos de terrorismo:
- O totalitarismo de Yuval Noah Harari
- O alarmismo de Neil Ferguson
- A história 30 vezes maior da ONU
- A contagem de mortes como anúncios onipresentes
- Cultivando o medo da morte
- A solução final
- O caminho do Inimigo e O Caminho
Transcrição
1º de maio de 2020
Episódio 11
A Narrativa do Coronavírus e a Sua Metodologia Demoníaca
Hoje no podcast Orthodox Ethos, A Narrativa do Coronavírus e a Sua Metodologia Demoníaca.
Hoje estamos enfrentando uma crise. Isso é indiscutível. A questão é: qual é a natureza dessa crise? A palavra crise significa, em grego, divisão ou separação. Nossa crise não é, na verdade, o que a maioria das pessoas está dizendo hoje — que é uma crise sanitária do corpo humano.
Pelo contrário, é uma crise que divide os que crêem e são fiéis, não temerosos, não tímidos — os que têm o temor de Deus e não o medo da morte —, e aqueles que têm medo de andar na contra-mão do mundo, de ir contra a narrativa que é apresentada: os evidentes exageros que são dados para fechar igrejas, impor medidas injustas e desnecessárias que violam a nossa consciência como cristãos e também os nossos direitos como cidadãos.
Em meio a tudo isso, devemos sempre lutar para manter o phronema ortodoxo correto, o discernimento necessário para entender todas as várias visões à direita e à esquerda, para reter o caminho real. Devemos lutar para permanecermos no caminho real em meio a essa histeria coletiva, confusão, notícias falsas e boatos.
Para começar, vejamos o termo usado para essa crise. Ela é chamada de pandemia. É um termo grego, que significava e que sempre foi usado para significar o que afeta todo o povo, pandemia é todo o povo: pan (todo) + demos (povo).
Os números realmente justificam esse termo? Não, não justificam. E está sendo cada vez mais demonstrado de diversos modos, por diversos estudos, que os números não justificam o termo. E, especialmente, compare-os com pandemias passadas: não estamos realmente enfrentando algo como, por exemplo, o que Justiniano enfrentou em seu tempo, ou como a epidemia da gripe de 1918.
Quando olhamos mais profundamente para a metodologia que está sendo implementada para mudar a sociedade e a maneira como vivemos, incluindo a maneira como vivemos como cristãos ortodoxos e a nossa identidade como cristãos ortodoxos, podemos ver todas as impressões digitais do Diabo em todo esse processo, esse modo de vida para o qual todos estamos sendo empurrados.
E o aspecto número um de sua identificação, a maneira como sabemos que é a sua metodologia, é o medo. Ele sempre usa o medo. Ele trabalha incutindo medo e manipulando a humanidade através deste medo: medo da morte, medo do sofrimento, medo da perda daquilo a que estamos apegados neste mundo, sejam coisas materiais ou mesmo outras pessoas.
Em sua guerra contra Deus e a Sua imagem — o homem — ele passa por vários estágios. Pode-se analisar isso da seguinte maneira:
Ele provoca, antes de tudo, um choque — ekplixsi, diríamos em grego. Ele gera assombro nas pessoas. Ele provoca uma ameaça repentina e inesperada, que congela os homens em seus lugares. E é mais ou menos como o choque e o temor que são usados nas guerras militares modernas.
Esse é o primeiro passo. Todo mundo fica desorientado. Todos os líderes da Igreja disseram, na Grécia e em outros lugares, que essa coisa toda progrediu com tanta rapidez que ficaram muito desorientados e não souberam direito como reagir. E isso é um sinal de algo que o Diabo faz para alcançar o seu objetivo.
E o próximo estágio é a kataplexia: traumatizar e infligir uma ferida mental ou espiritual nas pessoas que o Diabo está tentando tornar submissas a ele em vez de submissas a Deus.
E nesse estado de coisas somos despojados de nossa motivação e de nosso objetivo. Ficamos desorientados e, depois, como que imobilizados também.
