THE BERKLEY PUBLISHING G ROUP
Publ i s hed by the Pengui n G roup
Pengui n G roup (USA) I nc.
375 Huds on Street, New York, New York 10014, USA
REAL COMMUNICATION
On t he al t ar in my hermi t ag e in France are imag es of
Buddha and Jesus, and every t ime I l ig ht incense, I
t ouch bot h of t hem as my sp i ri t ual ancest ors. I can do
t hi s because of cont act wi t h t hese real Chri st ians. When
y ou t ouch someone who aut hent ical ly rep resent s a
t radi t ion, y ou not only t ouch hi s or her t radi t ion, y ou
al so t ouch y our own. Thi s qual i t y i s essent ial for
dialog ue. When p art icip ant s are wi l l ing t o learn from
each ot her, dialog ue t akes p lace just by t hei r being
t og et her . When t hose who rep resent a sp i ri t ual t radi t ion
embody t he essence of t hei r t radi t ion, just t he way t hey
walk, si t , and smi le sp eaks volumes about t he t radi t ion.
In fact , somet imes i t i s more di fficul t t o have a
dialog ue wi t h p eop le in our own t radi t ion t han wi t h
t hose of anot her t radi t ion. M ost of us have suffered
from feel ing mi sunderst ood or even bet ray ed by t hose
of our own t radi t ion. But i f brot hers and si st ers in t he
same t radi t ion cannot underst and and communicat e wi t h
each ot her, how can t hey communicat e wi t h t hose
out side t hei r t radi t ion? For dialog ue t o be frui t ful , we
need t o l ive deep ly our own t radi t ion and, at t he same
t ime, l i st en deep ly t o ot hers. Throug h t he p ract ice of
deep looking and deep l i st ening , we become free, able t o
see t he beaut y and values in our own and ot hers’
t radi t ion.
M any y ears ag o, I recog niz ed t hat by underst anding
y our own t radi t ion bet t er, y ou al so develop increased
resp ect , considerat ion, and underst anding for ot hers. I
had had a naive t houg ht , a kind of p rejudice inheri t ed
from my ancest ors. I t houg ht t hat because Buddha had
t aug ht for fort y -five y ears and Jesus for only t wo or
t hree, t hat Buddha must have been a more accomp l i shed
t eacher . I had t hat t houg ht because I did not know t he
t eaching s of t he Buddha wel l enoug h.
One day when he was t hi rt y -eig ht y ears old, t he
Buddha met King Prasenaj i t of Kosala. The king said,
“ Reverend, y ou are y oung , y et p eop le cal l y ou ‘The
Hig hest Enl ig ht ened One.’ There are holy men in our
count ry eig ht y and ninet y y ears old, venerat ed by many
p eop le, y et none of t hem claims t o be t he hig hest
enl ig ht ened one. How can a y oung man l ike y ou make
such a claim?”
The Buddha rep l ied, “ Y our majest y, enl ig ht enment i s
not a mat t er of ag e. A t iny sp ark of fi re has t he p ower
t o burn down a whole ci t y. A smal l p oi sonous snake
can ki l l y ou in an inst ant . A baby p rince has t he
p ot ent ial i t y of a king . And a y oung monk has t he
cap aci t y of becoming enl ig ht ened and chang ing t he
world.” W e can learn about ot hers by st udy ing
ourselves.
For any dialog ue bet ween t radi t ions t o be deep , we
have t o be aware of bot h t he p osi t ive and neg at ive
asp ect s of our own t radi t ion. In Buddhi sm, for ex amp le,
t here have been many schi sms. One hundred y ears aft er
t he p assing of t he Buddha, t he communi t y of hi s
di scip les divided int o t wo p art s; wi t hin four hundred
y ears, t here were t went y school s; and since t hen, t here
have been many more. Fort unat ely, t hese sep arat ions
have, for t he most p art , not been t oo p ainful , and t he
g arden of Buddhi sm i s now fi l led wi t h many beaut i ful
flowers, each school rep resent ing an at t emp t t o keep
t he Buddha’ s t eaching s al ive under new ci rcumst ances.
Living org ani sms need t o chang e and g row. By
resp ect ing t he di fferences wi t hin our own church and
seeing how t hese di fferences enrich one anot her, we are
more op en t o ap p reciat ing t he richness and diversi t y of
ot her t radi t ions.
In a t rue dialog ue, bot h sides are wi l l ing t o chang e.
W e have t o ap p reciat e t hat t rut h can be received from
out side of—not only wi t hin—our own g roup . If we do
not bel ieve t hat , ent ering int o dialog ue would be a wast e
of t ime. If we t hink we monop ol iz e t he t rut h and we
st i l l org aniz e a dialog ue, i t i s not aut hent ic. W e have t o
bel ieve t hat by eng ag ing in dialog ue wi t h t he ot her
p erson, we have t he p ossibi l i t y of making a chang e
wi t hin ourselves, t hat we can become deep er . Dialog ue
i s not a means for assimi lat ion in t he sense t hat one side
ex p ands and incorp orat es t he ot her int o i t s “ sel f.”
Dialog ue must be p ract iced on t he basi s of “ non-sel f.”
W e have t o al low what i s g ood, beaut i ful , and
meaning ful in t he ot her’s t radi t ion t o t ransform us.
But t he most basic p rincip le of int erfai t h dialog ue i s
t hat t he dialog ue must beg in, fi rst of al l , wi t hin onesel f.
Our cap aci t y t o make p eace wi t h anot her p erson and
wi t h t he world dep ends very much on our cap aci t y t o
make p eace wi t h ourselves. If we are at war wi t h our
p arent s, our fami ly, our societ y, or our church, t here i s
p robably a war g oing on inside us al so, so t he most
basic work for p eace i s t o ret urn t o ourselves and creat e
harmony among t he element s wi t hin us—our feel ing s,
our p ercep t ions, and our ment al st at es. That i s why t he
p ract ice of medi t at ion, looking deep ly, i s so imp ort ant .
W e must recog niz e and accep t t he confl ict ing element s
t hat are wi t hin us and t hei r underly ing causes. It t akes
t ime, but t he effort alway s bears frui t . When we have
p eace wi t hin, real dialog ue wi t h ot hers i s p ossible.
segunda-feira, 29 de agosto de 2016
O Primeiro Trabalho
O PRIMEIRO TRABALHO
Por Fra. D.H.A.A.
Em nossa fraternidade explicamos tudo claramente, cientificamente e o mais sucintamente possível, para que não haja erro, engano ou distração com vãs teorizações. É preciso que se comprove, não apenas que se entenda. E ademais, apenas entender não é nosso objetivo.
Assim não estamos preocupados com explicações para convencê-la, nem para que você meramente entenda. Estamos ocupados em esclarecer com extrema clareza, lucidez e se possível o máximo sucintamente para que não haja devaneios nem perda de tempo, mas que se ponha logo em teste, em prática e corrobore com seus próprios resultados.
Mas para comprovar muitas coisas mais avançadas é preciso ver com clareza e para ver com clareza é preciso despertar um pouco mais. Sim, despertar, pois não estás acordado, ao contrário do que pensas. Estás apenas sonhando que estás acordado, pensando que estás consciente. Não percebes que estás sonhando exatamente como nos sonhos que tens à noite quando te deitas e dormes.
A única diferença deste sonho agora e daquele em que este corpo permanece na cama é a segurança: aquele sonho é seguro, de pouca duração e poucas consequências; este aqui em que estás agora é inseguro, perigoso em suas consequências que podem ser bem mais duradouras.
Entre aquela dimensão mental e esta não existe diferença na solidez (se olhares bem quando lá estiveres perceberás), mas sim na plasticidade dos objetos, na maleabilidade destes aos seus desejos, anseios, vontades, hábitos, condicionamentos.