E então, uma vez que estivermos nesse estado, o próximo estágio será a tromokratia, uma espécie de reino de terror ou medo que chega e que o Diabo tenta provocar na sociedade para governar através do medo, para que fiquemos todos com medo e, conseqüentemente, façamos coisas que normalmente não faríamos, que não gostaríamos de fazer e que a nossa consciência diz para não fazermos.
O Diabo é o verdadeiro terrorista, o primeiro dos terroristas. Ele é o pai dos terroristas. O Cosmocrator é o governante do mundo, em oposição ao Pantocrator, que é o nosso Senhor e nosso Deus, o Governante de Tudo. O governante do mundo governa através das paixões — “o mundo” diz respeito ao mundo das paixões, e as pessoas vivem de acordo com as paixões. É ele quem está por trás das paixões; os demônios estão por trás das paixões e governam através da submissão às paixões. O Pantocrator, o Governante de Tudo, está acima disso tudo e não governa, é claro, através do medo ou das paixões; é exatamente o contrário.
Então, esse Cosmocrator usa o cratos, ou o Estado, os poderes deste mundo, os governantes deste mundo — principalmente os que estão afastados de Deus, é claro —, numa inversão da autoridade orientada por Deus. Esses são os séculos XIX, XX, XXI, e estamos vivendo, em geral, quase universalmente em sociedades nas quais a autoridade ordenada por Deus e ungida por Deus foi derrubada e tudo foi invertido.
Então ele usa, acima de tudo — e usará especialmente no fim dos tempos, com o Anticristo —, esses meios para fazer avançar o seu plano, para ocasionar a submissão das pessoas por meio do seu ungido, o Anticristo, aquele que se coloca no lugar de Cristo e oferece não a salvação do pecado e da morte, mas a salvação neste mundo para os propósitos deste mundo, o que é realmente a condenação, no fim das contas.
Isso fica evidente nesse caso; fica óbvio, quando se olha para a história do terrorismo patrocinado pelo Estado nos últimos cem, cento e vinte anos, que o Inimigo estava por trás da perversão e ascensão do Estado e o submetendo aos seus objetivos.
Você vê isso nos genocídios na Ásia Menor, depois nos Estados totalitários que surgem na União Soviética e na China comunista, na Alemanha fascista, na Itália e em todo o mundo, através do comunismo.
E assim também nos nossos dias o poder estatal é usado de maneira terrorista. Então, este é o seu modus operandi: o medo. É claro que ele faz isso caso a caso, mas ele também progride e vai o máximo possível para o âmbito estatal.
Temos de estar cientes, vigilantes e entender isso. E qualquer um que tenha estudado a Igreja Ortodoxa sob o comunismo, tem plena consciência de que nós, ortodoxos, temos muita experiência. A Igreja Ortodoxa tem mais experiência que qualquer outro organismo cristão em termos de como o Estado é manipulado e usado para fins demoníacos.
Regimes notoriamente totalitários como o comunismo desmoronaram, em sua maioria, não inteiramente, e de modo algum a metodologia do maligno, que foi utilizada por esses regimes, morreu com eles. Pelo contrário, a dialética marxista tem sido adotada e implementada em todo o mundo e prossegue através da academia.
Qualquer um que siga o trabalho daqueles que resistem a essa dialética — pessoas como o Jordan Peterson, por exemplo, que é popular e que, infelizmente, não é um cristão ortodoxo —, percebe que essa dialética marxista está atuando em todo lugar.
E o que é isso? Temos de ter isso em mente ao tentar interpretar a crise que enfrentamos. É tese, antítese e síntese. Ou, para colocar de modo mais simples, problema, reação e solução. Existe um problema que é criado, uma reação que é provocada e, em seguida, uma solução que é dada.
E é assim que se passa de um estado de coisas na sociedade com o qual não se está feliz — quando se é parte dessa classe dominante, ou do que quer que esteja tentando mudar o status quo — para outro estado.
Como isso acontece? Temos de passar por uma crise, uma separação, uma oposição, a fim de oferecer então uma nova solução, um novo estado de coisas. E isso está muito claro agora que esses pensadores de inspiração demoníaca em nossos dias estão usando essa metodologia bem na nossa frente.
Nada disso, é claro, é semelhante a Deus, inspirado por Deus. Deus e Seus Santos nunca forçam, nunca incutem medo para uma pessoa entrar no Reino de Deus, nunca aterrorizam. Nosso Senhor dá exemplos. Como Pai amoroso, Ele nos chama. Ele não pressiona, não manipula.
Não importa quantos são os Meus discípulos, diz Ele, vocês são livres. Peguem as suas cruzes, se desejarem ser Meus discípulos, se quiserem ser salvos. A liberdade da pessoa humana é dada por Deus e é muito valiosa para Deus. Então, quando vemos a liberdade sendo violada e uma pressão chegando para haver uma mudança repentina na sociedade, sabemos que isso não é de Deus; é do Inimigo.
Alguns exemplos de pressão e de terror psicológico que estão sendo infligidos às pessoas neste exato momento, durante esta crise: desde o início, quase imediatamente, surgiram vozes, como vindas do nada, em grandes publicações como o Financial Times e disseram que tudo mudou, que a vida nunca será a mesma, que a vida como a conhecemos acabou. Por quê? Por causa de uma doença? De uma doença que não é sequer uma pandemia? Certamente é uma crise sanitária, mas não uma pandemia.
Por causa dessa doença, por que tudo deve mudar? Não importa o quão ruim seja a doença, por que mudaríamos a nossa vida, e especialmente a nossa vida em Cristo e a nossa vida na Igreja?
Talvez o mais notável e famoso dos que estão empurrando essa narrativa de mudanças enormes da noite para o dia — mudanças das quais nunca poderemos voltar — seja um professor de História da Universidade Hebraica de Jerusalém, um escritor de renome. Ele escreveu muitos livros. O seu nome é Yuval Noah Harari.
Você pode pesquisar sobre ele. Ele é muito conhecido pela elite e é lido por ela. Ele se tornou uma espécie de voz visionária da elite. Seus livros se tornaram best-sellers do New York Times, e ele tem o apoio de pessoas como Barack Obama e Bill Gates. Isso já diz de onde ele vem.
No seu livro de 2017, Homo Deus, ele argumenta que não há Deus, nem alma, nem livre-arbítrio. Que maravilha de coisa demoníaca! Para ele a vida é meramente uma sucessão de reações químicas, algoritmos que interagem e evoluem com a natureza. Ele acredita que a humanidade tecnologicamente capacitada acabará se tornando deuses imortais.
Imediatamente após a erupção da crise ele emitiu uma avaliação pós-crise e pós-coronavírus e foi destaque no Financial Times. E eis aqui apenas um capítulo, um pequeno parágrafo — e não tudo o que ele diz — que salta à vista. É espantoso, em primeiro lugar, que ele diga isso e que as pessoas o escutem e o levem a sério.
Em um parágrafo intitulado Vigilância debaixo da pele ele diz:
“Para parar a epidemia, populações inteiras precisam cumprir certas diretrizes. Existem duas maneiras principais de se conseguir isso. Um método é o governo monitorar as pessoas e punir aquelas que violarem as regras. Hoje, pela primeira vez na história da humanidade, a tecnologia possibilita monitorar todas as pessoas o tempo todo. Cinqüenta anos atrás a KGB não podia seguir 240 milhões de cidadãos soviéticos 24 horas por dia, nem ter a esperança de processar efetivamente todas as informações coletadas. A KGB contava com agentes e analistas humanos, e simplesmente não podia colocar um agente humano para seguir todos os cidadãos.” É como se ele estivesse lamentando isso. “Mas agora os governos podem contar com sensores onipresentes e algoritmos poderosos em vez de fantasmas de carne e osso.”
Impressionante. Então esse é o modo de pensar das pessoas que passaram da luz para as trevas. A primeira observação dele é que o coronavírus mudará radicalmente a economia, a política e a cultura em um curto espaço de tempo, se as ordens mundiais agirem rápida e decisivamente. Veja como tudo tem de acontecer rapidamente, sem dar tempo suficiente para a crise passar.