Esta aparente “volatilidade” dos materiais lá é mais patente naqueles próprios constituintes mentais seus. Notavelmente perceptível na consciência, na lembrança e nas sensações que se tem lá. Esta “volatilidade” também está presente aqui. Isto é o mais essencial que vejas agora. Embora aqui durem mais as coisas, consciências, lembranças, sensações, estas também passam, também desaparecem, também oscilam. Tudo segue este processo, tudo está em processo de surgir, permanecer e desaparecer. Tudo se desintegra.
Este é o primeiro passo no acordar então. Ele é constituído de três elementos: (1) ver por si mesmo (não basta entender ou concordar comigo, é preciso ver de fato) que não está plenamente acordada, desperta; (2) ver que tudo está em constante processo de mudança, surgir, permanecer e desaparecer, e em constante transformação (não apenas em decorrência das intempéries ou quaisquer fatores físicos, mas também da atenção que lhe demos e da qualidade desta); e (3) tomar a decisão de estar atenta, acordada, vigilante ao que ocorre em sua consciência.
Esta é a principal técnica, estar sempre lembrada de estar atenta à própria consciência. Consciente da consciência, do que ocorre nela e de seus processos. Consciente também do que ela lhe mostra, principalmente nesta característica de constante mudança de tudo, inclusive de si mesma e de sua própria presença. Assim você notará que ela não é uma só, mas que você tem que invocá-la e sustentá-la sempre, de instante a instante, quase pode ver como que fabricando-a mesmo. Este é o primeiro passo.
Quando você perceber tudo isso uma ou outra coisa virá também à tona: (a) que você está sempre insatisfeita, ou que isto é sempre insatisfatório, ou seja, há sempre uma sede, ou por outra coisa, outro estado, ou por mais deste, a permanência, o incremento ou o crescimento deste; (b) a outra coisa que pode vir em vez disso à tona é que não há um centro de comando, um indivíduo, uma só personalidade reinante, um eu que comanda tudo, mas simplesmente elementos e características que se sucedem, e que também surgem e desaparecem. Esta segunda é bem mais difícil de ser vista pela maioria, mas se verá mais cedo ou mais tarde. Porém não é importante entrar em detalhe sobre isto agora, mas sim ver isso por si mesma, com a prática.
Ver estas três características em tudo, inclusive no chamado si mesmo, é então o segundo passo no processo do despertar, ver: (1) a impermanência, (2) a insatisfatoriedade e (3) a insubstancialidade.
Isto é tudo no começo. Com isto está descrito tudo, todo processo e prática necessários ao início do despertar. Deves iniciá-lo exatamente agora se queres ver por si mesma, se queres realmente saber, se queres realmente compreender, para então ver por si mesma a verdade.
É preciso, neste caminho, antes de qualquer saber, entender e conhecer o “aparelho” do saber, o “mecanismo” do saber: o informador, os sentidos e a mente e o sabedor, a consciência. Só assim terás consciência de algum conhecimento seguro. Se não tudo será como foi até hoje, sonhos. Quando estiveres vendo compreenderás. Então pensarás consigo “que coisa! até hoje estive dormindo, nunca estive como estou agora!”. Que esta experiência se repita mais e mais em níveis cada vez mais elevados e possamos então nos encontrar e nos olharmos com um olhar de “estou realmente aqui, agora, acordando”.