“Temos que aproveitar isso.” — este é um dos pontos principais dele. Ele diz que a crise “avançará o processo histórico”, algo que eles querem muito que aconteça. Querem acelerar a mudança e eliminar os últimos vestígios da antiga ordem. Permitirão que os funcionários conduzam experimentos em massa usando “tecnologias perigosas”, e decisões cuja deliberação normalmente levaria anos ou décadas serão “aprovadas em questão de horas.” É nesse clima de pânico que as pessoas aceitarão medidas que “nunca aceitariam em tempos normais”.
Essa é a metodologia demoníaca, se é que alguma vez eu a ouvi, a vi ou a li. É assim que os demônios querem trabalhar. Querem nos levar a um estado de submissão, a uma queda, o mais rápido possível, antes que tenhamos tempo para orar ou reconsiderar as coisas, e então você terá, é claro, que viver com esse novo estado de coisas.
Eles não querem voltar à normalidade. E isso está evidente em seus escritos e até nos meios de comunicação de massa. Eles não querem voltar à normalidade. Querem uma ordem diferente que reflita a sua visão de mundo.
O futuro não é apresentado como uma escolha, mas como um fato. “Será assim”, dizem eles. “A crise se imporá rapidamente às nações, não há como voltar atrás e a antiga ordem acabou.” E essa narrativa encontra-se na avalanche diária de notícias. É fácil encontrar as medidas, os métodos e os objetivos que Yuval Noah Harari entrelaça no seu artigo sobre a crise.
Um editorial recente do Wall Street Journal, escrito há algumas semanas pelo antigo e conhecido defensor da nova ordem das coisas, Henry Kissinger, repete a idéia de que a crise alterará para sempre a ordem mundial.
Assim, desde o início, houve o alarmismo da elite e do establishment. Vemos isso também no muito elogiado e citado professor Neil Ferguson, do Imperial College de Londres. Ele previu, e muitas pessoas o ouviram, que o número de mortes por coronavírus seria superior a dois milhões nos Estados Unidos. Dois milhões são centenas de porcentagens além do que acabou sendo, do que ainda é neste exato momento.
Ele chegou ao número presumindo que a infecção seria quase universal e que a taxa de mortalidade seria alta, o que seria, obviamente, uma eventualidade aterrorizante.
Mas, ao mesmo tempo, houve outro epidemiologista, John Ioannidis, professor de grego em Stanford, que disse exatamente o contrário, e ninguém prestou atenção. Ele disse que haveria uma taxa de mortalidade de 0,5 a 1%, não muito diferente da gripe comum. É claro que o coronavírus não é a gripe comum; ele tem características diferentes — ele está infligindo mais idosos que jovens, mais homens que mulheres, e há muitas outras coisas que as pessoas ainda estão aprendendo sobre ele.
Mas todas as tendências de dados desde meados de março mostram que o professor Ferguson estava muito errado e o professor Ioannidis estava muito certo. E, no entanto, ainda não houve nenhum recuo. Não há arrependimento da parte daqueles que estavam pressionando por mais medidas, medidas contínuas, igrejas fechadas, e tudo mais.
E isso se deve em grande parte a uma mídia irresponsável e até a uma mídia que está cumprindo uma agenda. Ela traz o medo — a marca do demônio em nossa vida — e todo mundo se encolhe.
Um jovem médico morreu em Wuhan; portanto, o vírus é mortal e perigoso para todos; os hospitais italianos estão lotados; portanto, temos uma pandemia que está além de qualquer proporção épica; a China teve sucesso com as medidas draconianas; portanto, todos têm que seguir medidas de um Estado totalitário em todo o mundo.
Essa narrativa de pandemia continua. Quanto ao embasamento científico, racional, vamos dar um passo de cada vez e observar a abordagem dos números que, em geral, ainda não está sendo ouvida.
Estamos nos lançando num penhasco com esse confinamento em massa e, no entanto, isso realmente se justifica? Na época, no início desses avisos emitidos, o Departamento Internacional de Saúde das Nações Unidas presumia uma taxa de mortalidade 20 a 30 vezes maior do que a que agora parece ser realista. Mas quem exatamente é esse Departamento Internacional de Saúde da ONU?
Essas são as mesmas pessoas, o mesmo grupo de intelectuais, a elite que está pressionando. Inclusive na Grécia, agora mesmo, o governo está sendo pressionado e está pressionando para introduzir um programa de educação sexual perverso e muito destrutivo espiritualmente. Em que nível? Desde bebês até criancinhas de quatro anos de idade. Basicamente, desde o nascimento até os quatro anos de idade. Querem que as pessoas em todo o mundo adotem a educação sexual da ordem mais perversa, a qual inclui o auto-abuso ou onanismo e o transexualismo desde o início.
Esse é o tipo de pessoa em que nós, como cristãos ortodoxos, não podemos ter nenhuma confiança — é claro! Não podemos confiar nas avaliações deles. E, no entanto, estamos caminhando no mesmo sentido das massas, seguindo essa narrativa de medo e escutando pessoas que fazem forte oposição à sobriedade e pureza espirituais básicas, como se elas fossem verdadeiras autoridades.
Estamos sendo empurrados para um regime de controle social sem precedentes em nossa história. As igrejas precisam resistir. Precisam ficar de fora, não seguir esse processo e não fazer parte dessa narrativa.
Como cristãos ortodoxos, não podemos participar dessa aterrorização das massas pela histeria do medo da morte. Não podemos ter nada a ver com isso. Isso é projetado para estimular a obediência, a submissão às restrições de livre circulação, entre muitos outros motivos, se dermos ouvidos a pessoas como esse professor.
E essa idéia de algum modo é razoável para muitas pessoas. Mas essa idéia não é nada razoável. Existe uma tremenda hipocrisia e uma dupla moral que revela a falta de sinceridade e a tendenciosidade. Apenas um exemplo: as igrejas estão fechadas, as clínicas de aborto estão abertas. As igrejas são consideradas não-essenciais, as clínicas de aborto são consideradas essenciais. Do que mais precisamos para ver que isso está podre? Toda essa abordagem é profundamente falha e de inspiração demoníaca.
Passemos para outro exemplo de alarmismo que está acontecendo na sociedade: a contagem diária de mortes chega até você como chegam os anúncios. Se você for ao YouTube, verá vídeos de mapeamento de mortes que aparecem sem você nem se inscrever. Você vê o mapa de calor de onde as pessoas estão doentes, onde as pessoas estão morrendo.
E a pergunta é: por quê? Para quê? Por que todos nós temos que saber quando a última pessoa ficou doente e morreu? Isso funciona como alarmismo, na maioria das vezes.
E quanto ao medo da morte? O medo da morte está sendo literalmente cultivado, e a morte é considerada a pior eventualidade possível. Mas será que é? A morte é a pior coisa que pode acontecer com você? Como cristãos ortodoxos, sabemos que não é esse o caso. A morte é uma porta que nos é aberta para a vida eterna. Não temos medo dela, se somos cristãos ortodoxos.
Até alguns anos atrás, mesmo os patriotas, os que amavam o seu país — talvez ainda existam em alguns lugares do mundo —, iam à Primeira ou Segunda Guerra Mundial e morriam pelo seu país.
Certamente consideravam a covardia ou a fuga pior do que morrer. A morte não era a pior coisa para eles, mas não apoiar e defender seu país era pior do que a morte. Então, a morte não é a pior coisa. É, sim, para aqueles que se apegam a esta vida passageira. Se esta vida é tudo o que existe, é compreensível que alguém considere a morte o pior acontecimento possível.