Pode-se, deve-se, treinar isto numa forma de meditação formal também, começando com cinco minutos, então dez, quinze, vinte, trinta, quarenta e cinco...: sentada com a coluna ereta e pernas cruzadas, seja no chão, numa almofada, num banquinho ou numa cadeira, os olhos podem estar fechados ou semicerrados, simplesmente abandonar tudo que é “exterior”, pelo menos durante o tempo da meditação, firmemente, simplesmente abandonar, deixar tudo, deixar tudo ir, soltar, largar tudo, por esse momento e concentrar-se somente na consciência e no que ocorre nela. Apenas observando-a, consciente dela e do que estás fazendo, observando tudo que surgir, sejam sons, coceira, pensamentos sentimentos, lembranças, desejos, imaginações, aflições, seja o que for, resolutamente observar isto sem agarrar, sem tentar modificar, apenas observar imparcialmente, e deixar ir, soltar, deixar que se vá e voltar novamente a atenção à consciência somente. Farás isto diversas vezes numa sentada, e diariamente, até que comeces a ver “espaços” de apenas consciência, consciência pura, fixa-te nisto por enquanto, isto é tudo que precisas conhecer e isto é o conhecedor a fonte de todo conhecimento, não queira conceituá-la, segurá-la, tomá-la para si ou possuí-la, apenas observa-a, apena procure conhecer. Se tudo mais atrapalhar ou se surgir desejo sedento por isso ou por qualquer coisa simplesmente note isso, pode dar um rótulo e em seguida abandonar, deixar ir, se for insistente simplesmente diga “isto não é meu, isto não sou eu, isto não é o meu eu” e largue, solte, deixe ser e deixe ir. Estes dois meios de livrar-se (identificar-rotular e deixar ir) são tudo que precisas saber agora e suficiente para alguns anos, para avançar, aprofundar e ir mais além.
Se qualquer um buscar isso e praticar com diligência a fraternidade o encontrará e ajudará, interna ou externamente, a aprender o que mais precisa para levar o processo adiante e ao seu potencial máximo.
quinta-feira, 25 de agosto de 2016
Holywooda
O passarinho que nasceu na gaiola sonha que voa
Mesmo sem nunca ter voado
E às vezes seu ssonho é tão intenso que com olhos fechados ele decola
E acorda assustado tendo batido nas grades
Mas se o passarinho aprende a abrir a portinha e sair da gaiola
Ele realmente voa, ele está livre
Mas que bom se tivesse um amigo
Que bom se ao invés de ter descoberto sozinho como se abre a gaiola
Ele tivesse sido ensinado por um bom amigo
Conhecedor da liberdade ou pelo menos que soubesse como conseguir alimento
Porque a liberdade sem esse conhecimento é muito difícil
E cheia de perigos surpeendentes que fazem o passarinho viver assustado e faminto
Então ele volta para a gaiola
Assim somos nós também em relação a nossas potências
Assim somos nós em relação ao divino, à liberdade, à iluminação
Mas que bom que no mundo já surgiu um buda, um Cristo, um complentamente liberto
E deixou para nos todas as instruções de como abrir a gaiola e de como viver livres
E daí surgiram muitos amigos que já fizeram o mesmo
Ou que pelo menos já sabem sair da gaiola
O problema das pessoas em geral não é querer abrir a gaiola sozinhos
Mas é acreditar que já são livres ou anida pior, acreditar que a gaiola é tudo
Como eles vão sair daí?
Muitos engaiolados ouvem maus amigos e maus conselhos
Eles acreditam que voar é apenas um sonho
E que não existe vôo nem vida livre
Eles sonham que voam e se deparam com as grades
E isto para eles é a prova concreta de que não existe vôo e que liberdade fora é uma ilusão
Por isso eles não ouvem os bons amigos dos iluminados, eles até riem deles
Eles muitas vezes sequer os vêem
Eles preferem acreditar cegamente que não existe vida fora da gaiola
E chamam essa crença de sensata, ou de ceticismo, ou de comprovação, ou evidência...
E ensinam tal coisa a suas crianças
Mas ainda bem que os bodisatvas, os mensageiros da liberdade, são incansáveis
Existem sempre passarinhos que voam perto da gaiola ou mesmo pousam nela
E com seu canto falam de vôos e de liberdade...
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