Mas se essa pessoa parar e pensar um pouquinho, profundamente, que, se esta vida é tudo o que existe, então ela é em si mesma vazia de significado e de valor. Portanto, não é razoável, para quem acredita nisso, considerar a morte o maior dos males. Se uma pessoa tem que pôr de lado Deus e a eternidade, não há unidade interior nos pensamentos dela, nem consistência nesta vida. E é exatamente isso que estamos testemunhando.
Outro exemplo: a única solução será a vacinação em massa, caso contrário, estaremos perdidos, estaremos mortos. Se você não se submeter às vacinas, não poderá viver em sociedade e viajar.
Eu vi ontem, na televisão grega, um apresentador ficar irado só de pensar que pessoas não aceitariam as vacinas, e ameaçá-las com prisão ou ostracismo social não é algo que é uma fantasia, ou que está longe. Podemos ver isso neste exato momento, bem na nossa frente.
Quero citar o final de um editorial muito bom do editor do First Things online. Acho que está bem colocado. Ele diz (para resumir essa parte de nosso programa hoje): “Os especialistas, os profissionais, os burocratas e as autoridades públicas que fizeram isso conosco” —, os que traficaram essa narrativa de medo —, eles “têm incentivos enormes para se unir e dizer: ‘Não é sensato dizer às pessoas que o perigo nunca foi grave e agora já passou.’ Sustentar essa narrativa de coronavírus” — essa narrativa de medo — “exigirá muitas mentiras.. Já exigiu muitas mentiras” E termina, dizendo: “Cabe a nós insistir na verdade.” De fato. Nosso papel neste mundo é estar sempre de pé e confessar a verdade, e apontar para a Verdade enquanto pessoa, levar as pessoas da verdade enquanto idéias para o plano de abraçar a Verdade enquanto pessoa, que é o próprio Cristo.
Esses são alguns dos exemplos que podemos observar nesta crise. Tudo isso indica, reitero, uma metodologia do Inimigo. Você nem precisa chegar à questão dos dados e avaliações. Se você sabe como o Inimigo trabalha e como o nosso Senhor trabalha, você pode ver que a verdadeira crise, a verdadeira crise pela qual o nosso Senhor está nos permitindo passar e enfrentar, é uma crise espiritual — a fé ou a falta de fé; a confiança, a devoção à verdade, a sabedoria, o caminho da Igreja, a Tradição, ou o medo, a confiança no mundo, nos seus especialistas, nos seus poderes de inovação, de abandono da verdade. Parece que, desde que demos direitos ao Inimigo, em razão do nosso medo e da nossa falta de fé, dias piores virão.
Dias piores, inclusive para os cristãos ortodoxos, pois o objetivo do Inimigo não é simplesmente fazer as pessoas ficarem acuadas e seguirem o governo. É apagar a natureza humano-divina da nossa vida em Cristo. É esse o objetivo, o fim do jogo. Nós precisamos ter sempre em mente o fim do jogo. Para onde estamos indo? Qual é o fim?
Como cristãos ortodoxos, nós conhecemos o Alfa e o Ômega e, portanto, não há desculpa para não entendermos os dias atuais à luz do fim dos tempos e da eternidade. Se tivermos uma postura escatológica, estaremos conscientes de onde estamos no grande papel da história e onde estamos quanto à segunda vinda do nosso Senhor, não com datas e horários, mas pela observação, com discernimento, dos sinais dos tempos. Nosso Senhor ordena que sejamos assim, que sejamos atentos e vigilantes. Compreenderemos onde estamos nesse processo da perda de fé na humanidade divina do nosso Senhor e do Seu corpo, a Igreja. Portanto, precisamos estar atentos. Temos que estar em oração e sempre vigiando.
O Inimigo procura distorcer a própria vida da Igreja, a vida interior da Igreja. E trataremos disso e da luta que temos pela frente no nosso próximo podcast. Espero que você se junte a mim.
Cristo ressuscitou!
Tradução: Cláudia Makia e Fernando Xavier
Vídeo original: https://www.youtube.com/watch?v=q5D7qbKzoaA
Tanscrição original: https://orthodoxethos.com/podcast/the-coronavirus-narrative-and-its-demonic-methodology
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